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Manejo Sanitário

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Manejo Sanitário
Para que seja oferecido carne de alta qualidade aos mercados consumidores é de fundamental importância que o sistema de produção considere a saúde dos bovinos. Diante disto, é necessário que seja adotado medidas de prevenção e se necessário, curativas para o controle sanitário do rebanho, de forma a garantir alimentos seguros, saudáveis além do bem-estar animal. 
	Vale ressaltar que a condição sanitária dos animais influência direta e indiretamente diversos índices zootécnicos, como a natalidade, mortalidade, viabilidade, desmame, ganho de peso, conversão alimentar, entre outros. 
	A falta de manejo sanitário ainda causa baixo desempenho do rebanho, seja pelo comprometimento da qualidade da carne e do couro, além de perdas da produção, ocorrências de enfermidades e parasitoses, que quando não controladas, podem aumentar o risco de transmissão ao homem (zoonoses). Neste caso podemos destacar a brucelose, a leptospirose, a raiva e a tuberculose. A perdas ainda podem acontecer em forma de barreiras sanitárias impostas por os compradores de carne, o que dificulta a comercialização dos produtos, comprometendo toda a cadeia de produção. 
	A saúde dos animais, tanto no caso de produção de bovinos de corte precoce, como em sistema extensivo, pode ser influenciada por determinadas características de adaptabilidade entre raças zebuínas e taurinas. O cruzamento entre raças desenvolve animais mais resistentes a doenças, parasitoses e hemoparasitoses (como a tristeza parasitária bovina). O melhoramento genético também garante contribuição a adaptação e resistência dos animais, além de ganho de produtividade. 
Visando obter o melhor desempenho da criação, no que se refere ao controle sanitário, devem ser consideradas não apenas as medidas compulsórias, reguladas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mas também um criterioso programa de manejo sanitário, o qual deve ser planejado com a orientação técnica de um médico veterinário, para atender as exigências do sistema de produção em questão.
Planejamento
	A principal forma de implantar o planejamento do manejo sanitário, é por meio de um calendário anual de controle sanitário, estabelecido com orientações de um médico veterinário. Este, será definido de acordo com o sistema de produção, visando as particularidades do estabelecimento, definindo ações continuas de prevenção e controle de doenças, provendo medidas que serão capazes de minimizar e corrigir grande parte das enfermidades do rebanho. 
	De fundamental importância, é necessário o registo das informações. Para isto, é recomendado que se mantenha fichas de controle sanitário por UA (unidade animal) ou lote, anotando data da ocorrência, procedimento realizado, dose e lote de medicamento, quando este for utilizado. 
	Abaixo, modelo de planejamento e calendário de manejo sanitário da Cooperativa Coamo, do Paraná: 
Figura 1 - Exemplo de calendário sanitário - Fonte: http://www.coamo.com.br/jornalcoamo/janfev07/content/15.3.jpg
Capacitação de trabalhadores
	
Para que este sistema funcione, os trabalhadores envolvidos com o manejo sanitário devem ser capacitados no oficio que desempenham, para que efetuem uma vigia constante sobre a saúde dos animais e para que comuniquem com maior rapidez ao responsável técnico, a observação de alterações de comportamento e no estado sanitário, isolando os animais em caso de suspeita de doenças transmissíveis. 
Figura 2- Fonte: http://www.realh.com.br/blog/wp-content/uploads/2016/02/capacita%C3%A7%C3%A3o-MG-5.jpg
Qualidade de insumos 
	Deve-se procurar utilizar sempre insumos aprovados pelo MAPA, além de que a não utilização destes, podem ocorrer implicações legais e sanções descritas em lei. As vacinas e medicamentos devem ser aprovadas pelo Ministério da Agricultura, além de que devem ser observadas e atendidas as recomendações técnicas para conservação, armazenamento e aplicação destes, conforme informações contidas em bulas e orientação do médico veterinário. 
Figura 3 - https://wm.agripoint.com.br/portais/noticias/foto.aspx?idFoto=27141
Períodos de Carência
	
	É importante ressaltar, que no sistema de produção de bovinos de corte se faz necessário a observação e o cumprimento dos prazos de carência dos medicamentos de uso veterinário antes do envio dos animais ao abate. Essa informação, normalmente pode ser encontrada na bula. Da mesma forma, devem ser observadas as proibições de uso de determinados produtos para os animais, como por exemplo, a proibição de fornecimento de proteína de origem animal para alimentação de ruminantes. 
Diretrizes relacionadas ao sistema de defesa sanitária animal 
Figura 4 - fonte: http://brasiliadefato.com.br/wp-content/uploads/2017/04/Aftosa1-990x742.jpg
	
Para que a produção pecuária atenda os padrões de qualidade estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o MAPA, em instancia federal, regulamenta uma série de medidas compulsórias que visam proteger a saúde pública e promover o controle e erradicação de enfermidades. 
