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PRODUÇÃO TEXTUAL POLÍTICA DE PROTEÇÃO À PESSOA IDOSA

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
Serviço Social – 6º SEMESTRE
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO:
 ESTUDO DE CASO RELACIONADO À POLÍTICA DE PROTEÇÃO À PESSOA IDOSA
Teresópolis/RJ
2017
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO:
 ESTUDO DE CASO RELACIONADO À POLÍTICA DE PROTEÇÃO À PESSOA IDOSA
Produção Textual apresentada à Universidade Norte do Paraná – UNOPAR – como requisito para aprovação nas disciplinas do Curso de Graduação em Serviço Social.
Teresópolis/RJ
2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
CAPÍTULO 1 - ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA – ESF	4
1.1. Política da qual faz parte a Estratégia Saúde da Família – ESF	4
1.2. Principal proposta da Estratégia Saúde da Família – ESF...............................5
1.3. Profissionais que compõem essa equipe da Estratégia Saúde da Família – ESF ...............................................................................................................................6
CAPÍTULO 2 - CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CREAS................................................................................................................8
2.1. Política da qual faz parte o Centro de Referência Especializada de Assistência Social – CREAS........................................................................................8
2.2. Profissionais que compõem o Centro de Referência Especializada de Assistência Social – CREAS........................................................................................8
2.3. Serviços que devem atender a família da Srª Lucia (Estudo de Caso) ...........9
CAPÍTULO 3 - BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC....................10
3.1. Política da qual faz parte o Benefício de Prestação Continuada – BPC........10
3.2. Em que consiste o Benefício de Prestação Continuada – BPC.......................10
3.3. Critérios de inclusão para beneficiários do Benefício de Prestação Continuada – BPC.....................................................................................................10
CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO – VERBA ALIMENTAR....................................11
CAPÍTULO 5 - PLANO DE ATUAÇÃO PARA O ATENDIMENTO DE SERVIÇO SOCIAL...............................................................................................................................13
CONCLUSÃO.....................................................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................15
ANEXO – ESTUDO DE CASO ........................................................................................16
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INTRODUÇÃO
Este trabalho abordará o estudo de caso relacionado à política de proteção à pessoa idosa. 
O objetivo principal deste estudo é mostrar a importância do Assistente Social na condução do caso apresentado. E os objetivos específicos são: - Conhecer os principais órgãos ligados à proteção dos idosos, como: Estratégia Saúde da Família – ESF, Centro de Referência Especializada de Assistência Social – CREAS, Benefício de Prestação Continuada – BPC; - Identificar a legislação referente à proteção dos direitos dos idosos; - Mostrar as principais estratégias do Assistente Social na condução do caso.
Como justificativa, no decorrer do trabalho buscaremos conhecer o trabalho dos órgãos responsáveis pelos idosos, bem como o trabalho do assistente social neste contexto. Assim como pretendemos nos reportar às leis que baseiam e permitem uma vida digna de qualidade para as pessoas idosas, no caso específico, à Srª Lúcia.
Pois, de acordo com CALDAS (2003):
A Constituição Federal, a Política Nacional do Idoso (Brasil, 1994) e o Estatuto do Idoso direcionam que a família é a responsável pelo o atendimento às necessidades do idoso, mas, até agora o delineamento de um sistema de apoio às famílias e a definição das responsabilidades das instâncias de cuidados formais e informais, na prática, não aconteceram. O que se percebe é que o sistema de saúde, público ou privado, não está preparado para atender nem a demanda de idosos que cresce a cada dia, nem a de seus familiares.
CAPÍTULO 1 - ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA – ESF 
Política da qual faz parte a Estratégia Saúde da Família – ESF
A Estratégia Saúde da Família (ESF) tem por finalidade à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de estender a finalização do processor e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de oferecer uma relevante relação custo-efetividade. 
A política responsável pela ESF é a Política Nacional de Atenção Básica 2011. O governo federal, ao longo dos últimos anos, tem feito algumas tentativas de adaptar as normas nacionais da Atenção Básica, determinando parâmetros que estejam adequados à atual realidade vivida pelo SUS. 
Com esse objetivo, o Ministério da Saúde, respeitando diversas leis, portarias e decretos presidenciais antes já deliberados – bem como o processo de integração das ações de vigilância em saúde e Atenção Básica, e a ESF como forma prioritária para reorganização da Atenção Básica no Brasil –, pactuou na reunião da Comissão Intergestores Tripartite, realizada em setembro de 2011, o lançamento da Portaria MS/GM no.2.488, de 21 de outubro de 2011, que revisava as diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para a ESF e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) (BRASIL, 2011).
