Buscar

RESUMO ADI

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
 
CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE: 
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica
PROFESSORA: CHRISTIANE SCHNEISKI
 
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
Introdução:
Estudaremos a ADI genérica como sendo a primeira ação em espécie da jurisdição constitucional. 
Instrumento que compõe parte do chamado controle de constitucionalidade concentrado e também abstrato.
Lembrar que existe diferença entre controle concentrado e controle abstrato.
Controle concentrado: é o controle realizado somente por um único juízo
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
Introdução:
Controle abstrato: é controle da análise da inconstitucionalidade da lei em tese, onde não há processo subjetivo. O que existe é um processo objetivo. Sem partes litigantes.
Pode ser chamada de uma jurisdição atípica em razão de que não resta conflito identificado entre partes.
Nestas demandas o STF atua como legislador negativo, pois determina a invalidade de uma norma e determina a sua paralisação de eficácia no ordenamento jurídico.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
2. Origem do controle concentrado e da ADI:
	
Áustria: Constituição de 1920 com a criação do controle concentrado pelo Kelsen naquela realidade.
Brasil: 
	-Constituição de 1934 (Representação Interventiva);
	-EC nº. 16 de 1965 à Constituição de 1946 (Representação de Inconstitucionalidade);
	-ADI na CF/88.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
3. Conceito:
	É a ação de conhecimento, processamento e julgamento originário perante o STF, em que se busca o controle de constitucionalidade de lei em tese, ou seja, abstrato, onde se imperam características como generalidade, impessoalidade e abstração.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
3. Conceito:
	Por meio desta ação ocorre justamente o contrário do que ocorre com o controle por via de exceção, onde a análise da inconstitucionalidade é prévia à questão principal.
	Na ADI o controle de constitucionalidade, ou melhor, a análise da inconstitucionalidade, é o próprio objeto da questão a ser decidida.
4. Previsão dogmática:
	Artigo 102, I, a da CF/88
	Lei nº. 9868/99
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
4. Previsão dogmática:
	Artigo 102, I, a da CF/88: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
4. Previsão dogmática:
	Lei nº. 9868/99
	
	Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica
5. Objeto da ADI genérica:
	O objeto deste instrumento é a lei ou ato normativo federal ou estadual que se mostrem incompatíveis com a Constituição.
	LEIS: todas as espécies normativas elencadas no artigo 59 da CF/88: 
	Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica
5. Objeto da ADI genérica:
	
	LEIS: todas as espécies normativas elencadas no artigo 59 da CF/88, porém:
	Apenas um ponto de atenção aqui: nem todos os decretos legislativos e resoluções podem ser objeto de controle em sede de ADI, pois existem alguns deles que não possuem abstração e generalidade. Exemplo: resolução que autorize processo contra o Presidente da República e decreto legislativo que controle decreto de intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
5. Objeto da ADI genérica:
	ATOS NORMATIVOS: qualquer ato que sobre ele incida indiscutível caráter normativo. Direcionamento de conduta com abstração e generalidade. Exemplos: resoluções administrativas de tribunais, atos estatais de conteúdo normativo. Não são objeto de controle atos estatais de efeito concreto.
	LEIS E ATOS NORMATIVOS: leis e atos normativos federal e estadual, desde que o parâmetro a ser questionado seja a violação de regras (formais ou materiais) que estejam na CF/88, pois se o parâmetro for a Constituição Estadual, não se trata de ADI genérica junto ao STF, mas sim de Representação de Inconstitucionalidade junto aos Tribunais de Justiça dos Estados. 
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
5. Objeto da ADI genérica:
	