	Um destes pontos, está relacionado as exigências de rastreabilidade, como no controle de transito dos animais junto aos órgãos locais de defesa. Para tanto, é exigida a GTA (Guia de Transito Animal), um documento oficial que deve ser emitido pelos órgãos estaduais de defesa sanitária animal, para toda e qualquer movimentação e transporte de animais, independente da finalidade, seja venda, transferência, participação em feiras, etc. 
	Outra medida importante, é o cumprimento do calendário de imunização obrigatória dos rebanhos, conforme instruções preconizadas pelos programas oficiais de sanidade animal. 
	Além da imunização dos animais contra doenças de notificação obrigatória, como febre aftosa, brucelose e raiva, as ações de vigilância epidemiológica contribuem efetivamente para a manutenção do estado sanitário dos rebanhos. Nesse caso, a orientação de conduta é para que qualquer caso de suspeita de doença de notifi cação obrigatória (doenças vesiculares e síndromes nervosas) seja comunicado imediatamente ao órgão local de defesa sanitária animal, de acordo com a legislação vigente. (EMBRAPA, 2011)
Medidas preventivas de controle sanitário (vacinas), segundo a Embrapa: 
Febre aftosa
A febre aftosa causa prejuízos diretos ao desempenho produtivo dos rebanhos e afeta o comércio nacional e internacional de produtos de origem animal. O sucesso do controle da doença depende do envolvimento permanente de todos os setores da cadeia produtiva, em esforço conjunto entre os orgãos de defesa sanitária animal, produtores, responsáveis técnicos, trabalhadores rurais, empresas produtoras de vacinas, transportadores, frigoríficos e estabelecimentos comerciais.
Conforme o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), do Mapa: 
Nos Estados com status sanitário "livre de febre aftosa com vacinações" Estados "não livres":
Os bovinos e os bubalinos deverão ser vacinados durante as etapas de vacinação determinadas pelo Mapa para cada Estado e as comprovações dos fatos entregues aos 6rgãos locais de vigilância sanitária.
Responsabilidade do produtor a participação nas campanhas de vacinação, respondendo por isso em caso de omissão.
Qualquer suspeita de doença vesicular, que se assemelhe clinicamente com febre aftosa, por exemplo, animais babando e mancando, deverá ser comunicada imediatamente ao órgão de defesa sanitária animal local.
Todo transito de animais suscetíveis a febre aftosa, além da exigência da GTA, deverá também atender as normas estabelecidas pelo Mapa. 
É proibida a aplicaç8o de vacina contra a febre aftosa em caprinos, ovinos e suínos.
 Nos Estados com status sanitário "livre de febre aftosa sem vacinação":
É proibida a aplicação de vacina contra a febre aftosa em qualquer animal.
Raiva
A raiva é considerada uma das principais zoonoses, pois os casos em humanos normalmente são fatais.O principal prejuízo causado pela doença aos animais de produção na zona rural é a morte após a contaminação pelo vírus rábico. AIém disso, a ação dos morcegos hematófagos, principais transmissores da raiva dos herbívoros, está associada a perdas de produtividade por depreciação do couro, miíases, infecção bacteriana secundária no local da mordedura e espoliação do animal. 
Conforme o Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros e outras Encefalopatias (PNCRH), coordenado pelo Mapa: Todo proprietário rural deve notificar ao Serviço Veterinário Oficial a presença de animais de sua propriedade que estejam sendo atacados por morcegos hematófagos, assim como a existência de abrigos com colhia de morcegos dessas espécies. As ações de controle da população desses morcegos são de responsabilidade do serviço oficial de defesa.
A ocorrência ou suspeita de casos de raiva em rebanhos deverá ser comunicada imediatamente ao serviço oficial de defesa, os proprietários deverão vacinar anualmente os bovinos e equinos contra a raiva nas regiões onde ocorrem a doença. Todos os animais, quando vacinados pela primeira vez, deverão ser revacinados após quatro semanas e, depois disso, anualmente.
A vacinação dos animais deverá ser notificada aos órgãos de defesa sanitária animal e o proprietário deverá apresentar a nota fiscal de compra da vacina, data da vacinação e informar o número e espécie de animais vacinados.
Brucelose
A brucelose é uma doença que prejudica a produção, principalmente por perdas reprodutivas, como o aborto. Além disso, tem forte impacto na saúde pública, uma vez que essa doença pode ser transmitida ao homem e acarretar graves problemas infecciosos.
