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Livro Behavior Mod Capitulo 11

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1
 
 
 
 
11 
 
 
PRODUZINDO UM NOVO COMPORTAMENTO 
ATRAVÉS DE ENCADEAMENTO COMPORTAMENTAL 
 
 
“Steve, sua rotina de treino, anterior às tacadas finais, está inconsistente”. 
 
ENSINANDO STEVE A SEGUIR UMA ROTINA CONSISTENTE 
ANTES DAS JOGADAS FINAIS1 
 
 Steve era um jovem jogador profissional de golfe, participante do Torneio Canadense de Golfe Profissional. Apesar de 
jogar bem, ainda não vencera nenhum torneio profissional em parte devido às tacadas finais inconstantes. Steve sabia que os 
jogadores profissionais têm uma rotina mais constante de tacadas finais do que os amadores mais habilidosos, e que os 
amadores mais habilidosos têm uma rotina mais constante do que os amadores menos habilidosos. Refletindo, Steve percebeu 
que sua própria rotina não era tão consistente quanto deveria ser. Nem sempre ele verificava a inclinação do putting green2 
dos dois lados da bola, antes de finalizar a jogada. Caso fosse um putt3 especialmente importante, ele costumava ficar de pé, 
por cima da bola, por um tempo mais longo, antes de jogá-la para o buraco. Também ocorriam outras inconsistências, de um 
putt para o seguinte, durante as competições. Ele concluiu que sua rotina inconsistente antes das jogadas finais podia estar 
contribuindo para o pouco sucesso nos putts. 
O primeiro passo para estabelecer uma seqüência consistente de respostas durante a rotina que antecedia os putts foi 
relacionar os passos específicos que ele deveria seguir em cada ocasião. Foram os seguintes: 
1. Ao se aproximar da bola, esqueça a pontuação e pense apenas naquele putt. 
2. Coloque-se além do buraco, olhe para a bola e verifique a inclinação do local, a fim de calcular a velocidade e o 
percurso do putt. 
3. Coloque-se por detrás da bola, olhe para o buraco e verifique novamente a inclinação. 
4. Enquanto estiver por detrás da bola, escolha um ponto para o qual apontar, ensaie duas jogadas e visualize a bola 
rolando para dentro do buraco. 
5. Coloque-se ao lado da bola, posicione o putter 4 atrás da bola e ajuste-o de maneira que esteja apontando para o 
ponto desejado. 
6. Ajuste os pés de maneira que fiquem paralelos à linha do putt, empunhe o putter da maneira habitual e diga: 
“Bata suavemente”. 
7. Olhe para o buraco, olhe para a bola, olhe para o ponto, olhe para a bola e bata o putt. 
 
O procedimento de treino realizado por Steve envolvia 10 tentativas. A cada tentativa, ele executava os sete passos da 
rotina ao treinar um putt curto no local de treinamento. A razão pela qual realizava a rotina em putts curtos era que 
queria que cada seqüência fosse seguida pelo reforçador, no caso, realizar o putt. Em cada tentativa, um amigo checava a 
relação dos passos à medida que eram realizados. Caso ele pulasse algum passo, seu amigo lhe dava a deixa para realizá-lo, 
antes de prosseguir. Depois de completar as 10 repetições, Steve e seu amigo jogavam uma rodada amistosa, durante a qual o 
amigo dava deixas para que Steve completasse a rotina em cada putt. Posteriormente, durante os torneios, Steve pedia a seu 
caddy 5 que o lembrasse freqüentemente de seguir sua rotina. Três semanas depois, Steve venceu seu primeiro evento. Apesar 
de haver uma séria de fatores contribuindo para isso, Steve sentiu que um deles foi a melhora de suas tacadas de putt devido 
a uma rotina de preparação mais consistente. 
 
 
1 Este exemplo se baseia numa consultoria prestada por G. Martin (1999). 
2 Espaço para a jogada final de colocação da bola no buraco (N. da T.). 
3 Tacada leve dada na bola para acertá-la no buraco (N. da T.). 
4 Taco com que se acerta a bola no buraco, em um lance curto (N. da T.). 
5 Carregador de tacos de golfe. 
 2
 
ENCADEAMENTO COMPORTAMENTAL 
 
Um encadeamento comportamental é uma seqüência de estímulos discriminativos 
(SDs) e respostas (Rs), na qual cada resposta, exceto a última, produz o SD para a próxima 
resposta, sendo a última resposta tipicamente seguida por um reforçador. Além de ser uma 
deixa para a próxima resposta, cada SD (após o primeiro) em um encadeamento 
comportamental é um reforçador condicionado para a resposta anterior. O que Steve 
conseguiu ao aprender a seguir uma rotina consistente antes dos putts foi tal seqüência de 
estímulos e respostas. O primeiro estímulo (SD1) para a seqüência inteira era o feedback de 
andar em direção à bola no campo. A resposta (R1) para tal estímulo era: “Vou me concentrar 
apenas neste putt”. O final de tal afirmação era a deixa (SD2) ir para trás do buraco, olhar de 
novo para a bola, verificar a inclinação do terreno para calcular a velocidade e a trajetória do 
putt (R2). Os estímulos visuais resultantes (e talvez certos estímulos internos que poderíamos 
chamar de “uma imagem do putt e da velocidade da bola”) era a deixa (SD3) para a próxima 
resposta (R3): colocar-se atrás da bola e olhar para o buraco de forma a observar a inclinação 
daquele ângulo. Desta maneira, cada resposta produzia a deixa para a resposta seguinte até que 
todo o encadeamento fosse completado, e Steve chegasse ao reforçador: acertar a bola no 
buraco. Pode-se perceber a razão para chamar tal procedimento de encadeamento estímulo-
resposta ao escrevê-la como se segue: 
 
