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Livro Behavior Mod Capitulo 04

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DESENVOLVENDO E MANTENDO COMPORTAMENTO 
ATRAVÉS DE REFORÇAMENTO CONDICIONADO 
 
 
 “Muito bem, time! Vou explicar como vocês podem ganhar o Prêmio Águia”. 
 
PROGRAMA DE PONTOS DO TREINADOR DAWSON1
 
 “Quero um pouco de concentração aí na quadra. Vocês não deveriam errar tanto as bandejas nos treinos!”, gritou Jim 
Dawson, no treino de basquete. Jim era treinador do time de basquete do Colégio Clinton Junior High, em Columbus, Ohio. 
Estava preocupado com o desempenho dos jogadores durante uma série de exercícios que usava para dar início a cada sessão de 
treinamento. Havia também um problema de atitude. “Alguns deles simplesmente não são jogadores de conjunto”, pensava ele, 
consigo mesmo. “Alguns deles realmente têm uma atitude ruim”. 
 Com o auxílio de. Daryl Siedentop, da Universidade Estadual de Ohio, ele elaborou um sistema motivacional em que os 
jogadores poderiam ganhar pontos pelo desempenho nos exercícios de bandeja, de arremesso com salto e de lances livres, durante o 
treino diário. Além disso, poderiam ganhar pontos por jogarem pela equipe e por encorajar os companheiros com comentários de 
apoio. Eram deduzidos pontos, caso o treinador Dawson visse falta de energia ou uma má atitude. Os pontos eram registrados 
por estudantes voluntários que serviam de observadores do time. Tudo isso foi explicado aos jogadores em detalhes. No final de 
cada treino, o técnico elogiava os jogadores que ganhassem muitos pontos, assim como os jogadores que tivessem ganhado mais 
pontos do que no treino anterior. Além disso, os jogadores que tivessem um número suficiente de pontos tinham seus nomes 
afixados num local de destaque, no quadro do Prêmio Águia, no corredor que levava ao ginásio, e recebiam um prêmio Águia 
num banquete no final da temporada. De maneira geral, o sistema foi altamente eficaz. O desempenho nos exercícios de bandeja 
melhorou de uma média de 68%, antes do sistema, para uma média de 80%. O desempenho nos arremessos com salto melhorou 
de 37% para 51%. Os lances livres melhoraram, nos treinos, de 59% para 67%. No entanto, a melhora mais dramática foi na 
categoria do jogo em equipe: o número de comentários de apoio cresceu rapidamente, a ponto de os voluntários não conseguirem 
registrá-los todos. Além disso, apesar de inicialmente a maioria dos comentários parecerem “bastante artificiais”, no decorrer dos 
treinos tornaram-se cada vez mais sinceros. No final da temporada, os jogadores estavam demonstrando uma quantidade notável 
de comportamentos de atitude positiva e, nas palavras do treinador Dawson: “Estávamos mais unidos do que eu jamais poderia 
imaginar”. 
 
 
REFORÇADORES INCONDICIONADOS E CONDICIONADOS 
 
 Nós herdamos a capacidade de sermos reforçados por alguns estímulos, sem 
aprendizagem prévia. Tais estímulos ou eventos, que geralmente são importantes para nossa 
sobrevivência ou nosso funcionamento biológico, são chamados de reforçadores 
incondicionados (ou seja, estímulos que são reforçadores, sem serem condicionados). (Às vezes, 
são chamados também de reforçadores primários ou não-aprendidos.) Exemplos incluem o alimento 
para uma pessoa faminta, a água para uma pessoa sedenta, o calor para alguém que sente frio e o 
contato sexual para alguém que se encontre privado desse contato. Outros estímulos se tornam 
reforçadores devido a determinadas experiências. Especificamente, estímulos que originalmente 
não são reforçadores podem se transformar em reforços ao ser emparelhados ou associados com 
 
