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COMO OUVIMOS MÚSICA AO LONGO DA HISTÓRIA
	A evolução no modo de reproduzir e armazenar a música, pode mudar o jeito que ela é feita e até mesmo influenciar o nosso gosto por certos estilos musicais.
Gilson S. Deretti Jr. – 1264320
Polo de Bento Gonçalves
Não é de hoje que a música é uma das formas de arte mais inspiradoras. As diferentes combinações de melodias e letras têm o poder de despertar em nós as mais variadas emoções, como alegria, tristeza, saudade, nostalgia, paixão, entre outras. 
Embora o ato de fazer música seja milenar, o homem só conseguiu desenvolver tecnologias para armazená-las e reproduzi-las há “pouco tempo”. Agora veja uma breve descrição cronológica dessa evolução para podermos ter uma ideia de como isso mudou o jeito que apreciamos a música.
O cilindro fonográfico foi a primeira mídia que obteve sucesso na gravação e reprodução sonora. A tecnologia era usada no fonógrafo, sendo ambos os dispositivos inventados por Thomas Edison em 1877.
Dez anos mais tarde, o alemão Emile Berliner criou o gramofone. Equipamento considerado o sucessor direto do fonógrafo. A principal diferença entre essas tecnologias é que o gramofone passou a usar discos planos constituídos de cera, vinil, cobre e goma laca em vez dos cilindros de Thomas Edison. Tendo maior resistência e uma capacidade maior para as gravações, o sucesso dos discos planos e do gramofone foi quase imediato e eles logo foram adotados pelos músicos para gravar e reproduzir as suas composições.
A indústria fonográfica viu outra revolução em suas tecnologias somente em 1948 com o surgimento dos discos de vinil, que ainda eram chamados de “Long Play”. No auge dos seus 64 anos de existência, muitas pessoas ainda preferem o som analógico dos LPs. 
Popular nos EUA nas décadas de 60 e 70, o cartucho 8-track foi o pioneiro em gravar conteúdos sonoros em fitas magnéticas – técnica que mais tarde originou outros mecanismos que servem para o armazenamento de dados, como os discos rígidos.
As fitas cassete (ou K7 para os mais “chegados”) são a evolução dos cartuchos 8-track, com a vantagem de serem menores. No início, devido à baixa qualidade sonora, essa mídia era usada apenas para gravação de conversas, entrevistas e palestras.
O CD, ao menos até as atuais gerações, dispensa apresentação. Essa mídia óptica foi desenvolvida especificamente para armazenar e reproduzir arquivos de áudio. A tecnologia foi criada em 1979, mas os compact discs só começaram a ser comercializados a partir de 1982. Esses discos compactos dominaram as prateleiras ao longo dos anos 90 e início dos anos 2000.
Ouvintes Variados - Ilustração: Samuel Rodrigues
O MP3 player chegou para revolucionar a forma como as músicas eram armazenadas e ouvidas no ano de 1998 com créditos para a empresa coreana Saehan. Ele praticamente liquidou com todas as tecnologias antecessoras por ser facilmente transportado em qualquer bolso ou mochila e pela sua longa vida útil se comparado às outras mídias existentes até então.
Embora não tenha sido criado com o intuito de ser um repositório de canções, a popularização de eletrônicos com portas USB, como PCs, TVs notebooks e aparelhos de som – inclusive automotivos –, deu aos pendrives mais uma utilidade: ser um dispositivo para o armazenamento de músicas. 
O streaming no formato que o conhecemos tomou forma no final da década de 80 e começou a se desenvolver nos anos 90, sendo que a primeira rádio online surgiu em 1994. Contudo, a infraestrutura precária e a baixa disseminação da internet nesse período fizeram que esse tipo de mídia demorasse para se popularizar. Há aproximadamente três ou quatro anos é que o streaming ganhou força. Atualmente, existem inúmeros serviços em que você pode escutar música sem baixar nada, quando e onde estiver 
E foi esta última etapa da evolução no jeito de ouvir música foi a que mais impactou a indústria e os consumidores. Lembro que em 1995 então com 16 anos, ganhei um aparelho de som com cd player, o som digital trouxe uma qualidade e praticidade inéditas à época, fui correndo comprar o cd do “Queen” assim que pude. Era um tempo em que tínhamos ainda uma ligação profunda com os artistas que admirávamos. Sendo instrumentista sabia reconhecer o trabalho que aqueles artistas tiveram naquela obra.
Hoje, os serviços de streaming, transmissão contínua pela internet, propõem algo diferente. Eles oferecem listas que se propõem a ser a trilha sonora ideal para noites de sexo, momentos de foco no trabalho, viajar para a praia, cair na piscina, enfrentar ressaca e cozinhar. 
Plataforma do serviço de streaming Deezer
O Deezer, serviço o qual sou assinante, possui um recurso chamado Flow, que promete entender seu gosto e oferecer músicas de acordo. Isso levanta uma questão. Nossa ligação com os artistas que admirávamos enfraqueceu? A música vai se transformar apenas numa trilha sonora de diferentes momentos de nossas vidas, que ouvimos sem prestar muita atenção? 
Com ferramentas de busca fáceis de usar e listas de músicas baseadas em atividades ou no humor, sou o tempo todo convidado a conhecer o trabalho de artistas de que nunca ouvi falar e de gêneros que não costumo ouvir. Aproveito sugestões feitas por um software que pretende compreender meus gostos, curto listas feitas por amigos e desconhecidos. Admito ouvir gêneros diversos e novos artistas, desde que eles combinem com meu humor ou necessidade do momento. Percebi que o potencial transformador desses aplicativos não é só na indústria fonográfica. Eles mudam o hábito de apreciar música. 
A difusão da nova tecnologia pode ter efeitos até na identidade dos ouvintes mais jovens. Até o passado recente, a música ajudava a moldar gerações e a definir grupos, as chamadas tribos – punks, metaleiros, pagodeiros, sertanejos entre tantas. Conhecer diariamente artistas de diversos gêneros tende a suavizar o impacto da mensagem e do estilo de cada um. Num universo digital que define cada música para um momento, tende a perder a forte noção da personalidade de certo artista ou sua obra.
A também a crítica ao modelo de negócio dos serviços, que cobram uma mensalidade muito baixa e repassam pouco dinheiro para o artista. Isso faz com que produtores, artistas e a indústria foque em criar algo que te pegue fácil, com a melodia e os acordes iniciais pegajosos, sobrando pouco espaço para que existam ainda os chamados álbuns, onde o artista se dedica a entregar uma obra para seus fãs, mesmo havendo apenas alguns hits. 
Portanto se você quiser conhecer realmente um artista, não se baseie apenas na música dele que aparece em listas, pois são hits, e são feitas para agradar a quase todas as tribos. O grande artista é conhecido e fica imortalizado por usa obra, não por um hit.

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