SD1 R1 SD2 R2 SD3 R3 ... SD7 R7 S+ 
 
 
As conexões estímulo-resposta são os “elos” que mantêm a cadeia unida. Como se 
costuma dizer: “Uma cadeia só é tão forte quanto seu elo mais fraco”. De forma semelhante, 
caso uma resposta seja tão fraca a ponto de não ser evocada pelo SD que a precede, o SD 
seguinte não será produzido e o restante do encadeamento não ocorrerá. A cadeia se romperá 
no ponto de seu elo mais fraco. A única maneira de reparar a cadeia é fortalecer a conexão 
estímulo-resposta fraca, através de um procedimento eficaz de treinamento. 
O símbolo S+ no final do diagrama simboliza o reforçador positivo que se segue à 
última resposta da cadeia. Ele representa o “óleo” que se deve aplicar regularmente para 
manter a cadeia forte e livre de ferrugem. O reforçador no final da cadeia mantém os 
estímulos da cadeia como SDs eficazes para as respostas que se seguem a eles como 
reforçadores condicionados eficazes para as respostas que o precedem. 
Muitas seqüências comportamentais que você executa na sua vida diária são 
cadeias comportamentais. Tocar determinada música num instrumento musical, escovar os 
dentes, amarrar seus sapatos e fazer um sanduíche são cadeias comportamentais. No entanto, 
nem todas as seqüências comportamentais são cadeias comportamentais. Estudar para uma 
prova, fazer a prova e ir à próxima aula para saber sua nota representam uma seqüência geral 
de comportamentos à qual você se submete em todos os cursos que faz. Mas tal seqüência 
geral consiste em uma variedade de atividades (ler, memorizar, escrever etc.), com muitas 
quebras na ação (estudar, depois dormir, depois ir para a aula etc.). A seqüência não é 
composta de uma série consistente de estímulos e respostas na qual cada estímulo (com 
exceção do último) é um reforçador condicionado para a resposta anterior e um SD para a 
resposta seguinte. 
 
 
 
 
 3
MÉTODOS PARA ENSINAR UMA CADEIA COMPORTAMENTAL 
 
Há três métodos principais para se ensinar uma cadeia comportamental. Um dos 
métodos é chamado de apresentação da tarefa total. Neste método, em cada tentativa, o 
aprendiz realiza todos os passos, do início até o final da cadeia e continua com repetições de 
toda a tarefa, até que todas as etapas estejam dominadas. São dadas deixas, se necessário, e um 
reforçador se segue à conclusão correta da última etapa. Esta foi a estratégia usada para 
ensinar Steve a seguir uma rotina consistente antes das tacadas finais. Como outro exemplo, 
Horner e Keilitz (1975) usaram a apresentação da tarefa total para ensinar adolescentes com 
déficit de desenvolvimentoa escovar os dentes. 
Um segundo método importante para se ensinar uma cadeia comportamental é 
chamado de encadeamento de trás para frente ou reverso. Tal método constrói a cadeia 
gradualmente em uma ordem inversa àquela em que a cadeia é executada. Isto é, inicialmente 
é estabelecido o último passo; depois é ensinado o penúltimo passo e este é ligado ao último 
passo; então é ensinado o antepenúltimo passo, que é ligado às duas últimas etapas; e assim 
por diante, progressivamente, do final até o começo da cadeia. O encadeamento reverso foi 
usado em numerosos programas, incluindo o ensino de vários comportamentos, como se 
vestir, se arrumar, trabalhar e comportamento verbal, para indivíduos com desenvolvimento 
atípico (p. ex., Martin, England e England, 1971). Por exemplo: para ensinar Caio, um menino 
com desenvolvimento atípico, a vestir as calças, dividimos a tarefa em sete etapas ilustradas na 
Figura 11-1. Realizamos então uma avaliação de linha de base para determinar o tipo de deixa 
necessária para Caio corretamente executar cada etapa. A seguir, iniciamos o treino, 
começando pela última etapa. O instrutor ajudava Caio a colocar as calças, com exceção da 
resposta da etapa 7. Depois, foram realizadas diversas tentativas do treinamento para ensinar a 
Caio a resposta da etapa 7. Como você pode ver na Figura 11-1, no decorrer das diversas 
tentativas, as deixas foram esvanecidas até que Caio conseguisse, ele mesmo, subir o zíper. 
Quando Caio já havia aprendido isso, o professor iniciou com ele a etapa 6 e o ensinou a 
terminar a cadeia a partir dessa etapa. Quando Caio já conseguia executar as duas últimas 
etapas sem erros, os treinos passaram a ter início na etapa 5. Com as calças abaixo dos 
tornozelos, Caio foi ensinado a puxá-las até em cima (etapa 5), o que era o SD para que ele 
executasse a etapa 6. Executar a etapa 6 fornecia o SD para executar a etapa 7. Em cada 
tentativa, Caio completava todas as etapas aprendidas previamente. O treinamento prosseguiu 
dessa maneira, com uma etapa acrescentada a cada vez, até que Caio pudesse executar as sete 
etapas. Durante todo o treinamento, etapas individuais executadas corretamente eram 
reforçadas com elogios, e a finalização da etapa 7, em cada tentativa, era seguida por um 
reforçador comestível. 
Estudantes de modificação de comportamento geralmente consideram estranho o 
encadeamento reverso, quando lêem sobre ele pela primeira vez, aparentemente porque 
acham que ele ensina o indivíduo a executar a cadeia de trás para a frente, como o nome 
sugere. Naturalmente, isso não é verdade. Há uma excelente razão teórica para usar o 
encadeamento reverso. Considere o exemplo acima de ensinar um menino com 
desenvolvimento atípico a vestir as calças. Ao começar com a etapa 7, a resposta de “subir o 
zíper” era reforçada na presença do botão fechado. Conseqüentemente, o sinal do botão 
fechado se tornou um SD para a etapa 7, subir o zíper. 
 
