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Direito Processual Civil - Litisconsórcio

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AULA 02 – PROCESSO CIVIL - LITISCONSÓRCIO
1. Aspectos conceituais
Cúmulo subjetivo de demandas seria uma expressão muito mais adequada que litisconsórcio – ter numa demanda ou em várias demandas a somatória de sujeitos ou de partes.
*Cumulação de pedidos: art. 327 NCPC seria sinônimo de cúmulo objetivo de demandas.
2. Classificação (uniforme na doutrina)
2.1. Quanto aos sujeitos 
a) Ativo 
b) Passivo
c) Misto
2.2 Quanto ao momento (de formação do litisconsórcio)
a) inicial – o processo já se inicia com o litisconsórcio formado. É a regra geral, por conta da preservação do P. constitucional do juiz natural, porque senão as partes poderão “escolher” o juiz.
b) ulterior – formado após a propositura da ação. Amplia-se o sujeito da demanda. Exceção do sistema, só cabe com expressa autorização legal. Se não houver, NÃO caberá o litisconsórcio ulterior. Exemplos de três hipóteses em que a lei autoriza: 
I. sucessão causa mortis (110 NCPC) - se a parte falece, a relação jurídica que ela ocupa sofre uma sucessão, os herdeiros da parte assumem o conjunto de relações jurídicas do falecido. Parte morre e deixa três filhas, será o caso de litisconsórcio ulterior.
Atenção : Apesar de alguns autores sustentarem, tecnicamente, esse exemplo não se trata de litisconsórcio ulterior, porque não há uma ampliação na relação jurídica material. A ideia do litisconsórcio ulterior é a de que com o ingresso de uma parte, a relação jurídica se torna mais complexa trazendo pretensão da parte que estava de fora e entrou. Portanto, na sucessão causa mortis, quem entra não tem pretensão, e sim na mesma posição que o outro tinha. O direito material é o mesmo, não há acréscimo.
II. conexão/continência (55 e 56 NCPC) – Conexão ocorre quando duas ou mais ações possuem o mesmo pedido ou a mesma causa de pedir. Já a continência ocorre quando há identidade de partes e identidade de causa de pedir, e o pedido um é menor que o pedido dois. 
Art. 58 NCPC – quando houver a presença destes institutos, se possível haverá a reunião das ações para julgamento conjunto, uma vez que os elementos são semelhantes.
Mesma pessoa danifica carros de três pessoas. A ação que era um contra um, se torna três contra um.
III. Intervenção de terceiros (Art. 127 – denunciação à lide, Art. 130 – chamamento ao processo, etc. NCPC) – Principal hipótese! 
2.3 Quanto aos efeitos
a) simples – não possui previsão legal. Aquele cuja decisão pode ser diferente para os litisconsortes do mesmo polo. Exemplos: Ação de usucapião - no polo passivo figuram o ex-proprietário, as fazendas estaduais, os vizinhos. Os efeitos serão distintos: o ex-proprietário perdeu a propriedade, os vizinhos (confinantes) ganham novo vizinho e as fazendas tem uma nova pessoa para tributar.
b) unitário (art. 116 NCPC) (direito material) – sempre a decisão será igual para todos os litisconsortes. Exemplos: Ação pauliana- anulação de negócio praticado com fraude contra credores. Deve ser o ato anulado para as duas partes, uma vez que há uma incindibilidade da relação jurídica material. ACPs propostas pelo MP e DP.
2.4 Quanto à obrigatoriedade
a) facultativo (113 NCPC) – formação opcional do litisconsórcio. O autor da ação decide. Há uma possibilidade de ampliação. Fora das hipóteses abaixo NÃO cabe litisconsórcio facultativo.
I. comunhão – igualdade de direitos, deveres e obrigações art. 113, I do NCPC. Exemplo: Solidariedade ativa ou passiva.
II. conexão – art. 113, II do NCPC. Exemplo: ações envolvendo acidentes de trânsito.
III. afinidade (litisconsórcio impróprio) – autoriza a formação de litisconsórcio em razão de questões por pontos comuns. Exemplo: três professores da mesma empresa, com contratos diferentes, pedidos diferentes. Há uma semelhança de elementos. Ações de servidores públicos é um exemplo.
Obs. Há uma ordem de intensidade nesse litisconsórcio, comunhão é mais forte que conexão e conexão mais intensa que afinidade.
b) necessário (114 NCPC) – obrigatório. Imposição legal. O litisconsórcio necessário está diante da legitimidade plural, uma vez que a condição da ação, legitimidade ad causam, só se dá se todas as pessoas que devem compor o polo estiverem presentes.
