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Centro de Ensino Superior do Amapá – CEAP
Direito Constitucional II – Profa. Luciana Melo
4º DIV – Apostila 02 - Organização do Estado Brasileiro
Unidade I – Estrutura Constitucional do Estado Brasileiro
Unidade II – Competência Constitucional dos Entes Políticos Brasileiros
 A Organização Político-Administrativa do Estado Brasileiro
A organização político-administrativa do Estado brasileiro é federal. A Federação foi formalizada no Brasil junto com a República em 1889. As províncias do Império foram transformadas nos Estados da República, ganhando autonomia. A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o municipalismo, existindo dessa forma três ordens e não duas, como é normal no Estado federal.
	Ordem Total – A União
	Ordem Regional – Os Estados
	Ordem Local – Os Municípios
São entes da federação brasileira (art. 18/CF):	a) União;
Estados-Membros;
Municípios;
Distrito Federal.
Não existe hierarquia entre os entes, mas sim partilha de competências. No âmbito federativo, todos os entes são autônomos. No âmbito internacional, a União representa com soberania a unidade política do estado brasileiro. Ela é encarregada de manter relações com Estados estrangeiros; trata-se de competência atribuída ao chefe do Poder Executivo Federal. Assim, uma das características do Estado federal é ele possuir uma dupla face: em certos aspectos ele se apresenta como um Estado unitário e, em outros, aparece como um agrupamento de coletividades descentralizadas.
Capital Federal: Brasília é a Capital Federal.
Indissolubilidade do Pacto Federativo: O pacto federativo brasileiro é indissolúvel. Em outras palavras, não se admite às unidades federadas o direito de secessão. A indissolubilidade da Federação brasileira encontra amparo no art. 1.º, caput, da Constituição Federal e vem garantida por seu art. 34, I, que coloca como um dos motivos para a intervenção federal a tentativa de quebra dessa indissolubilidade.
Vedações (art. 19/CF)
A Repartição de Competências
Cada ente federativo possui competências próprias, delimitadas pela própria Constituição Federal. E importante observar, porém, a existência de duas esferas de competências: a competência material ou administrativa e a competência legislativa.
	Competência Material ou Administrativa
	Competência Legislativa
	Exclusivas
	Comuns
	Exclusivas ou Privativas
	Concorrentes: a) complementar;
 b) suplementar
Competência Legislativa Exclusiva ou Privativa: é aquela conferida a um dos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) com exclusão dos demais. A competência privativa é aquela enumerada como própria de um ente, com possibilidade, no entanto, de delegação para outro.
Competência Legislativa Concorrente: É a conferida em comum a mais de um ente federativo. Se divide em:
competência complementar: o ente federativo tem competência naquilo que a norma federal (superior) lhe dê condição de atuar;
competência suplementar: o ente federativo supre a competência federal não exercida, porém, se esta o exercer, o ato aditado com base na competência suplementar perde a eficácia.
Bens da União (art. 20/CF) - Ao enumerar os bens da União, a Constituição Federal os inclui no domínio público. Com efeito, cogitando que os recursos minerais, inclusive os do subsolo, pertencem à União, a Constituição Federal, em outras palavras, acabou por excluí-los do domínio privado, mais especificamente do detentor do direito de propriedade da área de superfície.
Competências da União (art. 21/CF)
Competência Legislativa Privativa da União (art.22/CF)
Competências da União, Estados, DF e Municípios (art. 23/CF)
Competência Legislativa da União, Estados e DF (art. 24/CF) 
Normas Gerais:
§ 1.º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2.º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3.º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4.º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
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OS ESTADOS FEDERADOS
Como Estado federal que é, o Brasil é composto de estados federados que gozam de autonomia.
Auto-Organização: Na estrutura federativa brasileira, a autonomia do estado federado importa em auto-organização. Cada estado federado se rege por uma constituição que o seu poder constituinte estabelece, sendo que este não é originário, pois é decorrente do poder constituinte originário que gerou como federativa a Constituição Brasileira. Não é pois um poder ilimitado, ao contrário é um poder de auto-organização delimitado pela Constituição Federal, que fixa em parte a estruturação estadual.
Criação dos Estados-Membros (art.18, § 3º/CF): Dois requisitos são necessários à criação dos estados-membros: lei complementar do Congresso Nacional e consulta, via plebiscito, à população diretamente interessada, que é considerada aquela onde se localiza a área do novo estado a ser criado.
Organização Geral (art. 25, §§ 1º, 2º e 3º/CF): As regiões metropolitanas são entidades administrativas, superpostas aos municípios de uma área constituinte de comunidade sócio-econômica, com o objetivo de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum a todas as unidades componentes. A competência de sua criação é dos estados-membros através de lei complementar. Os municípios integrantes de tais unidades deverão pertencer ao mesmo estado.
Bens dos Estados-Membros (art. 26/CF):
Assembléia Legislativa (art. 27/CF): O Poder Legislativo estadual é unicameral, sendo exercido pelas Assembléias Legislativas, que, de sua vez, são integradas por Deputados Estaduais.
Governador e Vice (art. 28/CF):
OS MUNICÍPIOS
O Município também é ente integrante da federação brasileira, embora não tenha representação na elaboração da vontade geral (Senado Federal, no caso dos Estados-membros). Dessa forma, como se verifica no art. 18 da Constituição Federal, o Município integra a ordem administrativa e política, tendo reconhecida a sua autonomia.
O Município possui autonomia administrativa (auto-administração) e autonomia política (auto-organização, auto-governo e capacidade normativa própria).