 
 
 
 
 
 4
Tarefa Colocar as calças 
Cliente Caio 
Reforçadores elogio e 
 comestível 
Sistema de pontuação 
3 = sem deixas 
2 = deixa verbal 
1 = deixas gestuais/imitação 
0 = ajuda física 
SDs Respostas Linha de Base Tentativas de Treino 
1. “Vista as 
 calças”. 
Pegar as calças na 
gaveta. 
2 
2. Calças na mão Segurar as calças na 
vertical com a frente 
virada em direção 
oposta ao cliente 
1 
3. Calças seguradas 
na vertical 
Colocar uma perna na 
calça 
1 
4. Uma perna na 
calça 
Colocar a outra perna 
na calça 
1 
5. As duas pernas 
na calça 
Subir as calças 2 2 3 
6. Calças erguidas Fechar o botão 0 0 1 2 3 3 3 
7. Botão fechado Subir o zíper 0 0 1 2 3 3 3 3 3 3 3 
 
Figura 11-1 Análise de tarefa simples e folha de dados para ensinar uma pessoa com desenvolvimento atípico 
a vestir as calças. 
 
 
Com base no princípio do reforçamento condicionado, a visão do botão fechado também se 
tornou um reforçador condicionado para qualquer coisa que o precedesse. Depois de várias 
tentativas da etapa 7, o instrutor passava para a etapa 6. O comportamento de fechar o botão 
produzia o estímulo visão do botão fechado. A visão do botão fechado se tornara um 
reforçador condicionado, e ele imediatamente seguia-se à execução da etapa 6. Assim, quando 
se utiliza o encadeamento reverso, o reforçamento da última etapa na presença do estímulo 
apropriado, em várias tentativas, estabelece tal estímulo como um estímulo discriminativo para 
a última etapa e como um reforçador condicionado para a penúltima etapa. Quando é 
acrescentada a etapa anterior à última, o SD dessa etapa também se torna um reforçador 
condicionado e assim sucessivamente. Dessa maneira, o poder do reforçador positivo que é 
apresentado no final da cadeia é transferido para cada SD, à medida que é adicionado à cadeia. 
Assim, o encadeamento reverso tem uma vantagem teórica de sempre ter a presença de um 
reforçador condicionado para fortalecer cada resposta nova que é adicionada à seqüência. 
O terceiro método importante para ensinar uma cadeia comportamental é chamado de 
encadeamento para a frente. Com tal método, a etapa inicial de uma seqüência é ensinada 
em primeiro lugar; depois a primeira e a segunda etapa são ensinadas e ligadas; depois as três 
primeiras etapas; e assim por diante, até que toda a cadeia seja adquirida. Por exemplo: 
Mahoney, Van Wagenen e Meyerson (1971) usaram o encadeamento para a frente no treino 
de utilização do banheiro, tanto com crianças normais, como com crianças com 
desenvolvimento atípico. Os componentes da cadeia incluíam andar até o banheiro; abaixar as 
calças; sentar-se no vaso sanitário ou ficar em pé em frente a ele (como apropriado); eliminar; 
e vestir as calças. O treino começou com a primeira etapa e, depois que uma etapa era 
dominada, a próxima era introduzida. Cada etapa era reforçada até que a próxima fosse 
introduzida. 
Anotação 1 
 5
Em parte devido ao fato do encadeamento reverso se assemelhar a uma inversão 
natural da ordem das coisas, o encadeamento para a frente e a apresentação da tarefa total são 
usadas com mais freqüência nas situações do cotidiano, fora do cenário da modificação do 
comportamento. Entre os muitos exemplos que podem ser citados para ilustrar o 
encadeamento para a frente, considere a maneira pela qual uma criança pode ser ensinada a 
pronunciar uma palavra como “mico”. Primeiro, ela pode ser ensinada a dizer “mm”, depois 
“mi”, depois “mic” e, finalmente, “mico”. 
Os três principais modelos de encadeamento são apresentados na Figura 11-2 e 
esboçados na Tabela 11-1. Qual o mais eficaz? 
 
 
 
Apresentação da tarefa total 
 
 S1 R1 S2 R2 S3 R3 Reforçador 
 
 
 
Encadeamento reverso (ou de trás para a frente) 
 
 S3 R3 Reforçador 
 
 
 
 S2 R2 S3 R3 Reforçador 
 
 
 
 S1 R1 S2 R2 S3 R3 Reforçador 
 
 
 
Encadeamento para a frente 
 
 S1 R1 Reforçador 
 
 
 
 S1 R1 S2 R2 Reforçador 
 
 
 
 S1 R1 S2 R2 S3 R3 Reforçador 
 
 
 
 
 
Figura 11-2 Diagrama dos três principais modelos de encadeamento. 
 