I. por força da lei (Exs. 73, § 1º; 683, PU, NCPC) 
II. por força da unitariedade – incindibilidade da relação jurídica. Nas hipóteses de incindibilidade da relação jurídica material também haverá o litisconsórcio necessário, ou seja, quando o litisconsórcio for unitário ele também será, em regra, necessário.
ATENÇÃO!!!
O litisconsórcio necessário por força da lei poderá ser simples ou unitário. Mas quando for necessário por força da incindibilidade da relação jurídica será unitário, salvo quando a lei expressamente admitir a legitimação concorrente - (art. 103 da CF) (art .5º da LACP) (art. 1314 do CC) - , caso em que será facultativo e unitário
3. Figuras problemáticas do litisconsórcio
3.1 Litisconsórcio ativo, facultativo e ulterior (art. 5º, XXXVII, CF)
Para a maioria da doutrina esta figura não existe, considerando que violaria o art. 5º, XXXVII, CF, o P. do Juiz Natural. 
3.2. Litisconsórcio ativo necessário 
Nessa figura de litisconsórcio, entende-se que para propor ação significa que é necessária a presença de todas as pessoas legitimadas à propositura da mesma. A problemática aparece quando um dos legitimados não quer propor a ação, uma vez que se propor sozinho será parte ilegítima e não há como obrigar a outra parte a exercer o direito de ação. Existem duas posições acerca dessa discussão:
a) inexiste (115, PU, NCPC) (75, § 1º, NCPC) – a lei não pode obrigar alguém a ser autor. O litisconsórcio ativo é sempre facultativo para essa posição. Aparentemente é a posição adotada pelo NCPC. 
b) existe (114, § 2, CF) (26 EOAB) – defende que existe nos casos de dissídio coletivo art. 114, § 2, CF e nos casos do art. 26 EOAB. Como se faz então quando um dos autores se recusar a demandar? Existem duas possibilidades: 1. Art. 74 do NCPC por analogia, a parte pode requerer ao Poder Judiciário o suprimento da outorga; 2. Colocar o autor resistente no polo passivo da ação (Nelson Nery Jr.).
3.3. Litisconsórcio passivo eventual - mais de um réu é demandado, no entanto, deseja-se que apenas um deles ou um grupo deles seja condenado. Aqui o autor estabelece uma ordem de preferência. Art. 326 NCPC.
3.4. Litisconsórcio passivo alternativo – mais de um réu é demandado, no entanto, deseja-se que apenas um deles ou um grupo deles seja condenado. Aqui o autor NÃO estabelece uma ordem de preferência.
Exemplo: investigação de paternidade em face de mais de um réu, quando a mãe manteve relação sexual com vários no mesmo período e tem dúvida, mas estabelece uma ordem – eventual. Investigação de paternidade em face de mais de um réu quando a mãe manteve relação sexual com todos ao mesmo tempo, “bacanal”, e não tem ideia de quem seja o pai, sem ordem de preferência – alternativo.
Art. 898 do antigo CPC que corresponde ao art. 548 do NCPC – consignação de pagamento quando se tem dúvida de quem é o credor e se ajuíza em face de os possíveis. – alternativo.
4 Litisconsórcio (facultativo) multitudinário (113, §§ 1º e 2º NCPC). Dúvidas? Multidão de autores – comprometem a celeridade do processo; comprometimento do direito de defesa do réu; portanto o juiz, pode limitar a formação do litisconsórcio. Note-se que somente no caso de litisconsórcio facultativo.
Todos os questionamento a seguir possuem discussões e dúvidas na doutrina.
a) Qual o número de litisconsortes que prosseguem? Depende do caso. Da complexidade da matéria.
b) Quem define quais serão excluídos? Advogado.
c) Quem desmembra o feito? Ônus da parte.
d) O juiz da ação originária é competente para as desmembradas? Parte diz que é o mesmo juízo, outra defende a distribuição livre.
e) Cabe recurso da rejeição do pedido de limitação (1015, VIII) ? Cabe agravo. Aqui, NÃO há dúvida. Na hipótese de exclusão, do art. 1.015 VII, também cabe agravo.
5.Regime jurídico do litisconsórcio (117 NCPC).
Contestar, provar e recorrer sãoexemplos de atos benéfico.