Anotação 1 1 Este exemplo se baseia em um relatório de Siedentrop (1978). 
 2
outros reforçadores. Estímulos que se transformam em reforçadores, dessa maneira, são 
chamados de reforçadores condicionados. (Às vezes, são chamados também de reforçadores 
secundários ou aprendidos.) Exemplos de reforçadores condicionados incluem o elogio, uma 
fotografia de uma pessoa amada, livros que gostamos de ler, nossos programas de televisão 
favoritos e roupas que nos fazem ficar com boa aparência. Quando um estímulo se transforma 
em reforçador, através de associação com outros reforçadores, estes outros reforçadores são 
chamados, às vezes, de reforçadores de troca. Considere, por exemplo, o tipo de treino 
realizado com golfinhos no Sea World. Logo no início do treino, o treinador pareia o som 
produzido por um aparelho manual, o clicker, com a entrega de um peixe ao golfinho. O peixe é 
um reforçador de troca e, depois de certo número de pareamentos, o som do clicker se torna um 
reforçador condicionado. Posteriormente, ao ensinar um golfinho a realizar um truque, o clique é 
apresentado como um reforçador condicionado imediato, e o som do clicker continua a ser 
intermitentemente pareado com o peixe. Reforçadores de troca podem ser condicionados ou 
incondicionados. 
 Os pontos que o treinador Dawson usou, nos treinos de basquete, não eram reforçadores 
primários para os jogadores. Temos dúvidas de que os jogadores se esforçariam muito, ou feito 
qualquer esforço, para conseguir os pontos em si. Os pontos se transformaram em reforçadores 
condicionados porque foram pareados com reforçadores de troca, incluindo elogios por parte do 
treinador Dawson, o prêmio Águia no banquete do final da temporada e a divulgação dos nomes 
dos jogadores, no quadro do Prêmio Águia, no corredor que levava ao ginásio. Anteriormente, as 
honras e os elogios provavelmente (talvez na infância) foram pareados com outros reforçadores 
(por exemplo, abraços das mães); além disso, provavelmente ainda são ocasionalmente seguidos 
por reforçadores de troca no ambiente natural. 
 Lembre-se de que no Capítulo 3 dissemos que reforçadores positivos têm um efeito 
direto sobre comportamentos que os precedem imediatamente. No entanto, os pontos do 
programa do treinador Dawson somente eram concedidos no final do treino. Haveria 
reforçadores imediatos contingentes à melhora do desempenho? Há várias possibilidades. 
 Talvez os jogadores notassem que os observadores estavam registrando pontos logo 
depois da ocorrência de um comportamento correto, o que pode ter funcionado como reforçador 
condicionado. Ou talvez, à medida que aumentavam os comentários positivos dos colegas, tais 
comentários podem ter funcionado como reforçadores condicionados imediatos para a melhora 
no desempenho. Terceiro: imediatamente após um bom desempenho, um jogador poderia ter 
pensado, “Vou ganhar muitos pontos depois do treino”, e tal fato pode “ter feito a ponte” para o 
reforçamento. Assim, ainda que a melhora geral pudesse ser atribuída ao programa de pontos, e 
os pontos fossem reforçadores positivos condicionados, o melhor desempenho dos jogadores 
nos treinos não foi devido ao efeito direto dos pontos como reforçadores condicionados. 
Alguns reforçadores condicionados, chamados de fichas, podem ser acumulados e 
trocados por reforçadores de troca. Um programa de modificação de comportamento no qual 
indivíduos podem ganhar fichas, por determinados comportamentos, e podem trocar suas fichas 
por reforçadores de troca é chamado de sistema de fichas. Por exemplo: uma professora de 
jardim de infância pode implementar um sistema de fichas no qual as crianças têm a possibilidade 
ganhar estrelas douradas por vários comportamentos, tais como uma estrela para cada criança por 
brincar de forma cooperativa durante o intervalo ou uma estrela por resposta correta dada em 
sala de aula. No final do dia, as crianças poderiam trocar suas estrelas por reforçadores de troca; 
por exemplo, cinco estrelas para jogar um jogo no computador ou três estrelas por criança por 
cinco minutos extras no momento de ouvir histórias. Praticamente qualquer coisa que possa ser 
acumulada pode ser usada como meio de troca num sistema de fichas. Em alguns sistemas de 
fichas, os indivíduos ganham discos plásticos (como fichas de pôquer), que podem guardaraté 
que estejam prontos para trocá-las por reforçadores de troca. Em outros sistemas de fichas, são 
pagos com “dinheiro de papel”, no qual estão escritos (para controlar a utilização e facilitar o 
registro) o valor que ganharam, o nome do indivíduo, o nome do funcionário que o pagou, a data 
 3
e a tarefa que o indivíduo realizou para ganhar a ficha. Em outros sistemas, ainda, como no 
programa do treinador Dawson, os indivíduos recebem pontos que são registrados ao lado dos 
seus nomes, num quadro ou em cadernetas que guardam consigo. (Programas de reforçamento 
com fichas são discutidos também no Capítulo 25.) 
 Fichas constituem um tipo de reforçador condicionado, mas estímulos que não podem 
ser acumulados também podem ser reforçadores condicionados. Um exemplo comum, já 
mencionado, é o elogio. Uma mãe, que expressa satisfação diante do bom comportamento do 
filho, tem probabilidade, ao mesmo tempo, de sorrir para a criança, abraçá-la, brincar com ela e 
dar-lhe uma guloseima ou brinquedo. O elogio normalmente se estabelece como reforçador 
condicionado durante a infância, mas continua a se manter como tal para os adultos; quando as 
pessoas nos elogiam, geralmente estão mais propensas a nos favorecer de várias maneiras do que 
quando não nos elogiam. 
 A maior vantagem do uso de reforçadores condicionados num programa de modificação 
de comportamento é que eles podem ser liberados de forma mais imediata do que o reforçador 
de troca. Dessa maneira, ajudam a intermediar atrasos entre comportamento e reforçadores mais 
poderosos. 
 Antes de encerrar esta seção, vamos mencionar brevemente o princípio da punição 
condicionada, que é muito semelhante ao do reforçamento condicionado. Exatamente da mesma 
maneira que um estímulo que é pareado ao reforçamento se torna, ele próprio, reforçador, assim 
também um estímulo que é pareado com punição se torna, ele próprio, punitivo. “Não!” e “Pare 
com isso!” são exemplos de estímulos que se tornam punições condicionadas porque, 
freqüentemente, são seguidos de punição, caso o indivíduo continue a emitir o comportamento 
que os provocou. Além disso, há a possibilidade de estabelecer um sistema de fichas de punição, 
com as mesmas características das fichas reforçadoras. O sistema de demérito utilizado nas forças 
armadas é um exemplo de um sistema de fichas punitivo. No entanto, existem problemas 
associados ao uso da punição (ver Capítulo 12). 
 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM A EFETIVIDADE 
DO REFORÇAMENTO CONDICIONADO 
 