Bellamy, Horner e Inman (1979) concluíram que a apresentação da tarefa total tem 
várias vantagens práticas em comparação com os outros modelos de encadeamento para 
ensinar pessoas com desenvolvimento atípico. A apresentação da tarefa total requer menos 
tempo do instrutor na montagem ou desmontagem para preparar a tarefa para o treino; parece 
enfocar simultaneamente o ensino da topografia da resposta e da seqüência de resposta e, 
conseqüentemente, deveria produzir resultadosmais rapidamente; e parece maximizar a 
 6
independência do aprendiz desde o início do treino, especialmente se ele já estiver 
familiarizado com algumas etapas. Além disso, vários estudos demonstraram que a 
apresentação da tarefa total é ao menos tão boa quanto, ou melhor, do que o encadeamento 
reverso e o encadeamento para a frente para ensinar várias tarefas a pessoas desenvolvimento 
atípico (Martin, Koop, Turner e Hanel, 1981; Spooner, 1984; Yu, Martin, Suthons, Koop e 
Pallota-Cornick, 1980). 
 
 
TABELA 11-1 UM ESBOÇO DOS TRÊS PRINCIPAIS MÉTODOS DE ENCADEAMENTO 
 
Para todos os métodos 
 Fazer uma análise de tarefa 
Apresentação da tarefa total 
� O aprendiz tenta todas as etapas em cada tentativa, de forma que todas as etapas não dominadas são 
ensinadas simultaneamente. 
� O treinador fornece deixas e elogios para todas as etapas não dominadas. 
� O reforçador é apresentado depois da última etapa. 
� O treino continua desta maneira até que todas as etapas sejam dominadas. 
Encadeamento para a frente 
� Começando da primeira, cada etapa deve ser dominada antes de se passar para a próxima. 
� O treinador fornece deixas e um reforçador para a etapa que está sendo ensinada. 
� Em cada tentativa, todas as etapas anteriormente dominadas são exigidas, até aquela que está sendo 
ensinada. 
� Desta maneira, é aprendida uma etapa por vez, progredindo até a última. 
Encadeamento reverso 
� Começa com a última etapa; esta deve ser dominada antes de se prosseguir para a penúltima etapa. 
� O treinador fornece deixas para a etapa que está sendo ensinada. 
� Em cada tentativa, todas as etapas anteriormente dominadas são exigidas, e a última etapa é seguida por 
um reforçador. 
� Desta maneira, é aprendida uma etapa por vez, progredindo da última até a primeira. 
 
 
Qual o melhor método no caso de indivíduos que não têm déficits de 
desenvolvimento? Para tarefas relativamente simples com um número pequeno de passos, 
como a rotina de Steve, anterior ao putt, a apresentação da tarefa total é provavelmente o 
melhor método. Para tarefas mais complexas, no entanto, o encadeamento reverso ou para 
frente tem probabilidade de ser mais eficaz. Por exemplo: para ensinar uma seqüência 
complexa de mergulhos a pilotos de aviões de caça, Bailey, Hughes e Jones (1980) 
consideraram o encadeamento reverso mais eficaz do que a apresentação da tarefa total.Num 
experimento para ensinar alunos de Introdução à Psicologia a executar uma tarefa musical 
num teclado, pelo que eram avaliados tanto por erros melódicos como de ritmo, o 
encadeamento reverso e o encadeamento para a frente foram mais eficazes do que a 
apresentação da tarefa total, e o encadeamento para a frente foi mais eficaz do que o reverso 
na maioria das contagens (Ash e Holding, 1990). Além disso, pode haver razões práticas para 
utilizar o encadeamento reverso para ensinar certas tarefas. Ao dar aulas de condução de 
automóveis, por exemplo, é extremamente aconselhável ensinar o uso do breque antes de 
ensinar a utilização do acelerador (por razões óbvias). 
 
 
 7
 
COMPARAÇÃO ENTRE ENCADEAMENTO, ESVANECIMENTO E 
MODELAGEM 
 
O encadeamento comportamental, o esvanecimento e a modelagem são algumas vezes 
chamados de procedimentos de mudança gradual porque cada um deles envolve progressos 
graduais através de uma série de etapas para produzir um novo comportamento, novo 
controle de estímulo sobre um comportamento ou uma nova seqüência de etapas estímulo-
resposta. É importante ter claras as distinções entre os três procedimentos de mudança 
gradual. 
Na modelagem, as etapas consistem em reforçar aproximações sucessivas até a 
resposta final desejada (ver Capítulo 10). No esvanecimento, as etapas consistem em reforçar a 
resposta final desejada na presença de aproximações mais próximas ao estímulo final desejado 
para aquela resposta (ver Capítulo 9). No encadeamento, as etapas geralmente consistem em 
reforçar mais e mais a ligação estímulo-resposta específica que compõe a cadeia. Uma exceção 
desta, é o método de apresentação total da tarefa; neste caso todas as ligações são ensinadas 
diretamente no início do treino, e modelagem e esvanecimento são utilizadas para desenvolver 
as respostas ou deixá-las sob controle do estímulo apropriado. Por utilizar modelagem e 
esvanecimento, o procedimento ainda é um procedimento de mudança gradual. A Tabela 11-2 
resume algumas similaridades e diferenças dos três procedimentos e como são tipicamente 
aplicados. 
 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM A EFICÁCIA DO 
ENCADEAMENTO COMPORTAMENTAL 
 