Conforme o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PNCEBT), coordenado pelo Mapa:
As fêmeas bovinas e bubalinas devem ser vacinadas entre três e oito meses de idade, em dose Única, com vacina preparada a partir da amostra B19. A vacinação deverá ser realizada sob responsabilidade de médico-veterinário cadastrado no Serviço Estadual de Defesa Sanitária Animal, o qual emitirá o atestado de vacinação.
A identificação das fêmeas vacinadas deverá ser realizada por marcaç8io a ferro quente, no lado esquerdo da cara, com a letra V, acompanhada do número final do ano da vacinação. Ficam excluídas da identificação com marca de ferro quente as fêmeas destinadas ao registro genealógico, quando devidamente identificadas, ou aquelas identificadas individualmente por sistema aprovado pelo Mapa.
É permitida a vacinação de fêmeas bovinas e bubalinas com idade superior a oito meses e fêmeas adultas não reagentes, com a vacina RB 51 (vacina contra brucelose não indutora da formação de anticorpos aglutinantes) executada por medico-veterinário credenciado.
Proibida a vacinação de bovinos e bubalinos machos de qualquer idade, fêmeas com idade até oito meses, e fêmeas gestantes com a vacina RB51.A vacinação contra a brucelose deverá ser comprovada no Serviço Estadual de Defesa Sanitária Animal, e a comprovação da vacinação será necessária em algumas situações para a emissão da GTA para bovinos ou bubalinos, dependendo da finalidade da movimentação/transporte.
Deve-se ter cuidado ao manipular a vacina, pois ela pode contaminar o homem em caso de inoculação acidental.
O produtor deverá contratar um médico-veterinário habilitado pelo Mapa ou Serviço Estadual de Defesa Sanitária Animal para a realização dos testes diagnósticos para brucelose e emissão dos laudos sanitários dos animais testados.
É recomendado ao pecuarista não introduzir animais oriundos de outras propriedades em seu rebanho sem a exigência de laudos sanitários negativos para brucelose emitidos por medico-veterinário habilitado.
Qualquer produtor pode aderir voluntariamente ao programa de certificação de propriedades livres ou monitoradas para brucelose e tuberculose, certificação essa que trará benefícios ao pecuarista. Mais informações sobre o programa podem ser obtidas no Mapa ou no Serviço Estadual de Defesa Sanitária Animal.
Tuberculose
O controle da tuberculose animal desempenha um papel significativo para saúde pública, pois o consumo de carne, leite e derivados crus oriundos de animais infectados podem contaminar o homem. Ainda nesse sentido, os tratadores de rebanhos infectados e os trabalhadores da indústria de carnes constituem os grupos ocupacionais mais expostos a doença.
Ainda não existe vacina disponível no mercado para essa enfermidade. Os animais deverão ser controlados conforme determina o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT): Os médicos-veterinários deverão estar habilitados pelo Mapa para execução dos testes de tuberculina e emissão dos laudos sanitários dos animais testados.
Os produtores poderão realizar o controle e a posterior erradicação da tuberculose de seus rebanhos com a execução de testes realizados por médico-veterinário habilitado pelo Mapa, seguido de sacrifício ou abate sanitário dos animais reagentes. Além disso, não deverão introduzir em seus rebanhos animais oriundos de outras propriedades sem a exigência de laudos sanitários negativos para tuberculose.
Clostridioses (botulismo, carbúnculo sintomático, gangrena gasosa, tétano, enterotoxemia e hemoglobinúria bacilar dos bovinos)
As clostridioses, doenças dos animais provocadas por bactérias do gênero Clostridium, apresentam uma distribuição bastante variável, tanto geográfica quanto estacional, além de abrangerem diferentes manifestações patológicas, A vacinação, associada a outras práticas de manejo, é a forma mais eficaz para o produtor controlar os surtos que podem provocar perdas econômicas significativas na produção de bovinos e outros herbívoros criados em campo ou confinados.
Existe uma grande variedade de vacinas polivalentes contra clostridioses disponíveis no mercado. Assim deve ser observada a recomendação do produto sobre contra quais doenças estas protegem.
Como medida preventiva, é recomendado vacinar as bezerros a partir dos três meses de idade. O reforço vacinal deve ser realizado em torno de quatro semanas após a primeira dose, seguido de revacinação anualmente.
As vacinas podem ter um período negativo (sem proteção vacinal efetiva) de aproximadamente duas a três semanas, no qual os animais podem estar suscetíveis a doenças e não devem ser colocados em pastagens contaminadas.
O produtor deve disponibilizar uma correta suplementação mineral ao seu rebanho, especialmente de fósforo, para reduzir a osteofagia (ingestão de ossos) a, consequentemente, a ingestão de toxinas causadoras do botulismo.
A correta eliminação das carcaças por enterramento e cremação contribui de forma significativa para o controle do botulismo e outras clostridioses.
