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FACULDADE ESTÁCIO DE SERGIPE CURSO DE PSICOLOGIA DISCIPLINA: ORGANIZAÇÃO E POLITICAS PÚBLICAS 2017/2 PROFA.DRA.CARLA REZENDE GOMES Aluno/a: Beatriz Souza dos Santos A inserção do psicólogo nos serviços públicos de saúde ocorreu no final da década de 1970, com a finalidade de construir modelos alternativos ao hospital psiquiátrico, com vistas à redução de custos e maior eficácia dos atendimentos, por meio da formação de grupos multiprofissionais. Existiram dois fatos que contribuíram para a presença de psicólogos, no setor de saúde: primeiro, a redução do mercado de atendimento psicológico privado, em decorrência da crise econômica pela qual o país estava sendo afetado, e, segundo, a crítica à Psicologia clínica tradicional, por não apresentar significado social, a qual motivava o surgimento de práticas alternativas socialmente mais relevantes. Na psicologia, o sujeito está no centro e para a política precisamos da coletividade, o interesse de um todo. Nesse contexto, é notável que mesmo tendo o sujeito no centro, ele ainda assim é cercado do meio social. Essa relação de interno/externo, predomina-se numa realidade de uma separação necessária de sujeito/indivíduo, social e política. Portanto, é perceptivo a noção de que ciência e política são separadas e não se misturam, e que as práticas psicológicas não devem interferir nas práticas políticas. Mas, como combinar duas esferas tão opostas, em um único sistema? É preciso uma despolitização entre essas duas esferas. Então, temos o SUS como um direito garantido na Constituição Federal de 1988, como uma política pública voltada em prol da sociedade universal. Já que a psicologia agora está neste sistema, também passa a se tornar um direito universal e garantido por lei. Passando agora, a fazer parte de uma política pública. A configuração das políticas de saúde não favorece a efetivação de uma atuação do psicólogo condizente com as demandas da atenção básica. Entende- se que o SUS deveria contar com psicólogos nas unidades locais de saúde, inseridos nas equipes de saúde da família que desenvolve sem trabalho interdisciplinar voltado para a atenção integral, e com psicólogos especialistas locados nos núcleos e nos centros nos níveis secundário e terciário. É quando surge a pergunta insistente: Afinal, quais as interfaces da psicologia no SUS? Além de termos as inclusões de disciplinas necessárias no curso e conteúdos curriculares, devemos perguntar também quais as práticas que estes profissionais têm efetuado quais as prioridades de suas ações? Trata-se de uma discussão ética-política. Dentre essas e muitas outras perguntas, precisamos entender quais as relações entre o capitalismo contemporâneo, o exercício da clínica e a produção de subjetividade. Devemos destacar que esse aspecto de produção do sujeito, sujeito autônomo, consiste historicamente moldando-se ao capitalismo há muitos anos. E surgimos, como psicólogos, para controlar essa subjetividade do sujeito, justamente para que a convivência social fosse moldada. E por essa lógica, temos a clínica voltada para o sujeito subjetivo, visando a melhoria do coletivo. A experiência clínica passa a ter a experimentação do plano coletivo, o que nos leva a saúde coletiva, a saúde pública.
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