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Pró-reitoria de EaD e CCDD 
1 
Contabilidade e Análise de Custos 
Aula 1 
Prof. Silvio Persona Filho
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
2 
Conversa inicial 
A globalização é um fenômeno que provoca grandes mudanças sociais e 
econômicas, afetando o nosso dia a dia. O ambiente empresarial sofre ações 
diretas do atual estágio da globalização, seja pela entrada de novos 
concorrentes, seja pela mudança no comportamento do consumidor. Concorrer 
em um mercado cada vez mais competitivo se tornou uma tarefa árdua de 
acompanhamento de novas tecnologias, métodos, substituição de materiais e, 
principalmente, controle de custos. Para que as empresas atendam ao seu 
objetivo precípuo de se perpetuar, é preciso gerar lucro, que, em um mundo de 
concorrência acirrada, está mais ligado ao controle de custos do que ao aumento 
da receita. 
Nesta aula, daremos início ao estudo da Gestão de Custos, tema 
extremamente relevante no ambiente empresarial. 
Bons estudos! 
Contextualização 
A entrada de novos concorrentes, principalmente os externos, tem exigido 
dos empreendedores e gestores uma maior agilidade de resposta e eficiência 
nos controles operacionais, financeiros e econômicos. Não é difícil entender que 
os concorrentes externos possuem um ambiente diferente do nosso, sobretudo 
no que se refere à infraestrutura energética e logística, à estrutura tributária e 
tecnológica, bem como às diferenças profundas nos encargos sociais sobre a 
mão de obra, e, sendo assim, os custos são bem diferentes. 
O Brasil possui uma economia industrializada, mas que ainda não atingiu 
a sua plenitude produtiva. O esforço nos controles corretos dos custos se tornou 
condição sine qua non para as empresas brasileiras se manterem vivas no 
mercado atual. 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
3 
Tema 1: Contexto geral da contabilidade de custos 
Uma verificação histórica nos mostra que, até o século XVIII, as empresas 
existentes eram, na sua grande maioria, comerciais. Assim, a contabilidade se 
desenvolveu para atender as necessidades dessa configuração empresarial. 
Segundo Martins: 
Para a apuração do resultado de cada período, bem como para o levantamento 
do Balanço em seu final, bastava o levantamento dos estoques em termos físicos, 
já que sua medida em valores monetários era extremamente simples. O Contador 
verificava o montante pago por item estocado e dessa maneira valorava as 
mercadorias. Fazendo o cálculo basicamente por diferença, computando o quanto 
possuía de estoques iniciais, adicionando as compras do período e comparando 
com o que ainda restava, apurava o valor de aquisição das mercadorias vendidas, 
na clássica disposição. (Martins, 2010) 
Portanto, estoques iniciais: 
(+) Compras; 
(-) Estoques Finais; 
(=) Custo das Mercadorias Vendidas. 
A contabilidade predominante, na época, era a contabilidade geral ou 
financeira. No entanto, com advento da revolução industrial, a valoração dos 
estoques precisava ser ajustada à empresa industrial, dando origem à 
contabilidade de custos. Os valores dos fatores de produção utilizados na 
fabricação dos bens passaram a compor os seus custos. O processo produtivo, 
que até então era realizado, na maioria, no âmbito da pessoa física, passou a 
ser estruturado em indústrias. Desse modo, as empresas necessitavam de 
controles mais específicos para apurar o custo dos produtos e, 
consequentemente, formar o preço de venda. Os gastos envolvidos na compra 
da matéria prima e na fabricação dos produtos, assim como os relativos à mão 
de obra, passaram a compor a nova forma de cálculo. 
Ao longo do tempo, a contabilidade de custos necessitou de algumas 
melhorias; sobretudo, porque ela não foi criada com objetivos administrativos, e, 
sim, para resolver os problemas da valoração dos estoques. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
4 
Com o crescimento das estruturas físicas das empresas, a quantidade de 
recursos a ser administrada aumentou bruscamente. O administrador já não 
tinha a possibilidade de acompanhar todos os processos pessoalmente; assim, 
a contabilidade de custos passou a ser utilizada como um instrumento para 
auxiliar o processo gerencial. 
[...] Essa nova visão por parte dos usuários de Custos não data de mais que algumas 
décadas, e, por essa razão, ainda há muito a ser desenvolvido. É também importante ser 
constatado que as regras e os princípios geralmente aceitos na Contabilidade de Custos 
foram criados e mantidos com a finalidade básica de avaliação de estoques e não para 
fornecimento de dados para a administração. Por essa razão, são necessárias certas 
adaptações quando se deseja desenvolver bem esse seu outro potencial; potencial esse 
que, na grande maioria das empresas, é mais importante do que aquele motivo que fez 
aparecer a própria Contabilidade de Custos. (Martins, 2010) 
Com o surgimento da tecnologia da informação, as três contabilidades 
(financeira, gerencial e de custos) passaram a ser mais facilmente integradas e 
conciliadas, fazendo com que a contabilidade de custos tenha duas grandes 
funções: 
 Auxiliar o controle; 
 Fornecer dados para a tomada de decisões. 
Com a evolução das economias, os mercados passaram a ser mais 
concorridos, tanto no setor industrial, como no de serviços e comércio, fazendo 
com que o controle dos custos se destaque na administração das empresas. 
Assim, a contabilidade de custos passou a ser fortemente utilizada também em 
outros setores, além do industrial, haja vista que o conhecimento dos custos, em 
qualquer empresa, é extremamente importante para: 
 Formação do preço de venda; 
 Saber se um produto é rentável ou não; 
 Saber se é possível reduzir os custos para enfrentar uma 
concorrência; 
 Promover melhorias no processo produtivo; 
 Maximizar o lucro. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
5 
Para melhor atender as necessidades acima, a contabilidade de custos 
desenvolveu sistemas de informação que possibilitam, aos administradores, uma 
melhor gestão dos custos através de métodos de custeio, tais como: Activity 
Based Costing (ABC), Custeio Alvo, Custeio Variável, etc. 
Tema 2: Abordagem conceitual de gastos 
Segundo Martins (2010), podemos conceituar gasto como sendo a 
“compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para 
a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa 
de entrega de ativos (normalmente dinheiro)”. 
De maneira abrangente, gasto é todo sacrifício financeiro que uma 
empresa arca para a aquisição de um bem ou serviço, seja para gerar outros 
bens e serviços, seja para consumo. 
Existem, na literatura sobre o assunto, vários termos que, em muitas 
vezes, se confundem em suas definições, haja vista a grande similaridade entre 
eles. Assim, adotaremos a linha de raciocínio do professor Elizeu Martins, que é 
uma referência no estudo da contabilidade de custos. Assim, “gasto” é o termo 
genérico para a utilização de dinheiro ou de qualquer outro ativo que possua 
valor, para a aquisição de bens e serviços. O gasto se desmembra em outras 
classificações, como se pode ver a seguir: 
Figura 1 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
6 
Assim, um determinado valor, considerado um gasto, inicialmente será 
classificado com investimento se a referida aquisição for destinada ao Ativo da 
empresa e utilizado para a produção de outros bens ou serviços. Outro gasto 
poderá ser contabilizado como custo se a aquisição for relativa a um bem ou 
serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. Essa nova classificação 
é dada no momento em que os bens ou serviços adquiridos forem utilizados na 
produção. Ainda poderemos terum gasto se sofrer uma nova classificação como 
despesa, ou seja, se o valor for referente à aquisição de bens ou serviços com 
o objetivo de gerar receita, ou fazer frente às atividades de suporte da empresa. 
Como vimos, um gasto de uma empresa poderá sofrer modificações em 
suas classificações dependendo da destinação do bem ou serviço adquirido. 
Ainda no campo das definições, se faz necessário entender os seguintes 
conceitos: 
Desembolso: “Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. 
Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto 
defasada ou não do momento do gasto” (Martins, 2010). 
Perda: “Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária. Não se 
confunde com a despesa (muito menos com o custo), exatamente por sua característica 
de anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com intenção de obtenção 
de receita. Exemplos comuns: perdas com incêndios, obsoletismo de estoques, etc.” 
(Martins, 2010). 
Tema 3: Abordagem conceitual de investimentos 
Segundo Martins, investimento é o: 
 [...] gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) 
período(s). Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que 
são estocados nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, 
de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente 
chamados de investimentos. (Martins, 2010) 
Quando uma empresa compra uma máquina industrial, ela o faz com a 
intenção de usá-la na produção de bens; ou seja, a empresa a usa em períodos 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
7 
futuros e essa aquisição gera benefícios financeiros (venda dos produtos). 
Assim, o gasto com a aquisição da máquina se transforma em investimento. 
Figura 2 
 
No que se refere à compra de máquinas, encontraremos mais uma 
particularidade na contabilidade de custos. O que acontece quando o contador 
contabiliza a máquina no ativo imobilizado e ela começa a operar? Começa a 
depreciação! 
A depreciação corresponde ao encargo periódico que as máquinas (e 
outros bens) sofrem, por uso, desgaste ou obsolescência. A legislação do 
imposto de renda estabelece taxas de depreciação que serão fixadas em função 
do prazo de utilização econômica do bem. 
Assim, a máquina que a empresa adquiriu como gasto se transformou em 
investimento e gerará periodicamente valores de depreciação, ou seja, custos. 
Figura 3 
 