Leptospirose
A leptospirose está relacionada a perdas por infertilidade, abortamento e queda na produção de carne e leite, e também despesas com medicamentos e assistência veterinária. Além dos prejuízos econômicos, a enfermidade está associada a impactos sociais, pois é uma zoonose capaz de provocar quadros graves e até mesma a morte de pessoas infectadas.
A vacinação é eficaz na prevenção da infecção nos rebanhos. O reforço vacinal também deve ser realizado em torno de quatro semanas após a primeira dose. A revacinação deverá ser anual, antes da estação de monta, ou entre esta e o quarto mês de prenhez. A critério do médico-veterinário pode ser indicada vacinação semestral.
Em propriedades rurais, todos os cães também devem ser vacinados anualmente contra leptospirose, o combate aos roedores nos depósitos de alimentos e outras instalações da propriedade é de extrema importância para o controle dessa enfermidade.
É recomendado limpar e desinfetar periodicamente os bebedouros, bem como evitar o uso de açudes, pois a água parada pode ser fonte de contaminação de leptospirose.
Teníase ou cisticercose
O complexo teníase-cisticercose é causado pelo parasito Taenia spp. e está entre as principais doenças parasitárias de interesse veterinário pelaimportância que assume em saúde pública.
Quando os bovinos ou suínos ingerem alimentos ou água contaminados pelas fezes de humanos que tenham a solitária (tênia adulta no intestino), ocorre a forma larvária da doença, chamada cisticercose ou "canjiquinha", uma importante causa de condenação de carcaças em frigoríficos. Isso reforça o cuidado especial em evitar a contaminação das pastagens e aguadas por fezes humanas.
No homem, a doença se manifesta na forma de teníase (*solitária), quando este ingere a forma larvária (cisticercos ou "canjiquinha") contida em carne malcozida de bovino ou suíno contaminada. Também pode ocorrer na forma de cisticercose (cistos nos tecidos do corpo humano), que é causada pela ingestão de ovos de Taenia solium {parasito do suíno) presentes na água ou nos alimentos contaminados por fezes humanas. Os cistos podem se desenvolver nos músculos, ou mesmo no cérebro, causando a neurocisticercose, um quadro grave associado a convulsões, distúrbios psiquiátricos e, até mesmo, morte.
Os bovinos e suínos de rebanhos com histórico de cisticercose devem receber o tratamento de acordo com as recomendações técnicas.
É proibido o abate clandestino.
Instalar banheiros em pontos estratégicos nas propriedades evitando que as pessoas defequem em locais impróprios.
Utilizar fossas higiênicas e tratamento de esgoto, para evitar que fezes humanas contaminem águas, pastagens, lavouras e outras culturas irrigadas, diminuindo assim o risco de incidência da doença.
Instruir todos os funcionários rurais e seus familiares para que sejam vermifugados, de acordo com orientações médicas.
Evitar que os animais tomem água de fontes que recebem esgoto humano não tratado, de cidades ou de outras propriedades.
Cuidados com a vacinação
As vacinações nos bovinos têm como objetivo principal prevenir a ocorrência e a disseminação de doenças, além de promover o bem-estar animal e minimizar os prejuízos econômicos.
Os benefícios que vacinações corretas proporcionam acabam revertendo em lucro para o produtor, tais como a redução de perdas de doses do produto, gastos por danificação de equipamentos (seringas e agulhas), ocorrências de acidentes de trabalho e lesões nos animais.
O Vacinar somente os animais que estejam sadios.
Verificar as instruções de uso e data de validade das vacinas.
Aplicar as vacinas nos locais recomendados pelos fabricantes, pois a aplicação em locais inadequados pode provocar lesões, redução do rendimento da carcaça e depreciação do seu valor comercial, quando localizada em regiões nobres.
Aplicar as vacinas nas doses recomendadas pelo fabricante.
Conservar as vacinas em ambiente refrigerado, de + 2°C + 8 °C.
Nunca congelar as vacinas.
Agitar o frasco de vacina sempre antes de preencher a seringa ou pistola, bem como nas recargas.
Desinfetar sempre seringas e agulhas em água fervente, por, pelo menos, 15 minutos (colocar os materiais após o início da fervura) e mantê-las em local limpo durante os trabalhos.
Lavar, desinfetar e secar agulhas, seringas ou pistolas ao final dos trabalhos.
Nunca utilizar agulhas tortas, enferrujadas e com pontas rombudas.
Não vacinar animais debilitados ou submetidos a atividades desgastantes, como longas caminhadas ou viagens. Deve-se, portanto, aguardar que os animais descansem, ou se recuperem, antes de manejá-los.
Conter os animais para a aplicação da vacina, diminuindo o risco de quebra de agulhas, refluxo, perda de doses e acidentes com trabalhadores e animais.
