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Avaliação Psicológica

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Avaliação Psicológica:
conceitos, métodos e instrumentos
Profa Cristiane Vinholi de Brito
“é um processo de coleta de dados e interpretação de informações, realizada por meio de instrumentos psicológicos, tendo por finalidade o maior conhecimento do indivíduo a fim de serem tomadas determinadas decisões” (Wechsler, 1999). 
 
Um processo avaliativo inclui dados quantitativos e qualitativos, já que a avaliação consiste em dar qualidade à um valor numérico obtido através da medida.
Avaliação Psicológica
Constitui-se objeto da avaliação psicológica o seguinte conjunto de dimensões psicológicas: capacidade cognitivas e sensório-motoras, componentes sociais, emocionais e afetivos da personalidade, dimensões interpessoais e motivacionais, atitudes, aptidões e valores. Estas dimensões podem ser estudadas em conjunto ou em parte de acordo com o problema e o motivo da avaliação.
OBJETO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
A avaliação psicológica pode ser utilizada para diferentes finalidades, tais como : diagnóstico, intervenção, encaminhamento, orientação psicopedagógica e vocacional, seleção, prevenção e pesquisa. 
OBJETIVO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Psicologia Clínica;
Escolar;
Organizacional;
Social, Forense; Trânsito 
Comunitária, etc. 
ÁREAS DE APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
é mais ampla do que o psicodiagnóstico
objeto de estudo pode ser: - um sujeito , um grupo, uma instituição, comunidade
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA e PSICODIAGNÓSTICO
PSICODIAGNÓSTICO
+ vinculado à clínica
está vinculado à temas de interesse:
nosologias psicopatológicas,
critérios de saúde psíquica
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA e PSICODIAGNÓSTICO
Técnicas de avaliação: método de se obter informações desejadas
Instrumentos de avaliação: recurso usado para este fim. Devem ser bem escolhidos, levando em conta cada caso e cada situação.
 
De acordo com Mediano (1976 apud ERTHAL, 2001, p. 39) existem 3 técnicas de coleta de informação:
Observação;
Inquirição; e
Testagem.
TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
OBSERVAÇÃO: ponto de partida para qualquer estudo científico.
 : Objetivo – estabelecer e validar conhecimentos adquiridos.
 
1) Observação vulgar: simples constatação de um fato, exatamente como se apresenta ao indivíduo.
 
2) Observação científica: caráter científico e para tal é necessário que se explicitem hipótese e que a observação seja suscetível à repetição.
1. OBSERVAÇÃO
Existem 2 tipos de observação cientifica: 
observação assistemática que se realiza sem qualquer planejamento prévio.
observação sistemática exige planejamento e requer instrumentos adequados para o seu registro, impedindo assim o risco de observações puramente subjetivas. 
 É + controlada com propósitos previamente determinados.
A observação pode se realizar de formas diferentes:
Observação direta: observador olha ou registra os fenômenos ou os comportamentos sem intervenção que vise modificá-los;
Observação provocada: o sujeito é colocado perante uma tarefa ou uma prova determinada (pelo observador). Podemos comparar: os comportamentos ou os resultados (produções ou respostas); e
Observação indireta: dois aspectos: 
exame ou análise das produções espontâneas; e
entrevistas por ex. com pessoas que conheçam o sujeito.
INQUIRIÇÃO: Muitas informações sobre o domínio afetivo podem ser rapidamente obtidas através de uma inquirição sistemática. Sempre que possível associar a inquirição à observação.
1) Questionário: lista de perguntas para obter informações sobre opiniões e atitudes dos indivíduos.
 
Inventários: diante de uma série de afirmações o indivíduo é solicitado a marcar aquelas com que concorda. É um instrumento de auto- avaliação. Temos: os inventários de personalidade (preocupam em traçar um diagnóstico do sujeito; medem diferenças individuais dentro da faixa normal) e os inventários de interesse (avalia interesses profissionais e vocacionais).
2. INQUIRIÇÃO
Escalas de atitude: ordenar aspectos qualitativos com correspondente numérico. O sujeito é solicitado a expressar sua atitude em relação a determinada afirmação, assinalando na escala (do tipo Thurstone e Likert).
Levantamento de opinião: indaga apenas informações específicas sobre determinado assunto. Costuma ser apresentada sob forma de questão única com alternativas sim ou não. 
2) Entrevista: É mais um processo de obtenção de informação do que propriamente de um instrumento, pois o inquiridor ao mesmo tempo efetiva e avalia o processo. 
“É preciso reconhecer que o principal propósito da entrevista é de caráter investigatório” (LELE). 
 