	SÚMULAS: não cabe ADI
	EMENDAS CONSTITUCIONAIS: cabe ADI
	TRATADOS INTERNACIONAIS: cabe ADI
	NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS: não cabe ADI (poder constituinte originário)
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
5. Objeto da ADI genérica:
NORMAS ANTERIORES À CF/88: não cabe controle de constitucionalidade, o que cabe é análise de recepção em razão do parâmetro de controle, bem como dos efeitos temporais da decisão.
6. Competência para julgamento da ADI: STF
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
7. Legitimidade para propositura: (ATIVA)
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
 I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; EC 45/04
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; EC 45/04
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
7. Legitimidade para propositura: (ATIVA)
Divisão feita pela jurisprudência do STF:
Legitimados neutros ou universais: não possuem a necessidade de comprovação de pertinência temática.
São eles: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
Legitimados interessados ou especiais: possuem necessidade comprovação de pertinência temática.
São eles: IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; EC 45/04, V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; EC 45/04 e IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
7. Legitimidade para propositura: (ATIVA)
Pertinência temática:. necessidade do legitimado de demonstrar o interesse na propositura da ação relacionado à sua finalidade institucional.
Há necessidade de presença de um vínculo objetivo de pertinência entre a norma impugnada e competência da casa legislativa ou do Estado-membro ou de interesses juridicamente protegidos às entidades de classe o confederação sindical (atividades profissionais e econômicas) do Estado-membro.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
7. Legitimidade para propositura: (ATIVA)
Sobre partido politico com
representação no Congresso Nacional: ao menos um membro do partido que proporá a ADI no STF precisa ser deputado federal ou senador federal 
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
7. Legitimidade para propositura: (ATIVA)
Sobre entidade de classe em âmbito nacional: 
O que significa uma classe? União de filiados de uma entidade que estejam ligados entre si pelo exercício da mesma atividade econômica ou profissional.
O que significa ser um entidade de classe em âmbito nacional? A entidade precisa estar presente, ou seja, possuir filiados, em pelo menos 9 Estados-membros da Federação.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
7. Legitimidade para propositura: (ATIVA)
Sobre confederação sindical: nos termos da lei (CLT) trata que confederação é aquela entidade sindical que possui organização com no mínimo três federações, devendo estar presentes em pelo menos três Estados-membros.
Exemplos: Associação Brasileira de Shopping Centers, Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Associação dos Notários e Registradores do Brasil, Associação dos Magistrados Brasileiros...
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
8. Legitimidade para propositura: (PASSIVA)
Sobre a legitimidade, até o momento falamos sobre a legitimidade ativa.
Mas e a legitimidade passiva?
Muito embora não haja litígio, isso sob o ponto de vista subjetivo, pois se trata de processo objetivo de análise abstrata (análise da lei em tese), mas em razão de um aspecto formal, se identificam na ação requentes demanda.
A legitimidade passiva recai sobre o órgão ou autoridade responsável pelo ato ou lei objeto da ação
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
8. Legitimidade para propositura: (PASSIVA)
A parte passiva presta informações ao relator do processo e a defesa será promovida pelo Advogado Geral da União.
O AGU funciona como uma espécie de curador da presunção de constitucionalidade da lei, dos atos do Poder Público.
Sobre a atuação do AGU o STF já entendeu que ele não tem o dever de sempre promover uma tese defensiva da constitucionalidade da lei impugnada, pois a ele toca o direito de manifestação e não uma defesa rígida da presunção de constitucionalidade da norma.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
9. Necessidade de capacidade postulatória: é necessidade de se fazer representar por advogado.
O STF entendeu que somente os legitimados dos dispositivos: VIII - partido político com representação no Congresso Nacional e IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional precisam de advogado para a propositura de ADI junto ao STF.
Quanto aos demais legitimados, a capacidade postulatória decorre da própria Constituição, ou seja, não precisam se fazer representar por advogado.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
10. Intervenção de terceio e Amicus curiae: 
Art. 7º, § 2º da Lei nº. 9.869/99:
Art. 7o Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade.
§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
10. Intervenção de terceio e Amicus curiae: 
Sobre a intervenção de terceiro: 
A regra é que não se admite a intervenção de terceiro em sede de ADI, em razão deste tipo de ação se um processo objetivo, ou seja, não existem partes subjetivamente interessadas, pois não há litígio entre pessoas, ou seja, não é processo subjetivo.
Mas existe a possibilidade de atuação do amigo da corte (amicus curiae).
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
10. Intervenção de terceio e Amicus curiae: 
Sobre o amicus curiae: podem ser órgãos ou entidades que, em caso de relevância de sua representatividade, solicitam admissão para participação do processo para manifestação sobre a questão discutida, o relator do processo pode deferir o pedido para dar direito à sustentação oral para o solicitante.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
11. Medida cautelar em sede de ADI:
Cabe pedido de cautelar em ADI para tentar suspender a eficácia da lei ou do ato impugnado de modo antecipado.
-Art. 102, I, p, da CF/88:
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
- Previsão da Lei nº 9.868/99:
Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22 (quórum de instalação – 8 ministros), após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
11. Medida cautelar em sede de ADI:
§ 1o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, no prazo de três dias.
§ 2o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal.
§ 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
11. Medida cautelar em sede de ADI:
Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo.
§ 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.
§ 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
11. Medida cautelar em sede de ADI:
Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
11. Medida cautelar em sede de ADI:
Questões sobre a medida cautelar:
-sempre em caráter excepcional, em razão do princípio de presunção de constitucionalidade das leis;
-possui caráter provisório;
-seus requisitos pela jurisprudência do STF:
	-plausibilidade da tese jurídica exposta;
	-possibilidade de prejuízo decorrente do retardamento da decisão postulada;
	-irreparabilidade ou insuportabilidade dos danos emergentes dos próprios atos impugnados;
	-necessidade de garantir a ulterior eficácia da decisão.
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
11. Medida cautelar em sede de ADI:
Questões sobre a medida cautelar:
-seu deferimento possui efeito vinculante;
-seu deferimento possui efeitos ex nunc, exceto se o STF modular;
-seu deferimento importa em suspensão do julgamento de qualquer processo em andamento no STF até a decisão final, mas há também a possibilidade de suspensão de tramitação de processos em outros órgãos
judiciais que envolvem a mesma questão;
-regra de quórum de maioria absoluta (mesmo da cláusula de reserva de plenário do art. 97 da CF/88);
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
12. Efeitos da decisão da ADI:
-o pedido principal da ADI genérica é a declaração de inconstitucionalidade;
-o pedido não é passível de desistência;
-a decisão proferida em ADI é irrecorrível, cabendo apenas o instrumento de embargos de declaração, que não poderá ser proposto nem mesmo pelo AGU, pois se trata de processo objetivo;
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
12. Efeitos da decisão da ADI:
-possui efeitos temporais ex tunc, ou seja, retroativos, exceto se o próprio STF modular seus efeitos (art. 27 da Lei nº. 9.868/99:  Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.);
*
*
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica 
12. Efeitos da decisão da ADI:
-possui efeitos subjetivos erga omnes, ou seja, vincula a todos(Art. 102, § 2º da CF/88: As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.);

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais