Buscar

Caso concreto civil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Caso concreto 
Rebeca comprou terreno em loteamento empreendido por Amaranta. Sem que constasse do instrumento contratual, Amaranta garantiu a Rebeca que teria vista definitiva a um belo monte, que era a grande atração do empreendimento, tendo inclusive assegurado que a legislação local não permitia edificações nos terrenos a frente do seu. Após alguns meses da aquisição do terreno, Amaranta solicitou uma alteração no plano de urbanização da cidade, que passou a permitir a edificação nos lotes em frente ao terreno de Rebeca, fazendo com que ela perdesse a visão para o monte. 
Inconformada, Rebeca moveu uma ação contra Amaranta, tendo obtido êxito porque o órgão jurisdicional entendeu que pela boa-fé objetiva, existe um dever de não adotar atitudes que possam frustrar o objetivo perseguido pela autora, ou que possam implicar, mediante o aproveitamento da antiga previsão contratual, a diminuição das vantagens ou até infligir danos ao contratante. 
Diante dos fatos narrados acima e com base no conteúdo das aulas desta semana, responda: 
a) A boa-fé objetiva é uma cláusula geral? Em caso afirmativo, explique o porquê de a boa-fé objetiva adequar-se ao conceito de cláusula geral. Em caso negativo, indique de maneira justificada a que categoria pertence a boa-fé objetiva. 
Sim. Levando em consideração os novos paradigmas do Código Civil Brasileiro, verificamos que a eticidade é um dos princípios norteadores da referida Lei, que possibilita ao julgador atuar de modo a engrandecer a boa fé no âmbito das diversas relações, sejam elas obrigacionais ou de outra ordem, já que se tratam de regras orientadoras. Funcionam como verdadeiras bússolas orientando o julgador no momento de realizar a prestação da tutela jurisdicional do estado. Na verdade, a utilização da boa-fé, ou seja, da probidade, da honestidade no campo dos negócios jurídicos, deve ser investigada caso a caso segundo os padrões de comportamento ético exigidos num determinado momento histórico, pois por se tratar de um conceito flexível, possibilita interpretações que variam de época à época, levando em conta a própria formação do julgador.
b) Qual(is) dos princípios estruturantes do CC/2002 foi(ram) levado(s) em consideração para que o magistrado interpretasse a boa-fé objetiva? Justifique. 
ETICIDADE. O CC 2002 apresenta como princípios jurídicos numa visão realiana, baseados em sua teoria tridimensional, a eticidade, a socialidade e a operabilidade. No caso proposto, o princípio jurídico encontrado é o da eticidade, que nos fala da boa-fé objetiva, do comportamento que se espera, de probidade no comércio jurídico. Podemos, ainda, ressaltar a exigência da boa-fé, do princípio da eticidade, nas disposições dos artigos 113 e 422 CC.
Questão objetiva 
(MP/GO – 2005) O atual Código Civil optou “muitas vezes, por normas genéricas ou cláusulas gerais, sem a preocupação de excessivo rigorismo conceitual, a fim de possibilitar a criação de modelos jurídicos hermenêuticos, quer pelos advogados quer pelos juízes para a contínua atualização dos preceitos legais” (trecho extraído do livro História do novo Código Civil, de Miguel Reale e Judith Martins-Costa). Considerando o texto, é correto afirmar que: 
c) São exemplos de cláusulas gerais: a função social do contrato como limite à autonomia privada e que no contrato devem as partes observam a boa-fé objetiva e a probidade. 
Caso concreto
Renata deu à luz sua filha Mariza, que, em razão de má formação na gestação, sobreviveu por algumas horas e veio a falecer pouco depois do parto. Considerando que o pai de Mariza faleceu dias antes do nascimento e em dúvida sobre as consequências dos fatos narrados, Renata procura um advogado que afirma que com o nascimento Mariza adquiriu personalidade e capacidade de direito, mas não titularizou direitos subjetivos e, ao morrer, não haveria potencial sucessão. Assiste razão ao advogado? E se Mariza fosse natimorta, quais seriam as consequências?
Mariza ao nascer com vida adquiriu a denominada personalidade civil, ou seja, capacidade de direito ou gozo de forma incondicional. Ainda que tenha morrido instantes depois do parto. Isto quer dizer que morreu na condição de pessoa com aptidão genérica para exercer direitos nos termos da lei. Sejam eles direitos de personalidade, sejam eles patrimoniais. Dias antes ocorreu o falecimento do pai, com abertura da sucessão hereditária. Direitos que alcançaram o nascituro e que aguardavam para a efetivação o nascimento com vida, que de fato, ocorreu. Sendo assim, Mariza incorporou ao seu patrimônio durante a sua breve vida a herança deixada pelo pai que, em razão de sua morte é transmitida à mãe.
Por outro lado, se tivesse nascido morta, natimorta, não teria adquirido personalidade (capacidade de direito) bem como não teria herdado o patrimônio do pai nem tampouco transmitido à sua mãe.
Questão objetiva
(OAB - XVI EXAME UNIFICADO/2015) Os tutores de José consideram que o rapaz, aos 16 anos, tem maturidade e discernimento necessários para praticar os atos da vida civil. Por isso, decidem conferir ao rapaz a sua emancipação. Consultam, para tanto, um advogado, que lhes aconselha corretamente no seguinte sentido:
a) José poderá ser emancipado em procedimento judicial, com a oitiva do tutor sobre as condições do tutelado.
Caso concreto
O Dr. Carlos Henrique é Médico e reside com sua mulher Jurema e seus dois filhos, Ricardo e Rodrigo de 8 e17 anos respectivamente, na Tijuca – Município do Rio de Janeiro – RJ, às quarta e quinta-feiras, das 8h às 16h leciona na Universidade Rural no Município de Seropédica- RJ, às segunda e quarta-feiras, atende, como médico plantonista num Hospital Privado em Piraí – RJ, Na sexta-feira à tarde e aos sábados pela manhã atende em um consultório de sua propriedade localizado em Simão Pereira – MG, cidade mineira localizada a duas hora de distância do Rio de Janeiro onde há muitos anos mantém seu consultório e passa seus fins de semana com a família em sua belíssima casa de campo.
Diante do exposto responda:
A) Pode-se afirmar que o Dr. Carlos Henrique tem como único domicílio a cidade do Rio de Janeiro onde reside com sua família com ânimo definitivo? Justifique sua resposta indicando os dispositivos legais pertinentes.
Não. Quanto ao número, é permitido domicílio plúrimo (art. 71 e 72, CC). É considerado domicílio onde a pessoa exerce suas atividades profissionais.
B) No caso em tela há hipótese(s) de domicílio necessário? Fundamente e Justifique sua resposta conceituando este tipo de domicílio.
Sim. No caso em tela, podemos afirmar que teremos a presença do domicílio necessário que como o próprio nome indica é aquele cuja fixação resulta de determinação legal diante de certas situações míticas, nos termos do artigo 76 do CC, que estabelece ser o domicílio dos incapazes e dos seus pais.
Questão objetiva:
Petrônio, com quarenta e oito anos de idade, em decorrência de sua convicção quanto a pertencer ao gênero feminino, especialmente por sua preferência sexual, modo de se vestir e de se portar no meio social em que vive, submeteu-se à cirurgia de transgenitalização. Considerando o êxito da cirurgia, Petrônio ajuizou ação pleiteando alteração do seu registro civil quanto ao sexo e ao nome, para que conste o prenome Patrícia e o sexo feminino.
É correto afirmar que o pedido de Petrônio deve ser
d) deferido, já que, embora imutável a princípio o registro civil quanto a esses aspectos, as circunstâncias ensejam uma proteção à dignidade da pessoa humana, viabilizando o resguardo desse direito da personalidade;
Caso concreto
Supondo-se que em uma família composta por pai, mãe e 2 irmãos, haja um acidente de carro, ocasionando a presunção de morte simultânea entre o pai e um dos irmãos, pergunta-se:
a) Qual o instituto que denomina a presunção de morte simultânea? Indique o dispositivo legal pertinente.
A questão proposta disciplina, basicamente, a extinção da existência da personalidade jurídica da pessoa natural em razãode fato Jurídico natural que produza efeitos no campo jurídico, tais como efeitos de natureza pessoal efeitos de natureza patrimonial como, por exemplo, a dissolução do casamento, a extinção do poder familiar, bem como a extinção das obrigações personalíssimas, e ainda a transmissão de bens de herança aos herdeiros. De fato, no problema, verificamos que o Código Civil em seu art. 8º disciplina a comoriência, que é definida como morte simultânea que se verifica quando, não obstante todo esforço na determinação da anterioridade dos óbitos entre pessoas que guardam entre si relação jurídica de natureza hereditária, seja em razão do parentesco ou, até mesmo, de casamento, serão consideradas simultaneamente mortas não se adotando outros critérios definidores (morte presumida sem declaração de ausência).
b) Em que ramo do direito este instituto tem grande relevância e por quê?
A comoriência é um instituto jurídico de grande relevância porque sua aplicação está voltada à resolução de questões próprias do direito sucessório e, portanto, disciplinado no campo do direito privado e no ramo do direito civil, na parte especial no livro 5.
Questão objetiva
Otávio, 83 anos, e seu filho Leandro, 50 anos, partiram de Fernando de Noronha para Recife em helicóptero quando uma forte tempestade abateu o veículo. Alguns dias depois do acidente, destroços do helicóptero foram encontrados no mar, próximos a Recife, mas Otávio e Leandro não foram localizados. A família dos desaparecidos providenciou todas as buscas possíveis por algum tempo, mas Leandro e Otávio jamais foram encontrados. Neste caso:
d) a família dos desaparecidos pode pedir a declaração de morte presumida sem decretação de ausência. Haverá presunção de que Otávio e Leandro faleceram simultaneamente.
Caso concreto
Roberto estando em dificuldades financeiras resolve vender um de seus rins a Flávio, que se encontra na fila de espera para transplante de órgãos.
Pergunta-se:
a) Pode Roberto efetuar referida venda? Justifique e fundamente sua resposta.
Art. 14, CC 2002;
Art. 199, § 4º, CF88;
Art. 9º da Lei 9434/97.
Levando em consideração o caso proposto observamos a existência da defesa de um dos direitos de personalidade, garantido pela legislação, no sentido de possibilitar qualquer pessoa quanto a prática de atos de generosidade altruísmo, relacionado à disposição gratuita de parte do corpo, órgãos ou tecidos, bem como medula óssea e sangue, seja por atos intervivos ou causa mortis, regulado por procedimentos descritos na lei de transplantes nº 9434/97, mais especificamente em seus artigos 1º, 3º, 8º e 9º e na legislação civil no art. 14, sendo terminante mente proibida a venda de órgãos como se depreende da leitura do artigo 199, § 4º da CF88.
b) Com relação à característica da indisponibilidade, podemos afirmar categoricamente que a indisponibilidade dos direitos a personalidade é absoluta? Justifique sua resposta.
Com relação à característica da indisponibilidade que, subentendemos a partir da leitura do art. 11 do Código Civil, que destaca como características de direito de personalidade o fato de serem intransmissíveis e irrenunciáveis, não podem ser considerados de forma absoluta, mas relativa, uma vez que a sessão gratuita ou onerosa, quando admitida, será sempre de forma temporária e nunca transmissão definitiva, sendo certo que os referidos direitos ainda são considerados imprescritíveis, inatos, absolutos, ou seja oponíveis erga omnes, vitalícios extra patrimoniais, já que não podem ser precificados.
Questão objetiva
(Procurador - Assembleia Legislativa de Goiás/2015) Uma das inovações mais importantes do estatuto civilista de 2002 é o capítulo referente aos direitos da personalidade, introduzido logo nos primeiros artigos do código (arts. 11 a 21). No que diz respeito aos direitos da personalidade, o Código Civil vigente prescreve que:
b) é inviolável a vida privada da pessoa natural, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a essa norma.
Caso concreto
O Grupo Construções e Incorporações X S/A contraiu dívida de grande valor com o Engenheiro Eduardo Paranhos, mas não efetuou o pagamento estipulado no contrato, sem que tal conduta configurasse qualquer tipo de fraude. Após algumas tentativas frustradas de cobrança. Eduardo ajuizou ação e conseguiu decisão favorável, tendo a sentença transitado em julgado. No momento de indicar o bem que viria a ser penhorado para efetuar o pagamento, o Grupo Construções e Incorporações S/A indicou um imóvel de sua propriedade, mas o mesmo não foi aceito por Eduardo, que solicitou ao juiz a desconsideração da personalidade jurídica do Grupo Construções e Incorporações S/A para que os bens dos sócios respondessem pela dívida.
