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Procedimento Licitatório

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Roteiro – Direito Administrativo II
Faculdade de Direito – Universidade Santa Cecília
Prof. Décio Gimenez
Noções básicas de Licitações
Importante: o texto abaixo constitui um breve roteiro, com algumas anotações relevantes para dirigir o estudo do tema. Sua leitura, portanto, não dispensa o exame da bibliografia básica indicada no programa.
Licitação: noções gerais
1. Fundamentos do processo de licitação
a) Conceito e finalidades
b) Panorama legislativo
c) Princípios fundamentais em matéria de licitações
d) Objeto da licitação
2. Obrigatoriedade, dispensa e inexigibilidade de licitação: os casos de contratação direta
	a) Dispensa
	b) Inexigibilidade
3. Modalidades de licitação no direito brasileiro
	a) Concorrência
	b) Tomada de Preços
	c) Convite
	d) Leilão
	e) Concurso
	f) Pregão
4. Fases da licitação: o procedimento em cada modalidade
	a) Fase interna e externa da licitação
	b) Edital
	c) Habilitação
	d) Classificação (julgamento)
	e) Homologação
	f) Adjudicação
5. Anulação e revogação da licitação: requisitos e efeitos
6. Recursos administrativos
	a) recurso hierárquico
	b) representação
	c) reconsideração
1) Fundamentos do processo de licitação
a) Conceito
Procedimento administrativo (conjunto encadeado de atos e fatos jurídicos) por intermédio do qual um ente público, no exercício de função administrativa, seleciona um interessado, com observância das condições previstas no instrumento convocatório, para com ele firmar um vínculo contratual (do qual decorrem direitos e obrigações para as partes).
Qual é a finalidade da licitação?
A licitação é um procedimento que concretiza o princípio da impessoalidade (art. 37, “caput”, CF) nas contratações realizadas pela Administração, garantindo iguais oportunidades a quaisquer interessados de travar relações jurídicas com o poder público.
O art. 3º da Lei nº 8.666/93 explicita as seguintes finalidades do certame:
Selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública;
Garantir igualdade de oportunidades para os administrados interessados em contratar com a Administração (isonomia);
Promover o desenvolvimento nacional sustentável (Lei nº 12349/2010 adicionou um componente material entre os objetivos a serem perseguidos)
b) Panorama normativo (principais normas vigentes no país)
Constituição:
artigo 22, inciso XXVII, CF – estabelece a competência da União para legislar sobre normas gerais de licitação e contratação;
A expressão “normas gerais” é um aspecto problemático da delimitação da competência da União, pois não é simples traçar o exato limite para o exercício dessa competência, que deve ser compatível com a autonomia federativa, que cada um dos entes políticos possui. Confira: STF, ADI 927-3.
art. 37, XXI, CF – prescreve como regra a obrigatoriedade de prévia licitação para as contratações com a Administração Pública (art. 37, XXI: “as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”);
art. 173, § 1º, III – fixa a possibilidade da lei prever regras específicas para empresas públicas e sociedades de economia mista (que exerçam atividade econômica – interpretação sistemática)
art. 175, “caput” – estabelece a obrigatoriedade de licitação para a delegação da execução de serviços públicos a particulares (concessão e permissão).
Legislação
Lei nº 8666/93, com alterações posteriores
Art. 1º - estabelece normas gerais sobre licitações e contratos
Art. 118 - determina que Estados e Municípios adaptem-se às disposições dessa lei – tendência centralizadora
Lei 8.987/95 - Regula as concessões e permissões de serviços públicos
Lei 10.520/2002 – Institui a modalidade de licitação chamada “Pregão”
Lei 11.079/2004 - Regula as “parcerias público-privadas” (PPPs)
Lei 13.303/2016 – Institui o estatuto jurídico das empresas estatais
c) Normas (princípios) fundamentais em matéria de licitações
i) Obrigatoriedade da licitação – a regra na Administração é a inexistência de liberdade na escolha do contratante; sempre que o poder público pretender travar uma relação economicamente favorável ao administrado, a licitação será obrigatória. Fundamento constitucional - Art. 37, XXI, CF e art. 173, § 1º, III, CF.
Aspecto material do princípio da obrigatoriedade (o que deve ser licitado?)
A Constituição exige licitação para contratação (art. 37, XXI) de obras, serviços, compras e alienações, “ressalvados os casos especificados na legislação” (dispensa e inexigibilidade), bem como concessões e permissões de serviços públicos (art. 175, “caput”).
A Lei nº 8666/93 (art. 2º) prescreve as obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses nela previstas (dispensa e inexigibilidade).