Criação de Municípios: A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
Organização (Art. 29/CF):
Competência (art. 30/CF):
Fiscalização (art. 31/CF): A fiscalização financeira e orçamentária dos Municípios se dá sob duas modalidades: controle externo, exercido pela Câmara Municipal e o controle interno, exercido pelo próprio executivo municipal.
DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
O Distrito Federal - reconhecido como ente integrante da Federação, embora não se enquadre nem como estado-membro ou município.
Organização do Distrito Federal ( art. 32/CF):
Os Territórios - são meras divisões administrativas da União, podendo ser divididos, redivididos ou reunidos por esta. No plano político, os territórios são estados embrionários que ainda estão em fase de formação.
Criação, Transformação em Estado ou Reintegração ao Estado de Origem: Os territórios não são mais considerados entes federativos, como anteriormente. São agora integrantes da União e sua criação, transformação em estado ou reintegração ao estado de origem serão regulados em LC. (Art. 18, § 2.º/CF)
Não há na Constituição atual, critérios para que se afira estar ou não o território em condições de se tornar estado. Por analogia, contudo, poder-se-ia aplicar ocritério fixado pelo “Ato das Disposições Constitucionais Transitórias” à Constituição de 1946, art. 9º, em relação ao Acre, isto é, igualarem as rendas do território às do estado de menor arrecadação.
Organização Administrativa e Judiciária: (art. 33/CF)
Governo: Os territórios não têm autonomia política, pois são regidos por um governador nomeado pelo Presidente da República, mediante aprovação prévia do Senado, por voto secreto e com argüição pública.
Legislativo: Os territórios que tiverem uma população de até cem mil habitantes não terão órgão legislativo próprio. É o Congresso Nacional que vota os projetos de lei a eles referentes. Os territórios com população excedente de cem mil habitantes disporão de Câmara Territorial que exercerá competência legislativa nos termos da lei. Remanesce, todavia, a competência do Congresso Nacional sobre sua organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública (art. 48, IX, c/c o art. 61, § 1º, II, b).
§ 3.º - Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador, nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instâncias, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
Representação dos Territórios: Os territórios não têm, como tais, representação política. Não há lugar no Senado para representantes dos territórios. Todavia, o povo de cada território elege quatro deputados à Câmara Federal.
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A INTERVENÇÃO
Afastamento temporário, pela União, das prerrogativas totais ou parciais próprias da autonomia dos Estados, prevalecendo a vontade do ente interventor. É um mecanismo essencial à manutenção do regime federativo. A regra é a não-intervenção.
Intervenção nos Estados (art.34/CF) e nos Municípios (art. 35/CF):
Requisitos da Intervenção (art. 36/CF):
Decreto de Intervenção: A intervenção viabiliza-se através de decreto, federal ou estadual, conforme o caso.
§ 1.º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
A nomeação de interventor terá lugar se houver cabimento, pois não é necessário à toda intervenção.
§ 2.º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3.º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
Fim da Intervenção: Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Princípios e Regras Gerais - A Administração Pública pode ser concebida como todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas.
Princípios Administrativos: São cinco os princípios constitucionais que regem a Administração Pública (art. 37/CF):
1) Legalidade: Todo o ato administrativo deve ser antecedido de lei que o fundamente.
2) Impessoalidade: A Administração não deve proceder de forma discriminatória para com os administrados.
3) Moralidade: Impõe a obediência à lei, não só no que ela tem de formal, mas como na sua teleologia.
4) Publicidade: Os atos administrativos devem ser públicos, vedado o sigilo e o segredo, salvo em hipóteses restritas que envolvam a segurança nacional.
5) Eficiência: Os atos administrativos devem cumprir de forma eficiente os programas estabelecidos.
Acessibilidade: Os requisitos de acessibilidade dos cargos, empregos e funções públicas são somente os contemplados na própria lei, sendo inaceitáveis quaisquer novas exigências acrescidas por via de decreto ou edital.
Concurso Público: A investidura em cargo ou emprego público só se pode dar se antecedida de concurso público. A única exceção consiste nos cargos em comissão, onde o servidor não se torna estável.
Funções de Confiança e Cargos em Comissão: as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
Associação Sindical: é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
Greve: o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
Deficientes: a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
Contratação por Tempo Determinado: a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
Remuneração e Subsídio
Acumulação de Cargos: Regra é de não-acumulacão, exceção prevista no inciso XVI do art. 37/CF.
Precedência da Fazenda: a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
Entidades Públicas: somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, sociedade de economia mista, e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;assim como, depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
Exigência de Licitação Pública: ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações
Publicidade: A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Participação dos Usuários na Administração: § 3º do art. 37/CF.
Improbidade Administrativa: Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Prescrição: A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
Responsabilidade Administrativa: A Constituição adotou o princípio da responsabilidade objetiva do Estado e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público, atribuindo-lhes a obrigação de ressarcir os danos sem indagar da culpa ou dolo do agente.
Informações Privilegiadas: A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
Autonomia Gerencial: § 8.º do art. 37/CF
Teto Salarial
Acumulação de Proventos
Mandato Eletivo: Art. 38
SERVIDORES PÚBLICOS
Regime Jurídico
Conselho: Art. 39. - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de políticade administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
Isonomia de Vencimentos: § 1.º - A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos.
Escola de Governo: § 2.º - A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
Direitos Sociais: § 3.º - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7.º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
Remuneração: § 4.º - O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
§ 5º. - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
§ 6º. - Os Poderes executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
§ 7º. - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
§ 8º. - A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4.º (subsídio).

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