Considerando os fatos acima descritos e tomando por base a disciplina da desconsideração da personalidade jurídica, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE:
A) O que é a desconsideração da personalidade jurídica e em que hipóteses ela pode ser utilizada?
O Instituto da desconsideração da personalidade jurídica disciplinado pelo art. 50 do Código Civil, estabelece que a mesma terá cabimento na hipótese em que houver abuso de personalidade da pessoa jurídica caracterizado, basicamente, pela confusão patrimonial e desvio de finalidade, sendo certo que a doutrina e a jurisprudência ainda consideram aplicável, no caso de fraude à lei ou ao contrato (negócio jurídico). A intenção é buscar no patrimônio pessoal dos sócios ou do representante da sociedade que assim proceder, tantos bens quantos sejam necessários para o pagamento dos credores de boa fé, inclusive o poder público.
B) É cabível, neste caso, a desconsideração pleiteada por Eduardo?
Levando em consideração o caso proposto, bem como as finalidades do referido Instituto jurídico acima mencionado, verificamos que é inadmissível a solicitação ajuizada por Eduardo frente à construtora, uma vez que não houve recusa de pagamento por parte da empresa de engenharia, de modo que, como também não houve fraude nem a intenção de lesar, não há porque remover o véu societário da pessoa jurídica para buscar os bens no patrimônio pessoal dos sócios.
Questão objetiva
Considerando as disposições atinentes às pessoas jurídicas, assinale a opção incorreta.
e) Partidos políticos com representação no Congresso Nacional são pessoas jurídicas de direito público interno. (art. 44 CC – Direito Público PRIVADO)
Caso concreto
Os irmãos José e Pedro receberam por doação de seus pais um terreno loteado com área de 210 m2. Pretendendo cada qual construir uma residência no terreno, firmaram escritura pública de divisão, em que ficou localizada a parte de cada um, com 105m2, sendo levada ao Serviço de Registro de Imóveis. Ocorre que, pelo art. 4°, II, da Lei 6.766/79, a área mínima exigida é de 125 m2.
Com base na disciplina jurídica dos bens, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE:
A) Levando em consideração a classificação dos bens considerados em si mesmos, classifique o bem em questão.
Trata-se de bem imóvel e indivisível. A indivisibilidade do terreno decorre de imposição legal.
B) Você, na qualidade de funcionário do Serviço de Registro de Imóveis, faria o registro? Justifique a sua resposta com base no princípio da autonomia privada e na disciplina dos bens considerados em si mesmos.
Não. Há lei impondo área mínima para loteamento de maneira que se o bem for fracionado, ficará inferior ao permitido pela lei. Dessa maneira, foi correta a atitude do cartório em negar o registro de divisão.
Questão objetiva:
Marcos ganhou como presentes de casamento, um quadro assinado por seu autor; um liquidificador de marca conhecida e disponível no mercado, um relógio de parede, único, que havia pertencido a seu bisavô, e certa quantia em dinheiro. São considerados bens infungíveis o:
e) quadro e o relógio.
Caso concreto
Otavio e Thalita emprestaram de Pedro um imóvel para fins residenciaispor três anos. Durante o tempo que passaram no apartamento, Otavio e Thalita consertaram algumas infiltrações, colocaram um forno a lenha daqueles inamovíveis, e aplicaram papel de parede em todos os quartos. Findo o prazo do contrato, Otavio e Thalita foram notificados para deixar o bem.
Nesse caso, e conforme a disciplina jurídica dos bens no Código Civil, responda:
A) Classifique cada espécie de bem acessório que aparece no comando da questão. Justifique a sua resposta.
Os bens acessórios que aparecem são: Conserto de infiltração : benfeitorias necessárias; Forno a lenha: benfeitoria útil ; e papel de parede : benfeitoria voluptuária.
B) O que Otávio e Talita podem fazer com os bens acessórios identificados no item anterior? Cabe direito de retenção? Justifique a sua resposta.
O casal pode exigir que as benfeitorias necessárias e uteis sejam indenizadas e que possa ser levantada a benfeitoria voluptuária, desde que isso não implique a destruição da coisa principal. Cabe sim, direito de retenção, mas apenas com relação às infiltrações e o forno de lenha. As benfeitorias voluptuárias não estão sujeitas nem a retenção, nem indenização, podendo no máximo Otavio e Thalita levar o papel, desde que isso não resulte prejuízo a Pedro.