1. Faça uma Análise de Tarefa: Identifique Todos os Componentes da Seqüência 
 
 A seqüência comportamental que você deseja ensinar tem que ser dividida em 
componentes individuais, devendo ser respeitada a ordem dos componentes na seqüência. O 
processo de dividir uma tarefa em etapas menores ou respostas componentes, para facilitar o 
treinamento, é chamado de análise de tarefa. Exemplos de análises de tarefa para ensinar 
habilidades complexas incluem habilidades de conservação de apartamento (Williams e Cuvo, 
1986), habilidades de cuidados menstruais (Richman, Reiss, Bauman e Bailey, 1984), 
habilidades para o jogo de tênis (Buzas e Ayllon, 1981), treino de um time juvenil de futebol 
americano (Komaki e Barnett, 1977), habilidades de lazer (Schleien, Wehman e Kiernan, 1981) 
e treino de pedestres para caminhar com segurança pelas ruas (Page, Iwata e Neef, 1976). 
Assim como acontece na seleção de etapas da modelagem (discutida no Capítulo 10), a seleção 
das etapas ou componentes do encadeamento é um tanto subjetiva. Os componentes devem 
ser suficientemente simples para serem aprendidos sem grande dificuldade. Caso você 
desejasse ensinar uma criança com déficit profundo de desenvolvimento a escovar os dentes, 
seria um equívoco considerar a tarefa em termos dos três grandes passos: colocar pasta na 
escova, escovar e enxaguar. Para a criança alcançar o domínio da cadeia, cada um desses 
passos teria que ser subdividido em etapas ainda menores. Os componentes também têm que 
ser selecionados de maneira que haja um estímulo ou conjunto de estímulos bem definido, 
para sinalizar a conclusão de cada componente. Isso facilitará a transformação de tais 
estímulos em reforçadores condicionados para as respostas precedentes e em SDs para as 
respostas subseqüentes, através da cadeia inteira. 
 
 
 8
 
 
TABELA 11-2 SIMILARIDADES E DIFERENÇAS ENTRE MODELAGEM, ESVANECIMENTO E 
ENCADEAMENTO 
 
 Modelagem Esvanecimento Encadeamento 
Comportamento final 1.Comportamento que é 
novo em alguma dimensão 
física como topografia, 
freqüência ou intensidade. 
1. Novo controle de 
estímulo de um 
determinado 
comportamento. 
1. Nova seqüência de 
respostas, com um 
estímulo“bem-definido” 
que sinaliza o final de cada 
resposta e o início da 
próxima. 
 2. O comportamento final 
compõe-se apenas da 
última etapa da 
modelagem. 
2. O controle de estímulo 
final compõe-se apenas da 
última etapa do 
esvanecimento. 
2. O comportamento final 
compõe-se de todas as 
etapas do encadeamento. 
Procedimentos gerais do 
treinamento 
1. Geralmente envolve um 
ambiente não estruturado 
no qual o aprendiz tem a 
oportunidade de emitir 
uma variedade de 
comportamentos. 
1. Tipicamente, envolve 
um ambiente estruturado, 
uma vez que os estímulos 
presentes têm que ser 
precisamente controlados. 
1. Tipicamente envolve um 
ambiente de ensino 
estruturado ou semi-
estruturado. 
 2. Caminha em um padrão 
que acompanha a “ordem 
natural” do 
comportamento. 
2. Caminha em um padrão 
que acompanha a “ordem 
natural” do 
comportamento. 
2. Pode caminhar 
acompanhando a “ordem 
natural” do 
comportamento ou a 
ordem inversa. 
Outras considerações 
sobre o processo 
1. Muitas vezes envolve 
controleinstrucional; pode 
envolver alguma deixa 
física nas etapas sucessivas, 
mas de maneira mínima. 
Também pode envolver 
esvanecimento nas etapas 
sucessivas, mas isto não é 
usual. 
1. Pode envolver alguma 
modelagem, embora não 
seja usual. 
1. Freqüentemente 
envolve deixas verbais e 
físicas, ajuda física, 
esvanecimento e, talvez, 
modelagem nas etapas 
sucessivas. 
 2. Envolve aplicação 
sucessiva de reforçamento 
e extinção. 
2. Envolve aplicação 
sucessiva de reforçamento. 
Caso a extinção tenha que 
ser usada, o esvanecimento 
não ocorreu em um nível 
ideal. 
2. Tipicamente envolve 
menos tentativas de 
extinção do que a 
modelagem, por causa do 
forte controle de estímulo 
estabelecido pelas deixas e 
pelo esvanecimento nas 
sucessivas etapas. 
 
 
Por exemplo, ao utilizar o encadeamento para ensinar uma criança a lavar as mãos 
adequadamente, você poderia selecionar, como um dos componentes, colocar água na pia. 
Seria importante especificar um determinado nível de água na pia e talvez até fazer uma marca 
(temporariamente, pelo menos) nesse nível, para fornecer um estímulo muito claro que 
encerra tal componente da cadeia (que você poderia definir como: “manter abertas as 
torneiras até que a água atinja o nível desejado”). 
 Depois de completar sua análise da tarefa, revise cada um dos estímulos que 
controlarão cada uma das respostas da seqüência. Teoricamente, cada estímulo controlador 
deveria ser claramente diferente dos outros estímulos controladores. Caso estímulos 
semelhantes controlem diferentes respostas, há maior probabilidade de erro e de confusão por 
parte do cliente. Caso, em sua análise da tarefa, dois estímulos controladores sejam bastante 
 9
semelhantes e não haja nada que você possa fazer a respeito, considere então a possibilidade 
de codificar artificialmente um dos estímulos de alguma maneira para tornar mais fácil a 
aquisição da cadeia. 
 