A compra de matéria prima tem uma particularidade interessante também. 
Inicialmente, ao comprá-la, temos um gasto com matéria prima, que, ao ser 
contabilizada, é considerada investimento em estoque. Depois, essa matéria 
prima é utilizada na produção de determinado bem, sendo que, ao ser retirada 
do estoque e levada para a produção, ela passa a ser custo. Assim, os 
investimentos: 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
8 
[...] podem ser de diversas naturezas e de períodos de ativação variados: a matéria-prima 
é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a máquina é um 
gasto que se transforma num investimento permanente; as ações adquiridas de outras 
empresas são gastos classificados como investimento circulante ou não circulantes, 
dependendo da intenção que levou a sociedade à aquisição. (Martins, 2010) 
 
Tema 4: Abordagem conceitual de custos 
Segundo Martins, o custo é um: 
[...] gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O 
custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento 
da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto 
ou execução de um serviço. (Martins, 2010) 
Para deixar mais claro, vamos a alguns exemplos. Primeiramente, na 
indústria: 
 O valor gasto com matéria-prima é um custo, pois ela é consumida 
para produzir outros bens. O valor das horas de trabalho dos operários é 
um custo, pois o gasto é realizado para que a mão de obra realize a 
atividade de produção de bens. O valor pago com energia elétrica utilizada 
na produção também é um custo, pois, sem a energia, não há a operação 
das máquinas e equipamentos. O aluguel do “barracão da fábrica” é 
considerado custo também, pois, sem o barracão, não há produção. 
Na prestadora de serviço: 
 O valor das horas de trabalho de um consultor em uma empresa de 
serviços de consultoria é um custo, pois as horas são consumidas para 
gerar serviços da atividade-fim da empresa. Os valores gastos com 
honorários e salários dos advogados, bem como o material consumido na 
execução do seu trabalho, são classificados como custo para as 
empresas de prestação de serviços jurídicos. 
No comércio: 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
9 
 O valor pago na mercadoria que é vendida no comércio é um custo, 
pois é consumida para atender a atividade-fim da empresa, a 
comercialização. 
Perceba que são classificados como custos todos os gastos para realizar 
a atividade-fim da empresa. A “atividade-fim” é aquela executada por uma 
empresa que corresponde ao objetivo para qual ela foi criada, sendo expressa 
em seu contrato constitutivo. 
Vamos a alguns exemplos de atividade-fim: 
 Da indústria moveleira: fabricar móveis; 
 De um escritório de advogados: prestar serviços jurídicos; 
 De um escritório de contabilidade: prestar serviços contábeis; 
 De uma transportadora: transportar mercadorias ou pessoas. 
Em síntese, uma empresa incorre em gastos com a atividade-fim e com a 
atividade-meio (que definiremos no próximo tema). Se o gasto for com a 
atividade-fim, será um custo, e se for com a atividade meio, terá outra 
classificação: 
Figura 4 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
10 
Para facilitar o entendimento sobre o que é classificado como custo, é 
usual as pessoas fazerem uma “pergunta”, e se a resposta for “sim”, a 
classificação será custo. Veja a seguir: 
Para a indústria: 
• Se o gasto com ........ for eliminado, a produção será diretamente afetada? 
 
Exemplos: 
• Se o gasto com matéria-prima for eliminado, a produção será 
diretamente afetada? 
 A resposta será “sim”; então, matéria-prima é custo. 
• Se o gasto com a mão-de-obra operária for eliminado, a produção 
será diretamente afetada? 
 A resposta será “sim”; então, os salários dos operários são 
classificados como custo. 
Para a prestação de serviço: 
• Se o gasto com ......... for eliminado, a prestação de serviço será 
diretamente afetada? 
Exemplos: 
• Se o gasto com os salários dos consultores (em uma empresa de 
consultoria) for eliminado, a prestação de serviço será diretamente 
afetada? 
 A resposta será “sim”; então, salários dos consultores são custo. 
• Se o gasto com combustível dos ônibus (em uma empresa de 
viação) for eliminado, a prestação de serviço será diretamente afetada? 
 A resposta será “sim”; então, o combustível dos ônibus é 
classificado como custo. 
É importante observar que a pergunta verifica se a produção ou prestação 
de serviço serão “diretamente” afetadas, ou seja, temos aqui uma condição 
imediatista que deve ser considerada para a definição da classificação. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
11 
Exemplificaremos para melhor entender essa situação analisando se o salário 
dos vendedores de uma empresa industrial é classificado como custo: 
• Se o gasto com os salários dos vendedores for eliminado, a 
produção será diretamente afetada? 
Você poderá pensar: se os salários forem eliminados, é porque os 
vendedores seriam demitidos, e, nesse caso, não haveria mais vendas. Sem 
vendas, a produção para. 
No entanto, devemos considerar a visão imediatista, ou seja, acondição 
“diretamente” presente na pergunta; assim, a resposta seria “não”. A produção 
realmente parará se não houver vendas, mas não parará imediatamente. Isso 
ocorrerá somente quando o nível de estoque atingir o ponto máximo admitido 
pela gestão. Em síntese, a produção será afetada “indiretamente” e não 
“diretamente”, o que faz com que a classificação dos salários dos vendedores 
não seja custo para uma empresa industrial. 
Tema 5: Abordagem conceitual de despesas 
Será classificado como despesa, segundo Martins (2010), o “bem ou 
serviço consumido direta ou indiretamente para obtenção de receitas”. O autor 
considera despesa todo o valor gasto voluntariamente com bens ou serviços que 
são utilizados para obter receitas seja de forma direta ou indireta. Vejamos agora 
o conceito que Dubois, Kulpa e Souza (2009) apresentam: “é um gasto em que 
a empresa incorre para manter a sua estrutura organizacional e, também, 
visando à obtenção de receitas”. 
Com esses conceitos, podemos ter uma ideia bem clara do que classificar 
como despesa, ou seja, todo o gasto realizado pela empresa para a obtenção 
de receita e para manter a estrutura utilizada pelas atividades meio. 
Figura 5 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
12 
 
Podemos considerar como atividade-meio o conjunto de operações que 
uma empresa executa para gerir o negócio. A atividade-meio também é 
conhecida como atividade de suporte, ou seja, são as atividades das áreas: 
financeira, administrativa, contábil, comercial, jurídica, compras, recursos 
humanos, etc. 
A pergunta que apresentamos no tema anterior para verificar a 
classificação de “custo” também é aplicável aqui. Vamos lembrar a pergunta? 
Para a indústria: 
• Se o gasto com ..................... for eliminado, a produção será 
diretamente afetada? 
Para a prestação de serviço: 
• Se o gasto com ..................... for eliminado, a prestação de serviço 
será diretamente afetada? 
Se a resposta por “sim”, a classificação será “custo”; se for “não”, a 
classificação será “despesa”. 
Exemplos: 
Para a indústria: 
• Se o gasto com o salário do gerente financeiro for eliminado, a 
produção será diretamente afetada? 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
13 
 A resposta será “não”; portanto, o salário do gerente financeiro é 
uma despesa. 
Para a prestação de serviço: 
• Se o gasto com a energia utilizada pela área de RH for eliminado, 
a prestação de serviço será diretamente afetada? 
• A resposta será “não”; portanto, a energia gasta pelo RH é uma 
despesa. 
 
Para finalizar esta aula, apresentamos a seguir alguns exemplos de 
classificações de gastos: 
1. A energia elétrica gasta nas instalações industriais → Custo 
2. A energia elétrica gasta nas áreas de suporte (administrativo, 
financeiro, comercial, etc.) → Despesa 
3. Compra de um computador para a produção → Investimento 
4. Compra de um computador para a área administrativa → 
Investimento 
5. Depreciação do computador da área de produção → Custo 
6. Depreciação do computador da área administrativa → Despesa 
7. Salários e comissões do pessoal da área de vendas → Despesa 
8. Salários do pessoal da área financeira → Despesa 
9. Salários do pessoal da área de recursos humanos → Despesa 
10. Salários do pessoal da área de produção (operários, supervisores, 
gerentes) → Custo 
11. Encargos financeiros incidentes na compra de matéria-prima → 
Despesa 
12. Encargos financeiros incidentes na compra de materiais para as 
áreas de suporte → Despesa 
13. Depreciação dos móveis utilizados nas áreas de suporte → 
Despesa 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
14 
14. Depreciação dos móveis utilizados nas áreas de produção → 
Custo 
15. Gastos com frete e seguro para transportar produtos vendidos → 
Despesa 
16. Gasto com a embalagem do produto → Custo 
17. Gasto com embalagens para transportar os produtos → Despesa 
18. Gasto com prêmio de seguro que cobre a área de produção → 
Custo 
19. Gasto com prêmio de seguro que cobre as áreas administrativa, 
financeira, comercial, recursos humanos e demais áreas de suporte → 
Despesa 
20. Gasto com a compra de matéria-prima para o estoque → 
Investimento 
21. Transferência da matéria-prima do estoque para a produção → 
Custo 
Síntese 
Neste material, você iniciou os estudos da gestão de custos, pelo qual 
foram apresentados os conceitos básicos utilizados na contabilidade de custos. 
Vimos que, com advento da revolução industrial, a contabilidade geral 
necessitava promover mudanças na sua forma de dar valor aos estoques, haja 
vista que as empresas cresceram muito nessa época, e os processos internos 
mudaram substancialmente. Assim, surgiu a contabilidade de custos para 
atender essa necessidade. Como tempo, ela sofreu alterações e se adaptou para 
fornecer informações relevantes para os gestores da empresa e dar suporte às 
suas decisões. 
Vimos também que: 
 Gastos são todos os sacrifícios financeiros que uma empresa 
incorre para a aquisição de bens ou serviços; 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
15 
 Investimentos são gastos com bens com o objetivo de gerar 
receitas futuras; 
 Custos são gastos com bens ou serviços com o objetivo de produzir 
outros bens ou serviços ou gastos com a atividade-fim; 
 Despesas são gastos com bens e serviços para gerar receita ou 
fazer frente à atividade-meio. 
 