Questão objetiva
(OAB - XVI EXAME UNIFICADO/2015) O prédio que abrigava a Biblioteca Pública do Município de Molhadinho foi parcialmente destruído em um incêndio, que arruinou quase metade do acervo e prejudicou gravemente a estrutura do prédio. Os livros restantes já foram transferidos para uma nova sede. O Prefeito de Molhadinho pretende alienar o prédio antigo, ainda cheio de entulho e escombros. Sobre o caso descrito, assinale a afirmativa correta.
c) É possível a alienação do antigo prédio da biblioteca, por se tratar de bem público dominical.
Caso concreto
Augusto Ribeiro é casado e tem três filhos desse casamento. Recentemente, Augusto descobriu que é pai de Ana, 20 anos, fruto de uma relação passageira, anterior ao seu casamento. Após a descoberta, Augusto decidiu reconhecer a paternidade de Ana, mas pretende celebrar acordo para que a moça não inclua o sobrenome Ribeiro em seu nome.
Com base no Código Civil, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE:
a) Qual a natureza do ato de reconhecimento de paternidade?
Trata-se de um ato jurídico em sentido estrito.
b) Augusto pode impor que Ana não utilize seu sobrenome?
Não. No ato jurídico em sentido estrito o agente não tem autonomia para estipular os efeitos do ato, devendo sujeitar-se aos regramentos legais. Demais disso, o direito ao nome é direito de personalidade e, por isso, Augusto não pode dispor do nome de Ana.
Questão Objetiva
Em relação à interpretação do negócio jurídico, é correto afirmar que
b) na vontade declarada atender-se-á mais à intenção das partes do que à literalidade da linguagem.
Caso concreto
Em 1993, o jogador de futebol Oswaldo Giroldo Junior, conhecido por Juninho, foi cedido, por contrato, pelo Ituano Futebol Clube ao São Paulo Futebol Clube por $350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil dólares) com a seguinte condição: pela cláusula quinta do referido contrato, o Ituano Futebol Clube teria uma participação de 50% (cinquenta por cento) no lucro que fosse auferido com a venda do passe do jogador a outro clube, caso esta fosse efetuada até o dia 31.12.1994, e 25% (vinte e cinco por cento), caso a venda fosse efetuada entre 01.01.1995 e 31.08.1995. Depois desse período, todo o lucro percebido com a venda do passe do jogador seria do São Paulo Futebol Clube.
Durante a vigência do contrato, o São Paulo Futebol Clube recusou algumas propostas de compra do passe de Juninho, vindo a vendê-lo no dia 10.10.1995 por $7.500.000,00 (sete milhões e quinhentos mil dólares) ao Middlesbourg, time da Inglaterra, sem pagar qualquer percentual ao Ituano Futebol Clube. Ressalte-se que durante a vigência do contrato, o mesmo Middlesbourg havia oferecido quantia pouco inferior ao valor posteriormente ajustado, mas tal oferta foi recusada pelo São Paulo Futebol Clube.
Sentindo-se lesado, o Ituano Futebol Clube ajuizou ação pleiteando o pagamento do percentual acertado no contrato, alegando que o São Paulo Futebol Clube, por estar em uma situação privilegiada, vendeu o jogador depois para afastar a repartição dos lucros.
Com base na no Código Civil, principalmente no que tange a teoria dos negócios jurídicos, analisando os planos da validade e da eficácia da referida cláusula quinta do negócio celebrado entre o Ituano Futebol Clube e o São Paulo Futebol Clube, responda se há fundamento jurídico para a irresignação do Ituano Futebol Clube.
Conforme os requisitos de validade descritos no art 104, CC, o negócio é válido pois não incorreu em nenhum momento como causa de nulidade o art 166, CC, mas no que respeita aos elementos acidentais do negócio, porque não são obrigatórios foram livremente colocados pelas partes contratantes deveria pautar pelo princípio da eticidade, essa condição suspensiva por ter sido de má-fé, fundada numa cláusula potestativa, ela vai poder servir de fundamento para o pedido da eliminação feita pelo Ituano.