1. A Força dos Reforçadores de Troca 
 
 O poder de um reforçador condicionado depende, em parte, do poder reforçador do(s) 
reforçador(es) de troca em que se baseia. Por exemplo: suponha que o treinador Dawson tivesse 
usado apenas elogios, como reforçador de troca, para os jogadores que ganharam pontos. Nesse 
caso, os pontos teriam sido reforçadores eficazes apenas para os jogadores para quem o elogio do 
treinador fosse um reforçador eficaz. 
 
2. A Variedade dos Reforçadores de Troca 
 
 Um estímulo pode se tornar um reforçador condicionado devido a pareamentos com um 
único reforçador de troca. Isso é ilustrado pelo exemplo do sorveteiro que toca um sino ao se 
aproximar de um bairro. Depois de alguns pareamentos, o som do sino do sorveteiro será um 
reforçador condicionado para as crianças do bairro. Um reforçador condicionado que é pareado 
com um único reforçador de troca é chamado de reforçador condicionado simples. Em 
contraste, um estímulo que é associado a muitos tipos diferentes de reforçadores de troca é 
denominado de reforçador condicionado generalizado. No começo da vida, por exemplo, os 
pais alimentam seus bebês, lavam-nos, brincam com eles e satisfazem suas necessidades de muitas 
outras maneiras. Por ser, dessa forma, pareada com muitos tipos de reforçadores, a atenção do 
adulto se torna um poderoso reforçador generalizado. De maneira semelhante, o dinheiro é um 
 4
poderoso reforçador generalizado para nós, devido a seus pareamentos com alimento, roupas, 
abrigo, transporte, lazer e outros reforçadores (ver Figura 4-1). 
 O poder de um reforçador condicionado depende, em parte, do número de diferentes 
reforçadores de troca disponíveis para ele. Tal fator está relacionado ao anterior, pois, se houver 
disponibilidade de muitos reforçadores de troca diferentes, então, a qualquer momento, ao menos 
um deles provavelmente será forte o bastante para manter as fichas com alto poder de 
reforçamento para qualquer indivíduo do programa. Exemplos dos principais tipos de 
reforçadores condicionados são dados na Tabela 4-1. 
 