Confessar, renunciar a um direito e revelia, são exemplos de atos prejudiciais.
Quando se tratar de litisconsórcio simples se o ato praticado por um litisconsorte for benéfico, em princípio a regra é que não beneficia, uma vez que é cada um por si, é litisconsórcio simples.** O art. 1.005 do NCPC prevê que o recurso de um litisconsorte pode estender seus efeitos para os demais. Os casos de teses comuns de defesa, o ato benéfico de um litisconsorte pode se estender a todos. 
Os atos benéficos se estendem aos demais no caso de litisconsórcio unitário.
6. Efeitos da não formação do litisconsórcio 
6.1. Facultativo – não há efeito, uma vez que não é obrigatório. Haverá propositura de ação em separado.
6.2. Necessário (115 NCPC) – o efeito dependerá do momento em que se é percebida a não formação.
a) antes da sentença (intervenção iussi iudiciss – art. 115, parágrafo único, CPC) – o juiz determinará que o autor providencie a emenda da inicial para citar a outra parte, sob pena de extinção. 
b) após a sentença (efeitos variáveis conforme for unitário ou simples o litisconsórcio – art. 115 NCPC). Se for litisconsórcio unitário será nula a decisão; Se simples será ineficaz para o que ficou de fora.
7. Casuística - análise detida de principais julgados.
7.1. Prazo em dobro (229 NCPC) (súmula 641 STF) – diferentes procuradores. Para todos os atos processuais. Só se aplica esse dispositivo: 1. Se os procuradores forem de escritórios distintos; 2. Não se aplica ao processo eletrônico; 3. De acordo com a sumula 641 do STF “não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido”.
7.2. Alimentos avoengos (1.698 do CC) (STJ – Resp. 658.139-RS) – A obrigação alimentar é por classe de parente, ou seja, se for contra avós será tanto para os paternos quanto para os maternos.[1: EMENTA Resp. 658.139-RSCIVIL. ALIMENTOS. RESPONSABILIDADE DOS AVÓS. OBRIGAÇAO COMPLEMENTAR E SUCESSIVA. LITISCONSÓRCIO. SOLIDARIEDADE. AUSÊNCIA. 1 - A obrigação alimentar não tem caráter de solidariedade, no sentido que "sendo várias pessoas obrigadas a prestar alimentos todos devem concorrer na proporção dos respectivos recursos." 2 - O demandado, no entanto, terá direito de chamar ao processo os co-responsáveis da obrigação alimentar, caso não consiga suportar sozinho o encargo, para que se defina quanto caberá a cada um contribuir de acordo com as suas possibilidades financeiras. 3 - Neste contexto, à luz do novo Código Civil, frustrada a obrigação alimentar principal, de responsabilidade dos pais, a obrigação subsidiária deve ser diluída entre os avós paternos e maternos na medida de seus recursos, diante de sua divisibilidade e possibilidade de fracionamento. A necessidade alimentar não deve ser pautada por quem paga, mas sim por quem recebe, representando para o alimentado maior provisionamento tantos quantos coobrigados houver no pólo passivo da demanda. 4 - Recurso especial conhecido e provido. ]
7.3. Conta conjunta e litisconsórcio passivo (solidariedade?) – a cobrança ocorrerá somente contra o emitente do cheque em conta conjunta. Não há litisconsórcio entre titulares de conta conjunta, é caso de ilegitimidade.
7.4. Litisconsórcio entre segurado e seguradora (s. 529 e 537 STJ) – vítima de ato ilícito não pode demandar diretamente contra a seguradora do autor do fato. Admite, no entanto, a possibilidade de ação contra segurado (causador do fato) e seguradora formando litisconsórcio passivo facultativo.
7.5. Litisconsórcio e competência nos JE (enunciado 02 FONAJE) – tem-se limite de valor; e em caso de litisconsórcio que é por autor. Análise de teto por autor.
7.6. Litisconsórcio, pedidos cumulados e competência/JF (Art. 45 NCPC) – nos caos em que tiver pedidos em litisconsórcio com pessoas que não possuem competência naquela Justiça, o juiz deverá extinguir o processo quanto aos litisconsortes que não são abrangidos pela Justiça Federal/Estadual e encaminhar o caso para a Justiça Estadual/Federal. 
7.7. Litisconsórcio em MS (s. 631 e 701 do STF) – além da autoridade co-atora tem que ser réu junto com ela, o beneficiário do ato atacado. Litisconsórcio necessário unitário.

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