Referências 
 
CRUZ, J. A. W. Gestão de custos: perspectivas e funcionalidades. Curitiba: 
Intersaberes, 2012. 
 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo. Atlas, 2010. 
 
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. São Paulo: Pearson, 2012. 
 
OLIVEIRA, L. M.; PEREZ JR, J. H. Contabilidade de custos para não 
contadores. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
SCHIER, C. U. C. Gestão de custos. Curitiba: Intersaberes, 2011. 
 
STARK, J. A. Contabilidade de custos. São Paulo: Pearson, 2007. 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
1 
Contabilidade e Análise de Custos 
Aula 2 
Prof. Silvio Persona Filho
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
2 
Conversa inicial 
Nesta aula, estudaremos os tipos de custos e de despesas que as 
empresas têm, com foco nas segregações dadas pela contabilidade de custos. 
Bons estudos! 
Contextualização 
A gestão eficaz de uma empresa exige cada vez mais que as suas 
informações sejam pormenorizadas, objetivando ter o conhecimento claro e total 
controle dos seus processos produtivos. A separação dos custos e despesas em 
fixos e variáveis permitem à administração o entendimento de como os custos 
variam em relação à quantidade produzida, como as despesas variam em 
relação à quantidade vendida, bem como visualizam e promovem melhorias nas 
estruturas de gastos fixos. 
Tema 1: Classificação de custos fixos e custos variáveis 
Conforme estudamos na Aula 1, consideramos como “custo” todo gasto 
incorrido pela empresa na produção de outros bens ou serviços. Os custos ainda 
se dividem em algumas categorias, sendo que, ao longo desta aula, 
estudaremos todas. No momento, podemos nos concentrar na divisão que os 
custos sofrem quando são analisados em relação ao volume de produção. 
Nesse caso, o custo é classificado como abaixo: 
Figura 1 
 
Por essa forma de analisar os custos, a empresa tem todas as suas 
contas de custo divididas em custos fixos e custos variáveis. 
Qual é a diferença entre eles? 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
3 
• São classificados como custos fixos todos os gastos de produção 
que ao variarem não resultam em variação no volume produzido de bens 
ou serviços. 
• São classificados como custos variáveis todos os gastos de 
produção cuja variação provoca alteração no volumeproduzido. 
Perceba que, para entendermos adequadamente a diferença entre esses 
dois custos, precisamos levar em consideração o impacto que eles têm no 
volume produzido ou na quantidade produzida (referências para a análise). 
Figura 2 
 
Se ao variarmos um determinado gasto a quantidade produzida não sofrer 
variação alguma, ou seja, não variar também, chamamos esse gasto de “custo 
fixo”. 
Os custos fixos são aqueles que ocorrem independentemente de haver 
produção. Por exemplo: 
 Aluguel da fábrica (área utilizada pela produção). 
 Manutenção de máquinas e equipamentos. 
 Seguro das instalações da fábrica. 
A empresa terá que pagar o aluguel, manutenção, seguro, entre outros, 
independentemente de ela produzir ou não, ou ainda produzir pouco. 
Um erro muito comum, quando se estuda a gestão de custos, é pensar 
que o custo fixo é aquele que não altera de valor de um mês para o outro, ou 
seja, o gasto tem sempre o mesmo valor. Esse raciocínio está completamente 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
4 
equivocado, pois a referência de análise não é o valor do gasto em si e sim no 
impacto que ele tem no volume de produção. 
Já o custo variável provoca uma variação no volume de produção. Os dois 
exemplos clássicos de custos variáveis são: matéria-prima e mão de obra 
operária. Observe que se a empresa consumiu mais matéria-prima em um 
determinado período, isso se deve ao fato de que ela produziu mais; ou seja, o 
gasto com matéria-prima variou, e isso provocou uma variação na produção. 
Quanto à mão de obra operária, perceba que se uma empresa criar mais um 
turno de trabalho, ela gastará mais com os salários dos operários, mas também 
produzirá mais. Desse modo, ao variar os gastos com a mão de obra operária 
(chamada também de mão de obra direta), o volume de produção também varia. 
Você deve estar se perguntando: por que é importante fazer essa 
distinção entre os custos fixos e as variáveis? 
A explicação para isso está na necessidade de a empresa entender 
claramente como os custos variam em função da quantidade produzida e, com 
isso, determinar o ponto ótimo de produção e o preço dos produtos. Como a 
concorrência está acirrada e o lucro tem forte vínculo com a estrutura de custo, 
os gestores precisam de informações precisas para tomar decisões com relação 
às estratégias de competição e maximização da rentabilidade da empresa. 
A seguir, há alguns exemplos de custos fixos e variáveis para uma 
empresa industrial: 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
5 
Tabela 1 
Gasto Classificação 
Matéria-prima Custo Variável 
Embalagem do produto Custo variável 
Energia gasta na produção1 Custo Variável 
Depreciação das máquinas Custo Fixo 
Aluguel da fábrica Custo Fixo 
Salário do supervisor da linha de produção. Custo Fixo 
 
Tema 2: Classificação de custos diretos e custos indiretos 
Vimos que, quando analisamos o custo em relação ao volume de 
produção, temos o seu desmembramento em duas subcategorias: custos fixos 
e custos variáveis. Agora, se analisarmos o custo em relação à facilidade de 
apropriá-lo ao produto, teremos outras duas subcategorias: custos diretos e 
custos indiretos. 
Figura 3 
 
Custo Direto 
São gastos realizados diretamente na elaboração do produto ou serviço. 
Não há a necessidade de rateio. A sua atribuição é facilmente verificada e 
associada a alguma medida de consumo. 
 
1 A energia gasta na produção pode ser um custo híbrido, conforme será estudado em tema 
posterior. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
6 
Perceba que os custos diretos não precisam ratear os custos para atribuí-
los ao produto. O rateio não é nada mais do que dividir proporcionalmente os 
valores para depois incluí-los nos custos dos produtos. Por exemplo: 
 Matéria-prima: atribui-se o custo diretamente ao produto, pois é 
possivel saber exatamente quanto foi consumido em cada produto; 
 Mão de obra direta: também é possível saber quanto tempo cada 
operário utilizou em cada produto. 
 
Custo Indireto 
São gastos que não podem ser atribuídos diretamente a um produto ou 
serviço. Nesse caso, é necessário realizar um rateio, ou seja, estimar o quanto 
cada produto incorpora do gasto que se analisa. 
No entanto, os processos de rateios não são tão simples e, em muitos 
casos, necessitam de certa arbitraridade, fazendo com que os resultados sejam 
questionados. Por exemplo: uma empresa paga aluguel pelo barracão da linha 
de produção, e esse gasto precisa ser incorporado nos produtos que foram 
fabricados. A incorporação desses gastos seria feita através de rateio, e, assim, 
surgem os seguintes questionamentos: 
 Como seria feito esse rateio? 
 Seria correto dividir o valor mensal do aluguel pelo número de 
produtos fabricados no mês? 
 Seria correto considerar o tempo de fabricação de cada produto 
para ratear o gasto com o aluguel? 
 Ou ainda: seria correto considerar o gasto por área utilizada por 
cada processo produtivo e para então atribuir os valores de custo para 
cada produto? 
O grande problema dos rateios é a escolha do seu critério. Todo rateio 
tem certo grau de arbitraridade, e a sua definição depende muito do 
conhecimento que o profissional, que estabeleceu as bases do rateio, tem do 
processo produtivo. Imagine uma empresa que, por uma questão de economia 
 
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7 
de escala, utiliza um mesmo processo para a fabricação de mais de um produto. 
Ou ainda, uma empresa que tenha um mix grande de produtos, sendo eles bem 
diferentes entre si. A tarefa de estabelecer as bases do rateio não é tão simples 
e, por vezes, gera grandes questionamentos. 
Se fizermos uma análise histórica do perfil da indústria, concluiremos que 
os processos mudaram muito. Antes, tínhamos uma forte presença dos custos 
diretos, mas, após a década de 80, esse perfil mudou muito, pois as 
reengenharias, automatizações, sistemas da qualidade, avanço tecnológico, 
entre outros, incluíram muitos custos indiretos na fabricação, exigindo da gestão 
de custos novas respostas e soluções. Na Aula 4, trataremos especificamente 
dessa questão. 
A seguir, vemos alguns exemplos de custos diretos e indiretos para uma 
empresa industrial: 
Tabela 2 
Gasto Classificação 
Matéria-prima Custo Direto 
Embalagem do produto Custo Direto 
Salário dos operários Custo Direto 
Depreciação das máquinas Custo Indireto 
Aluguel da fábrica Custo Indireto 
Salário do supervisor da linha de produção. Custo Indireto 
 
Para encerrarmos esse tema, relembremos as divisões e a classificação 
que um custo sofre: 
Figura 4 
 
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8 
 
 
Tema 3: Classificação dos custos híbridos 
Existem custos que não atendem por completo a uma única condição. 
Assim, determinados custos possuem tanto elementos fixos como variáveis, ou 
seja, parte do gasto é considerada como custo fixo e parte considerada como 
custo variável. Esses custos, que pertencem à categoria dos custos híbridos (ou 
mistos), são também conhecidos como semifixos ou semivariáveis. Alguns 
autores afirmam que o termo “semi” é aplicado, nesse caso, de forma errada, 
tendo em vista que a palavra “semi” denota metade. Contudo, o fato é que os 
termos são usados no dia a dia da gestão de custos, independentemente da 
semântica do termo. 
 