3. O Esquema de Pareamento com o Reforçador de Troca 
 
O reforçamento condicionado é mais eficaz quando o reforçamento de troca não for 
apresentado depois de cada ocorrência do reforçador condicionado. Por exemplo: os jogadores 
do programa do treinador Dawson tinham que ganhar um certo número de pontos antes de 
receberem reforçamento de troca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4-1 Por que o dinheiro é um reforçador condicionado generalizado? 
 
 
4. Extinção do Reforçador Condicionado 
 
 Para que um reforçador condicionado se mantenha eficaz, deve continuar a ser associado 
com um reforçador de troca adequado, ao menos ocasionalmente. Caso o treinador Dawson 
tivesse descontinuado os reforçadores de troca, como os elogios e o “Programa Águia”, os 
jogadores poderiam eventualmente ter parado de se engajar nos comportamentos esperados por 
Dawson para conseguir pontos. Deixar de fornecer reforçamento de troca para um reforçador 
condicionado é chamado de extinção de um reforçador condicionado e é semelhante ao 
procedimento descrito no Capítulo 5 para extinguir uma resposta. 
 
 
 5
 
 
 
TABELA 4-1 EXEMPLOS DE REFORÇADORES CONDICIONADOS 
 
Exemplos de reforçadores Exemplos de reforçadores Exemplos de reforçadores 
 condicionados simples condicionados generalizados incondicionados 
 
 Milhagem aérea Dinheiro Alimento 
 Ouvir: “Seu pedido está Pontos no programa Água 
 pronto”, em um restau- do treinador Dawson 
 rante para viagem 
 Um bilhete de metrô Elogio Sexo 
 Um cupom para Um cupom para comida Calor 
 hambúrguer grátis e bebida grátis num res- 
 taurante 
 
 
CILADAS DO REFORÇAMENTO CONDICIONADO 
 
Como o Princípio Pode Ter Efeito Indesejado 
 
 Inadvertidamente, pessoas não familiarizadas com o princípio de reforçamento 
condicionado podem aplicá-lo mal, de várias maneiras. Uma aplicação errônea muito comum 
ocorre quando um adulto repreende uma criança por se comportar inadequadamente, mas (a) não 
fornece nenhum tipo de “punição de troca” (ver Capítulo 12) junto com a repreensão; e (b) não 
reforça um comportamento alternativo desejado. A repreensão, sem dúvida, é dada na 
expectativa de que seja punitiva, mas, muitas vezes, não é esse o caso. Na verdade, a atenção que 
acompanha tais estímulos verbais negativos pode até ser altamente reforçadora, principalmente 
para indivíduos com déficits de desenvolvimento, que freqüentemente não recebem muita 
atenção por parte de adultos. Dessa forma, repreensões e outros estímulos verbais negativos (tais 
como “Não!”) podem se transformar em reforçadores condicionados, e o indivíduo se 
comportará de maneira inadequada a fim de obtê-los. 
 Na verdade, até mesmo estímulos que normalmente são punitivos podem se tornar 
reforçadores condicionados através de associação com reforçadores primários poderosos. O 
exemplo clássico é o do pai que bate no filho por mau comportamento e depois, “sentindo-se 
culpado” devido ao choro que se segue, imediatamente abraça a criança e lhe dá sorvete ou algum 
outro mimo. O resultado possível desse procedimento impensado é que a criança desenvolva um 
“gosto por apanhar”; ou seja, o apanhar pode se transformar num reforçador condicionadoque 
manteria, ao invés de eliminar, o mau comportamento que o antecede. 
 
Outra Cilada 
 
 A extinção de um reforçador condicionado pode ser inadvertidamente aplicada, com 
resultados desastrosos, por pessoas não familiarizadas com tal aspecto do reforçamento 
condicionado. Um exemplo disso é uma professora que dá estrelas por bom comportamento, 
mas deixa de usar reforçadores de troca eficazes. O resultado é que as estrelas eventualmente 
perdem qualquer valor reforçador que possam ter tido quando inicialmente apresentadas. A falha 
em utilizar reforçadores de troca eficazes pode ser responsável pela falta de motivação às vezes 
demonstrada pelos alunos em certos sistemas de fichas. Anotação 2 
 
 
 
 
 6
 
DIRETRIZES PARA A UTILIZAÇÃO EFETIVA 
DO REFORÇAMENTO CONDICIONADO 
 
 As seguintes diretrizes devem ser observadas na aplicação do reforçamento condicionado: 
 