As normas e resoluções das portarias anteriores continuamem vigor desde que não conflitem com a atual. Além disso, a ESF e outras estratégias organizativas da Atenção Básica devem seguir as diretrizes da Atenção Básica e do SUS, considerando e incluindo as especificidades locais e regionais.
Vale ressaltar que a Política Nacional de Atenção Básica, ora proposta, considera equivalentes os termos Atenção Básica e Atenção Primária a Saúde (BRASIL, 2011).
Principal proposta da Estratégia Saúde da Família - ESF
A ESF, para sua realização – necessita de diretrizes que apoiem as di​ferentes atividades a elas relacionadas.
A ideia de que os cuidados dispensados na Atenção Básica são simples não é uma verdade. Estes cuidados são bem complexos e precisam dar conta das necessidades de saúde da população, seja em nível individual quanto coletivo, de modo que as ações influenciem na saúde e na autonomia das pessoas e nos determinantes e condicio​nantes de saúde da comunidade.
Entretanto, fica o alerta de Schimith e Lima (2004) de que apenas a menção da sigla ESF não significa necessaria​mente mudança de paradigma, em que o modelo de vigilância à saúde, base desta estratégia, esteja apenas no territó​rio delimitado e na população adstrita.
A proposta principal da ESF, como principal porta de entrada do sistema de saúde, começa com o ato de acolher, escutar e oferecer resposta definitiva para a maioria dos problemas de saúde da população, reduzindo prejuízos e sofrimentos e responsabilizando-se pela efetividade do cuidado, ainda que este seja ofertado em outros pontos de atenção da rede, garantindo sua integralidade (BRASIL, 2011). 
Para isso, é necessário que o trabalho seja realizado em equipe, de modo que os conhecimentos sejam somados e possam se concretizar em cuidados efetivos dirigidos a populações de territórios definidos, pelos quais essa equipe assume a responsabilidade sanitária.
De acordo com PEDUZZI (1998), você provavelmente vivencia no seu dia a dia a dificuldadede se trabalhar de forma compartilhada, ampliando a integração dos profissionais em um trabalho conjunto que busque a integralidade da Atenção à Saúde. 
Sabe-se que o desenvolvimento do trabalho em equipe não é, de fato, um processo simples. As transformações contínuas que hoje ocorrem na modernidade, a globalização das doenças, das práticas em saúde e dos hábitos de vida exigem cada vez mais que todo profissional se atualize constantemente para que possa efetivamente atuar em um projeto que envolva a equipe.
Profissionais que compõem essa equipe da Estratégia Saúde da Família - ESF
Em relação às atividades comuns de todos os profissionais envolvidos na ESF, cada um deles tem função específica.Tal função não se basta em si mesma, e um aprofundamento é sempre preciso para que cada um se reconheça e reconheça também a atividade do outro e não se perca de vista o trabalho em equipe.
São estes os prioncipais profissionais envolvidos na equipe da ESF:
Enfermeiro: profissional que exerce privativamente a direção dos órgãos de enfermagem e integra a estrutura básica de instituições de saúde, pública ou privada, e a chefia de serviço de enfermagem, coordenando a atuação do auxiliar e do técnico. (Brasil, 2011)
Médico: é um profissional que se ocupa da saúde humana, promovendo saúde, prevenindo, diagnosticando e tratando doenças, com competência e resolutividade, responsabilizando-se pelo acompanhamento do plano terapêutico do usuário. (BRASIL, 2011)
O agente comunitário de saúde (ACS): exerce o papel de “elo” entre a equipe e a comunidade, devendo morar na área de atuação da equipe, vivenciando o dia a dia das famílias / indivíduos / comunidade com mais intensidade em relação aos outros profissionais (FORTES; SPINETTI, 2004). Realiza visitas domiciliares na área adscrita, produzindo dados capazes de dimensionar os principais problemas de saúde de sua comunidade. (MARTINES; CHAVES, 2007). 
Técnico e auxiliar de enfermagem: cabe a estes profissionais, sob a supervisão do enfermeiro, realizar procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão tanto na Unidade de Saúde quanto em domicílio e outros espaços da comunidade, educação em saúde e educação permanente (BRASIL, 2011). 