Questão objetiva 01
(Procurador do Trabalho/2015) Assinale a alternativa COORETA consoante o Código Civil:
b) São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
Caso concreto 
Maria Sofia Silva, analfabeta, recebeu, pelo IDHAB, um imóvel situado na quadra 46, conjunto I, lote 24, do Novo Assentamento, Brazilândia, Distrito Federal. Ainda sem planos para o imóvel, Maria Sofia aceitou proposta de Cecílio Monteiro, que trabalha com corretagem de imóveis e pretendia alugar dela um cômodo que se localizava na parte posterior do lote, à frente do cômodo onde morava Maria Sofia, com o objetivo de transferir para aquele cômodo, um bar que tinha nas proximidades. Cecílio, então, providenciou os documentos e entregou o contrato já redigido a Maria Sofia, que, por não saber ler, apenas assinou o seu nome. 
Poucos meses depois, uma terceira pessoa, Celita Ribeiro foi até o lote de Maria Sofia a fim de comprá-lo, pois havia recebido proposta de Cecílio. Maria Sofia afirmou, com espanto, que o imóvel era seu e que não estava à venda, e que, além do mais, estava alugado para Cecílio. 
Celita, advogada, conversou novamente com Cecílio e pediu para ver o título de propriedade do imóvel, ocasião em que descobriu que, na realidade, Maria Sofia havia assinado um contrato de cessão de direitos e uma procuração, transferindo para Cecílio todos os direitos sobre o referido imóvel. 
Diante desta situação e, com base no Código Civil, analise JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE a possibilidade de anulação do negócio celebrado entre Maria Sofia e Cecílio. 
Houve nulidade relativa (patologia), com base nos defeitos do negócio jurídico fundada no vício da vontade, pois houve o induzimento ao erro(dolos malus), levando assim o defeito do negócio jurídico pelo dolo conforme descriti no art 145 e no art 171, II do CC, sendo este negócio anulável.
Questão objetiva 
A emissão da vontade é elemento fundamental do negócio jurídico. Com relação aos vícios do negócio jurídico, considere as afirmativas abaixo.
I - DOLUS INCIDENS (dolo acidental) é aquele que torna o negócio menos vantajoso para a parte e leva à indenização por perdas e danos.
II - ESTADO DE PERIGO é um defeito interno do negócio jurídico, no qual a vontade é constrangida por terceiro.
III - O ERRO tem como elemento principal a cognoscibilidade e adota o princípio da confiança.
IV - A COAÇÃO, que torna anulável o negócio jurídico, é aquela conhecida como vis absoluta, sendo física e não moral.
Está correto APENAS o que se afirma em 
b) I e III. 
Caso concreto 
José Roberto sofreu grave acidente de carro e foi imediatamente levado a hospital. Chegando ao hospital,a família de José Roberto foi informada que a cirurgia apenas seria realizada se fosse prestada caução no valor de R$ 50.000,00. Neste caso: 
a) É válida a exigência de caução? 
Caução indevido, pois este encontrava-se em estado de necessidade conforme descrito no art 156, CC, tendo que pagar apenas pelos serviços prestados e materiais gastos. (Princípio da operabilidade).
b) O defeito do negócio e sua potencial anulabilidade confere a José Roberto o direito a não pagar as despesas hospitalares? 
Não, ele terá que pagar as despesas hospitalares, pois isso se configuraria em enriquecimento sem causa, se houve uma prestação de serviço, esta tem que ser compensado pelos familiares ou pela pessoa que se beneficiou dos serviços prestados.
Questão objetiva 
Rogério, em razão da necessidade de custear tratamento médico no exterior para o filho que contraíra grave enfermidade, vendeu a Jorge um apartamento de dois quartos, por R$ 200 mil, enquanto seu valor de mercado correspondia a R$ 400 mil. Jorge não tinha conhecimento da situação de necessidade do alienante e dela não se aproveitara, mas Rogério, após dois meses, com a melhora do filho, refletiu sobre o negócio e, sentindo-se prejudicado, procurou escritório de advocacia para se informar acerca da validade do negócio. Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Rogério, esclareça, com o devido fundamento jurídico, se existe algum vício no negócio celebrado e indique a solução mais adequada para proteger os interesses de seu cliente, APONTANDO A OPÇÃO EXATA: 
 
e) Não é possível a anulação do negócio jurídico com base no estado de perigo (art.156), uma vez que este só se configura mediante conhecimento da outra parte, o que no caso não ocorreu. Entretanto, configurada a manifesta desproporção de valores, é possível alegar o vício da lesão, previsto no artigo 157 do Código Civil.