2. Considere Estratégias para a Utilização Independente de Deixas por parte dos 
Aprendizes 
 
 Como no caso de Steve, muitos indivíduos conseguem usar, eles próprios, deixas 
para ajudar no domínio de uma cadeia de comportamentos. Com aprendizes que sabem ler, 
uma análise de tarefa por escrito pode servir de deixa adequada para levá-los a completar 
adequadamente as cadeias comportamentais (ver, p. ex., Cuvo, Davis, O’Reilly, Mooney e 
Crowley, 1992). Caso os aprendizes não sejam alfabetizados, uma série de deixas na forma 
de figuras pode orientá-los na execução das cadeias comportamentais. Por exemplo, 
Thierman e Martin (1989) prepararam um álbum de figuras-deixa para orientar adultos com 
déficits profundos de desenvolvimento na execução de cadeias que melhoraram a qualidade 
de suas tarefas de limpeza doméstica. Os clientes foram ensinados a olhar para a figura de 
determinada etapa, executar tal etapa e, então, transferir um adesivo para indicar que aquela 
etapa havia sido concluída. A estratégia foi bastante eficaz. Outra estratégia que envolve a 
utilização independente de deixas para orientar na conclusão de cadeias comportamentais 
envolve recitar auto-instruções. Indivíduos com desenvolvimento atípico foram ensinados a 
recitar auto-instruções como deixa para a conclusão de tarefas vocacionais (Salend, Ellis e 
Reynolds, 1989); para a execução correta de problemas de matemática (Albion e Salzburg, 
1982); e para classificar envelopes corretamente em diferentes caixas (Whitman, Spence e 
Maxwell, 1987). 
 
3. Considere a Realização de Uma Tentativa Preliminar, Dando Modelo 
 
Em alguns casos, tais como com pessoas com desenvolvimento atípico ou crianças, 
pode ser aconselhável dar um modelo da seqüência inteira e, ao mesmo tempo, descrever 
verbalmente a execução de cada etapa. (Diretrizes sobre dar modelo são descritas no Capítulo 
18.) Caso apenas uma amostra da tarefa-treino esteja disponível, a tarefa deve ser desmontada 
depois da tentativa em que é dado o modelo, e os componentes devem ser rearranjados para o 
aprendiz executar a tarefa. Ou então, o aprendiz pode ser treinado usando amostras 
alternativas da tarefa. 
 
4. Comece o Treino da Cadeia Comportamental 
 
Inicialmente, peça ao aprendiz para começar a trabalhar e para completar a(s) etapa(s) 
da tarefa. A etapa ou etapas pela qual começará depende do tipo de encadeamento que você 
está usando: apresentação da tarefa total, encadeamento reverso ou encadeamento para a 
frente. Se em qualquer etapa o aprendiz parar ou parecer desatento, você deve, em primeiro 
lugar, fornecer uma deixa como “O que vem agora?” ou “Continue”. Se o aprendiz executar 
uma resposta incorretamente ou deixar de emitir a resposta dentro de um período de tempo 
razoável, em qualquer etapa, você deve passar à correção do erro. Forneça a instrução 
necessária ou ajuda física para ajudar o aprendiz a executar a etapa corretamente. Depois que 
o erro for corrigido, avance para a próxima etapa. 
 
5. Considere o Uso de Amplos Reforçadores Sociais e Outros Reforçadores 
 
Às vezes, um reforçador natural que segue à conclusão de uma cadeia é suficiente 
para mantê-la. É o caso de Steve, descrito no início desse capítulo. Ao ensinar cadeias 
 10
comportamentais a pessoas com desenvolvimento atípico ou a crianças, entretanto, 
geralmente é aconselhável elogiar imediatamente a conclusão correta de cada etapa, nas 
tentativas iniciais do treinamento (ver, p. ex., Koop, Martin, Yu e Suthons, 1980). Além 
disso, geralmente é aconselhável fornecer um reforçador (algo comestível, por exemplo) 
contingente à conclusão bem sucedida da última etapa da cadeia. Assim que o cliente se 
tornar mais habilidoso na execução das etapas, os elogios e outros tipos de reforçadores 
podem ser gradualmente eliminados. Estratégias adicionais para manter cadeias 
comportamentais que já foram dominadas são descritas no Capítulo 16. 
 
6. Reduzir Assistência Extra em Etapas Individuais assim que Possível 
 
Dependendo dos detalhes da análise da tarefa, talvez seja necessário fornecer algumas 
instruções adicionais ou ajuda física para corrigir erros. Através de tentativas sucessivas, tal 
assistência extra deve ser esvanecida tão rapidamente quanto possível. É importante não 
fornecer assistência a ponto de criar dependência no seu cliente. Isto é, cuidado para não 
reforçar seu cliente por cometer erros e por esperar sua ajuda em determinadas etapas. 
 
