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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE AMERICANA CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ATIVIDADES PRATICAS SUPERVISIONADAS- APS IV AMERICANA (SP) 2015 Ariane Fogaça Prieto RA 59010000733 Bruna Manzo Gobbo RA 59010000787 Bruna Roberta Cruz RA 59010000750 Daniela Garcia RA 59010000773 Mariana Araujo Fonseca RA 59010000751 Roseli I G Rosolen RA 59010000804 CONTABILIDADE INTERMEDIARIA: Uma análise do tratamento contábil aplicado após a mudança da Estrutura Patrimonial da 6.404/76 e a Lei em Vigência e o CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis Um estudo de caso na empresa USIMINAS. Atividades Práticas Supervisionadas IV - trabalho apresentado como exigência para avaliação das disciplinas do terceiro e quarto semestres do curso de Ciências Contábeis do Instituto de Ensino Superior de Americana sob a orientação do prof. Walter Silva e dos professores do semestre. AMERICANA (SP) 2015 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 1. CONCEITOS CONTÁBEIS, PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS .................................................................................................................... 5 1.1. Conceitos Contábeis ...................................................................................... 5 1.2. Princípios Contábeis Geralmente Aceitos ...................................................... 7 1.2.1. Princípio da Entidade ............................................................................... 8 1.2.2. Princípio da Continuidade ........................................................................ 8 1.2.3. Princípio da Oportunidade ....................................................................... 8 1.2.4. Princípio do Registro pelo valor Original .................................................. 9 1.2.5. Princípio da Competência ...................................................................... 10 1.2.6. Princípio da Prudência ........................................................................... 11 2. DEFINIÇÃO DE ATIVO CIRCULANTE E NÃO CIRCULANTE ......................... 11 2.1 Ativo Circulante ............................................................................................ 11 2.2 Ativo não Circulante ..................................................................................... 13 3. DEFINIÇÃO DE PASSIVO CIRCULANTE E NÃO CIRCULANTE .................... 15 3.1 Passivo Circulante........................................................................................ 15 3.2 Passivo não Circulante ................................................................................. 16 3.3 Patrimônio Líquido ....................................................................................... 16 4. ANALISE DA ESTRUTURA PELA LEI 6.404/76 E A LEI EM VIGÊNCIA ......... 17 4.1 Escrituração das Demonstrações Contábeis ............................................... 18 4.2 Alterações da Lei 6.404/76 ........................................................................... 19 4.3 Alterações no Ativo ...................................................................................... 20 4.4 Alterações no Passivo .................................................................................. 20 4.5 Alterações no Patrimônio Líquido ................................................................ 21 4.6 Alterações Demonstração do Resultado De Exercício (DRE) ...................... 21 5. DEFINIÇÃO FINAL DO BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS .......................................................................................................... 22 5.1 Balanço Patrimonial ..................................................................................... 22 5.2 Demonstração de Resultados ...................................................................... 23 6. ANALISE AO CPC 26 (R1) – APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES .... 24 6.1 Objetivo ........................................................................................................ 25 6.2 Alcance ........................................................................................................ 25 6.3 Demonstrações contábeis - Finalidade das demonstrações contábeis. ....... 26 6.4 Balanço Patrimonial ..................................................................................... 27 6.5 Ativo Circulante ............................................................................................ 29 6.6 Passivo Circulante........................................................................................ 29 6.7 Resultado Líquido do Período ...................................................................... 30 6.8 Demonstração dos Fluxos de Caixa............................................................. 30 7. ESTUDO DE CASO: USIMINAS ........................................................................ 30 7.1 Apresentação da Empresa ........................................................................... 31 7.2 Composição Acionária ................................................................................. 31 7.3 Produtos e Serviços ..................................................................................... 32 7.4 Empresas do Grupo Usiminas ..................................................................... 33 7.5 Mercados de Atuação .................................................................................. 34 7.6 Países em que possui instalação ................................................................. 37 7.7 Balanço Patrimonial ..................................................................................... 38 7.8 Demonstração de resultado do exercício-DRE ............................................ 41 7.9 Notas explicativas ........................................................................................ 42 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 48 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 49 APÊNDICES ............................................................................................................. 50 APÊNDICE A – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES PREVISTAS .......................... 50 APÊNDICE B - REGISTRO DE ATIVIDADES REALIZADAS ................................ 51 APÊNDICE C – FORMULARIO DE COMPOSIÇÃO DA EQUIPE ......................... 52 4 INTRODUÇÃO As harmonizações das demonstrações contábeis, no Brasil, trouxeram grandes mudanças no dia a dia dos contabilistas: o presente estudo pretende focar seus esforços em demonstrar de que forma as mudanças afetaram a estrutura das demonstrações contábeis. Na construção deste trabalho foi feito um levantamento sobre o Pronunciamento Técnico 26 do CPC R-1e um estudo de caso da empresa USIMINAS, no primeiro capítulo abordou-se conceitos contábeis e princípios contábeis aceitos no Brasil. Para o segundo capítulo enfocou-se, inicialmente com a definição específica de Ativo Circulante e não Circulante, já no terceiro capítulo estudou-se Definição de Passivo circulante e não Circulante e como cada um funciona e suas características. O quarto capítulo abordou-se a análise da estrutura pela Lei 6.404/76 e a Lei em vigência. A abordagem do quinto capitulo definiu BalançoPatrimonial e Demonstração de Resultados. Para a evolução do sexto capítulo efetuou-se uma análise do CPC 26 R-1, seu objetivo, alcance, demonstrações contábeis, balanço patrimonial, ativo circulante, passivo circulante, resultado líquido do período e demos tração dos fluxos de caixa. Para a elaboração do sétimo capítulo enfocou-se no estudo de caso da empresa USIMINAS, seus produtos e serviços, mercados de atuação, balanço patrimonial, demonstrações do resultado e notas explicativas. Este trabalho em equipe utilizou de bibliografia recomendada pelos professores das disciplinas aqui contempladas e, através deste estudo e análise de um estudo de caso foi possível aos alunos apreenderem melhor as teorias, servindo ainda para consolidar a união dos integrantes do grupo na elaboração de texto. 