Descarte de carcaças e outros resíduos de origem animal
O correto destino dos resíduos de origem animal, sejam estes provenientes de animais sadios ou doentes, contribui não somente para preservação ambiental, mas também evita problemas de saúde pública.
Algumas medidas preventivas devem ser adotadas para evitar a contaminação do solo, da água, dos seres humanos e dos animais em se tratando de descartes de cadáveres de animais, peças destes ou mesmo secreções ou excreções suspeitas de contaminação por agentes infectocontagiosos, tais como:
As carcaças não devem ser deixadas a céu aberto, mas sim menos enterradas a uma profundidade que permita uma cobertura de terra de aproximadamente 1,5 m sobre elas. Essa medida evita também o acesso de moscas e outras animais (carnívoros, roedores e outros) aos descartes.
Preferencialmente é recomendável que as carcaças e/ou partes sejam totalmente queimadas dentro da própria cova, na qual podem ser utilizados materiais combustíveis, como óleo diesel e madeira seca, e a seguir cobertas com terra conforme o item anterior.
As carcaças não devem ser arrastadas para evitar contaminação da área, especialmente em caso de morte e abate por doenças infectocontagiosas, como brucelose, tuberculose, raiva, leptospirose e clostridioses em geral, como botulismo, carbúnculo sintomático, gangrena gasosa, tétano, enterotoxemia e hemoglobinúria bacilar dos bovinos. É recomendável colocar a carcaça sobre um veículo, que posteriormente deverá ser lavado e desinfetado, e transporta-Ia até o local onde será enterrada.
Recomendado que o produtor use luvas e botas de borracha para proteção pessoal, as quais deverão ser desinfetadas com produtos apropriados após o uso, ao manipular e descartar resíduos de origem animal suspeitos de doenças transmissíveis ao homem ou aos animais.
Recomendável que o local destinado para enterro seja distante de cursos de água superficiais, além de serem evitadas áreas com Inclinação acentuada do terreno. Essa medida reduz o risco de drenagem de matéria orgânica e micro-organismos patogênicos capazes de contaminar lençóis freáticos que abastecem fontes de água de uso humano ou animal. 
Controle de Endo e Ectoparasitas
Controlar os vermes gastrintestinais, com produtos específicos e na dose recomendada pelo fabricante, do desmame até os dois anos e meio de vida, aplicando-se vermífugos nos meses de maio, julho e setembro. As vacas prenhes devem ser dosificadas em julho ou agosto e, os animais em terminação, antes de entrar na pastagem vedada para engorda ou no confinamento. 
Introduzir o besouro africano Digitonthophagus gazella na propriedade o que contribui para o controle das verminoses e da mosca-dos-chifres, favorecendo ainda a incorporação de matéria orgânica no solo. 
Controlar a mosca-dos-chifres com aplicação de inseticidas por meio de pulverização, imersão ou tópica pour-on, durante a estação chuvosa, quando o número de moscas começa a incomodar os animais. Deve-se usar um produto à base de organofosforados para combater também o berne e o carrapato. Devem-se tratar, principalmente, vacas em lactação, animais em crescimento e touros. 
Controlar o carrapato a partir de setembro (início das chuvas), seguindo o tratamento com mais três vezes com intervalos de 21 dias. Devem se realizar tratamentos eventuais quando o número de carrapatos for maior que 50 por animal. 
Observar os animais semanalmente e não tratar com baixas infestações. 
Cuidados com as doenças da reprodução na estação de monta 
	A estação de monta deve ser realizada do período de novembro a janeiro, que é o período que existe melhor disponibilidade de pasto em função de garantir o bom estado do rebanho. Tendo em vista este calendário, é necessário garantir o manejo sanitário preparatório destes animais em setembro. 
	Os índices de natalidade podem ser influenciados por diversos fatores, como: 1) estacionalidade da oferta de pastagem, seleção de matrizes e reprodutores de boa capacidade reprodutiva e 3) estado sanitário de todo o rebanho durante a estação de reprodução. 
	
Preparação de touros para estação de monta
	Antes da estação de monta, os touros devem ser testados para brucelose, campilobacteriose e tricomonose. Essas doenças influenciam diretamente a capacidade reprodutiva do animal. 
Preparação das vacas para a estação de monta
As vacas que vão para a estação de reprodução devem apresentar boa condição corporal, estar ciciando (apresentando cio) normalmente e livres de doenças que comprometam a fertilidade.Além disso, deve ser realizado o exame físico do úbere para identificar a possibilidade de disfunção dos quartos e tetos . A mastite bovina pode ser um problema no pós-parto, diminuindo a oferta de leite para o bezerro, depreciando
a qualidade nutritiva deste, e podendo infectar o bezerro com algum agente infeccioso.