Utilização 
 Pesquisa
 Psicoterapia
 Aconselhamento
 Clínica (atingir um diagnóstico )
 Na empresa (admissão, transferência, promoção, desligamento )
 Exame psicológico em geral
 Entrevista estruturada: as perguntas são elaboradas anteriormente. É algo parecendo com um questionário aplicado oralmente.
Ex: Anamnese
 Entrevista não-estruturada: as perguntas são de caráter geral. Apesar de não ter ordenação rígida, existe um objetivo específico a ser atingido: “Você pode falar mais sobre esse assunto” (“Fale mais sobre isso”). 
Ex: Na clínica: “Que traz você aqui?” ou 
Na empresa: “Gostaria que falasse um pouco sobre sua experiência profissional até o presente momento” 
 Entrevista mista: se não se conseguiu obter todas as informações necessárias através da entrevista não estruturada, deve-se esclarecê-los através de investigação sistemáticas.
Existem 3 formas de realizar entrevistas:
 
subjetividade;
lacunas, dissociações, contradições tornando menos confiável;
o entrevistado pode oferecer diferentes histórias ou diferentes esquemas de sua vida atual que manterão entre si, relação de complementação ou de contradição;
cada ser humano tem organizado uma história e dela tem que deduzir o que ele não sabe;
o que não pode dar como conhecimento explícito, nos é oferecido ou emerge do comportamento não-verbal;
os conflitos trazidos pelo entrevistado podem não ser os conflitos fundamentais, assim como as motivações que alega são geralmente racionalizadas.
Alguns problemas em relação à entrevista
É a técnica que produz resultados mais eficientes. O instrumento utilizado é o teste (prova). 
“Um teste é um procedimento sistemático para observar o comportamento e descrevê-lo com a ajuda de escalas numéricas ou categorias fixas” (CRONBACH, 1996, p. 51). Através dele se obtêm informações acerca do domínio cognitivo, afetivo e psicomotor.
3. TESTAGEM
Mais geral sentido para a palavra teste é “exame, observação ou avaliação crítica”.
O teste psicológico é um procedimento sistemático para obtenção de amostras de comportamento relevantes para o funcionamento cognitivo ou afetivo e para a avaliação destas amostras de acordo com certos padrões. (URBINA, 2007)
Testes psicológicos
Os testes psicológicos costumam ser descritos como padronizados por dois motivos, ambos contemplam a necessidade de objetividade no processo de testagem.
1º) está ligado à uniformidade de procedimentos em todos os aspectos importantes da administração, avaliação e interpretação de testes.
2º) diz respeito ao uso de padrões para avaliação de resultados. Estes padrões costumam ser normas derivadas de um grupo de indivíduos.
Significa que são sempre meios para se alcançar um fim, e nunca um fim em si mesmos.
Devem ser usados de forma apropriada e hábil.
Os testes psicológicos como ferramentas
Ter sempre presente a realidade sociocultural em que o sujeito vive e sua história pessoal.
Lembrar que uma avaliação psicológica é sempre um meio, um recurso, para compreender e explicar os comportamentos humanos.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES NO PROCESSO AVALIATIVO:
Realizar estudos sobre validação lingüística e conceitual assim como elaborar normas estatísticas locais, quando se utiliza testes elaboradas em contextos sociocultural diferente do nosso.
Superar falsas confrontações entre dados qualitativos e quantitativos e buscar sua integração.
Propiciar a construção de novos testes e não só sua adaptação.
O uso de testes psicológicos num processo avaliativo nunca pode ser feito sem o auxilio de outros testes e outras técnicas de avaliação (Exemplo: entrevistas). 
Propor “Testes” não se trata efetivamente de um forcing, como alguns imaginam, pois “O próprio psicólogo acredita, freqüentemente e implicitamente, poder fazer dizer o que o sujeito não quer dizer, quando não deveria jamais esquecer que está ali, pelo contrário, para favorecer a expressão do que não pode ser dito numa linguagem clara” (RAUSCH de TRAUBENBERG, Nina, 1975)
PROCEDIMENTOS ÉTICOS PARA AVALIAÇÃOPSICOLÓGICA 
1. A avaliação psicológica é tarefa exclusiva dos psicólogos, tal como definida na lei brasileira 4.119, em agosto de 1962.
2. A avaliação psicológica é um processo de coleta de dados e interpretação de informações, realizada por meio de instrumentos psicológicos, tendo por finalidade o maior conhecimento do indivíduo a fim de serem tomadas determinadas decisões. 
I- Princípios gerais da avaliação psicológica
3. Constitui-se objeto da avaliação psicológica o seguinte conjunto de dimensões psicológicas: capacidade cognitivas e sensorio-motoras, componentes sociais, emocionais e afetivos da personalidade, dimensões interpessoais e motivacionais, atitudes, aptidões e valores. Estas dimensões podem ser estudadas em conjunto ou em parte de acordo com o problema e o motivo da avaliação.