Cirurgião-dentista: é o profissional de saúde capacitado na área de odontologia, devendo desenvolver com os demais membros da equipe atividades referentes à saúde bucal, integrando ações de saúde de forma multidisciplinar. A ele cabe, em ação conjunta com o técnico em saúde bucal (TSB), definir o perfil epidemiológico da população para o planejamento e a programação em saúde bucal, a fim de oferecer atenção individual e atenção coletiva voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais, de forma integral e resolutiva. É responsável ainda pela supervisão técnica do Técnico (TSB) e do Auxiliar (ASB) em Saúde Bucal (BRASIL, 2011). 
f) Técnico em saúde bucal (TSB): cabe a ele, sob a supervisão do cirurgião-dentista, o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal, a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos, a remoção do biofilme e as fotografias e tomadas de uso odontológicos a limpeza e a antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, e as medidas de biossegurança de produtos e resíduos odontológicos (BRASIL, 2011). 
g) Auxiliar em saúde bucal (ASB): cabe a ele, sob a supervisão do cirurgião-dentista, realizar procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão, como limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho, processa filme radiográfico, seleciona moldeiras, prepara modelos em gesso, além das demais atividades atribuídas ao TSB (BRASIL, 2011). 
CAPÍTULO 2 - CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CREAS
2.1. Política da qual faz parte o Centro de Referência Especializada de Assistência Social – CREAS
O papel do CREAS e competências decorrentes estão consubstanciados em um conjunto de leis e normativas que fundamentam e definem a política de Assistência Social e regulam o Sistema Único de Assistência Social – SUAS.
O CREAS atua dando à família o acesso a direitos sócio assistenciais, buscando a construção de um espaço de acolhida e escuta qualificada, fortalecendo vínculos familiares e comunitários. O Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS – oferece serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos como violência física, psicológica, sexual, tráfico de pessoas, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto etc.
Para o exercício de suas atividades, os serviços ofertados nos CREAS devem ser desenvolvidos de modo articulado com a rede de serviços da assistência social, órgãos de defesa de direitos e das demais políticas públicas. A articulação no território é fundamental para fortalecer as possibilidades de inclusão da família em uma organização de proteção que possa contribuir para a reconstrução da situação vivida. Os CREAS podem ter abrangência tanto local (municipal ou do Distrito Federal) quanto regional, alcançando, neste caso, um conjunto de municípios, de modo a assegurar maior cobertura e eficiência na oferta do atendimento.
2.2. Profissionais que compõem o Centro de Referência Especializada de Assistência Social – CREAS
Os principais profissionais que atuam no CREAS são:
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- Coordenadores;
- Assistentes sociais
- Psicólogos;
- Educadores sociais;
- Auxiliares administrativos;
-Estagiários (preferencialmente das áreas de psicologia serviço social e direito);
-Advogados.�
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Além dos profissionais acima citados, podem ser contratados outros profissionais necessários ao desenvolvimento das atividades. Dada a complexidade das situações atendidas, o CREAS deve contar com profissionais capacitados e em número suficiente para prestar atendimento de qualidade aos usuários, realizando acompanhamento individualizado de cada caso, coordenando reuniões de grupos de usuários e provendo encaminhamento, quando necessário, para os demais serviços da rede de proteção social e do sistema de garantia de direitos. (Ministério do Desenvolvimento Social)
2.3. Serviços que devem atender a família da Srª Lucia (Estudo de Caso)
De acordo com o caso apresentado, o CREAS vai atuar praticamente com todos os seus serviços, porém com ênfase maior para o atendimento com Assistentes Sociais, Psicólogos e Advogados. O caso da Srª Lúcia está nas mãos desses profissionais, dentro das funções específicas de cada um deles.
CAPÍTULO 3 - BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC
3.1. Política da qual faz parte o Benefício de Prestação Continuada – BPC
O BPC integra a Política de Proteção Social Básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS e para acessá-lo não é necessário ter contribuído com a Previdência Social. O BPC não pode ser acumulado com outro benefício no âmbito da Seguridade Social (como, por exemplo, o seguro desemprego, a aposentadoria e a pensão) ou de outro regime, exceto com benefícios da assistência médica, pensões especiais de natureza indenizatória e a remuneração advinda de contrato de aprendizagem.
3.2. Em que consiste o Benefício de Prestação Continuada – BPC
O BPC consiste na garantia de uma transferência mensal de um salário mínimo às pessoas idosas e às pessoas com deficiência, que comprovem não possuir meios para prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. O benefício poderá ser prestado inclusive aos brasileiros naturalizados, desde que residam no Brasil e atendam aos critérios estabelecidos na legislação. Trata-se de um benefício individual e intransferível, previsto no art. 203 da Constituição Federal de 1988, integrante da Política de Assistência Social, regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993) e pelo Decretonº 6.214, de 26 de setembro de 2007 .