Segundo Cruz, os custos híbridos: 
[...] são gastos voltados à produção de um bem ou serviço que são parcialmente fixos e 
variáveis. Dessa forma, os custos híbridos (semifixos ou semivariáveis) apresentam uma 
parcela fixa até determinado patamar, passando a ser variáveis a partirde um determinado 
momento (semifixo); podem ainda ser variáveis até determinado nível, passando a ser 
fixos a partir de certo momento (semivariáveis). (Cruz, 2011) 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
9 
Assim, observamos que os custos híbridos têm uma parcela fixa, que não 
depende da quantidade produzida, mas também uma parcela variável que está 
diretamente relacionada com a produção. Exemplo: 
 Energia elétrica: a iluminação da fábrica ocorre todos os dias em 
que há expediente na empresa. Esse gasto existe independentemente de 
a empresa produzir ou não. Quando a produção se inicia, as máquinas e 
os equipamentos são acionados, e o consumo da energia aumenta. 
Assim, esse gasto está diretamente ligado ao custo variável, e o consumo 
do sistema de iluminação está ligado ao custo fixo; 
 
Custo semifixo 
Segundo Megliorini (2012), os custos semifixos “são os elementos de 
custos classificados como fixos, mas se alteram em decorrência de mudanças 
na capacidade de produção instalada”. 
Veja o gráfico a seguir: 
Gráfico 1 
 
Fonte: Migliorini, 2012. 
Perceba que, de 0 a 10 toneladas do produto, esse processo produtivo 
consome o mesmo valor de determinado custo. A partir de 10 toneladas a 
empresa incorre num incremento do custo, que pode ser explicado pela 
utilização de máquinas adicionais. 
 
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10 
Custo semivariável 
São os elementos de custos que possuem, em seu valor, uma parcela fixa e outra variável, 
isto é, têm um comportamento de custo fixo até certo momento e depois se comportam 
como custo variável. Bons exemplos desse tipo de custo são a energia elétrica e a água. 
Quando não há utilização desses recursos ou o consumo fica abaixo de um valor mínimo 
estipulado pelas companhias de fornecimento de energia e de água, paga-se uma taxa 
fixa (custo fixo). À medida que a utilização desses recursos cresce com o aumento da 
produção, o valor da conta se eleva (custo variável). (Migliorini, 2012) 
Veja o comportamento desse custo no gráfico a seguir: 
Gráfico 2 
 
Fonte: Migliorini, 2012. 
Tema 4: Classificação das despesas fixas e despesas variáveis 
Como vimos na Aula 1 (tema 5), a despesa é todo gasto realizado pela 
empresa para a obtenção de receita e para manter a estrutura utilizada pelas 
atividades-meio. 
A despesa também pode ser classificada com fixa ou variável: 
Figura 5 
 
 
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11 
Despesas Fixas 
 São gastos cuja variação não está vinculada ao volume de vendas 
da empresa. 
 
Despesas Variáveis 
 São gastos cuja variação está vinculada ao volume de vendas da 
empresa. 
Perceba que, para entendermos adequadamente a diferença entre essas 
duas despesas, precisamos levar em consideração o impacto que elas têm no 
volume de vendas ou na quantidade vendida (referências para a análise). Se ao 
variarmos uma determinada despesa, bem como o faturamento (vendas), 
teremos, então, uma despesa variável. Ao contrário, se variarmos uma 
determinada despesa, e o faturamento se mostrar insensível, ou seja, não variar, 
teremos, então, uma despesa fixa. 
Figura 6 
 
Apresentaremos agora alguns exemplos para melhor fixar esses 
conceitos: 
 Salários da área administrativa: temos aqui uma despesa fixa, pois 
qualquer variação nesses salários não provocará em nada uma variação 
nas vendas; 
 
 
 
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12 
 Aluguel correspondente à área de suporte da empresa 
(administrativo, financeiro, comercial, etc.): trata-se de uma despesa fixa. 
O aluguel pode subir por uma questão contratual, mas esse fato não 
afetará em nada a quantidade vendida. 
 Comissão de vendas: esse é um exemplo clássico de despesa 
variável, pois se os gastos com as comissões dos vendedores variaram 
em um determinado período, isso significa que as vendas também 
variaram nesse mesmo período. Se os vendedores venderem mais, a 
empresa pagará um valor maior de comissão; por outro lado, se eles 
venderem menos, receberão menos também. 
 Frete de entrega dos produtos vendidos: quando o frete é por conta 
do vendedor, a empresa incorrerá em um gasto, e esse, por 
consequência, será uma despesa classificada como variável, pois quanto 
mais a empresa entrega produtos, significa que mais ela vendeu. 
 Tributos sobre faturamento (ICMS, IPI, PIS, COFINS, ISS): os 
tributos não recuperáveis ou compensáveis que incidem sobre o 
faturamento da empresa serão classificados como despesas variáveis. 
Quanto mais se vende, mais tributos se paga. 
Tema 5: Classificação de despesas administrativas, comerciais 
e financeiras 
As despesas administrativas, comerciais e financeiras são enquadradas 
como despesas operacionais pela contabilidade financeira. A principal 
característica das despesas operacionais é que são lançadas no resultado da 
empresa no período em que ocorrem. Ou seja, em uma empresa cuja 
contabilidade é feita pelo regime de competência, as despesas serão lançadas 
contra resultado, ou melhor dizendo, serão contabilizadas na Demonstração de 
Resultado do Exercício, no período em que ocorreram, independentemente de 
ter havido pagamento ou não. 
 
 
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13 
Despesas Administrativas 
São gastos pagos ou a pagar pela empresa, referentes à sua gestão e 
funcionamento. São os gastos da estrutura ocupada pelas atividades meio. 
Exemplos: 
 Água e esgotos; 
 Aluguéis; 
 Café, lanches e refeições; 
 Depreciação; 
 Despesa com 13º salário; 
 Despesa com férias; 
 Energia elétrica; 
 FGTS sobre salários; 
 Honorários contábeis; 
 Honorários advocatícios; 
 INSS sobre salários; 
 Material de expediente; 
 Material de limpeza; 
 Pró-labores; 
 Salários (pessoal administrativo); 
 Seguros; 
 Telefonia e internet; 
 Vale-transporte; 
 Vale-refeição; 
 Veículos (combustível, manutenção, aluguel); 
 E outros. 
 
Despesas Comerciais (ou despesa de vendas) 
Englobam todos os gastos com as atividades de comercialização e 
distribuição dos produtos. 
 
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14 
Exemplos: 
 Brindes; 
 Comissão sobre vendas; 
 Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa; 
 Embalagens; 
 Fretes e carretos; 
 FGTS sobre comissão de vendas; 
 INSS sobre comissão de vendas; 
 Propaganda e publicidade; 
 Royalties; 
 E outros. 
Observações: 
 Os gastos com royalties são aqueles incorridos pela empresa e 
destinados ao proprietário de determinada patente pelo direito de usar, 
explorar ou comercializar um produto, uma marca, etc. 
 Os gastos com perdas estimadas em créditos de liquidação 
duvidosa são aqueles oriundos da estimativa da inadimplência dos 
clientes, quando a empresa efetua vendas a prazo. 
 
Despesas Financeiras 
São os gastos incorridos para remunerar o capital de terceiros que 
financiam a atividade da empresa, bem como os demais incorridos na gestão do 
capital de giro. 
 COFINS sobre receita financeira; 
 Descontos concedidos; 
 Despesas bancárias; 
 Juros de empréstimos e financiamentos; 
 PIS sobre faturamento sobre receita financeira; 
 E outros. 
 
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15 
 
Síntese 
Neste material, você estudou as segregações que os custos e despesas 
possuem, a classificação dos custos híbridos, bem como as despesas 
operacionais: administrativa, comercial e financeira. 
Vimos também que: 
• Custos fixos são todos os gastos de produção que ao variarem não 
resultam em variação no volume produzido de bens ou serviços; 
• Custos variáveis são todos os gastos de produção cuja variação 
provocaalteração no volume produzido; 
• Custos diretos são gastos realizados diretamente na elaboração do 
produto ou serviço; 
• Custos indiretos são gastos que não podem ser atribuídos 
diretamente a um produto ou serviço; 
• Custos híbridos são gastos voltados à produção de um bem ou 
serviço que são parcialmente fixos ou variáveis; 
• Despesas fixas são gastos cuja variação não está vinculada ao 
volume de vendas da empresa. 
• Despesas variáveis são gastos cuja variação está vinculada ao 
volume de vendas da empresa. 
• Despesas administrativas são gastos pagos ou a pagar pela 
empresa, referentes à sua gestão e ao seu funcionamento. São os gastos 
da estrutura ocupada pelas atividades-meio. 
• Despesas comerciais são gastos com as atividades de 
comercialização e distribuição dos produtos. 
• Despesas financeiras são os gastos incorridos para remunerar o 
capital de terceiros que financiam a atividade da empresa, bem como os 
demais incorridos na gestão do capital de giro. 
 
 
 
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16 
Referências 
 
CHING, H. Y. Contabilidade e finanças para não especialistas. São Paulo: 
Pearson, 2010. 
 
CRUZ, J. A. W. Gestão de custos: perspectivas e funcionalidades. Curitiba: 
Intersaberes, 2012. 
 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo. Atlas, 2010. 
 
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. São Paulo: Pearson, 2012. 
 
OLIVEIRA, L. M.; PEREZ JR, J. H. Contabilidade de custos para não 
contadores. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
SCHIER, C. U. C. Gestão de custos. Curitiba: Intersaberes, 2011. 
 