Controle sanitário das femeas durante a prenhez
As femeas prenhas devem estar em local com sombras, proporcionando a proteção contra temperaturas extremas; um manejo tranquilo para evitar choques e traumatismos e redução das situações que causem estresse, como a lida do gado com cães e objetos barulhentos e contundentes que possam machucar os animais.
Nesta fase, as fêmeas correm risco de interrupção da prenhez, podendo se expressar por reabsorção embrionária (neste caso, geralmente perceptível, somente com a observação do retorno ao cio), aborto ou mesmo gerar animais com deformações ou baixo peso.
Há outras causas, como: as tóxicas, lembrando aqui as plantas tóxicas ou mesmo produtos químicos manejados nas pastagens, e as hereditárias, ambientais, nutricionais e infecciosas.
No caso das causas infecciosas destacam-se: a) as de origem bacteriana - leptospirose, brucelose, campilobacteriose; b) as provocadas por protozoário - tricomonose e c) as provocadas por vírus - IBR ou BVD.
Cuidados com os bezerros
Controle durante a parição
A deficiência nutricional da fêmea pode afetar o trabalho de parto normal por deficiências hormonais; ocasionar uma produção de colostro de baixa capacidade de proteção e também refletir-se no tamanho do recém-nascido e nas suas condições iniciais para procurar o alimento. Neste ponto, tem muita influência a habilidade materna, que vem com a experiência da fêmea, as condições ambientais onde se encontra o rebanho e o estado de bem-estar.
O colostro é a primeira secreção da glândula mamária, tem grande valor nutritivo e confere um tipo de imunidade passiva (passada pela mãe) ao bezerro. Deve ser ingerido em maior quantidade nas primeiras seis horas de vida e tem a capacidade de proteger o bezerro, contra doenças, se for ingerido até no máximo 24 horas após o nascimento. Nos bovinos, a passagem de proteção contra as doenças, da mãe para o filho através da placenta, dificilmente acontece, deixando o bezerro praticamente sem imunidade, daí a importância do primeiro leite. Desta forma, a vaca transfere para o bezerro a sua experiência imunológica que vale para os primeiros meses de vida, quando ainda não conseguem desenvolver plenamente a sua própria imunidade.
O colostro possui também um efeito laxativo muito importante, sendo responsável pela eliminação do mecônio, que são as primeiras fezes do recém-nascido.
A cura do umbigo evita contaminações por agentes infecciosos do meio externo que de forma ascendente causam infecções generalizadas no bezerro, pois, ao nascer, o bezerro apresenta uma abertura no umbigo que serve de porta de entrada para agentes infecciosos. Estes podem causar infecção local - onfaloflebite - e sistêmica, disseminando o agente em vários órgãos, acarretando muitas vezes inflamações das articulações - onfaloarterites (caruara). Pneumonias, abcessos hepáticos, renais e cardíacos. Em geral, está associada à deposição de ovos de moscas causando a instalação de miíases (bicheiras), o que pode acarretar até a morte do animal. 
O umbigo deve ser cortado na medida de dois dedos e imerso em solução de iodo, na concentração de 10% em álcool, ou produto similar, imediatamente após o nascimento, causando, assim, a desidratação do umbigo e evitando o aparecimento de bicheiras.
Cuidados do nascimento ao desmame
A categoria animal mais susceptível às doenças é a dos bezerros, por registrar o maior número de perdas por morte ou mesmo sequelas. Portanto, o manejo sanitário de bezerros assume função estratégica no sistema de produção.
Com base na época do nascimento, é preciso agrupar os animais em lotes, como forma de facilitar e uniformizar o manejo dos bezerros. As vacinas recomendadas de rotina são ferramentas muito importantes neste processo. Por isso, a sua utilização deve ser recomendada sempre que o sistema de produção necessite de uma garantia com relação a um determinado agente infeccioso e que mostre uma relação custo e benefício favorável. 
A diarreia é um sinal clínico que pode ser observado com frequência, sendo uma das principais causas de morte em bezerros porque ocasiona grande perda de líquidos e eletrólitos corporais, causando desidratação que, dependendo do grau, pode levar à perda de peso, podendo evoluir para um choque hipovolêmico e até mesmo a morte do animal por falência circulatória. 
Entretanto, várias causas podem desencadear este processo, começando por um pasto novo e tenro, até diversos tipos de agentes infecciosos como bactérias (Escherichia coli, Salmonela sp., Clostridium perfringens); vírus (Rotavirus, Coronavírus, BVD, IBR) e protozoários como a Eimeria sp. A diarreia por colibacilose é na maioria das vezes "causada" por um desequilíbrio alimentar, ou seja, um dia o bezerro recebe muito leite e outro uma quantidade mínima. Isso pode provocar indigestão que pode passar desapercebida ou, muitas vezes, tornar-se grave, debilitando o bezerro.