CASO CONCRETO: 
João e Maria mantiveram relacionamento afetivo por cinco anos. Encerrado o relacionamento, Maria descobriu-se grávida e imediatamente informou o fato a João que negou a paternidade. Quando a criança nasceu, Maria, que suportou toda a gestação sozinha, promoveu a competente ação de investigação de paternidade representando os interesses da menor. Citado para se manifestar João negou em juízo a paternidade bem como recusou-se a fazer o exame de DNA. O juízo decidiu por imputar a paternidade a João. Diante do exposto, responda se procedeu corretamente o juízo, justificando sua resposta com base nas provas apresentadas na questão. 
O juizo procedeu corretamente pois João poderia provar o contrário do que estava sendo alegado pela parte autora e não o fazendo, o juizo deve decidir com base na presunção que é meio de prova, pois João poderia provar o contrário mas preferiu não o fazer tornando assim verdadeiro o que é alegado pela Maria.
Questão objetiva: 
Consideram-se negócios jurídicos: 
c) a doação e o testamento 
Questão 01
(Magistratura - TJPE/2015) O negócio jurídico celebrado durante a vacatio de uma lei que o irá proibir é:
d) válido, porque a lei ainda não está em vigor.
Questão 02
(Procurador do Estado - PGEPR/2015) Assinale a alternativa CORRETA em relação à temática da pessoa jurídica.
e) As associações públicas são pessoas jurídicas de direito público formadas por entes da Federação que se consorciam para realização de objetivos que consagrem interesses comuns. Uma vez constituídas, as associações públicas passam a integrar a Administração Pública indireta de todos os entes federativos que participaram de sua formação.
Questão 03
(Procurador do Estado - PGEPR/2015) Por exigências de segurança do tráfico jurídico, de certeza nas relações jurídicas e de paz social, a ordem jurídica fixa prazos prescricionais dentro dos quais o titular do direito deve exercê-lo, sob pena de ficar impedido de fazê-lo. Quanto à prescrição, é CORRETO afirmar:
d) A prescrição das dívidas passivas dos Estados só pode ser interrompida uma vez e recomeça a correr pela metade do prazo.
Questão 04
(Procurador do Estado - PGEPR/2015) Assinale a alternativa CORRETA.
c) Os efeitos da declaração de nulidade do negócio jurídico retroagem ao momento da sua celebração, sendo que ele nunca convalesce, não pode ser confirmado e nem ratificado. Poderá, todavia, subsistir convertido em outro negócio jurídico cujos requisitos de validade estiverem presentes, se atingir o fim visado pelas partes.
Questão 05
(Procurador Autárquico - Junta Comercial de Goiás/2015) Quanto à decadência, é correto afirmar que:
a) Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Questão 06
(Procurador do Trabalho - 2015) Assinale a alternativa CORRETA:
c) A divulgação de escritos de autoria de terceiro para fins comerciais pode ser proibida, a requerimento deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Questão 07
Sobre o Direito Civil-Constitucional, assinale a alternativa CORRETA:
c) No personalismo ético, todo homem deve ser percebido como pessoa, ser da espécie humana, e por isto digno de atenção do Estado Social, independentemente de estar questionando judicialmente proteção de direito contra outra pessoa ou ente privado em defesa de contrato, posse ou propriedade.
Questão 08
Leia as assertivas abaixo:
I – O direito privado brasileiro não passou pelo momento da descodificação, de modo que não há possibilidade de identificarmos a existência de microssistemas no ordenamento jurídico pátrio.
II – A superação da clássica dicotomia entre público e privado faz com que princípios como a dignidade humana e a solidariedade social permeiem o direito civil.
III – As chamadas cláusulas gerais são aquelas normas comuns a todos os negócios jurídicos, como, por exemplo, a exigência dos requisitos de validade contidos no art. 104, CC/2002.
IV – Comparando os Códigos Civis de 1916 e 2002, é possível perceber a passagem de um modelo oitocentista, inspirado no Código Napoleão, para um modelo novecentista, com fortes influências do BGB, sobretudo no que se refere ao desapego ao patrimonialismo e à opção metodológica de legislar através de cláusulas gerais.
Assinale a alternativa CORRETA:
c) estão corretas apenas as assertivas II e IV.