5 1. CONCEITOS CONTÁBEIS, PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS Neste capitulo iremos abordar os principais conceitos utilizados na contabilidade e também os seus princípios. Em resumo, a Contabilidade abrange um conjunto de técnicas para controlar o patrimônio das organizações mediante a aplicação do seu grupo de princípios, técnicas, normas e procedimentos próprios, medindo, interpretando e informando os fatos contábeis aos donos das empresas e o fisco. 1.1. Conceitos Contábeis A Contabilidade é um instrumento que tem por finalidade controlar o patrimônio, apurar o resultado e prestar informações sobre o patrimônio das empresas. Marion salienta que (2009, pg. 28): “A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações uteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. “[...] “Todas as movimentações passiveis de mensuração monetária são registradas pela contabilidade, que, em seguida, resume os dados registrados em forma de relatórios e os entrega aos interessados em conhecer a situação da empresa. Esses interessados, através de relatórios contábeis, recordam os fatos acontecidos, analisam os resultados obtidos, as causas que levaram àqueles resultados e tomam decisões em relação ao futuro”. Abaixo estão descritos os principais conceitos dos termos utilizados na contabilidade: Patrimônio: conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. Bens: são todos os objetos de propriedade da empresa, avaliados monetariamente. - Bens tangíveis: São aqueles que podem ser tocados. Exemplos: Dinheiro em caixa, mercadorias, veículos, máquinas, equipamentos, imóveis, etc. - Bens intangíveis: São aqueles que não podem ser tocados. Exemplo: marcas e patentes, direitos autorais, etc. 6 Direitos: são os valores que a empresa tem “a receber” de terceiros. Esses direitos geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Receber. Exemplos: Duplicatas a Receber, Notas Promissórias a Receber; Juros a Receber, Aluguéis a Receber e etc. Obrigações: todos os valores que a empresa tem “a pagar” para terceiros. Essas obrigações geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Pagar ou a Recolher. Exemplos: Duplicatas a Pagar, Notas Promissórias a Pagar, Salários a pagar, Aluguéis a pagar, CSLL a Recolher e etc. Despesas: são as variações patrimoniais negativas. Se registram as despesas por meio da redução de um ativo. Exemplo: pagamento de empregados. O recurso será creditado na conta caixa ou banco e será debitado na conta despesas com pessoal. Há uma redução do ativo, e com isso produz efeito no Patrimônio Líquido, diminuindo sua situação líquida. Ativo: registram-se os bens da empresa e suas variações. As contas do ativo, por terem natureza devedora, são aumentadas de valor por débito e diminuídas por crédito. É composto por bens, direitos e valores a receber de uma entidade. Passivo: registram-se as obrigações da empresa e do patrimônio líquido. As contas do Passivo e do Patrimônio Líquido, por apresentarem saldo credor, são aumentadas de valor por crédito e diminuídas por débito. Patrimônio Líquido: a soma dos bens mais direitos, menos as obrigações. (Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido). Lançamento: meio pelo qual se processa a escrituração. Contas: é o nome que se dá a formação e composição de um patrimônio. Exemplo: Caixa, bancos, veículos, móveis, etc. Plano de Contas: forma padronizada das contas a serem utilizadas para registro dos fatos contábeis, estabelecendo a função e o funcionamento de uma delas. Classificação das contas: patrimoniais, De resultado, De compensação, Devedoras, Credoras. Partidas dobradas: método contábil, que consiste que para cada débito deve haver um crédito. Exemplo: Compra de um imóvel. O Débito será na conta contábil denominada Imóvel e o crédito será na conta contábil denominado Caixa. Contas de Resultado: receitas e despesas representam as variações patrimoniais, permitindo demonstrar o resultado do exercício. 7 Contas Patrimoniais: representam os elementos componentes do patrimônio, elementos ativos e passivos. Exercício Social: período de tempo, um ano geralmente, no qual é apurado o resultado no final. Regime de Competência: o que vale é a data da ocorrência dos fatos geradores, ou seja, receita menos despesa, independente se as mesmas foram recebidas ou pagas. 1.2. Princípios Contábeis Geralmente Aceitos Neste Capítulo, apresentaremos os Princípios Fundamentais da Contabilidade, que são: 1. Princípio da Entidade 2. Princípio da Continuidade 3. Princípio da Oportunidade 4. Princípio do Registro pelo valor Original 5. Princípio da Competência 6. Princípio da Prudência CAPITULO II - ART. 20 (RESOLUÇÃO - CFC - 750 DE 29.12.93) "Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e Teorias relativas à Ciência da Contabilidade consoante o entendimento predominante no universo científico profissional de nosso país. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das entidades”. Os princípios fundamentais as contabilidades vêm a ser uma postura prática, que determina as premissas básicas que regem a prática contábil quanto ao registro dos eventos econômico-financeiros ocorridos nas entidades. É o núcleo da estrutura da Contabilidade; devem ser observados pelo profissional contábil como conceitos básicos expressos. Greco e Arend salientam (2013, pg. 9): “Princípios de Contabilidade são normas que proporcionam interpretação uniforme das demonstrações contábeis. Para que um princípio seja considerado “geralmente aceito” e, consequentemente, incorporado à doutrina contábil, deve ser: a) praticável e objetivo, b) útil.” 8 1.2.1. Princípio da Entidade Segundo esse princípio, o patrimônio da empresa (entidade) não se confunde com os dos seus sócios ou proprietários. Greco e Arend diz (2013, pg. 9): “O patrimônio da entidade não se confunde com o dos sócios ou acionistas, ou proprietário individual. Esse princípio se estrutura na personalidade (entidade e proprietário(s) são pessoas distintas, juridicamente inclusive) e na autonomia patrimonial (patrimônio personalizado e autônomo).” O Princípio da entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio nãose confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. 1.2.2. Princípio da Continuidade O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. Greco e Arend salientam (2013, pg. 10): “A vida da entidade é continuada, por consequência, como as demonstrações contábeis são estáticas, não podem ser desvinculadas dos períodos anteriores e subsequentes. Ocorrendo a descontinuidade, o fato deve ser divulgado. As demonstrações contábeis, embora dizendo respeito a determinado exercício social, necessariamente estão vinculadas aos exercícios anteriores e posteriores”. 1.2.3. Princípio da Oportunidade Este princípio refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas (dentro do prazo). Para Greco e Arend (2013, pg. 10): 9 “Esse princípio objetiva evitar a omissão de lançamentos relativos a mutações patrimoniais carentes de documentação formal, tais como valorização do fundo de comercio e de bens. Essa falta de documentação justifica o registro contábil pela estimativa de valor.” Segundo este, a falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. 1.2.4. Princípio do Registro pelo valor Original Na sua essência, este princípio determina que os componentes do patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, ou seja, pelo valor de aquisição (valor de entrada dos bens, direitos e obrigações), expressos em moeda nacional. A resolução n. 750/93 trata do assunto em seu art 7°, a seguir transcrito: As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; 10 b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. São resultantes da adoção da atualização monetária: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. 1.2.5. Princípio da Competência De acordo com este princípio, as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. Perante este princípio Padoveze diz que (2014, pg. 120): 11 “A adoção do regime de competência foi imposta pela necessidade de a contabilidade controlar os direitos e obrigações. Assim, os valores a receber no ativo significam vendas de bens o serviços a prazo. Os valores a pagar no passivo representam as compras de bens ou serviços ou despesas a prazo.” 1.2.6. Princípio da Prudência Este princípio, essencialmente, determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para o registro contábil. Isso, é claro, refletirá diretamente no Patrimônio Líquido da empresa. Para Greco e Arend (2013, pg. 13): “[...] esse princípio visa proteger o capital total da empresa, evitando que sejam distribuídos lucros na verdade não auferidos. Encontramos ainda denominações de princípio do pessimismo ou princípio de conservadorismo para o princípio da prudência.” 