Em geral, a ocorrência da colibacilose é maior em bezerros novos, nas três primeiras semanas de idade. Os sinais clínicos caracterizam-se pelo aparecimento de uma diarreia de cor esbranquiçada, de cheiro desagradável, tristeza, perda de apetite, emagrecimento progressivo e, em alguns casos, morte repentina. Essa diarreia apresenta três formas principais: Forma septicêmica. A bactéria cai na corrente sanguínea, multiplicando-se rapidamente. Parece que o agente tem tendência a invadir os tecidos orgânicos do animal que não recebeu o colostro em tempo e em dosagem certa. Os baixos níveis de gamaglobulinas séricas no soro sanguíneo evidenciam uma tendência do não recebimento do colostro pelo bezerro. É frequente este aparecer morto ou apático, sem ter sido notado nenhum sinal clínico anterior.
Forma enterotoxêmica: Algumas amostras de E. coli possuem determinados antígenos que promovem adesão às células do intestino delgado, havendo formação de colônias e produção de enterotoxina. A morte do animal resulta, muitas vezes, da ação da enterotoxina absorvida.
Forma entérica. Nesta fase há uma diarreia com cheiro pútrido, contendo fragmentos de leite coagulado, evidenciando uma digestão deficiente. Os bezerros desidratam, mostram afundamento dos olhos, tornam-se prostrados, podendo ocorrer mortes.
Na criação de bezerros, individual ou em grupos etários, a higiene, os abrigos limpos e secos e a desinfecção rigorosa e periódica das instalações podem contribuir para evitar o aparecimento de surtos ou para eliminar os focos. Sabe-se que os bezerros adquirem esta doença por via oral, e as medidas forem tomadas para evitar a contaminação de pisos, cama, água e ração, certamente, ocorrerá menor índice da doença.
A salmonelose, caracterizada por diarreia e infecção geral do organismo, cuja transmissão ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados, produzida por uma bactéria do gênero Salmonella sp . Tem sido a principal causa de morte de bezerros em certas regiões.
Em geral, esta diarreia está associada a uma pneumonia, seja pela quebra da resistência orgânica, seja pela disseminação da salmonela pelo organismo do animal, atingindo os pulmões. Assim, ter-se-á um quadro de diarreia e de pneumonia, cujas consequências podem ser fatais.
Os principais sintomas são abatimento, febre, olhos fundos, lacrimejamento, perda de apetite, pelos secos e arrepiados e diarreia. As fezes são fluidas com presença de muco, apresentam cor acinzentada ou esverdeada, com bolhas de gás, e têm cheiro desagradável.
A eimeriose (coccidiose), também conhecida como curso negro ou curso de sangue, acomete principalmente animais Jovens de um a seis meses de idade. Os animais adultos, quase sempre, são portadores sadios que, em condições de debilidade, podem adoecer. Os animais doentes apresentamfezes aquosas, sanguinolentas e fétidas que se acumulam na cauda dos animais.
Em infecções maciças podem ocorrer convulsões, tremores, fraqueza, desidratação, inapetência e mortalidade, sendo comum o aparecimento concomitante de pneumonia.
Os animais se infectam pela ingestão de uma das formas de vida do agente (oocistos esporulados) presentes na água e nos alimentos. Além disso, as condições precárias de higiene e a alta densidade de animais contribuem para o aparecimento da doença. A profilaxia e o controle baseiam-se em medidas de higiene e manejo. Os comedouros e bebedouros devem estar sempre limpos e protegidos de contaminação fecal.
Nos bezerreiros, os animais devem ser separados por faixa etária, para evitar que os mais velhos se constituam em fonte de infecção para os mais novos. É fundamental identificar a causa da diarreia e sua incidência para realizar um tratamento específico para o agente em questão, bem como para saber da necessidade do controle por meio de vacinas. O controle das diarreias, de forma econômica, vai depender do estado geral das mães e do peso do bezerro no momento do nascimento, associado à ingestão de colostro e à cura do umbigo.
É preciso lembrar também a importância do processo de desmame dos bezerros em função do estresse que acarreta com a consequente fragilidade imunológica.
Controle de ecto e endoparasitos
O controle dos vermes gastrintestinais deve ser realizado a partir do desmame até os dois anos e meio de vida, aplicando-se vermífugos nos meses de maio, julho e setembro. As vacas prenhes devem ser dosificadas em julho ou agosto.
Os animais para terminação devem ser dosificados antes de entrar na pastagem vedada para engorda ou no confinamento. Os animais recém comprados devem ser tratados antes de entrar na propriedade e, depois, seguir o controle de acordo com a categoria animal.