3.3. Critérios de inclusão para beneficiários do Benefício de Prestação Continuada – BPC
Para receber o BPC, o requerente deverá:
- Comprovar ter renda familiar per capita inferior a ¼ de salário mínimo; - Caso seja pessoa idosa, comprovar sua idade; - Caso seja pessoa com deficiência, comprovar a existência de impedimentos de longo prazo (de natureza física, mental, intelectual ou sensorial e que produzam efeitos por ao menos dois anos) e limitações no desempenho de atividades e restrições na participação social. 
A comprovação se dará por meio de avaliação médica, documental e social realizada pelos profissionais do INSS. OBS: A condição de acolhimento em instituições de longa permanência, assim entendido como hospital, abrigo ou instituição congênere não prejudica o direito do idoso ao recebimento do BPC.
CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO – VERBA ALIMENTAR
De acordo com o caso apresentado: Os alimentos são prestações para as atividades vitais de quem não podem provê-las por si; deste modo, é um direito imprescindível e emergencial. Conforme relatado na situação-problema, a Srª Lúcia possui outros filhos residentes em outras cidades e que em nenhum momento prestaram alimentos a ela. Sabendo-se que estes filhos são maiores e capazes, à luz do que determina a legislação brasileira, é possível obrigá-los, juridicamente, à prestação da verba alimentar? Caso positivo, quais órgãos ou pessoas são legitimadas pela lei para ingressar com a ação em favor da Srª Lúcia? 
É possível sim, obrigar os filhos maiores e capazes à prestação de verba alimentar para com a Srª Lúcia. A prestação alimentar dos filhos em relação aos pais idosos estão nos artigos 229 e 230 da Constituição Federal de 1988, que protege o direito de sustento e acolhimento para os idosos.
No Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003) em seu art. 3 também vemos a responsabilidade dos filhos em relação aos seus pais. Se os filhos não cumprirem essa prestação alimentar, aplica-se o disposto no artigo 12 do Estatuto, utiliza-se a solidariedade, onde o idoso pode escolher alguém de sua família para lhe prestar alimentos. Pode-se tirar proveito o que dispõe o artigo 1.698 do Código Civil que determina a ordem de sucessão para a prestação alimentar, possibilitando assim, a intervenção de terceiro no momento em que permite que seja chamado os demais coobrigados, assim como entende Farias e Rosenvald (2010, p. 684):
A hipótese contemplada na Lei Civil caracteriza-se uma típica intervenção de terceiros, podendo ser utilizada tanto pela parte autora (embora, repita-se, o que será extremamente raro, pois ele já abriu mão da possibilidade de acionar os demais coobrigados na própria petição inicial), quanto pelo réu que, por igual, tem direito às garantias fundamentais constitucionais e, nesse passo, tem interesse na convocação dos demais codevedores.
Essa é uma ferramenta utilizada pelo réu na prestação alimentar, apresenta-se como um benefício para o alimentado, pois, dá a ele uma oportunidade de chamar ao processo os demais devedores dos alimentos.
De acordo com o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003):
os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade". O Estatuto do Idoso se refere a pessoas com mais de 60 anos e define ser: "obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária".
Existem três situações fundamentais da pessoa idosa: a) o idoso incapaz ou acometido de alguma moléstia que lhe retire a capacidade intelectiva e volitiva; b) o idoso que, mesmo com capacidade intelectiva e volitiva, se encontra em situação de risco; e c) o idoso capaz e não enquadrado nas hipóteses de situação de risco.
O caso em questão, da Srª Lúcia, encontra-se na segunda opção acima – letra “b” - idoso que, mesmo com capacidade intelectiva e volitiva, se encontra em situação de risco.
Neste caso (no primeiro também), a participação do Ministério Público é necessária e essencial, em respeito aos pareceres da Constituição Federal, do artigo 82 do Código de Processo Civil e dos artigos 74, inciso II, e 43, do Estatuto do Idoso. A título de curiosidade, na terceira hipótese, a intervenção do Ministério Público não procede.
Para ajudar a Srª Lúcia a incorrer ao Ministério Público, ela deverá solicitar, em primeiro lugar, ajuda ao CREAS (Centro de Referência Especializada de Assistência Social - vide capítulo 2), que imediatamente tratará de dispor à idosa em questão um Assistente Social para acompanhar o seu caso, uma vez que a ESF não dispõe desse profissional, como descrito no caso.