1. Um reforçador condicionado deve ser um estímulo que possa ser controlado e administrado facilmente 
na situação em que você planeja utilizá-lo. Por exemplo: os pontos eram adequados para os jogadores 
do programa do treinador Dawson. 
2. Tanto quanto possível, utilize os mesmos reforçadores condicionados que o indivíduo encontrará no 
ambiente natural. Por exemplo: em programas de treinamento, é desejável transferir o controle de 
sistemas artificiais de fichas para o sistema monetário usado no ambiente natural ou oferecer 
naturalmente elogios e atenção provindos de outras pessoas. 
3. Nos estágios iniciais de estabelecimento de um reforçador condicionado, um reforçador de troca deve 
ser apresentado o mais rapidamente possível depois da apresentação do reforçador condicionado. 
Posteriormente, o intervalo entre o reforçador condicionado e o reforçador de troca pode ser 
aumentado gradativamente. 
4. Sempre que possível; utilize reforçadores condicionados generalizados, ou seja, use muitos tipos 
diferentes de reforçadores de troca e não apenas um. Dessa forma, pelo menos um dos reforçadores de 
troca provavelmente será forte o suficiente, em dado momento, para manter o poder do reforçador 
condicionado. 
5. Quando o programa envolve mais de um indivíduo (como foi o caso no programa do treinador 
Dawson), evite a competição prejudicial entre eles pelos reforçadores condicionados e de troca. Caso 
uma pessoa receba reforçamento em detrimento de outra, isso pode provocar comportamento 
agressivo no segundo indivíduo ou causar a extinção de seu comportamento desejado. Esta regra 
sugere, particularmente, que é preciso evitar a ênfase no fato de um indivíduo estar ganhando mais 
reforçamento condicionado ou de troca do que outro. Logicamente, as pessoas diferem em suas 
habilidades, mas os maus efeitos de tais diferenças podem ser minimizados montando-se programas em 
que cada indivíduo receba uma boa quantidade de reforçamento por desempenhar-se em seu próprio 
nível. 
6. Além destas regras, deve-se seguir, com os reforçadores condicionados, as mesmas regras que se 
aplicam a qualquer reforçador positivo (ver Capítulo 3). Detalhes adicionais para a instalação de 
economias de fichas são descritos no Capítulo 25. 
 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO 
 
1. Explique o que é um reforçador incondicionado. Dê dois exemplos. 
2. Explique o que é um reforçador condicionado. Dê dois exemplos, explicando-os. 
3. Explique o que é um reforçador de troca. Dê dois exemplos e explique-os. 
4. Quais eram os reforçadores de troca no programa do treinador Dawson? 
5. Podemos atribuir o melhor desempenho dos jogadores de basquete do treinador Dawson aos 
efeitos diretos dos pontos como reforçadores condicionados? Por quê? 
6. Caso o treinador Dawson não tivesse pareado elogios e o Programa “Águia” com os pontos, 
os jogadores poderiam ter continuado a exibir os comportamentos desejados pelo treinador 
devido a uma variedade de reforçadores naturais que tinham sido pareados com pontos, 
durante a experiência dos jogadores ao serem criados numa sociedade ocidental. Quais 
poderiam ter sido esses reforçadores naturais? 
7. Quais das sete categorias de reforçadores da Figura 3-3 incluem basicamente reforçadores 
incondicionados e quais incluem basicamente reforçadores condicionados? Comente sua 
resposta. 
8. O que são fichas? Explique, em duas ou três sentenças, o que é uma economia de fichas. 
9. Dê dois exemplos de estímulos que são reforçadores condicionados, mas que não sejam 
fichas. Explique por que são reforçadores condicionados. 
 7
10. Explique o que é uma punição condicionada. Dê dois exemplos e explique-os. 
11. Estabeleça a diferença entre um reforçador condicionado simples e um reforçador 
condicionado generalizado. Explique por que um reforçador condicionado generalizado é 
mais eficaz do que um reforçador condicionado simples. 
12. O elogio é um reforçador condicionado generalizado? Comente sua resposta. 
13. Os pontos do programa do treinador Dawson eram um reforçador condicionado 
generalizado? Comente sua resposta. 
14. Explique o que é extinção de um reforçador condicionado. 
15. Como o esquema de pareamento de um reforçador condicionado e um reforçador de troca 
afeta a força do reforçador condicionado? 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO 
 