2. DEFINIÇÃO DE ATIVO CIRCULANTE E NÃO CIRCULANTE O Ativo faz parte das Contas Patrimoniais e compreende o conjunto de Bens e Direitos da organização, possuindo valores econômicos e podendo ser convertido em dinheiro (proporcionando ganho para a empresa). É a parte positiva da posição patrimonial e identifica onde os recursos foram aplicados. Representa os benefícios presentes e futuros para a empresa. As contas do Ativo são classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez e são divididas em dois grupos: Ativo circulante e não circulante. 2.1 Ativo Circulante O mesmo constitui-se no grupo de contas contábil que registra as disponibilidades da empresa como caixa, bancos conta movimento e aplicações financeiras, os títulos negociáveis como duplicatas a receber, os estoques e outros 12 créditos de realização a curto prazo, como adiantamento a fornecedores e empregados. As contas do ativo circulante são divididas em 4 grupos: disponibilidade, créditos, estoques, outros créditos e despesas antecipadas. Para Padoveze (2014, p. 62): “... entende-se por Circulante os valores que serão realizados dentro do próximo ano a partir da data do Balanço. Assim, os bens que serão vendidos dentro do próximo exercício e os valores que tem vencimentoe serão recebidos também dentro dos próximos 365 dias são considerados itens do Circulante. Este critério vale também para o Passivo “ O Ativo Circulante é composto pelas contas: Disponibilidade: Caixa: dinheiro existente (em espécie) na empresa. Quando for necessário usar este dinheiro, ele estará à disposição na própria empresa. Banco: nessa conta são registrados os recursos depositados em contas-correntes de livre movimentação. Também pode existir a conta Poupança (se a empresa tiver). Aplicações financeiras: a curto prazo, representam os investimentos efetuados pela empresa em títulos de liquidação imediata. Ou seja, são investimentos por um curto período, pois assim que a empresa necessitar do dinheiro, ela pode se desfazer da aplicação e usá-lo. São realizadas pelas entidades com o objetivo de obter recursos financeiros, geralmente sendo realizadas junto a estabelecimentos bancários. Créditos: Duplicatas a receber ou Clientes: valores a receber decorrentes das vendas efetuadas pela empresa. Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD): conta redutora do ativo, onde está o valor de perda por falta de pagamento de cliente. Estoque: Estoques: São as mercadorias para serem revendidas que a empresa possui. Essa conta registra o valor dos estoques na data do fechamento do balanço, no casa de empresa comercial existirá apenas uma conta de estoque, porem em 13 empresas industriais poderá haver várias contas de entoque como, estoque de produtos acabados, estoque de produtos em produção, estoque de matéria prima etc. Outros créditos: Impostos a recuperar: impostos pagos no ato da compra de mercadorias, incidentes sobre as compras realizadas. Denomina-se a recuperar pois quando ocorrer a vendas das mercadorias, o valor de imposto pago será reduzido dos Impostos a recolher. Desta forma, a empresa pagará apenas a diferença de valor, diminuindo o imposto das compras do imposto das vendas. São contas de impostos a recuperar: ICMS, PIS, COFINS e IPI. Aluguéis ativos a receber: valor de aluguel que a empresa tem a receber, sendo um direito. Porem são aceitos nesta conta somente alugueis de bens em nome de empresa. Despesas antecipadas: Seguro a apropriar: quando a empresa faz um contrato de seguro, o segurador se obriga com a segurada mediante pagamento de um prêmio, a indenizá-la de prejuízo decorrente de riscos futuros, previstos no contrato. Ex.: Seguro de vida dos funcionários, Seguro de automóvel, Seguro da empresa, etc. 2.2 Ativo não Circulante No ativo não circulante, são registrados os direitos que serão realizados (transformados em dinheiro) após o final do exercício seguinte (longo prazo), assim como os bens de uso (veículos, máquinas, etc.) e de renda da empresa (aluguéis, imóveis para vendas, etc.). O Ativo Não Circulante está dividido em quatro grupos: Realizável a longo prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. Padoveze ressalta que (2014, p. 64): “O ativo não circulante engloba bens e direitos que tem natureza distinta. Enquanto os itens classificados no Realizável a Longo Prazo tem a característica básica da intenção de realização (venda ou recebimento), mesmo que em prazo mais longo do que os bens e direitos do ativo circulante, os demais itens do Ativo Não Circulante tem como característica básica a ideia de não venda. ” 14 O ativo não circulante é composto pelas contas: Realizável a longo prazo: Aplicações financeiras de longo prazo: aplicações que a empresa faz, mas que só terá o direito de retirar o dinheiro aplicado após um prazo de 24 meses. Duplicatas a receber de longo prazo: também conhecida como Clientes de longo prazo, são valores a receber decorrentes das vendas efetuadas pela empresa a longo prazo. Ou seja, créditos concedidos a clientes por um período maior que 24 meses. Investimentos: Obras de arte: as obras de arte existentes na empresa são um tipo de investimento, sendo elas desvinculadas da atividade principal da empresa. Para que uma obra de arte seja classificada como investimento, a empresa não deve ter a intenção de vendê-la. Terrenos e imóveis para futura utilização: são bens que a empresa tem, mas não usa e também não coloca como geradores de renda. No futuro, essas terras e imóveis poderão servir para expansão da empresa ou para abrigar parte das suas atividades. Participações societárias: são participações em outras sociedades (coligadas e controladas) que não são destinadas à venda. Imobilizado: Imóveis: são os imóveis que fazem parte da empresa e que podem ser usados para o desenvolvimento das atividades necessárias. Fazem parte: terreno, edificações, etc. Máquinas e equipamentos: são as máquinas e equipamentos que a empresa usa para desenvolver as suas atividades. Móveis e utensílios: são os móveis e utensílios usados na companhia, como por exemplo, as mesas e cadeiras da sala da administração de uma empresa, etc. 15 Veículos: são os carros, motos, camionetes, caminhões, etc. que são usados para o desenvolvimento da companhia, seja para entrega de produtos, deslocamento dos funcionários e para qualquer outra atividade da empresa. Ferramentas: qualquer instrumento usado para a realização de determinados trabalhos. São usados para facilitar a realização de uma tarefa mecânica que requer o uso de força. Intangível: Softwares: sistemas e aplicativos utilizado para desenvolver a atividade da empresa. Marca: É o nome que a empresa utiliza nos seus produtos e serviços. São conhecidos e reconhecidos pelos seus fornecedores e clientes Patentes: Patentes são de propriedades incorpóreas e de uso exclusivo, ou seja, significa prevenir que os competidores copiem ou vendam a sua invenção ou criação - "marca" 3. DEFINIÇÃO DE PASSIVO CIRCULANTE E NÃO CIRCULANTE Os Passivos no balanço representam todas as obrigações e dívidas contraídas pela entidade econômica com pessoas físicas ou jurídicas, o passivo está divido em três partes que são: Passivo circulante, Passivo não circulante e Patrimônio líquido. Padoveze diz que (2014.p. 63): “É importante salientar que o ponto de referência para se classificar no Circulante (curto prazo) ou longo prazo é a data do encerramento do Balanço Patrimonial. ” 3.1 Passivo Circulante Abaixo descrevemos as contas pertencentes ao grupo do Passivo Circulante: Fornecedores: valores a pagar referente a compra de matéria prima, ou produto de revenda que ligados diretamente a atividade da empresa. 16 Obrigações Trabalhistas: valores referentes a salários, férias e rescisão dos colaboradores da empresa. Empréstimo e financiamento: Valores referente a empréstimos e financiamentos feitos para compra de bem ou pagamentos de dívidas da empresa. Obrigações tributarias: estão todos os impostos que a entidade tem a pagar como: ICMS, PIS, COFINS entre outros. Provisões e encargos de provisões: são estimativas de valores de encargos e riscos sem data fixada para pagamento, mas que só serão concretizados no exercício seguinte ao da sua constituição. Pode ser composta pelas contas de provisão de IRPJ, provisão de CSLL, provisão para 13° salário, provisão para férias, etc. 3.2 Passivo não Circulante Abaixo apresentamos as contas pertencentes ao grupo do Passivo não Circulante: Exigível a longo prazo: são as dívidas da empresa com financiamentos, empréstimos e com fornecedores que serão liquidadas após o final do exercício financeiro seguinte. 