STARK, J. A. Contabilidade de custos. São Paulo: Pearson, 2007. 
 
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1 
Contabilidade e Análise de Custos 
Aula 3 
Prof. Silvio Persona Filho
 
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2 
Conversa inicial 
Nesta aula, estudaremos o que é e quais são os métodos de controle e 
avaliação de estoques. 
Bons estudos! 
Contextualização 
As empresas vivem em um ambiente de extrema competição. O mercado 
atual obriga que a gestão seja ágil nas tomadas de decisões e mantenha os seus 
processos maximizados em termos de produtividade, rentabilidade, qualidade e 
disponibilidade. 
Dentre as diversas áreas de uma empresa, há o “estoque”, que, a 
princípio, nos parece ser apenas um local de armazenamento de produtos e 
materiais. A gestão eficaz do estoque é hoje um ponto estratégico para a 
empresa, haja vista que a falta de controle poderá resultar em grandes prejuízos 
ou afetar a disponibilidade dos produtos acabados, o que seria muito ruim para 
os negócios. 
Tema 1: Controle e avaliação de estoques 
Conforme comentamos no início dos nossos estudos, a contabilidade de 
custos não existia antes da revolução industrial. A sua necessidade surgiu, 
desde então, para dar valor aos estoques que se tornaram mais complexos, 
considerando-se que os fatores de produção utilizados na fabricação dos bens 
passaram a compor os seus custos. Coube, então, à contabilidade de custos, 
definir métodos para controlar e valorar os estoques. 
O que são estoques? 
Conforme NBC TG 16, estoques são ativos mantidos: 
(a) Para venda no curso normal dos negócios; 
(b) Em processo de produção para venda; ou 
(c) Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou 
transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. 
 
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3 
 O controle dos estoques merece grande atenção, pois ele é estratégico 
em qualquer empresa. Com um controle eficiente do estoque, a empresa 
consegue reduzir custos e, com isso, ser mais competitiva no mercado em que 
atua. 
Como mensurar o estoque? 
 Os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor 
realizável líquido; dos dois, o menor. Conforme NBC TG 16: 
 “O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de 
aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para 
trazer os estoques à sua condição e localização atuais”. 
 “Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso 
normal dos negócios, deduzido dos custos estimados para sua conclusão 
e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda”. 
Quais são os critérios de valoração do estoque? 
Existem alguns critérios ou “métodos de controle”, como são comumente 
chamados. Segundo Schier (2011), os métodos mais comuns utilizados no Brasil 
são: 
 Custo médio (móvel e fixo); 
 PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai); 
 UEPS (último que entra, primeiro que sai); 
 Custo específico; 
 Método do varejo. 
Nossos estudos focarão os três primeiros critérios: custo médio, PEPS e 
UEPS. 
O controle de estoque é uma atividade essencial para a empresa. 
Controlar de forma eficaz o que entra e o que sai do estoque permite à empresa 
uma melhor administração tanto das compras como das vendas, evitando gastos 
desnecessários, pois: 
 Evita fraudes e desvios; 
 
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4 
 Evita gastos desnecessários na compra de mercadorias e produtos 
que ainda se tenha em estoque; 
 Mantém a quantidade de matéria-prima adequada para atender o 
planejamento de produção; 
 Mantém a quantidade de produtos para venda, conforme estratégia 
e posicionamento da empresa no mercado, evitando atrasos e perda de 
clientes; 
 Entre outros aspectos. 
Tema 2: Método PEPS (Primeiro que entra, primeiro que sai) 
Segundo Schier (2011), “nesse método, as baixas do estoque são 
efetuadas pelo custo mais antigo, ou seja, o estoque é baixado, à medida em 
que ocorram as vendas, pelo custo que ocorreu primeiro”. 
Para entendermos melhor o método, vamos a um exemplo prático: 
A empresa XPTO Ltda, atacadista de caixas d’água de 1.000 litros em 
polietileno, teve a movimentação de estoque a seguir, em um determinado mês 
do ano: 
• Dia 1: comprou 150 caixas da Indústria Tavares a um custo unitário 
de R$ 315,00; 
• Dia 3: devolveu 10 caixas; 
• Dia 5: vendeu à Construtora Gomes 90 caixas; 
• Dia 8: recebeu a devolução de 5 caixas; 
• Dia 15: adquiriu da Indústria Tavares mais 120 caixas a um custo 
unitário de R$ 320,00. 
• Dia 20: vendeu à Construtora Gomes 40 caixas; 
 
 
 
 
 
 
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5 
Tabela 1: Lançamentos na planilha de controle do estoque 
 
Detalhes dos lançamentos: 
 No dia 1, a empresa adquiriu 150 caixas, portanto, ela deverá 
registrar a entrada dessas caixas d’água no estoque. Observe que, na 
planilha de controle, temos uma coluna específica para as 
movimentações de entrada. Ali registramos a quantidade adquirida, o 
valor pago por cada uma e o total da compra. Esses valores serão 
somados ao saldo do estoque (última coluna). Nesse exemplo, não havia 
saldo anterior no estoque, portanto, o saldo final ficará igual ao movimento 
registrado no dia. No entanto, cabe salientar que o saldo do estoque é 
calculado pela seguinte expressão algébrica: 
Saldo Final = Saldo Inicial + Entradas – Saídas 
Dessa forma, teremos os seguintes saldos: 
Saldo final (R$) = 0 + 47.250,00 – 0 = R$ 47.250,00 
Saldo final (Qtde) = 0 + 150 – 0 = 150 caixas 
 No dia 3, por algum motivo, a XPTO devolveu dez caixas. Essa 
devolução será lançada na coluna de entrada com o valor negativo, como 
um lançamento de estorno. Não devemos usar a coluna de saída, pois se 
isso for feito, teremos dados incorretos sobre as movimentações do 
estoque que foram para vendas. 
Registramos, então, a quantidade devolvida com o seu correspondente 
valor unitário, e teremos um estorno de R$ 3.150,00. Observe que, como 
o número é negativo, o saldo final ficará certo: 
 
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6Saldo final (R$) = 47.250,00 + (- 3.150,00) - 0 
Saldo final (R$) = 47.250,00 - 3.150,00 – 0 = R$ 44.100,00 
Saldo final (Qtde) = 150 + (-10) – 0 = 150 – 10 = 140 caixas 
 No dia 5, a empresa vendeu para a Construtora Gomes 90 caixas. 
Essas caixas deverão sair do estoque para serem entregues na 
construtora. Usaremos, então, a coluna de saída para registrar tal 
movimento. Para registramos a baixa no estoque, precisaremos de 
informações como: quantidade baixada e valor unitário. Dependendo do 
critério utilizado no controle e avaliação de estoque, teremos valores 
unitários diferentes. Como o critério que adotamos, neste momento, é o 
PEPS, baixaremos as 90 primeiras caixas que entraram no estoque, no 
caso, as de R$ 315,00. Observe como ficou o cálculo do saldo final: 
Saldo final (R$) = 44.100,00 + 0,00 – 28.350,00 = 15.750,00 
Saldo final (Qtde) = 140 + 0 – 90 = 150 – 10 = 50 caixas 
 No dia 8, a empresa recebeu cinco caixas da construtora Gomes 
em devolução. Nesse caso, estornaremos uma saída, para, então, lançar 
a devolução na coluna de saída, mas com o valor negativo. 
Saldo Final (R$) = 15.750,00 + 0,00 – (-1.575,00) 
Saldo Final (R$) = 15.750,00 + 1.575,00 = R$ 17.325,00 
Saldo final (Qtde) = 50 + 0 – (-5) = 50 + 5 = 55 caixas 
 No dia 15, a empresa comprou da Indústria Tavares 120 caixas a 
R$ 320,00 cada. O lançamento será realizado na coluna de entrada, com 
os seguintes saldos: 
Saldo final (R$) = 17.325,00 + 38.400,00 – 0 = R$ 55.725,00 
Saldo final (Qtde) = 55 + 120 – 0 = 175 caixas 
 No dia 20, a empresa vendeu 40 caixas d’água. Considerando o 
critério PEPS, teremos que baixar as primeiras caixas que entraram no 
estoque; assim, analisaremos o saldo existente: 
 
 
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7 
Tabela 2 
Primeiro lote a entrar no estoque 150 
Devolução de compra 10 
Saldo 140 
Venda 90 
Devolução de venda 5 
Saldo 95 
 
Do primeiro lote a entrar no estoque, a empresa ainda tem 95 caixas; 
então, as 40 que foram vendidas no dia 20 sairão desse lote. Como o custo de 
cada caixa desse lote é de R$ 315,00, esse será o valor utilizado para baixa (40 
caixas x 315,00 = 12.600,00). 
Saldo final (R$) = 55.725,00 + 0,00 – 12.600,00 = R$ 43.125,00 
Saldo final (Qtde) = 175 + 0 – 40 = 135 caixas 
E assim terminam os lançamentos na planilha de controle. Observe que, 
na última linha da planilha, teremos as totalizações dos movimentos, nas quais 
podemos visualizar facilmente que o estoque teve 260 caixas entrando e 125 
saindo; portanto, o saldo final ficou 135, considerando que não havia nenhuma 
caixa em estoque do período anterior. Nessa linha, podemos perceber melhor o 
porquê de lançarmos os estornos (devoluções tanto de compra como de venda) 
com sinal negativo. 
Tema 3: Método UEPS (Último que entra, primeiro que sai) 
Nesse método, as baixas do estoque são efetuadas pelo custo mais 
recente, ou seja, o estoque é baixado, à medida que ocorram as vendas, pelo 
custo que ocorreu por último. Cabe salientar que esse critério não é aceito pelo 
Fisco brasileiro. Em países como Estados Unidos, Alemanha e Japão, o UEPS 
é utilizado. 
Para entendermos melhor esse método, utilizaremos o mesmo exercício 
que usamos no PEPS, pois assim poderemos comparar os impactos que cada 
método tem na valoração do estoque: 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
8 
A empresa XPTO Ltda, atacadista de caixas d’água de 1.000 litros em 
polietileno, teve a movimentação de estoque a seguir, em um determinado mês 
do ano: 
• Dia 1: comprou 150 caixas da Indústria Tavares a um custo unitário 
de R$ 315,00; 
• Dia 3: devolveu 10 caixas; 
• Dia 5: vendeu à Construtora Gomes 90 caixas; 
• Dia 8: recebeu a devolução de 5 caixas; 
• Dia 15: adquiriu da Indústria Tavares 120 caixas a um custo unitário 
de R$ 320,00. 
• Dia 20: vendeu à Construtora Gomes 40 caixas; 
Tabela 3 
 