 
CILADAS DO ENCADEAMENTO COMPORTAMENTAL 
 
Cadeias que contêm um elemento de resposta que não é necessário para o 
reforçamento são chamadas de cadeias incidentais, e o processo que as produz é chamado de 
encadeamento incidental. Encadeamento incidental é uma forma de reforçamento incidental 
como descrito no Capítulo 3. Uma cadeia incidental tem alguns componentes que são 
funcionais para a produção do reforçador, e pelo menos um componente (chamado de 
componente supersticioso) que não o é. Muitas vezes é necessário um cuidado especial para evitar 
encadeamentos incidentais indesejados. Assim como respostas indesejadas, relativamente 
simples, são muitas vezes instaladas inadvertidamente através da administração impensada de 
reforçamento positivo, também podem ser estabelecidas cadeias com um ou mais 
componentes indesejados. O tipo mais comum de encadeamento indesejado provavelmente 
ocorre quando uma resposta inadequada precede uma ou mais respostas adequadas que são 
reforçadas; tanto a resposta adequada, como a inadequada é desse modo fortalecida. Um 
exemplo de tal tipo de encadeamento é o costume, apresentado por alguns oradores, de 
começar cada comentário com "ãhn". Um exemplo semelhante, mas um tanto mais sério é 
fazer expressões faciais bizarras antes de cada frase. 
Alguns procedimentos de modificação de comportamento aparentemente bem 
fundamentados podem levar a encadeamentos indesejados caso o modificador de 
comportamento não seja cuidadoso. Istofoi ilustrado no projeto de Olenick e Pear (1980) 
para ensinar nomes de figuras para crianças com desenvolvimento atípico. Eram feitas às 
crianças questões em que se mostrava uma figura para ser nomeada e perguntava-se “O que é 
isto?”. Respostas corretas eram reforçadas. Caso as crianças cometessem um erro, era feita 
com elas uma tentativa com imitação, na qual o professor apresentava a pergunta e 
imediatamente dava o modelo da resposta (p. ex., “O que é isto? Gato”.). Olenick e Pear 
observaram que algumas crianças cometiam um grande número de erros, mesmo quando 
parecia que sabiam nomear a figura adequadamente. Os pesquisadores sugeriram que para tais 
crianças, formara-se uma cadeia na qual erros nas perguntas eram reforçados pelas tentativas 
com imitação, pois nestas uma resposta mais fácil (imitação) era reforçada. Olenick e Pear 
resolveram tal problema diminuindo a taxa de reforçamento para respostas corretas nas 
tentativas com imitação e, ao mesmo tempo, mantendo uma taxa alta de reforçamento para 
respostas corretas das questões sem modelo. 
 11
Problemas de autocontrole, que atormentam muitas pessoas, fornecem muitos outros 
exemplos de encadeamentos comportamentais indesejados. Considere o problema de comer 
em excesso. Apesar de haver, indubitavelmente, uma variedade de razões possíveis para comer 
em excesso, uma das causas mais freqüentes pode ser o desenvolvimento inadvertido de 
cadeias comportamentais indesejadas. Por exemplo, observou-se que muitas pessoas que estão 
acima do peso comem muito rapidamente. Um exame da seqüência comportamental 
envolvida sugere a seguinte cadeia: colocar comida no talher; colocar a comida na boca; 
recolocar comida no talher, enquanto mastiga a comida; simultaneamente, engolir a comida 
enquanto coloca mais uma colherada na boca; e assim por diante. Tal cadeia comportamental 
pode ser quebrada com sucesso, estendendo-se a cadeia e introduzindo atrasos. Uma cadeia 
mais aconselhável poderia ser a seguinte: colocar comida no talher; colocar a comida na boca; 
descansar o talher na mesa; mastigar a comida; engolir; esperar três segundos; recarregar o 
talher; e assim por diante. Em outras palavras, na cadeia indesejada a pessoa se apronta para 
consumir o bocado seguinte, antes mesmo de terminar o anterior. Uma cadeia mais 
aconselhável separa tais componentes e introduz breves atrasos. 
Outra cadeia comportamental indesejada, apresentada por algumas pessoas que 
estão acima do peso, consiste em assistir à TV até que comece um comercial; ir até a cozinha 
durante o comercial; fazer um lanche; e retornar para ver o programa de TV (o qual, junto 
com o sabor do alimento, reforça fazer o lanche). Há uma variedade de procedimentos para 
resolver tais problemas de autocontrole, e eles são discutidos em mais detalhes no Capítulo 26. 
O ponto a lembrar aqui é que comportamentos indesejados muitas vezes são componentes de 
cadeias comportamentais desenvolvidas de maneira não intencional. 
 
 
DIRETRIZES PARA USO EFICAZ DO ENCADEAMENTO 
COMPORTAMENTAL 
 
Deve-se observar as seguintes regras ao ensinar cadeias comportamentais: 
 