3.3 PatrimônioLíquido O Patrimônio Líquido basicamente representa o investimento dos proprietários na empresa e as reservas de lucro e caixa que ela possui. Padoveze diz que (2014, p. 5): Define-se Patrimônio Líquido como a resultante aritmética da somatória dos bens e direitos (elementos patrimoniais positivos) diminuída da somatória das obrigações (elementos patrimoniais negativos) Abaixo estão descritas as contas pertencentes ao grupo Patrimônio Líquido: Capital: É o investimento inicial feito pelos proprietários da empresa e corresponde ao patrimônio líquido inicial. 17 Reservas de lucro: As reservas de lucros são constituídas pelos lucros obtidos pela empresa, ou final do exercício. Prejuízo acumulado: somente é apresentado esta conta quando a empresa obteve prejuízo no exercício do balanço. 4. ANALISE DA ESTRUTURA PELA LEI 6.404/76 E A LEI EM VIGÊNCIA No ano de 2000, foi encaminhado à Câmara de Deputados o Anteprojeto de Lei de reforma da Lei 6.404/76 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A atual legislação brasileira necessitava adequar-se à nova realidade mundial e às normas internacionais de contabilidade. Passados 07 anos de tramitação na Câmara de Deputados, o Projeto de Lei (PL) número 3741/00, foi aprovado pelo Senado Federal e em 28 de dezembro de 2007 foi sancionado pelo Presidente da República, tornando-se a Lei 11.638/07 que modifica a Lei 6.404/76. A reformulação foi proposta com a intenção, principalmente, de se alcançar os seguintes aspectos, conforme mencionado pela CVM: - Corrigir impropriedades e erros da Lei societária de 1976; - Adaptar a Lei às mudanças sociais e econômicas decorrentes da evolução do mercado; -Fortalecer o mercado de capitais, mediante implementação de normas contábeis e de auditoria internacionalmente reconhecidos. A Lei 11.638/07 passou a viger a partir de 1º de janeiro de 2008, 3 dias após ser sancionada. Em dezembro de 2008, 11 meses após a entrada em vigor da nova Lei, editou-se a Medida Provisória para corrigir algumas falhas apresentadas, principalmente tendo em vista o conflito com o imposto de renda e o código civil, transformada pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009. O objetivo central da Lei n. 11.638/07 e da Lei n. 11.941/09 é atualizar a legislação societária possibilitando a convergência das práticas contábeis adotadas no Brasil com as normas internacionais de contabilidade que são emitidas pelo “International Accouting Standards Board- IASB” e permitir que novas normas e procedimentos contábeis sejam expedidos pela CVM com base nas normas internacionais de contabilidade. 18 As principais alterações trazidas pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09 à Lei 6.404/76 são: a) Escrituração das demonstrações contábeis; b) Nova estrutura do Balanço Patrimonial; c) Demonstrações obrigatórias; d) Demonstrações dos Fluxos de Caixa; e) Demonstração do Valor Adicionado; f) Critérios de Avaliação dos Ativos; g) Primazia da essência sobre a forma; h) Equivalência Patrimonial; i) Reavaliação de Ativos; j) Teste de recuperabilidade. Ressalte-se que a aplicação da Lei 11.638/07 se estende para o que foi por ela designado de "sociedades de grande porte", isto é, aquelas que tenham receitas brutas anuais maiores que R$ 300 milhões ou que possuam ativos superiores a R$ 240 milhões, ainda que sejam sociedades limitadas. Essas “sociedades de grande porte” passam a ter as mesmas obrigações que as sociedades por ações, no que se refere à sua escrituração, elaboração de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de auditoria independente, exceto quanto a publicação das demonstrações contábeis (art.3º Lei 11.638). Dessa forma, podem-se ter parâmetros de comparação consistentes entre empresas, independentemente da forma jurídica que venham a adotar. 4.1 Escrituração das Demonstrações Contábeis Com o advento da Lei 11.638/07 e da Medida Provisória 449/08 a escrituração contábil das sociedades sofreu alterações. O artigo 177, §2º, da Lei 6.404/76 passou a ter a seguinte redação: Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. § 1º [...] § 2º A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outras demonstrações financeiras. [...] 19 A Lei 6.404/76, no art. 176, determina que, ao final de cada exercício, deverão ser elaboradas, com base na escrituração da empresa, e publicadas as demonstrações contábeis a seguir: I. Balanço patrimonial; II. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; III. Demonstração do Resultado do Exercício; IV. Demonstração dos Fluxos de caixa; V. Demonstração do Valor Adicionado (quando tratar-se de companhia aberta). Para Valter e Missagia (2009, p. 8), demonstrações contábeis: “São relatórios, organizados sinteticamente, onde se resumem as informações contábeis de forma metódica, atendendo cada um a uma finalidade específica, evidenciando os fatos patrimoniais e a situação da empresa, elaborados ao final de um determinado período de tempo.” 4.2 Alterações da Lei 6.404/76 Anteriormente o Balanço Patrimonial, assim apresentava-se: Quadro 1 – Estrutura Balanço Patrimonial antes das Leis 11.638/07 e 11.941/09 ATIVO PASSIVO Circulante Realizável a Longo Prazo Permanente -investimentos -imobilizado -diferido Circulante Exigível a Longo Prazo Resultado de Exercícios Futuros PATRIMÔNIO LIQUIDO Capital Social Reserva de capital Reserva de Reavaliação Reserva de Lucros Lucros os Prejuízos Acumulados Fonte: Própria 20 Com o advento das Leis 11.638/07 e 11.941/09, o Balanço Patrimonial apresentar-se-á da seguinte forma: Quadro 2 – estrutura Balanço Patrimonial após as leis 11.638/07 e 11.941/09. ATIVO PASSIVO Circulante Não Circulante Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Circulante Não Circulante -Exigível a Longo Prazo PATRIMÔNIO LIQUIDO Capital Social Reserva de capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Reserva de Lucros Ações em tesouraria Lucros os Prejuízos Acumulados Fonte: Própria 4.3 Alterações no Ativo Uma das mudanças significativas apresentada pela nova legislação foi a divisão do ativo em dois grupos, quais sejam: Ativo Circulante e Não Circulante, o que colaborará para uma análise mais eficiente. Serão classificadas como Ativo Circulante todas as contas realizáveis ou conversíveis em curto prazo. O Ativo Não Circulante, que classificará os direitos de vencimento em prazo superior ao término do exercício seguinte, terá os seguintes subgrupos: Realizável à Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. A Lei 11.949/2009 extinguiu o subgrupo Diferido, passando estes gastos a ser contabilizados como despesas do período. 4.4 Alterações no Passivo Da mesma forma que no Ativo, o Passivo será dividido em Passivo Circulante e Passivo Não Circulante, tendo como condição para alocaçãonestes grupos o 21 prazo de exigibilidade da conta. Serão registradas no Passivo Circulante as obrigações que vencerão no exercício seguinte, sendo registradas no Passivo Não Circulante as obrigações com vencimento superior. Outro grupo também extinto pela nova legislação foi o Resultado de Exercícios Futuros que deverão ter seus saldos, em 31/12/2008, reclassificados no Passivo Circulante, em conta representativa de receita diferida, e esse registro deverá evidenciar a receita diferida e o custo diferido respectivo. 4.5 Alterações no Patrimônio Líquido Ajuste de avaliação patrimonial - Antes da alteração existia o subgrupo Reservas de Reavaliação agora será classificado como ajuste de avaliação patrimonial - que representam acréscimos derivados da diferença entre o valor contábil e o valor de mercado. Lucros Acumulados - não são mais classificados como lucros acumulados, os lucros devem ser contabilizados em reservas de lucro, se a reserva de Lucros ultrapassarem o valor do Capital Social precisa ser distribuída. Assim a conta Lucro acumulado fica extinta e ficam somente a conta de Prejuízo acumulado Ações em tesouraria - “[...] deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição” (Brasil, 1976, §5º art. 182). 