Fonte: 
Detalhes dos lançamentos: 
 No dia 1, a empresa adquiriu 150 caixas, portanto, ela deverá 
registrar, na coluna “entradas”, a entrada dessas caixas d’água no 
estoque. Ali registramos a quantidade adquirida, o valor pago por cada 
uma e o total da compra, normalmente como fizemos no critério PEPS. 
Esses valores serão somados ao saldo do estoque (última coluna). Dessa 
forma, teremos os seguintes saldos: 
Saldo final (R$) = 0 + 47.250,00 – 0 = R$ 47.250,00 
Saldo final (Qtde) = 0 + 150 – 0 = 150 caixas 
 
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9 
Lembrando que a fórmula do saldo final é: 
Saldo final = Saldo inicial + Entradas – Saídas 
 No dia 3, a XPTO devolveu dez caixas. Essa devolução será lançada na 
coluna de entrada com o valor negativo. Observe o cálculo dos saldos: 
Saldo final (R$) = 47.250,00 + (- 3.150,00) – 0 = R$ 44.100,00 
Saldo final (Qtde) = 150 + (-10) – 0 = 150 – 10 = 140 caixas 
 No dia 5, a empresa vendeu para a Construtora Gomes 90 caixas. 
Faremos os lançamentos na coluna de saída. Como o critério que 
adotamos, neste momento, é o UEPS, baixaremos as últimas 90 caixas 
que entraram no estoque, no caso, as de R$ 315,00. Observe como ficou 
o cálculo do sando final: 
Saldo final (R$) = 44.100,00 + 0,00 – 28.350,00 = 15.750,00 
Saldo final (Qtde) = 140 + 0 – 90 = 150 – 10 = 50 caixas 
 No dia 8, a empresa recebeu cinco caixas da Construtora Gomes em 
devolução. Para estornar a saída das cinco caixas, lançaremos a 
devolução na coluna de saída com o valor negativo. 
Saldo final (R$) = 15.750,00 + 0,00 – (-1.575,00) 
Saldo final (R$) = 15.750,00 + 1.575,00 = R$ 17.325,00 
Saldo final (Qtde) = 50 + 0 – (-5) = 50 + 5 = 55 caixas 
 No dia 15, a empresa comprou da Indústria Tavares 120 caixas a R$ 
320,00 cada. O lançamento será realizado na coluna de entrada, com os 
seguintes saldos: 
Saldo final (R$) = 17.325,00 + 38.400,00 – 0 = R$ 55.725,00 
Saldo final (Qtde) = 55 + 120 – 0 = 175 caixas 
 No dia 20, a empresa vendeu 40 caixas d’água. Considerando o critério 
UEPS, teremos que baixar as últimas caixas que entraram no estoque; 
assim, analisaremos o saldo existente: 
 
 
 
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10 
Tabela 4: 
Último lote a entrar no estoque 120 
Saldo 120 
Fonte: 
Do último lote a entrar no estoque, a empresa tem 120 caixas das quais 
ela baixará 40, com um custo unitário de R$ 320,00. Observe o cálculo dos 
saldos: 
Saldo final (R$) = 55.725,00 + 0,00 – 12.800,00 = R$ 42.925,00 
Saldo final (Qtde) = 175 + 0 – 40 = 135 caixas 
E assim terminam os lançamentos na planilha de controle pelo critério 
UEPS. Observe que ela apresenta uma diferença, quando comparado com o 
PEPS, no saldo final, no que se refere ao valor monetário do estoque. Para o 
saldo em quantidade, verificamos a igualdade nos dois critérios. 
Tema 4: Método do custo médio 
Nesse método, as baixas do estoque são efetuadas pelo custo médio 
ponderado de cada entrada de custo. O método prevê duas modalidades: 
• Custo médio ponderado móvel; 
• Custo médio ponderado fixo. 
Vamos utilizar o mesmo exercício dos dois critérios anteriores. 
Relembrando: A empresa XPTO Ltda, atacadista de caixas d’água de 1.000 litros 
em polietileno, teve a movimentação de estoque a seguir, em um determinado 
mês do ano: 
• Dia 1: comprou 150 caixas da Indústria Tavares a um custo unitário 
de R$ 315,00; 
• Dia 3: devolveu 10 caixas; 
• Dia 5: vendeu à Construtora Gomes 90 caixas; 
• Dia 8: recebeu a devolução de 5 caixas; 
• Dia 15: adquiriu da Indústria Tavares 120 caixas a um custo unitário 
de R$ 320,00. 
• Dia 20: vendeu à Construtora Gomes 40 caixas; 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
11 
Tabela 5 
 
Detalhes dos lançamentos: 
 No dia 1, a empresa adquiriu 150 caixas, portanto, eladeverá 
registrar, na coluna “entradas”, a entrada dessas caixas d’água no 
estoque. Você observará que os lançamentos de entrada são iguais em 
todos os critérios, então, o saldo final ficará da seguinte forma: 
Saldo final (R$) = 0 + 47.250,00 – 0 = R$ 47.250,00 
Saldo final (Qtde) = 0 + 150 – 0 = 150 caixas 
Nesse critério, teremos que fazer um cálculo a mais, ou seja, temos que 
calcular o valor unitário do saldo através do valor médio do estoque. O cálculo é 
bastante simples, observe: 
Valor unitário médio = Valor total do estoque ÷ quantidade do estoque 
Valor unitário médio = 47.250,00 ÷ 150 = R$ 315,00 
 No dia 3, a XPTO devolveu dez caixas. Essa devolução será 
lançada na coluna de entrada com o valor negativo. Observe o cálculo 
dos saldos e do valor unitário médio do estoque: 
Saldo final (R$) = 47.250,00 + (- 3.150,00) – 0 = R$ 44.100,00 
Saldo final (Qtde) = 150 + (-10) – 0 = 150 – 10 = 140 caixas 
Valor unitário médio = 44.100,00 ÷ 140 = R$ 315,00 
 No dia 5, a empresa vendeu para a Construtora Gomes 90 caixas. 
Faremos os lançamentos na coluna de saída. Como o critério que 
adotamos, neste momento, é o custo médio, baixaremos o estoque pelo 
valor médio unitário para o momento da baixa. No caso, cada caixa tem o 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
12 
valor médio de R$ 315,00, conforme pode ser visto na penúltima coluna 
da planilha. 
Saldo final (R$) = 44.100,00 + 0,00 – 28.350,00 = 15.750,00 
Saldo final (Qtde) = 140 + 0 – 90 = 150 – 10 = 50 caixas 
Valor unitário médio = 15.750,00 ÷ 50 = R$ 315,00 
 No dia 8, a empresa recebeu cinco caixas da Construtora Gomes 
em devolução. Para estornar a saída das cinco caixas lançaremos a 
devolução na coluna de saída com o valor negativo. 
Saldo Final (R$) = 15.750,00 + 0,00 – (-1.575,00) = R$ 17.325,00 
Saldo final (Qtde) = 50 + 0 – (-5) = 50 + 5 = 55 caixas 
Valor unitário médio = 17.325,00 ÷ 55 = R$ 315,00 
 No dia 15, a empresa comprou da Indústria Tavares 120 caixas a 
R$ 320,00 cada. O lançamento será realizado na coluna de entrada, com 
os seguintes saldos: 
Saldo final (R$) = 17.325,00 + 38.400,00 – 0 = R$ 55.725,00 
Saldo final (Qtde) = 55 + 120 – 0 = 175 caixas 
Valor unitário médio = 55.725,00 ÷ 175 = R$ 318,43 
 No dia 20, a empresa vendeu 40 caixas d’água. Observe que, neste 
momento, o custo unitário médio está em R$ 318,43; assim, baixaremos 
do estoque as 40 caixas por esse valor: 
Saldo final (R$) = 55.725,00 + 0,00 – 12.737,20 = R$ 42.987,80 
Saldo final (Qtde) = 175 + 0 – 40 = 135 caixas 
Valor unitário médio = 42.987,80 ÷ 135 = R$ 318,43 
E assim terminam os lançamentos na planilha de controle pelo critério do 
custo médio. Observe que o saldo final é diferente dos outros dois critérios, no 
que se refere ao valor monetário do estoque. Para o saldo em quantidade, 
verificamos a igualdade nos três critérios ou métodos. 
Para que possamos visualizar as diferenças entre os critérios, 
apresentamos a seguir um comparativo: 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
13 
Tabela 6 
 