A. Exercícios Envolvendo Terceiros 
 
1. Qual é o provável reforçador e que comportamento ele fortalece em cada uma das situações 
que se seguem? Tais reforçadores são incondicionados ou condicionados? Justifique sua 
resposta. 
(a) Um indivíduo caminha por um parque no outono e admira o maravilhoso colorido das 
folhas das árvores. 
(b) Uma pessoa termina de correr cinco quilômetros e sente o “barato” do corredor 
(causado pela liberação de endorfinas no cérebro). 
(c) Um adolescente termina de cortar a grama do jardim e recebe permissão para usar o 
carro da família. 
(d) Uma criança sedenta leva um copo de leite aos lábios e bebe vários goles. 
2. Observe quatro situações diferentes das que foram expostas acima, nas quais as pessoas 
provavelmente estão sendo reforçadas e responda as perguntas acima para estes exemplos. 
 
B. Exercício de Auto-Modificação 
 
 Identifique um déficit comportamental seu que você gostaria de superar. A seguir, 
descreva os detalhes de um sistema de fichas plausível, que poderia ser aplicado por um amigo ou 
por um parente para ajudá-lo a superar seu déficit comportamental. 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES E DISCUSSÃO ADICIONAL 
 
1. Como é que os bebês parecem aprender novas palavras, se tais palavras não são imediatamente seguidas de 
nenhuma forma observável de reforçamento? Parte da resposta está no reforçamento condicionado automático 
⎯ um efeito fortalecedor seguido por uma resposta que ocorre mesmo que outra pessoa não reforce 
deliberadamente tal resposta (Skinner, 1957). Suponha, por exemplo, que um dos pais diga “fala ma ma” para um 
bebê, enquanto provê reforçamento (toques, cócegas, bater palmas etc.). Depois de várias repetições, os sons 
“ma ma” se transformarão em um reforçador condicionado. Posteriormente, quando o bebê está sozinho no 
berço, ele pode começar a dizer “ma ma” devido ao reforçamento condicionado automático recebido por 
reproduzir o mesmo som. De maneira mais geral, as respostas vocais dos bebês podem aumentar em freqüência 
porque os sons que tais respostas vocais produzem se transformaram em reforçadores condicionados e, assim, 
fortalecem automaticamente as respostas que os produzem. Estudos recentes confirmaram claramente tal papel 
do reforçamento condicionado automático na aquisição inicial da linguagem (Smith, Michael e Sunberg, 1996; 
Sunberg, Michael, Partington e Sunberg, 1996). O reforçamento automático parece ser importante não apenas na 
 8
aquisição da linguagem, mas também no fortalecimento de uma variedade de comportamentos práticos e 
artísticos (Skinner, 1957; Vaughn e Michael, 1982). 
 
2. Conhecimento sobre o reforçamentocondicionado também pode nos ajudar a compreender comportamento 
que freqüentemente é atribuído a estados motivacionais internos. Para um estudante universitário esforçado, por 
exemplo, boas notas provavelmente são reforçadores condicionados poderosos. Na infância de tal pessoa, um 
bom boletim provavelmente era seguido de palavras de carinho, abraços e mimos especiais. Agora que ele é um 
jovem adulto, os reforçadores de troca que mantêm as notas podem ser mais difíceis de identificar, mas, 
provavelmente, as boas notas continuam ocorrendo e provavelmente são reforçadores condicionados (e podem 
ser combinadas com os efeitos de esquemas discutidos no Capítulo 6). 
 
Questões de Estudo sobre as Anotações 
 
1. De que maneira o reforçamento condicionado está envolvido em influenciar os bebês a balbuciar sons em sua 
língua nativa, mesmo quando não há adultos por perto para reforçar tal comportamento? 
2. Descreva como o conhecimento sobre o reforçamento condicionado pode nos ajudar a compreender 
comportamento que freqüentemente é atribuído a estados motivacionais internos. 
 
 
 
	REFORÇADORES INCONDICIONADOS E CONDICIONADOS 
	DO REFORÇAMENTO CONDICIONADO 
	CILADAS DO REFORÇAMENTO CONDICIONADO 
	QUESTÕES PARA ESTUDO 
	Questões de Estudo sobre as Anotações

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