CAPÍTULO 5 - PLANO DE ATUAÇÃO PARA O ATENDIMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
PLANO DE AÇÃO
	ANÁLISE DO ASSISTENTE SOCIAL E INSTRUMENTOS TÉCNICOS OPERATIVOS UTILIZADOS
	ATRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL
E ESTRATÉGIAS UTILIZADAS
	LEGISLAÇÃO BASE PARA O ASSISTENTE SOCIAL
	Análise do Assistente Social: Seguindo o cronograma abaixo:
Instrumentos técnicosOperativos
a) Observação: É um instrumento essencial para a tomada de decisão do Assistente Social precisa ter segurança, fixando-se nos objetivos no qual se pretende alcançar.
b) Visitas domiciliares: As visitas domiciliares tem o objetivo de acompanhar às condições de moradia, saúde, a fim de elaborar o relatório de visita domiciliar e emissão de parecer social.
c) Acompanhamento Social: É feito quando detectado na entrevista a necessidade de se fazer encaminhamentos diversificados.
d) Entrevistas: visa compor a história de vida, definir procedimentos metodológicos, e colaborar no diagnóstico social. Tem a finalidade colher informações sobre o idoso.
e) Relatórios: é um documento de registro de informações,bastante utilizados na prática profissional do assistente social por que serve como registro importante capaz de subsidiar decisões.
O Serviço Social irá procurar se adequar aos instrumentos acima para atender as demandas da Srª Lúcia.
	Atribuições:
O Assistente Social, é um profissional preparado para lidar com as políticas públicas e programas do governo para garantir e assegurar o cumprimento das Leis estabelecidas no Estatuto do Idoso. Ainda, o Assistente Social é capaz de promover a auto-valorização do idoso, afim de que ele se sinta incluso na Sociedade. No caso específico da Srª Lúcia, é preciso transformar a realidade dela para que ela posssa viver com dignidade, extirpando toda e qualquer forma de isolamento, maus tratos e exclusão social.
O Assistente Social tem a missão de devolver a Srª Lúcia direitos adquiridos de viver bem e dignamente.
Estratégias: 
( Acolher o idoso; 
( Socializar informações em relação ao acesso a serviços, objetivando a garantia de direitos do idoso;
 ( Encaminhar para a rede de proteção social básica e especial quando necessário; 
( Elaborar junto com a equipe de atenção básica, planos de estratégias de atendimento integral e especializado para a pessoa idosa;
( Incentivar e propor a participação do idoso e sua família no processo de decisão do tratamento proposto pela equipe multiprofissional; 
( Fornecer suporte e apoio familiar nos processos de cuidado e tratamento de idosos acamados ou incapacitados;
( Fortalecimento da parceria com as equipes dos Conselhos Tutelares, CRAS, CREAS e unidades de saúde para viabilizar o atendimento e acompanhamento integrado do idoso.
	
a) Em relação às regras e condições do Benefício de Prestação Continuada (BPC):
- Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) - Lei nº 8.742, de 7 de Dezembro de 1993.
b) Em relação ao dever existente entre pais e filhos de prestar os alimentos, ou seja, dos filhos adultos da Srª Lúcia proveremsua manutenção:
- Política Nacional de 
Assistência Social (PNAS) - Lei nº 8.842, de 4 de Janeiro de 1994
- Constituição Federal de 1988
- Estatuto do Idoso
- Código Civil de 2002
CONCLUSÃO
Ao realizar este trabalho, tendo como base o Estudo de caso apresentado, observamos que existe um montante de leis que regulamentam a ação das políticas de atenção ao idoso, bem como órgãos responsáveis pela proteção aos idosos. Destaque, dentro do estudo do referido caso, para a Estratégia Saúde da Família – ESF, o Centro de Referência Especializada de Assistência Social – CREAS e o Benefício de Prestação Continuada – BPC.
As leis protegem a idosa em questão e de acordo com as questões inseridas no estudo, creio que conseguimos atingir os objetivos, respondendo a todas elas. 
Porém, apesar de existirem tantas leis e órgãos referentes à proteção dos idosos, sabe-se também que existem pontos críticos que necessitam ser percebidos e resolvidos, mesmo compreendendo que isso não é tarefa fácil, e nem compete exclusivamente ao Assistente Social, mas a todos que fazem parte da rede de proteção ao idoso como é mencionado nas diversas abordagens legislativas e pessoais.