4.6 Alterações Demonstração do Resultado De Exercício (DRE) A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma demonstração contábil dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício, através do confronto das receitas, custos e despesas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência, gerando informações significativas para a tomada de decisão. Podemos ver algumas diferenças, nas despesas não operacionais e na participação do lucro. No art. 187 do inciso IV da Lei SAs diz que as receitas e despesas não operacionais classificadas após a 22 mensuração que resulta o lucro ou prejuízo operacional, serão considerados como outras receitas e outras despesas. E a redação dada pela Lei 11.941/ 09 altera para: “VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa.” 5. DEFINIÇÃO FINAL DO BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Neste capitulo apresentaremos a definição de Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados (DRE). Trata-se de uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira da empresa, e também seu resultado econômico em determinada data. Basicamente são relatórios extraídos da contabilidade após o registro de todos os documentos que fizeram parte do sistema contábil de qualquer entidade em um determinado período seu objetivo é fornecer informações úteis destinadas a atender propósitos gerais e proporcionar informações para tomada de decisões. 5.1 Balanço Patrimonial A expressão “balanço” decorre do equilíbrio: Ativo = Passivo + PL ou da igualdade: Aplicações = Origens. A expressão “patrimonial” origina-se do patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e obrigações. Segundo Greco e Arend (2013, p. 79): “O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar qualitativa e quantitativamente, a posição patrimonial e financeira da entidade em uma determinada data.” Para Blatt, (2001, pág. 8): “O Balanço patrimonial é o saldo acumulado, em uma determinada data, movimentações econômicas e financeiras em uma empresa, desde sua constituição.” O Balanço Patrimonial traz importantes informações sobre a estrutura contábil da empresa, servindo de ferramenta para análises e controles. O mesmo é dividido 23 em: Ativo, Passivo e PL. O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos. Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação. E o Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quadro 3 – Representação de Balanço Patrimonial Fonte: MARION, José Carlos. “Contabilidade Comercial” 5.2 Demonstração de Resultados A Demonstração de Resultados trata-se de um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). Marion (2003 p. 405), diz que a “DRE evidencia o lucro líquido do período, ou seja, o lucro final, após todas as deduções e participações, que sobra para os proprietários”. É na DR que iremos buscar as variáveis que nos ajudam a determinar RECEITAS – CUSTOS = RESULTADO SE RECEITAS > CUSTOS = RESULTADO POSITIVO (LUCRO) SE RECEITAS < CUSTOS = RESULTADO NEGATIVO (PREJUÍZO) 24 se uma empresa está rentável ou não, pois oferece os Resultados Líquidos. Greco e Arend salientam que (2013, p. 95): “A demonstração do resultado apresentará as receitas e os ganhos do período, independentemente de seu recebimento, e os custos, despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos, correspondentes a esses ganhos e receitas.” Quadro 4 - Representação de DRE Fonte: MARION, José Carlos. “Contabilidade Comercial” Apurar a Receita Líquida Apurar o Lucro Operacional Bruto Apurar o Lucro Operacional Líquido Apurar o Lucro antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social Apurar o Lucro após o Imposto de Renda e da Contribuição Social Apurar o Lucro líquido 6. ANALISE AO CPC 26 (R1) – APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES Este Pronunciamento requer determinadas divulgações no balanço patrimonial, na demonstração do resultado abrangente, na demonstração do resultado e na demonstração das mutações do patrimônio líquido e requer divulgação de outros itens nessas demonstrações contábeis ou nas notas explicativas. O Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de 25 Caixa estabelece os requisitos para a apresentação da informação sobre os fluxos de caixa. Este Pronunciamento utiliza, por vezes, o termo “divulgação” em sentido amplo, englobando itens apresentados nas demonstrações contábeis e notas explicativas. Divulgações também são exigidas por outros Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações do CPC. A menos que seja especificado em contrário, tais divulgações podem ser incluídas nas demonstrações contábeis. 6.1 Objetivo O objetivo deste Pronunciamento Técnico é definir a base para a apresentação das demonstrações contábeis, para assegurar a comparabilidade tanto com as demonstrações contábeis de períodos anteriores da mesma entidade quanto com as demonstrações contábeis de outras entidades. Nesse cenário, este Pronunciamento estabelece requisitos gerais para a apresentação das demonstrações contábeis, diretrizes para a sua estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo. 6.2 Alcance Este Pronunciamento deve ser aplicado em todas as demonstrações contábeis elaboradas e apresentadas de acordo com os Pronunciamentos, Orientações e Interpretações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). CPC_26_R1. O reconhecimento, a mensuração e a divulgação de transaçõesespecíficas e outros eventos são objeto de outros Pronunciamentos, Orientações e Interpretações. Este Pronunciamento não se aplica à estrutura e ao conteúdo de demonstrações contábeis intermediárias condensadas elaboradas segundo o Pronunciamento Técnico CPC 21 – Demonstração Intermediária. Este Pronunciamento aplica-se igualmente a todas as entidades, inclusive àquelas que apresentem demonstrações contábeis consolidadas ou demonstrações contábeis separadas, conforme definido nos Pronunciamentos Técnicos CPC 35 – Demonstrações Separadas e CPC 36 – Demonstrações Consolidadas. 26 Este Pronunciamento utiliza terminologia que é adequada às entidades com fins lucrativos, incluindo entidades de negócios do setor público. Caso entidades sem fins lucrativos do setor privado ou público venha a aplicar este Pronunciamento, podem ter que retificar as descrições usadas para itens específicos das demonstrações contábeis e mesmo para as próprias demonstrações contábeis. 6.3 Demonstrações contábeis - Finalidade das demonstrações contábeis. As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte: Ativos; Passivos; Patrimônio líquido; Receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; Alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; Fluxos de caixa. 27 6.4 Balanço Patrimonial Informação a ser apresentada no balanço patrimonial: O balanço patrimonial deve apresentar, respeitada a legislação, no mínimo, as seguintes contas: Caixa e equivalentes de caixa; Clientes e outros recebíveis; Estoques; Ativos financeiros (exceto os mencionados nas alíneas “a”, “b” e “g”); Total de ativos classificados como disponíveis para venda (Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração) e ativos à disposição para venda de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada; Ativos biológicos; Investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial; Propriedades para investimento; Imobilizado; Intangível; Contas a pagar; Provisões; Obrigações financeiras (exceto as referidas nas alíneas “k” e “l”); Obrigações e ativos relativos à tributação corrente, conforme definido no pronunciamento técnico CPC 32 – tributos sobre o lucro; Impostos diferidos ativos e passivos, como definido no pronunciamento técnico CPC 32; (p) obrigações associadas a ativos à disposição para venda de acordo com o pronunciamento técnico CPC 31; Participação de não controladores apresentada de forma destacada dentro do patrimônio líquido; e Capital integralizado e reservas e outras contas atribuíveis aos proprietários da entidade. 