Nele podemos observar que o critério PEPS apresenta o maior saldo de 
estoque, e o UEPS, o menor. As quantidades são iguais em todos os métodos 
e nem poderia ser diferente, pois estamos tratando de entradas e saídas físicas 
do estoque. 
Tema 5: Custo dos produtos vendidos 
Segundo Oliveira (2007), o custo dos produtos vendidos “representa o 
quanto custou, para a empresa, as mercadorias ou os produtos que foram 
vendidos em determinado período”. 
O custo dos produtos vendidos é uma informação importante para a 
apuração do resultado da empresa, que, periodicamente, elabora a sua 
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE). A seguir, temos uma versão 
simplificada de uma DRE: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
14 
Tabela 7 
 
A DRE é um informe contábil que apresenta o resultado da empresa (lucro 
ou prejuízo) através do confronto entre receitas, custos e despesas que 
ocorreram em um determinado período. Cabe ressaltar que os custos que são 
lançados na DRE são aqueles pertencentes exclusivamente aos produtos que 
foram vendidos no período. Uma empresa industrial fabrica os seus produtos e 
calcula os custos totais inerentes a cada produto. Após fabricados, eles são 
levados ao estoque (de produtos acabados) pelo valor de custo que foi calculado 
e ficam aguardando a venda. Ao serem vendidos, esses custos vão para a DRE 
para apurar o resultado do período. Os custos dos produtos vendidos vão para 
a DRE, e os custos dos produtos que não foram vendidos permanecem no 
estoque. Já para a despesa, o procedimento é diferente, pois, nesse caso, todos 
os valores incorridos no período são lançados no resultado nesse mesmo 
período. Para simplificar o entendimento, veja o esquema a seguir: 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
15 
Quadro 1 
 
Cabe destacar que o custo dos produtos vendidos é utilizado somente em 
empresas industriais. Em empresas prestadoras de serviços, temos o custo dos 
serviços prestados, e, em empresas de comercialização de produtos, temos o 
custo das mercadorias vendidas. 
Resumidamente, entende-se por: 
A) Custo dos produtos vendidos: 
• O custo que a empresa incorreu para produzir os produtos que 
foram vendidos no período. Específico para empresas industriais. 
 
 
B) Custo dos serviços prestados: 
• O custo que a empresa incorreu para prestar os serviços no 
período. Específico para empresas prestadoras de serviços. 
C) Custo da mercadoria vendida: 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
16 
• É o valor pago pela aquisição das mercadorias que foram 
comercializadas (revendidas) no período. Específico para empresas 
comerciais. 
Segundo Schier (2013), a apuração dos custos de produção e dos 
produtos vendidos é efetuada das seguintes formas: 
A) Custo de Produção (CP) 
CP = MD + MOD + CIF 
Onde: 
MD = Materiais Diretos 
MOD = Mão de Obra Direta 
CIF = Custos Indiretos de Fabricação 
B) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) 
CPV = CP + EIPA – EFPA + EIPP – EFPP 
Onde: 
CP = Custo de Produção 
EIPA = Estoque Inicial de Produtos Acabados 
EFPA = Estoque Final de Produtos Acabados 
EIPP = Estoque Inicial de Produtos em Processo 
EFPP = Estoque Final de Produtos em Processo 
Síntese 
Nesta aula, você verificou a importância de se ter um controle de estoques 
adequado, estudou os critérios PEPS, UEPS e custo médio, bem como verificou 
o conceito de custo dos produtos vendidos e a sua aplicação para obtenção do 
resultado do exercício. 
Em síntese: 
 
 O estoque de uma empresa é formado pelos ativos que são 
mantidos para venda, os que estão em processo produção ou os materiais 
ou suprimentos que serão consumidos ou transformados no processo de 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
17 
produção ou na prestação de serviços. Os estoques devem ser 
mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois, 
o menor, conforme disciplina a NBC TG 16: 
 Existem alguns “critérios” ou “métodos” de controle e avaliação de 
estoques; os mais comuns são: Custo médio ponderado (móvel e fixo); 
PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai); UEPS (último que entra, 
primeiro que sai); Custo específico e Método do varejo. 
 O critério PEPS (Primeiro que entra, primeiro que sai) efetua as 
baixas do estoque pelo custo mais antigo, ou seja, o estoque é baixado 
pelo custo do primeiro lote (com saldo) que entrou no estoque. Caso esse 
lote não seja suficiente para atender a saída, o próximo lote será 
considerado também. 
 O critério UEPS (Último que entra, primeiro que sai) efetua as 
baixas do estoque pelocusto mais recente, ou seja, pelo custo que 
ocorreu por último. Esse critério não é aceito pelo Fisco brasileiro. Em 
países como Estados Unidos, Alemanha e Japão, ele é utilizado. 
 O critério Custo médio efetua as baixas pelo custo médio 
ponderado dos produtos que estão em estoque. O método prevê duas 
modalidades: Custo médio ponderado móvel e Custo médio ponderado 
fixo. 
 O Custo dos produtos vendidos é formado pelo total de custos 
incorridos pela empresa para fabricar os produtos que foram vendidos em 
um determinado período. Esse valor será lançado na DRE para a 
apuração do resultado do período. 
 
Referências 
 
CRUZ, J. A. W. Gestão de custos: perspectivas e funcionalidades. Curitiba: 
Intersaberes, 2012. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
18 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo. Atlas, 2010. 
 
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. São Paulo: Pearson, 2012. 
 
OLIVEIRA, L. M.; PEREZ JR, J. H. Contabilidade de custos para não 
contadores. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
SCHIER, C. U. C. Gestão de custos. Curitiba: Intersaberes, 2011. 
 
STARK, J. A. Contabilidade de custos. São Paulo: Pearson, 2007. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
1 
Contabilidade e Análise de Custos 
Aula 04 
Prof. Silvio Persona Filho 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa inicial 
Depois de termos abordado, em aulas anteriores, os conceitos e 
classificações dos gastos, chegou o momento de estudarmos as formas de 
atribuir custo aos produtos e serviços. Assim, nesta aula, estudaremos o que é 
um sistema de custeio e quais são os mais utilizados, buscando entender as 
aplicações de cada um. Os sistemas que serão apresentados são: Custeio por 
Absorção, Custeio Variável, Custeio Baseado em Atividades e o Custeio-
padrão. O último tema que estudaremos será o custeio nas empresas 
comerciais e nas prestadoras de serviços. 
 
Contextualização 
Em um ambiente competitivo, como o atual, a qualidade da informação é 
essencial para a tomada de decisões corretas. A gestão da empresa é uma 
atividade que sempre se utilizou dos modelos e teorias desenvolvidos por 
profissionais especializados nas diversas áreas do conhecimento. Para ser 
competitivo, é preciso estar alinhado com as principais práticas existentes no 
mercado. No que se refere à competição por preço, um fator é fundamental: a 
escolha do modelo que irá determinar o custo do produto ou serviço e, 
consequentemente, a formação do seu preço. 
Uma empresa que não possui um sistema de custeio adequado ou que 
seja ineficiente na determinação dos seus custos poderá incorrer em redução 
da lucratividade e colocar em risco a sua própria sobrevivência. 
 
Pesquise 
O estabelecimento do custo total de um produto ou serviço é de grande 
importância para a empresa estabelecer o preço adequado para atender às 
necessidades do mercado consumidor, bem como o nível de rentabilidade 
necessário para a sua sobrevivência e perpetuação. Dessa forma, pesquise 
empresas que utilizam o Sistema de Custeio por Atividades, Custeio Variável e 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Custeio-padrão, identificando, se possível, as razões de suas escolhas. 
 
Tema 01: Sistema de Custeio por Absorção 
Com o advento da globalização, a concorrência entre as empresas se 
tornou mais forte. Atualmente, para aumentar o lucro do período, a organização 
precisa atuar fortemente nos custos, diferentemente do passado, quando se 
buscava simplesmente aumentar a receita via elevação de preços, o que 
proporcionava um lucro maior. Tal fato se justifica porque, hoje em dia, as 
empresas não têm mais a liberdade que tinham antes para aumentar os 
preços. Antes, a concorrência era muito menor, porém, agora, , uma elevação 
de preços acima do praticado no mercado certamente irá resultar em queda 
nas vendas. 
Os sistemas de custeio, ou métodos de custeio, referem-se às formas 
como os custos são calculados e aplicados aos produtos e serviços. Assim, a 
gestão de custos ganhou importância, nesse contexto, tornando-se um fator 
estratégico de competitividade. 
Os sistemas de custeio devem buscar, ao máximo, estabelecer padrões 
de cálculo que representem a realidade dos processos produtivos. O sistema 
aceito pela legislação brasileira é o Sistema de Custeio por Absorção, cuja 
definição é, segundo Martins (2010): “O método derivado da aplicação dos 
princípios de contabilidade geralmente aceitos... Consiste na apropriação de 
todos os custos de produção aos bens elaborados.”. 
Em Megliorini (2012), verificamos que “O método de custeio por 
absorção caracteriza-se por apropriar custos fixos e variáveis aos produtos. 
Desse modo, os produtos fabricados absorvem todos os custos incorridos de 
um período.”. 
O Sistema de Custeio por Absorção também é conhecido por “Custeio 
Integral” justamente porque os produtos fabricados incorporam todos os custos 
incorridos no processo de fabricação. 
No cálculo dos custos do produto, serão utilizados tanto os custos 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
diretos, como os custos indiretos de fabricação, os custos variáveis e os 
custos fixos. 
O primeiro passo para se atribuir custo ao produto é separar todos os 
custos envolvidos na sua fabricação em “diretos” e “indiretos”, conforme segue: 
 Os custos diretos são facilmente atribuíveis ao produto pelo seu 
consumo (matéria-prima utilizada; horas gastas da mão-de-obra direta, 
etc). 
 Já os custos indiretos precisam ser rateados, pois não se consegue 
quantificar diretamente quanto cada produto absorve de custos. Por 
exemplo, o aluguel da fábrica, os salários dos supervisores, a 
manutenção das máquinas, a depreciação, entre outros. 
 