4. A avaliação psicológica pode ser utilizada para diferentes finalidades, tais como : diagnóstico, intervenção, encaminhamento, orientação psicopedagógica e vocacional, seleção, prevenção e pesquisa. Seus princípios aplicam-se às áreas da Psicologia Clínica, Escolar, Organizacional, Social, Forense, Comunitária, etc. 
5. A avaliação psicológica deve estar preferencialmente inserida em um quadro mais amplo de prevenção e intervenção. Este princípio conduz a um estudo prévio sobre a adequação da própria avaliação, sua inserção nos objetivos a serem alcançados e o planejamento das estratégias a serem empregadas. 
Define-se por instrumento psicológico toda e qualquer prova que integre um conjunto de estímulos ou questões específicas, estruturadas dentro do corpo de conhecimento científico da Psicologia
Existem vários tipos de instrumentos utilizados na avaliação psicológica, tais como: testes, escalas, questionários, entrevistas, observações, provas situacionais, etc...
O teste psicológico é um instrumento objetivo e padronizado baseado em uma amostra de comportamento.
II- O uso dos instrumentos psicológicos
Entende-se por:
instrumento objetivo e padronizado  onde existem procedimentos uniformizados para aplicação e correção do mesmo;
amostra de comportamento  onde estão representadas partes significativas do constructo a ser medido. O teste psicológico deve ser aplicado em condições previamente definidas, a fim de possibilitar o esclarecimento das dimensões psicológicas do(s) indivíduo(s) estudado(s).
Os testes psicológicos podem ser classificados em dois grandes grupos: clínicos e psicométricos.
testes clínicos: aqueles que se fundamentam em uma teoria psicológica que permite a sua interpretação aliada à experiência pessoal do psicólogo examinador;
testes psicométricos: baseiam-se em teoria psicológica e critérios estatísticos que direcionam a sua interpretação por meio de pesquisas que atestam a sua validade e precisão para uma determinada população.
A utilização dos testes psicológicos é de inteira competência e responsabilidade do psicólogo, pois somente ele tem o treinamento e experiência necessária para assumir esta responsabilidade de maneira profissional, ética e técnica.
É vedado ao psicólogo ceder, emprestar ou vender testes psicológicos ou materiais integrantes destes (folha de correção, manual, tabelas de normatização, etc.) a outros profissionais que não sejam psicólogos. Esta regra também se aplica às editoras e distribuidoras de instrumentos psicológicos, devendo qualquer infração ser denunciada ao CFP, que tornará as medidas necessárias.
Aos estudantes de psicologia será permitido o acesso aos testes psicológicos, desde que orientados e supervisionados por docentes psicólogos.
É vedado ao psicólogo prolongar desnecessariamente o tempo da avaliação psicológica, de acordo com o regulamento do Código de Ética da classe.
1. Ao selecionar um teste psicológico, o psicólogo deve:
definir os atributos e características a serem avaliados, a fim de poder escolher um instrumento que seja adequado ao objetivo desejado;
investigar na literatura especializada as fontes de informação e pesquisas realizadas sobre os instrumentos a serem utilizados.
III-A seleção de testes psicológicos
Considerar a idade, sexo, nível de escolaridade, nível socioeconômico, origem (rural ou urbana), condições físicas gerais, presença de deficiências físicas, nacionalidade, e a necessidade de equipamentos especiais para aplicação dos instrumentos.
Considerar as características psicométricas do instrumento a ser utilizado, tais como: sensibilidade, validade, precisão e existência de normas específicas ou gerais para a população brasileira.
Investigar na literatura especializada outros testes que sirvam aos mesmos objetivos e exigências, tentado encontrar o teste mais adequado à avaliação.
Verificar se o manual do teste possui informações necessárias para aplicação, correção e interpretação dos resultados do mesmo.
Caso o psicólogo não possua alguma destas informações, ele poderá solicitar a ajuda de outro psicólogo para esta atividade.
Cabe exclusivamente ao psicólogo a responsabilidade pela qualidade da aplicação dos testes psicológicos, sendo esta condição essencial para a obtenção de um resultado fidedigno.
O sujeito deverá ser informado quanto à natureza e o objetivo da avaliação e dos testes a serem empregados.
O psicólogo deverá seguir rigorosamente as instruções, os exemplos, o tempo e outras orientações que se encontrem no manual ou no próprio caderno do teste, evitando quaisquer improvisações que possam comprometer todo o processo de validade do instrumento.
IV - Aplicação dos testes psicológicos