28 A entidade deve apresentar contas adicionais, cabeçalhos e subtotais nos balanços patrimoniais sempre que sejam relevantes para o entendimento da posição financeira e patrimonial da entidade. Na situação em que a entidade apresente separadamente seus ativos e passivos circulantes e não circulantes, os impostos diferidos ativos (passivos) não devem ser classificados como ativos circulantes (passivos circulantes). Este Pronunciamento Técnico não prescreve a ordem ou o formato que deva ser utilizado na apresentação das contas do balanço patrimonial, mas a ordem legalmente instituída no Brasil deve ser observada. A lista os itens que são suficientemente diferentes na sua natureza ou função para assegurar uma apresentação individualizada no balanço patrimonial. Adicionalmente: Contas do balanço patrimonial devem ser incluídas sempre que o tamanho, natureza ou função de um item ou agregação de itens similares apresentados separadamente seja relevante na compreensão da posição financeira da entidade; A nomenclatura de contas utilizada e sua ordem de apresentação ou agregação de itens semelhantes podem ser modificadas de acordo com a natureza da entidade e de suas transações, no sentido de fornecer informação que seja relevante na compreensão da posição financeira e patrimonial da entidade. Por exemplo, uma instituição financeira pode ter que modificar a nomenclatura acima referida no sentido de fornecer informação relevante no contexto das operações de instituições financeiras. A entidade deve julgar a adequação da apresentação de contas adicionais separadamente com base na avaliação: da natureza e liquidez dos ativos; da função dos ativos na entidade; e dos montantes, natureza e prazo dos passivos. A utilização de distintos critérios de mensuração de classes diferentes de ativos sugere que suas naturezas ou funções são distintas e, portanto, devam ser apresentadas em contas CPC_26_R1 separadas. Por exemplo, diferentes classes de imobilizado podem ser reconhecidas ao custo ou pelo valor de reavaliação, quando permitido legalmente, em conformidade com o Pronunciamento Técnico CPC 27 – Ativo Imobilizado. 29 6.5 Ativo Circulante O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios: Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade; Está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; Espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou É caixa ou equivalente de caixa (conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa), a menos que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data do balanço. Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes. Este Pronunciamento utiliza a expressão “não circulante” para incluir ativos tangíveis, intangíveis e ativos financeiros de natureza de longo prazo. Não se proíbe o uso de descrições alternativas desde que seu sentido seja claro. O ativo não circulante deve ser subdividido em realizável ao longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. 6.6 Passivo Circulante O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios: Espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade; Está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado; Deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou A entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço (ver item 73). Os 30 termos de um passivo que podem, à opção da contraparte, resultar na sua liquidação por meio da emissão de instrumentos patrimoniais não devem afetar a sua classificação. Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. 6.7 Resultado Líquido do Período Todos os itens de receitas e despesas reconhecidos no período devem ser incluídosno resultado líquido do período a menos que um ou mais Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações do CPC requeiram ou permitam procedimento distinto. 6.8 Demonstração dos Fluxos de Caixa A informação sobre fluxos de caixa proporciona aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa e as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa. O Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa define os requisitos para a apresentação da demonstração dos fluxos de caixa e respectivas divulgações. 7. ESTUDO DE CASO: USIMINAS O grupo Usiminas possui uma estrutura de empresas integradas para oferecer soluções completas e adaptáveis para os mercados brasileiro e global. Da mineração (integração upstream) à transformação do aço e bens de capital (downstream), cada empresa desenvolve e fabrica os melhores produtos dentro do seu segmento, aumentando a competitividade do grupo Usiminas e criando uma cadeia de valor em que as etapas são precisamente coordenadas. Dominando todos os processos, a Usiminas torna-se mais preparada para enfrentar oscilações de mercado e fornecimento de insumos, além de poder entregar seus produtos com mais eficiência para os clientes. 31 7.1 Apresentação da Empresa Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. (USIMINAS) é uma das maiores siderúrgicas do Brasil, fundada em 25 de abril de 1956, em um cenário brasileiro de euforia e otimismo gerados pelo Plano de Desenvolvimento do governo Juscelino Kubitschek, no Horto de Nossa Senhora, atual Ipatinga. Originalmente criada como uma empresa estatal com o apoio do capital e da tecnologia japonesa foi inaugurada em 1962 no então distrito de Ipatinga, que na época pertencia ao município de Coronel Fabriciano. Em 1958, a Usiminas tornou-se uma joint venture (associação de empresas), com a participação de capital estatal em parceria com acionistas japoneses, permitindo um novo estilo de gestão compartilhada nos moldes da iniciativa privada. Com o aporte de capitais do Governo de Minas Gerais, do Governo Federal e do Japão, significou, na época, a realização do ideal mineiro e, ao mesmo tempo, foi ao encontro do desejo e da necessidade do Japão de demonstrar a presença e a marca de sua tecnologia no mundo ocidental. No dia 26 de outubro de 1962, João Goulart inaugurou a Usina Intendente Câmara. Com uma tocha trazida de Ouro Preto simbolizando os inconfidentes mineiros, o Presidente da República acendeu o primeiro alto-forno da usina. 7.2 Composição Acionária O Sistema Usiminas possui participações em diversas empresas tanto em empresas controladas quanto coligadas em setores estratégicos, como: Logística: (Usifast, MRS Logística, Rios Unidos Transportes e os terminais portuários de Praia Mole-ES e Cubatão-SP); Estamparia e bens de capital: (Usiminas Mecânica e Usiparts) Distribuição e serviços: Fasal, Rio Negro, Dufer, Usial, Usiroll e Unigal. Mineração: J. Mendes, Somisa, Global/Camargos e Pau de Vinho. Em maio de 2005 a Usiminas - líder do Sistema Usiminas concluiu a operação de fechamento de capital da Cosipa, que passou a ser sua subsidiária integral, aumentando o processo de integração, chegando a uma capacidade de produção estimada em cerca de 9,5 milhões de toneladas de aço/ano. 32 Em novembro de 2011, a Usiminas anunciou sua participação, em uma agrupação de empresas ("Holding", no inglês) denominada Ternium destinada a controlar as empresas Siderar (Argentina), Sidor (Venezuela ) e Hylsamex (México),com capacidade instalada de 12 milhões de toneladas/ano e receitas de US$ 5 bilhões. Na operação, a siderúrgica mineira participa com suas ações na Siderar (5,3%) e na Sidor (16,6%, através do Consórcio Amazônia), além de um aporte adicional de US$100 milhões, representando uma participação inicial de cerca de 20% do capital total da Ternium. Os principais acionistas do grupo são a Nippon Usiminas Co. Ltd.(29,45%), Ternium/Tenaris (27,66%), Previdência Usiminas (6,75%), que compõem o grupo de controle e 36,14% em ações free float (livre negociação no mercado). 