Nota: rateio significa dividir, através do critério estabelecido, o valor de 
um determinado custo para atribuir ao produto uma parte dessa divisão. Por 
exemplo, se o custo com o aluguel da fábrica foi de R$ 10.000,00 no mês e 
dentro desse período foram fabricadas 1.000 peças, cada uma incorporará R$ 
10,00 do custo do aluguel. 
Vamos resumir todo o processo em um esquema gráfico para fixar a 
aplicação desse método de custeio: 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
 
Agora vamos a um exemplo prático: uma determinada empresa fabrica 
um único produto: estante de aço. O custo com matéria-prima para cada 
unidade é de R$ 20,00 e o custo com a mão-de-obra direta é de R$ 30,00, 
também por unidade. Os custos indiretos totalizam R$ 50.000,00 por mês. 
Considerando que a quantidade produzida no período foi de 1.000 estantes, 
qual seria o seu custo unitário pelo método de custeio por absorção? 
 
Custo unitário com matéria-prima + 20,00 
Custo unitário com mão-de-obra direta + 30,00 
Rateio do custo indireto: R$ 50.000,00 ÷ 1.000 = 50,00 + 50,00 
Custo de cada estante = 100,00 
 
Então, o custo apurado pelo método de custeio por absorção foi de R$ 
100,00 para cada estante. 
 
Tema 02: Custeio Variável 
Para a gestão da empresa, o sistema de custeio por absorção às vezes 
não traz segurança na tomada de decisão e na elaboração de estratégias de 
atuação no mercado, em termos de política de preços. O grande problema 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
apontado pelos gestores é o processo de rateio dos custos indiretos ou dos 
custos fixos. Todo rateio traz consigo um certo grau de arbitrariedade e isso 
pode provocar algumas distorções que deixam a gestão de certa forma 
insegura em relação ao levantamento dos custos para a formação do preço de 
venda.Assim, outros métodos de custeio surgiram para fornecer informações à 
gestão. 
Cabe ressaltar que a existência de vários métodos de custeio possibilita 
à empresa escolher o que mais atende às suas necessidades. No entanto, a 
utilização desses métodos supre as necessidades de formação de preço de 
venda, visibilidade dos processos produtivos, maximização da produção, entre 
outros, mas não atende à legislação fiscal. Dessa forma, o sistema de custeio 
por absorção deve ser usado obrigatoriamente para atender o Fisco e, quanto 
aos outros sistemas, usados de forma “paralela” para resolver necessidades 
gerenciais. 
O sistema de custeio variável é um método que aplica aos produtos 
somente os custos variáveis, tanto diretos como indiretos. 
Segundo Megliorini (2012): “De acordo com o custeio variável, os custos 
fixos não são apropriados aos produtos e vários motivos contribuem para isso, 
entre eles o fato de os custos fixos serem custos correspondentes aos recursos 
necessários para manter a estrutura da produção e não custos decorrentes dos 
recursos consumidos pelos produtos em fabricação”. 
Como os custos fixos não são considerados custos de fabricação, nesse 
método, eles serão lançados diretamente contra o resultado no período, como 
se fossem despesas. 
Em Megliorini (2012), encontramos uma argumentação que defende a 
utilização deste método: 
“De acordo com o custeio variável, os custos fixos não são apropriados aos 
produtos e vários motivos contribuem para isso, entre eles o fato de os custos 
fixos serem custos correspondentes aos recursos necessários para manter a 
estrutura da produção e não custos decorrentes dos recursos consumidos pelos 
produtos em fabricação. Um exemplo simples que ilustra o que estamos dizendo é 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
o aluguel das instalações da fábrica. Tanto fará se a empresa fabricar 100 ou 120 
unidades do produto X: o custo do aluguel será o mesmo, pois não está 
relacionado à produção, e sim à manutenção da estrutura físicana qual está 
localizado o ambiente de produção. Ainda que a empresa resolva diversificar sua 
linha de produtos e passe a fabricar Y e Z no mesmo local, essa situação não se 
altera.” (MEGLIORINI, 2012). 
 
Para se ter uma visão mais clara do método, analise o esquema a 
seguir: 
 
 
Voltamos a ressaltar que todo tratamento dado aos custos pelo método 
variável tem fins exclusivamente gerenciais, visto que o sistema obrigatório é o 
de absorção. 
Um grande problema desse método é o tratamento dado aos custos 
híbridos, pois pode não ser tão simples separar a parcela de custo fixo e a de 
custo variável do custo semivariável. Para verificar a parcela de custo fixo e a 
de custo variável presentes no custo híbrido, pode ser preciso utilizar métodos 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
estatísticos baseados nos dados históricos. 
Por outro lado, há algumas vantagens no método. Segundo Megliorini 
(2012): 
“Pelo método de custeio variável, obtém-se a margem de contribuição de cada 
produto, linha de produtos, clientes, etc, o que possibilita aos gestores utilizá-la 
como ferramenta auxiliar no processo decisório, que inclui ações como: 
• Identificar os produtos que mais contribuem para a lucratividade da empresa; 
• Determinar os produtos que podem ter a sua venda incentivada ou reduzidas e 
aqueles que podem ser excluídos da linha de produção; 
• Identificar os produtos que proporcionam maior rentabilidade quando existem 
fatores que limitam a produção (gargalos), permitindo o uso mais racional desses 
fatores; 
• Definir o preço do produto em condições especiais; 
• Decidir onde comprar e fabricar; 
• Determinar o nível mínimo de atividade para que o negócio passe a ser 
rentável; 
• Definir em uma negociação com o cliente, o limite de desconto permitido”. 
(MEGLIORINI, 2012). 
 
Vamos a um exemplo prático: uma determinada empresa fabrica um 
único produto: estante de aço. O custo com matéria-prima, para cada unidade, 
é de R$ 20,00, e o custo com mão-de-obra direta é de R$ 30,00, também por 
unidade. Os custos fixos totalizam R$ 50.000,00 por mês. Considerando que a 
quantidade produzida no período foi de 1.000 estantes, qual seria o seu custo 
unitário pelo método de custeio variável? 
Custo unitário com matéria-prima (custo variável) + 20,00 
Custo unitário com mão-de-obra direta (custo 
variável) 
+ 30,00 
Custo de cada estante = 50,00 
 
O custo apurado pelo método de custeio variável foi de R$ 50,00 para 
cada estante. Os custos fixos (R$ 50.000,00) não entraram na composição do 
 
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9 
custo do produto, pois receberam o mesmo tratamento dado às despesas, e 
foram lançados contra o resultado do período. 
 
Tema 03: Custeio ABC 
No passado, os custos indiretos de fabricação não tinham um peso 
muito expressivo no custo total dos produtos, comparativamente aos custos 
diretos. A matéria-prima e mão-de-obra direta predominavam na composição 
final do custo dos produtos. No entanto, com a modificação dos processos 
produtivos, fortemente motivada pela evolução tecnológica, resultou em uma 
composição de custos indiretos bastante expressiva. 
Na atualidade, os processos altamente automatizados reduziram muito a 
participação dos custos com a mão-de-obra direta. Segundo Maher (2001): “O 
custo com mão-de-obra direta caiu de 20 a 40% nos custos dos produtos, em 
sistemas tradicionais de manufatura, para menos de 5%, em sistemas de 
produção amplamente automatizados”. 
Os sistemas de custeio começaram a apresentar deficiências 
informacionais, fazendo com que pesquisadores buscassem novas técnicas 
para melhorar a gestão de custos. Uma dessas técnicas criadas foi o custeio 
ABC. Basicamente, o método surgiu para suprir a precariedade das 
informações gerenciais que os outros custeios ofereciam, bem como para 
eliminar as distorções dos critérios de rateio, que normalmente apresentavam 
um certo grau de arbitrariedade. 
Segundo Oliveira (2007): “O custeio baseado em atividades (ABC – 
Activity Based Costing) é uma metodologia que surgiu como instrumento da 
análise estratégica de custos relacionados com as atividades que mais 
impactam o consumo de recursos de uma empresa”. 
O custeio baseado em atividades identifica, analisa e aloca os custos 
aos processos de uma determinada empresa, com o objetivo de melhorar a 
gestão da sua lucratividade. 
Em síntese, o custeio ABC faz, primeiro, um mapeamento das atividades 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
envolvidas nos processos, depois atribui custos a essas atividades e, por 
último, verifica o quanto de cada atividade os produtos consomem, formando 
assim o seu custo final. 
No esquema a seguir, temos uma visão de como funciona, 
resumidamente, o custeio ABC: 
 
 
 
A estrutura do custeio ABC se utiliza de direcionadores para tratamento 
dos custos indiretos, sendo estes os “direcionadores de recursos” e os 
“direcionadores de atividades”. 
Segundo Megliorini (2012): 
- “Direcionadores de recursos: são aqueles que identificam como as atividades 
consomem recursos, considerando a relação entre eles e as atividades e 
permitindo custeá-las. 
- Direcionadores de atividades: são aqueles que identificam como os objetos de 
custeio consomem as atividades, permitindo custeá-los.” (MEGLIORINI, 2012). 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
11 
O sistema de custeio deve ser baseado em atividades, por ser 
estruturado em vários estágios conforme a complexidade dos processos e o 
nível de detalhamento

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