1. Faça uma análise de tarefa. Identifique as unidades da cadeia que são simples o 
suficiente para serem aprendidas sem grandes dificuldades. 
2. Considere estratégias (p. ex., figuras) que possam ser independentemente utilizadas 
como deixas pelos aprendizes. 
3. Se necessário, faça uma tentativa preliminar dando modelos. 
4. Ensine as unidades na seqüência adequada. Caso contrário, será desenvolvido um 
controle de estímulo fraco, pois, quando uma etapa for concluída, ela não será 
necessariamente um estímulo discriminativo para a próxima etapa, podendo, pelo 
contrário, controlar alguma outra etapa (como quando uma criança aprende a 
contar incorretamente, por exemplo, 1, 2, 4, 3). 
5. Para apressar a aprendizagem, use um procedimento de esvanecimento para 
diminuir a ajuda extra que pode ser necessária para o cliente executar alguma etapa. 
6. Caso você esteja usando encadeamento reverso ou para a frente, certifique-se de 
que, em cada tentativa, o aprendiz execute todo o conjunto de componentes 
aprendidos até aquele ponto. 
7. No início do treino, utilize amplo reforçamento para execuções corretas de etapas 
individuais. Gradualmente, reduza tal reforçamento à medida que o aprendiz se 
tornar mais habilidoso. 
8. Certifique-se de que o reforçamento fornecido no final da cadeia esteja de acordo 
com as diretrizes para aplicação eficaz do reforçamento positivo, apresentadas no 
Capítulo 3. Quanto mais eficaz tal reforço final, mais estável a cadeia de respostas. 
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Isto não significa, no entanto, que uma vez estabelecida a cadeia ela tenha que ser 
reforçada todas as vezes em que ocorrer, a fim de ser mantida. Depois que uma 
cadeia foi ensinada, ela pode ser considerada como uma única resposta, que poderá, 
se desejado, ser colocada em um esquema de reforçamento intermitente. 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO 
 
1. Descreva resumidamente o procedimento de encadeamento usado para ensinar 
Steve a executar uma rotina consistente antes das tacadas finais. 
2. Descreva ou defina cadeia comportamental, e dê um exemplo diferente dos 
exemplos deste capítulo. 
3. Por que você supõe que uma cadeia comportamental é chamada de cadeia? 
4. Em uma cadeia, um dado estímulo é tanto SD quanto reforçador condicionado. 
Explique com um exemplo. 
5. Usando exemplos, mostre a diferença entre seqüência comportamental que seja uma 
cadeia e uma que não seja uma cadeia. 
6. Na cadeia comportamental dirigir um carro, acelerar, e mudar marchas (suponha 
que você tenha uma transmissão de quatro velocidades), como a cadeia de um 
motorista que tem um tacômetro (e o utiliza) é diferente da cadeia do motorista que 
não tem tacômetro? 
7. Nomeie e descreva resumidamente os três principais métodos de encadeamento. 
8. Descreva como cada um desses três métodos principais pode ser usado para ensinar 
a arrumar uma cama. 
9. Qual desses métodos principais os autores recomendam para ensinar pessoas com 
desenvolvimento atípico e por quê? 
10. Estabeleça a diferença entre os tipos de comportamento final tipicamente 
estabelecidos pela modelagem, pelo esvanecimento e pelo encadeamento. 
11. Suponha que você queira ensinar um adolescente a trocar o pneu de um carro. 
Você usaria modelagem ou encadeamento? Justifique a sua escolha. 
12. Qual o significado do termo análise de tarefa? Descreva uma análise de tarefa 
plausível apropriada para ensinar a uma criança de três anos o comportamento de 
amarrar os sapatos. 
13. Descreva resumidamente três estratégias para ajudar indivíduos a usar deixas de 
maneira independente para orientar o domínio de uma cadeia de 
comportamentos. 
14. Em que uma cadeia incidental é semelhante e em que é diferente do 
comportamento supersticioso? 
15. Descreva um exemplo de cadeia incidental que não esteja neste capítulo. 
Identifique claramente o componente supersticioso. 
16. Dê um exemplo de uma cilada do encadeamento. Explique como tal cilada pode 
ser evitada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO 
 
A. Exercícios Envolvendo Outros 
 
1. Descreva como você poderia usar encadeamento comportamental para ensinar uma 
criança a amarrar seus sapatos. 
2. Descreva como você poderia usar encadeamento comportamental para ensinar uma 
criança a dar um nó. 
3. Descreva como você poderia usar encadeamento comportamental para ensinar uma 
criança a fazer um laço. 
4. Teste seus programas de encadeamento dos Exercícios de Aplicação 1 a 3 e veja 
como funcionam. 
 
B. Exercícios de Auto-Modificação 
 
Identifique um déficit comportamental seu que possa ser modificado através de um 
procedimento de encadeamento. Descreva em detalhes como você poderia usar as diretrizes 
para o uso eficaz do encadeamento para superartal déficit. 
 
 
 
ANOTAÇÕES E DISCUSSÃO ADICIONAL 
 
1. Em uma variação no encadeamento para a frente, chamado de método por partes, diferentes 
componentes de uma cadeia são ensinados separadamente e depois todos são combinados para formar um todo. 
Suponha que você queira ensinar alguém a nadar usando o estilo crawl. Com orientação adequada e objetos de 
flutuação, o aprendiz poderia ser ensinado, em primeiro lugar, a fazer a braçada apropriada; depois a batida de 
pés apropriada; a seguir, o giro de cabeça adequado e a respiração. Finalmente, essas três partes seriam colocadas 
juntas em uma seqüência completa. Weld e Evans (1990) notaram pouca diferença entre aprendizagem por partes 
e apresentação da tarefa total para ensinar adolescentes com déficit severo ou moderado de desenvolvimento a 
preparar uma sacola com lanche e a fazer um cartão de aniversário. 
 
 
Questão de estudo sobre a nota 
 
1. Descreva o método de encadeamento por partes. Em que ele difere do modelo de encadeamento 
para a frente?

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