7.3 Produtos e Serviços A atuação integrada e o foco no valor agregado dos produtos permitem à Usiminas oferecer o mais completo portfólio de aços planos da siderurgia brasileira. De placas a materiais revestidos, o aço da empresa é resultante de uma histórica vocação para pesquisa e desenvolvimento, que permite à companhia extrair produtos de qualidade superior e acompanhar a evolução das exigências do mercado. Confira abaixo a linha de produtos. Fonte: http://ri.usiminas.com/ptb/4948/ApresentaoSite%20RI%203T15.pdf 33 7.4 Empresas do Grupo Usiminas Mineração Usiminas: É a empresa responsável pelas operações de mineração e transporte ferroviário, ajudando a formar uma cadeia produtiva de alto valor para o grupo Usiminas. Foi criada em 2010 em uma joint venture com o grupo japonês Sumitomo Corporation e com valor de mercado estimado na época em US$ 6,4 bilhões. A Mineração Usiminas opera atualmente três minas de minério de ferro em Serra Azul, Minas Gerais, cuja produção abastece o mercado interno e também é exportada. A companhia possui 20% do capital ordinário da ferrovia MRS e um terreno em Itaguaí (RJ), importante ativo na estratégia do grupo de investir em terminais portuários para aumentar a capacidade de escoamento de produção. Soluções Usiminas: Empresa líder no segmento de distribuição e transformação de aço nasceu em 2009 da fusão das companhias Fasal, Rio Negro, Dufer, Zamprogna e Usial com a unidade industrial Usicort. Atua com 8 unidades industriais distribuídas pelas principais regiões produtoras do Brasil. As Soluções Usiminas podem processar mais de dois milhões de toneladas de aço por ano. Seu portfólio é um dos mais completos do mercado e incluem bobinas, chapas grossas, rolos, blanks, conjuntos soldados, telhas, perfis, estruturas metálicas, discos metálicos, tubos, soluções em moradias de aço, entre outros itens. Usiminas Mecânica: A Usiminas Mecânica oferece produtos de alto valor agregado para a indústria de bens de capital. É uma das maiores empresas desse segmento no Brasil e vem realizando investimentos para tornar-se a mais moderna em forjaria na América Latina. A empresa tem fornecido produtos de alta tecnologia em aço para projetos estratégicos no crescimento do Brasil, como os investimentos da indústria de gás e energia, habitação popular, infraestrutura e grandes eventos. A qualidade de seus produtos e serviços vem sendo reconhecida por grandes empresas parceiras, como a Vale, que deu à Usiminas Mecânica o prêmio de melhor fornecedora em montagem industrial (2012). 34 Unigal Usiminas: A Unigal Usiminas foi criada em 1999 por uma joint venture entre a Usiminas e a Nippon Steel para processar aço galvanizado por imersão a quente, o que agregou ainda mais conteúdo tecnológico para os produtos Usiminas. A Unigal funciona dentro da usina de Ipatinga, em Minas Gerais. As bobinas e chapas de aço revestidos processadas pela Unigal são largamente utilizadas pela indústria de transformação e bens de capital, como as montadoras de automóveis, fabricantes de eletroeletrônicos e construção civil. Em maio de 2011, foi inaugurada em Ipatinga uma nova linha de galvanização por imersão a quente que utiliza tecnologia de processos da Nippon Steel e oferece ao mercado produtos com ainda mais qualidade e valor. Rios Unidos Usiminas: Esta empresa do grupo Usiminas atua em logística e está sediadaem Guarulhos (SP). Presta serviços de armazenamento e transporte, por via rodoviária, de cargas siderúrgicas, como aços planos, chapas grossas e bobinas. A Rios Unidos opera uma frota de mais de 300 veículos e faz todo o gerenciamento logístico de produtos da cadeia do aço, como logística integrada, reversa, controle de custos e contratos, além do transporte multimodal. A cadeia de valor começa pelo domínio da matéria-prima, com a mineração, sistema de logística, distribuição eficiente para parceiros e clientes e o processamento do aço por meio do segmento de bens de capital e transformação do aço. Dominando todos os processos, a Usiminas torna-se mais preparada para enfrentar oscilações de mercado e fornecimento de insumos, além de poder entregar seus produtos com mais eficiência para os clientes. 7.5 Mercados de Atuação A Usiminas possui um dos maiores complexos de aços planos da América Latina e tem experiência consolidada de meio século como produtora de aços em forma de bobinas, chapas grossas e produtos processados. As linhas de produção da Usiminas estão estrategicamente localizadas no principal eixo industrial do país, em Ipatinga (MG) e Cubatão (SP), atendendo a 35 importantes segmentos da indústria, como automotivo, ferroviário, máquinas rodoviárias, naval, construção civil, agrícola, bens de capital, eletroeletrônico, utilidades domésticas, máquinas e distribuição. Indústria Seriada Linha branca Líder no fornecimento de aços para o segmento de linha branca no País, os produtos Usiminas estão presentes em milhões de lares brasileiros há décadas. Os fabricantes de fogões, refrigeradores, lavadoras e outros bens de consumo – como cofres e móveis– reconhecem nos aços Usiminas elevado grau de qualidade. Máquinas agrícolas e rodoviárias Atuação integrada e foco no valor agregado dos produtos e serviços permitem à Usiminas oferecer o mais completo portfólio da siderurgia brasileira para o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias. Para tanto, a empresa conta com uma histórica vocação para pesquisa e desenvolvimento de produtos de alta qualidade. O resultado desse esforço é a liderança no fornecimento de aços para esse mercado. Construção e Infraestrutura Construção Civil A escolha por alternativas sustentáveis e de alto grau de qualidade faz da Usiminas líder no fornecimento de aços planos para estruturas no ramo da construção civil no Brasil há décadas. A aplicabilidade dos aços Usiminas está por todos os lados, desde o carrinho de mão às estruturas para pontes, edifícios, casas, estádios de futebol, entre outros. Não por acaso, a Usiminas foi a primeira do país a fornecer aço para o programa habitacional “Minha Casa Minha Vida”, do Governo Federal. Também participou da modernização de estádios de futebol para a Copa do Mundo de 2014 e dos projetos para as Olimpíadas de 2016. Dessa forma, a Usiminas tem mostrado ao mercado a competitividade e as vantagens do aço sobre o concreto. 36 Energia Fundamental para o desenvolvimento do Brasil, o mercado de energia recebe a cada ano importantes investimentos para suprir a crescente demanda. E para acompanhar a evolução do setor, a Usiminas oferece o que há de melhor e mais moderno em soluções em aço para gerar mais competitividade aos clientes. Naval A participação da Usiminas no desenvolvimento do mercado naval e offshore brasileiro acompanha a crescente demanda do setor por aços de alto desempenho e confiabilidade. Todas as chapas grossas fabricadas no Brasil para produção de blocos para navios de apoio, estruturas para módulos e plataformas foram produzidas pela Usiminas. O setor deve seguir se expandindo nos próximos anos e demandando cada vez mais conteúdo de alto valor agregado, principalmente com a exploração da camada Pré-Sal. Para atender aos novos desafios, a Usiminas – e também a Usiminas Mecânica – contam com um diversificado portfólio de produtos e soluções com o objetivo de suprir a todas as exigências desse mercado. Tubos de Grande Diâmetro Líder na comercialização de chapas grossas e bobinas a quente para fabricação de tubos de grande diâmetro no mercado nacional, a Usiminas procura sistematicamente apresentar soluções diferenciadas para seus clientes. A empresa atende hoje setores estratégicos para o desenvolvimento do País, como o de óleo e gás (OCTG e line pipe), saneamento, mineração e aplicações industriais em geral. Automotivo Montadoras Poucas empresas no mundo têm conhecimento e competência para estar à frente das necessidades do mercado, principalmente em um setor em constante evolução tecnológica como o automobilístico. A Usiminas mantém e busca, de forma inovadora, atender às necessidades atuais através de um trabalho constante para desenvolver os aços mais adequados para os diferentes clientes deste segmento, além de acompanhar sistematicamente 37 as melhores soluções e tendências siderúrgicas mundiais, e melhoria da segurança nos automóveis por meio da redução do peso de seus componentes. Autopeças e Estamparias Desenvolver soluções alinhadas às necessidades do mercado e trabalhar de forma integrada aos clientes é a forma de a Usiminas contribuir para a evolução do setor automotivo. A empresa desenvolve soluções de modo a atender à necessidade de reduzir o peso dos veículos e aumentar a segurança dos passageiros, contribuindo assim, para diminuir a emissão de gases poluentes. Para isso, novos tipos de aço foram desenvolvidos com objetivo de obter materiais de resistência mecânica elevada, além de excelente ductilidade e resistência à corrosão atmosférica. Tudo isso só foi possível por meio de um constante processo de modernização do Centro de Tecnologia Usiminas, que permite à empresa extrair respostas positivas às demandas do mercado. Distribuição A Usiminas conta com mais de 150 parceiros atuando no mercado de distribuição em todos os cantos do Brasil. Para atender clientes de todos os portes e facilitar o acesso aos produtos Usiminas, esses parceiros se tornaram parte importante no desenvolvimento desse setor. Muitos distribuidores têm a sua própria linha de transformação do aço, o que agrega valor ao produto e aumenta o pool de possibilidades e soluções para o mercado. Dessa forma, a distribuição engloba tanto os revendedores como os beneficiadores que, a partir dos aços planos, desenvolvem tubos, perfis, telhas, calhas, slitters, blanks, chapas, entre outros. 