Todo animal que for entrar em pastagens vedadas e/ou recém-formadas deve ser tratado dois dias antes da mudança e, depois, seguir de acordo com a categoria animal.
Deve-se também introduzir o besouro africano Onthophagus gazella na propriedade o que contribui para o controle das verminoses e da mosca-dos-chifres, favorecendo ainda a incorporação de matéria orgânica no solo.
A mosca-dos-chifres pode ser controlada com aplicação de inseticidas por meio de pulverização, imersão ou tópica "pour-on”, durante a estação chuvosa, quando o número de moscas começa a incomodar os animais . Deve-se usar um produto à base de organofosforados para combater também o berne e o carrapato. Deve-se tratar, principalmente, vacas em lactação, animais em crescimento e touros.
Tratamentos eventuais durante o período chuvoso, sempre quando o número de moscas incomodar os animais, podem ser feitos com produtos à base de piretróides.
Esses tratamentos também vão auxiliar no controle do berne e bicheiras, mas deve-se também proceder, sempre que possível, à limpeza de currais e esterqueiras e roçadas de pastagens.
O controle do carrapato nos bovinos pode ser realizado a partir de setembro (início das chuvas), seguindo o tratamento com mais três vezes com intervalos de 21 dias ou mudando o rebanho para pastagem vedada para tal fim. Devem-se realizar tratamentos eventuais quando o número de carrapatos for maior que 50 por animal.
Em todos os animais devem-se usar produtos à base de organofosforados, piretróides, ivermectinas ou outros disponíveis no mercado em aplicações de imersão, ou outros, utilizando sempre as concentrações e doses recomendadas pelos fabricantes. Observar os animais semanalmente e não tratar com baixas infestações.
Consulte a assistência técnica local para maiores informações e indicação de produtos comerciais disponíveis para o controle dos parasitos, dando preferência aos produtos que tenham ação sobre os diversos parasitos ao mesmo tempo.
Controle sanitário na suplementação animal
O manejo da suplementação estratégica neste sistema proporciona, por um lado, um ganho de peso importante, mas, por outro lado, oferece alguns riscos à saúde dos animais.
A ração estocada pode atrair roedores que, pela Urina, podem contaminar os animais com Leptospira sp., podendo causar problemas de perda de peso ou mesmo a morte de algum animal contaminado, dependendo do sorotipo da bactéria envolvido e da evolução da doença. A morte acidental de algum roedor ou pequenos mamíferos nos depósitos de ração pode produzir toxina botulínica pelo crescimento de bactérias específicas (Clostridium botulinum) dentro da carcaça que, envolvida com a ração, pode ser oferecida aos animais e intoxicá-los, podendo causar a morte dos que ingeriram a ração contaminada. 
O controle de roedores e outros animais, que possivelmente tenham acesso à ração, deve ser rigoroso e o uso de vacinas específicas pode ser uma ferramenta auxiliar nestes casos. 
Vale lembrar as complicações potenciais provenientes de alguma falha no manejo da suplementação, podendo acarretar o timpanismo, provocado pela ingestão de substâncias que contenham alto teor de saponinas ou excesso de grãos; a acidose, pelo rápido crescimento e multiplicação de bactérias que produzem ácido lático decorrente do consumo excessivo de alimentos ricos em carboidratos, como os grãos ou alimentos contaminados; a laminite também proveniente do excesso de alimentos energéticos, causando o clássico andar em pinça; e a intoxicação por ureia, quando dada em excesso, causando salivação abundante, andar cambaleante e com possível evolução para a morte do animal.
O armazenamento de ração de forma imprópria pode, também, levar a um desenvolvimento de fungos (aflatoxinas) que, em muitos casos, ocasiona o desenvolvimento de alergias ou mesmo intoxicações, causando prejuízos à saúde dos animais.
O planejamento sanitário é um fator importante e particular para cada processo produtivo de gado de corte cujo investimento precisa ser protegido com práticas de manejo que visem a garantir um retorno seguro. a participação de um médico-veterinário na definição de um programa de prevenção e controle de doenças é de fundamental importância para o sucesso dessas práticas.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANDREOTTI, Renato et al. Planejamento sanitário de gado de corte. Embrapa Gado de Corte-Documentos (INFOTECA-E), 1998.
DO VALLE, Ezequiel Rodrigues; ANDREOTTI, Renato; THIAGO, Luiz Roberto Lopes de S. Técnicas de manejo reprodutivo em bovinos de corte. Embrapa Gado de Corte, 2000.
EUCLIDES FILHO, Kepler; CORRÊA, Eduardo Simões; EUCLIDES, Valéria Pacheco Batista. Boas práticas na produção de bovinos de corte. Embrapa Gado de corte, 2002.

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