No entanto, o que é óbvio também, é que apenas leis não bastam. Temos leis riquíssimas em termos de direitos, mas que nem sempre são efetivas e cumpridas. O público idoso ainda sofre com o preconceito, a discriminação e o abandono daqueles que deveriam proteger-lhes, como é o caso da Srª Lúcia, completamente abandonada pela família, representada na figura de seus três filhos. No caso específico dela, os órgãos citados no Estudo de caso tem grande responsabilidade na solução do problema da idosa em questão. 
É evidente que o papel do Assistente Social é fundamental nesse processo de ajuda à Srª. Lúcia. É possível, dentro do estudo do caso, identificar as diversas realidades em que o Assistente Social precisa intervir. Através de um plano de ação bem elaborado, o Assistente Social poderá certamente ajudar a Sra. Lúcia na solução de seu problema. 
É função do Serviço Social, na figura do(a) Assistente Social intervir nestas situações, principalmente no âmbito das famílias, buscando fortalecer os laços de afetividade, possibilitando que esta idosa tenha forças suficientes para continuar lutando pelo que é seu direito principal: envelhecer de forma digna e saudável.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993) e pelo Decreto nº 6.214, de 26 de setembro de 2007.
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direito das famílias. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
CALDAS. CP 2003. Envelhecimento com dependência: responsabilidades e demandas da família. Cadernos de Saúde Pública 19(3):733-781
BRASIL. Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em 06/10/2017.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. DOU República Federativa do Brasil: Poder Legislativo, Brasília, DF, 11 de jan. 2002. p. 1. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em 09/10/2017.
TARTUCE, Flávio; SIMÃO, José Fernando. Direito Civil: Direito de Família. v. 5. 7 ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Método, 2012.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil 1988. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em 09/10/2017.
LIMA, Ianna Pessoa. O dever obrigacional de alimentar o idoso. Disponível em http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=16753&revista_caderno=14Acesso em 06/10/2017.
SCHIMITH, M.D.; LIMA, M.A.D.S. Acolhimento e vínculo em uma equipe do Programa Saúde da Família. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da Família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília, DF, 1997.
_______.Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS)., Brasília, n.204, p.55, 24 out.2011.Seção 1, pt1.
Ministério do Desenvolvimento Social. Disponível em http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2011/10/centro-de-referencia-especializado-de-assistencia-social-creas. Acesso em 08/10/2017.
Tipificação Nacional de Serviços Sócio assistenciais. Disponível em http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de-assistencia-socialsnas/tipificacao-nacional-de-servicos-socioassistenciais/Acesso em 06/10/2017.
ANEXO
ESTUDO DE CASO
A equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) que não possui assistente social entrou em contato com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) para que esse equipamento faça acompanhamento de uma idosa que faz tratamento oncológico e que está sendo vítima de maus tratos. Segundo os profissionais da ESF: Srª. Lúcia Silva1 tem 75 anos e reside sozinha com um dos filhos, Marcelo Silva de 19 anos. Recebe o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) por deficiência e quem ‘saca’ o benefício no banco para ela é uma Agente Comunitária de Saúde (ACS) da Unidade Básica de Saúde (UBS) do território. Esta agente recebe o benefício e repassa à Srª. Lucia porque não tinha ninguém da família para se responsabilizar pelo benefício no momento. A ACS recebe o dinheiro e paga todas as contas da casa da Srª. Lúcia Silva e também faz compras de alimentos para ela. Mas o filho da Srª. Lúcia, que é dependente químico, começou a dizer que a ACS estava roubando o dinheiro da idosa. Esta então procurou o CREAS dizendo que não quer mais receber o dinheiro da Sra. Lúcia e solicitou ao CREAS que passasse o benefício para outra pessoa. Sabe-se que a Srª Lúcia possui outros filhos que moram noutras cidades e por conta do irmão dependente romperam relações com a família. O filho que mora com ela se recusa a dar o endereço dos irmãos dizendo que os mesmos não se importam com a mãe, e além disso, Marcelo negligencia os cuidados da mãe deixando-a sozinha o tempo todo, sem comida, sem remédios, sem levá-la as sessões de quimioterapia e condições mínimas de higiene. 
As últimas notícias são de que a Sr.ª Lúcia está sem o fornecimento de luz elétrica e água, chora diariamente, ‘desistiu’ do tratamento de quimioterapia e não apareceu ninguém que possa cuidar dela. 
OBS: Srª. Lúcia não tem mais nenhum familiar vivo.
Estatuto do Idoso
Assistente
Social
Controle Social
Fiscalização
Legislação
Entidades
BPC

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