O psicólogo deverá estar atento ao comportamento do sujeito na situação de avaliação, observando a sua forma de resposta e o seu envolvimento na situação de teste. 
Antes de iniciar uma aplicação, o psicólogo deve não somente organizar o material que irá utilizar, como também verificar se as condições ambientais são adequadas para a avaliação psicológica.
É vedado ao psicólogo o uso de material de teste fotocopiado ou em outras formas que não sejam as originais do teste, a fim de que seja garantida a qualidade padronizada do instrumento.
O psicólogo deverá motivar o sujeito para realizar a tarefa, tendo, entretanto, o cuidado para não interferir no desempenho do mesmo.
O desenvolvimento de um relacionamento de confiança (rapport) é essencial no processo de aplicação de instrumentos psicológicos de forma individual.
O psicólogo deverá estar atento durante todo o período da avaliação psicológica, não se ausentando da sala, conversando com outras pessoas, atendendo ao telefone ou realizando quaisquer outros comportamentos que o possam desviar do processo da avaliação.
É vedado o uso da avaliação psicológica em situações onde não ocorra uma relação interpessoal, como, por exemplo, correios, telefone ou internet.
A avaliação psicológica só deverá ser gravada com o consentimento do sujeito. O uso de tal registro deverá manter o anonimato da pessoa em questão.
O psicólogo não deverá realizar uma avaliação psicológica que interfira no trabalho de outro colega. Em caso de dúvidas consultar o órgão competente da classe (CFP).
Os mesmos critérios estabelecidos acima se referem também à aplicação de testes já informatizados.
Cabe ao psicólogo a responsabilidade do trabalho de correção dos testes psicológicos, seguido os critérios e as tabelas apropriadas para cada finalidade.
O psicólogo deverá avaliar quantitativamente
os comportamentos e respostas do sujeito, integrando estes dados com a avaliação qualitativa.
Os resultados de uma avaliação psicológica devem ser interpretados de forma dinâmica e serem considerados como uma estimativa de desempenho do examinando sob um dado conjunto de circunstâncias.
V - Correção e interpretação dos resultados de testes psicológicos 
A interpretação dos resultados dos testes deve ser feita com referência a um conjunto de normas apropriadas ao indivíduo testado, levando-se sempre em consideração a atualidade dos dados apresentados nas tabelas dos manuais e a finalidades da avaliação.
A análise computadorizada deve ser vista somente como instrumento de apoio à interpretação dos resultados realizada pelo psicólogo.
Nos procedimentos estatísticos para finalidade de pesquisa, o psicólogo poderá recorrer a outro profissional que não seja psicólogo, assumindo, entretanto, inteira responsabilidade pela interpretação e divulgação dos resultados obtidos. 
Ao elaborar as conclusões, o psicólogo não deverá ser influenciado por preconceitos, distinções sociais, valores, religião ou características físicas do sujeito.
A elaboração de um relatório síntese deve ser clara, abrangendo o indivíduo em todos os seus aspectos, enfatizando a natureza dinâmica e circunstancial dos dados apresentados.
O relatório síntese deve ser apresentado em linguagem adequada aos destinatários de modo a evitar interpretações errôneas das informações, devendo sempre incluir recomendações específicas.
VI - Relato e devolução dos resultados da avaliação psicológica
Ao fornecer os resultados dos testes psicológicos para o examinando, o psicólogo não deverá informar quais eram as respostas esperadas ou os critérios utilizados para a avaliação dos mesmos, considerando que tal comportamento inviabilizará o uso futuro destes instrumentos.
O sujeito tem o direito de conhecer os resultados da avaliação psicológica, as interpretações feitas e as bases nas quais se fundamentam as conclusões retiradas. Mesmo em trabalhos de pesquisa, devem ser igualmente criadas condições para que os interessados possam obter informações sobre os seus resultados.
Quando o sujeito é menor e estiver na dependência de um responsável, cabe ao mesmo zelar pelos direitos do sujeito.
É imprescindível o sigilo da informação obtida e das conclusões elaboradas. Na sua divulgação, quer seja em congressos, reuniões científicas, entrevistas à rádio ou televisão, situações da prática profissional, ensaio ou pesquisa, o anonimato deverá ser sempre mantido.
A guarda da informação obtida no processo de avaliação deve seguir as norma descritas no Código de Ética da classe.
O psicólogo deve estar atento quando prestar informações de forma oral e/ou escrita ao sujeito ou para outros interessados, a fim de evitar que a mesma seja desvirtuada na sua utilização.

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