Questão 09
De acordo com a redação dada ao Código Civil pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n. 13.146/2015), marque a alternativa CORRETA:
c) aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir a sua vontade são relativamente incapazes.
Questão 10
Leia a ementa a seguir: “Desconsideração da personalidade jurídica. Admissibilidade. Sociedade por quotas de responsabilidade limitada. Existência de sérios indícios de que houve dissolução irregular da sociedade visando ou provocando lesão patrimonial a credores. Possibilidade de que a penhora recaia sobre bens dos sócios” (RT 785/373). Escolha a opção que explica a penhora dos bens dos sócios, considerando que o ordenamento jurídico confere às pessoas jurídicas personalidade distinta da dos seus membros.
 [C] Com efeito, na hipótese a pessoa jurídica foi utilizada para a prática de ato lesivo aos interesses dos credores, o que permite desconsiderar o princípio da existência distinta das pessoas jurídicas relativamente aos seus membros. O novo Código Civil abraçou a Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica no art. 50.
Questão 11
(CESPEUNB, JUIZ TJDF, 2015) A respeito dos bens, assinale a opção correta à luz da jurisprudência pertinente.
b) É possível a cobrança de retribuição pecuniária pelo uso comum dos bens públicos.
Questão 12
Floresta pública vai gerar R$ 7 milhões por ano. O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) lançou edital para concessão de três lotes da Floresta Nacional (Flona) Sacará-Taquera, no Pará. A área total de 140 mil hectares, um terço da unidade de conservação, poderá ser explorada para retirada de madeira, atividades extrativistas e abertura paravisitação turística. A Concessão para exploração da Floresta é uma forma de alienação de bem público. Em vista do exposto quanto à afetação e desafetação, podemos dizer que este bem público para poder ser alienado é necessário que seja:
c) um bem de uso especial.
Questão 13
Quanto aos direitos de personalidade, responda a alternativa CORRETA:
c) Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Questão 14
A respeito dos negócios jurídicos, marque a alternativa CORRETA:
d) O erro é substancial quando sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
Questão 15
Francisco, menor impúbere, de 13 anos pratica um negócio jurídico, sem a representação dos pais. Sabendo que validade do ato jurídico requer agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei, Assinale a opção correta sobre o ato praticado por Francisco e quem poderá arguir o vício:
c) O ato é nulo. Qualquer interessado ou o MP, ou o Juiz, de ofício, poderão alegar.
Questão 16
Quanto ao negócio jurídico, pode-se dizer que é NULO:
b) for realizado por absolutamente incapaz sem estar devidamente representado por seu representante legal;
(TRF1 2015 / JUIZ /CESPE) Maria, médica cardiologista, que namora Paulo, mas com ele não mantém união estável, ajuizou ação anulatória de negócio jurídico de compra e venda contra a empresa Biotecnologia Ltda. Para tanto, sustentou que adquiriu da ré um aparelho do tipo marca-passo, que foi implantado em seu namorado Paulo, em caráter de urgência, mediante a emissão de um cheque no valor de R$ 10.000,00. O aparelho em questão é comumente vendido no mercado por R$ 4.000,00. Nessa situação hipotética,
c) para que o pedido seja julgado procedente, deve ficar demonstrado por Maria o dolo de aproveitamento da fornecedora do material, ou seja, a vilania do outro contratante.
(CESPE/UNB DPU 2014 / PROVA APLICADA EM 2015) Considerando a existência de relação jurídica referente a determinado objeto envolvendo dois sujeitos, julgue os próximos itens.
1. Caso um dos sujeitos da relação jurídica seja uma sociedade, admite-se excepcionalmente a desconsideração da regra de separação patrimonial entre a sociedade e seus sócios com o intuito de evitar fraude, situação em que haverá a dissolução da personalidade jurídica. FALSO
2. Caso a referida relação jurídica consista em um negócio jurídico de compra e venda e seu objeto seja um bem imóvel, não havendo declaração expressa em contrário, será considerado integrante desse imóvel seu mobiliário, uma vez que o acessório deve seguir o principal. FALSO
3. Se a norma jurídica regente da referida relação jurídica for revogada por norma superveniente, as novas disposições normativas poderão, excepcionalmente, aplicar-se a essa relação, ainda que não haja referência expressa à retroatividade. FALSO

Outros materiais