7.6 Países em que possui instalação A Usiminas possui duas plantas siderúrgicas, a Usina Intendente Câmara, que ocupa uma área total de 10,5 milhões de m², em Ipatinga, no Vale do Aço, em Minas Gerais, e a Usina José Bonifácio de Andrada e Silva, situada em uma área de 12,5 milhões de m2, no Polo Industrial de Cubatão, em São Paulo. Juntas, as unidades possuem capacidade nominal para produzir 9,5 milhões de toneladas de aço por ano. 38 A Usiminas está presente em seis estados do Brasil, contemplando toda a cadeia produtiva do aço – da produção do minério até as grandes estruturas metálicas. Fonte: http://ri.usiminas.com/ptb/4948/ApresentaoSite%20RI%203T15.pdf O aço Usiminas está presente onde o Brasil se desenvolve, onde o conhecimento e a inovação ditam o futuro. Por isso, investe na modernização de suas unidades e em produtos de conteúdo tecnológico diferenciado. São mais de R$ 12 bilhões nos últimos anos, sempre em sintonia com tendências mundiais de pesquisa e aplicação. Na base de tudo, uma equipe capacitada, que conjuga experiência e desenvolvimento constantena busca por produtividade. A este conjunto, soma-se a experiência dos principais acionistas, também com amplo conhecimento do “negócio aço”: o Grupo Nippon e a Organização Techint (Ternium/Tenaris). São sinergias que permitem o acesso a culturas industriais de outros países e o aperfeiçoamento contínuo da empresa. 7.7 Balanço Patrimonial No balanço patrimonial, as contas são classificadas segundo os elementos do patrimônio que re registra agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. 39 De acordo com o 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior, para fins de comparação. Balanço Patrimonial USIMINAS (Ativo) Fonte:http://ri.usiminas.com/ptb/4424/usiminas%20%20demonstra%c3%87oes%20financeiras%20an uais%20completas%202014_r3.pdf 40 Balanço Patrimonial USIMINAS (Passivo) Fonte:http://ri.usiminas.com/ptb/4424/usiminas%20%20demonstra%c3%87oes%20financeiras%20an uais%20completas%202014_r3.pdf 41 7.8 Demonstração de resultado do exercício-DRE Demonstração de Resultado do Exercício – USIMINAS Fonte:http://ri.usiminas.com/ptb/4424/usiminas%20%20demonstra%c3%87oes%20financeiras%20an uais%20completas%202014_r3.pdf 42 7.9 Notas explicativas Com relação à obrigatoriedade legal das Notas Explicativas, destaque-se o 4° do artigo 176 da Lei 6.404/76: § 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. As notas explicativas são informações que visam complementar as demonstrações financeiras e esclarecer os critérios contábeis utilizados pela empresa, a composição dos saldos de determinadas Contas, os métodos de depreciação, os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais etc. No estudo de caso realizado na empresa USIMINAS, verificamos que ocorreram três variações importantes entre os anos analisados de 2012,2013 e 2014. São eles: Estoque: Esta variação é devido ao menor volume de produção e o forte controle de capital de giro. Caixa e Equivalentes de Caixa: ocorreu principalmente em função da compra da empresa EUROBONDS com pagamento líquido de empréstimos e financiamentos e redução do prazo médio de pagamentos dos fornecedores. Empréstimos e Financiamentos: Devido à apreciação do Dólar Americano frente ao Real, obtendo um aumento na marcação a mercado dos instrumentos de swap, cujo objetivo é reduzir a volatilidade do fluxo de caixa. Porem existe notas explicativa de outras contas que vamos mencionar abaixo: A depreciação do ativo imobilizado é calculada pelo método linear de acordo com a vida útil dos bens. A vida útil é baseada em laudos de engenheiros das Empresas Usiminas e consultores externos, que são revisados anualmente. A Administração considera que a vida útil esteja adequadamente avaliada e apresentada nas demonstrações financeiras. Os investimentos em outras sociedades; O aumento de valores de elementos do ativo resultante de novas avaliações. As Controladas são entidades nas quais as Empresas Usiminas têm o poder de determinar as políticas financeiras e 43 operacionais, geralmente acompanhada de uma participação de mais da metade dos direitos a voto (capital votante). As controladas são totalmente consolidadas a partir da data em que o controle é transferido para as Empresas Usiminas. A consolidação é interrompida a partir da data em que o controle determina. Os saldos e ganhos não realizados e demais transações entre as Empresas Usiminas são eliminados. Adicionalmente, os prejuízos não realizados são eliminados, a menos que a Operação forneça evidências de uma perda (impairment) do ativo transferido. Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; Garantias de empréstimos e financiamentos Em 31 de dezembro de 2014, os empréstimos e financiamentos estão garantidos por bens do imobilizado, cujo valor líquido contábil é de R$4.108.123 (31 de dezembro de 2013 - R$4.043.657) na Controladora e no Consolidado. A taxa de juros, as datas de vencimentos e as garantias das obrigações em longo prazo; O número, espécies e classes das ações do capital social; Em 31 de dezembro de 2014, o capital social da Companhia, que totaliza R$12.150.000, é composto por 1.013.786.190 ações. Conforme Estatuto Social, a Companhia está autorizada a aumentar o seu capital social no montante correspondente de até 50.689.310 em ações preferenciais de classe já existente. Aos acionistas é assegurado um dividendo mínimo de 25% do lucro líquido do exercício calculado nos termos da lei societária. - As opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; - Os ajustes de exercícios anteriores; - Os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeitos relevantes à situação financeira e os resultados futuros da companhia. Imposto de renda e contribuição social diferidos. Os saldos e a movimentação do imposto de renda e da contribuição social diferidos, ativo e passivo, constituídos às alíquotas nominais, são demonstrados como segue: 44 Fonte:http://ri.usiminas.com/ptb/4424/usiminas%20%20demonstra%c3%87oes%20financeiras%20an uais%20completas%202014_r3.pdf As projeções estão sujeitas a fatores que podem apresentar variações em relação aos dados reais, e objetivando avaliar os possíveis efeitos destas variações a Companhia efetuou análise de sensibilidade conforme demonstrado a seguir. Caso o lucro tributável futuro utilizado no estudo de recuperabilidade fosse deteriorado em 10%, a Companhia recuperaria os créditos tributários no mesmo prazo. 45 Como a base tributável do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido decorre não apenas do lucro que pode ser gerado, mas também da existência de receitas não tributáveis, despesas não dedutíveis, incentivos fiscais e outras variáveis, não existe correlação imediata entre o lucro líquido da Companhia e o resultado de imposto de renda e contribuição social. Portanto, a expectativa da utilização dos créditos fiscais não deve ser tomada como único indicativo de resultados futuros das Empresas Usiminas. Fonte:http://ri.usiminas.com/ptb/4424/usiminas%20%20demonstra%c3%87oes%20financeiras%20an uais%20completas%202014_r3.pdf Na conta de tributos parcelados ouve uma grande variação do ano 2014 para 2013 como segue a nota explicativa da organização; A composição dos tributos parcelados pode ser apresentada como segue: 46 Fonte:http://ri.usiminas.com/ptb/4424/usiminas%20%20demonstra%c3%87oes%20financeiras%20an uais%20completas%202014_r3.pdf Sobre os parcelamentos incide Selic, garantidos por bens patrimoniais da Companhia e depósitos judiciais, cujo valor líquido contábil das garantias era de R$22.913 em 31 de dezembro de 2014 (31 de dezembro de 2013 - R$20.568). Em novembro de 2014, com base na Lei nº 13.043/2014, a Companhia fez uso de benefício instituído pelo Governo Federal e formalizou junto à Receita Federal do Brasil pedido de quitação antecipada de parcelamentos existentes, com a utilização de 70% de prejuízo fiscal, no montante de R$48.457 e 30% de pagamento em espécie, no montante de R$22.499. A movimentação do saldo de tributos
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