Aspecto subjetivo da obrigatoriedade (quem deve licitar): toda Administração Pública, direta e indireta (art. 37, “caput” e XXI, CF)
O art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93 subordina ao regime licitatório nela previsto “os órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios”.
Os artigos 22, XXVII e 173, § 1º, III da CF autorizam a instituição, por lei, de um regime de licitação diferenciado para empresas públicas e sociedades de economia mista. Parte considerável da doutrina tem entendido que esse regime simplificado seria aplicável apenas às empresas estatais que exercem atividade econômica (interpretação sistemática), que ainda assim estariam vinculadas à observância dos princípios básicos do processo de licitação.
Petrobrás – A Lei nº 9.748/97 previu a possibilidade de instituição de um modelo simplificado de licitação; o Decreto nº 2.745/98 fixou o Regulamento do Procedimento Licitatório Simplificado que deve ser observado pela Petrobrás.
Princípio da igualdade – é o alicerce da licitação – um dos objetivos da licitação é assegurar igualdade de oportunidades a todos os interessados em contratar com a Administração. Pode ser concretizado a partir de dois subprincípios: 
princípio da competitividade – art. 3º, § 1º, I, Lei nº 8.666/93;
princípio da não discriminação (inclusive de estrangeiros – art. 3º, § 1º, II, Lei nº 8.666/93)
Exceções ao princípio da igualdade devem ter base legal e não podem ofender ao princípio da razoabilidade
Exemplo de tratamento diferenciado: 
A LC nº 123/06 (art. 42 e seguintes) prevê que microempresas e empresas de pequeno porte, ulteriormente estendido às sociedades cooperativas, gozem de determinadas vantagens, em razão da sua condição (fundamento constitucional: art. 170, IX e 179 da CF).
Exemplos:
Comprovação da regularidade fiscal diferida para apenas o momento da contratação;
Preferência na contratação, como critério de desempate, assim considerado aquele que for igual ou até 10% (dez por cento) superior à proposta mais bem classificada (caso seja superior, a microempresa ou empresa de pequeno porte terá oportunidade para cobrir a proposta melhor classificada)
 
Princípio da legalidade – licitação constitui procedimento inteiramente vinculado à lei e ao Edital – é direito público subjetivo dos licitantes a observância do procedimento legal (art. 4º)
Princípio da impessoalidade – impossibilidade de favorecimento ou perseguição de um dos licitantes ou interessados (art. 37, “caput”, CF)
Princípio da moralidade – comportamento dos agentes públiconão apenas deve ser formalmente de acordo com as leis, mas devem observar princípios de probidade e moralidade pública (art. 37, “caput”, CF).
Princípio da publicidade – procedimento, em regra, não é sigiloso (art. 3º, § 3º). A Administração deve:
tornar público o procedimento (para conhecimento dos interessados) – a publicidade será maior ou menor consoante a importância (grandeza) da licitação (concorrência x convite)
tornar públicos os atos e as decisões proferidos durante o procedimento (para que todos possam fiscalizar sua regularidade)
garantir o sigilo das propostas até a formal abertura dos envelopes (garantia de competitividade), que deve ser em sessão pública.
franquear o acesso à integra aos documentos e decisões realizadas nos processo licitatórios.
Princípio da vinculação ao instrumento convocatório – A Administração vincula-se integralmente ao conteúdo do Edital, não podendo descumprir as normas e condições nele contidas.
Edital – norma geral e concreta – aplica-se para todos os que participem de um específico procedimento de contratação.
Edital deve ser suficientemente claro e preciso a ponto de conferir certeza sobre o objeto a ser contratado, bem como sobre as condições correspondentes;
Lei nº 8666/93 estabelece conteúdo mínimo ao Edital - Ex. critérios de avaliação constantes do Edital – os licitantes devem observar as normas contidas no Edital, sob pena de serem inabilitados (se faltar algum documento necessário para comprovar capacidade para contratar com a Administração) ou desclassificados (se sua proposta deixar de atender às exigências do Edital)
Base para o cumprimento dos demais princípios
Princípio do julgamento objetivo – O julgamento das propostas deve ser feito em consonância com os critérios fixados no edital (art. 45, Lei nº 8666/93 – Menor Preço, Melhor Técnica, Melhor Técnica e Preço, Maior ou Menor Lance)
Para garantir objetividade, o critério deve ser suficientemente definido no Edital, a fim de que o julgamento seja feito sem margem a escolhas discricionárias (subjetivas) do julgador.
Princípio da adjudicação compulsória – É direito subjetivo do vencedor que o objeto da licitação lhe fique afetado, ou seja, caso a Administração promova a contratação de alguém, o objeto deverá ser oferecido ao licitante classificado em primeiro lugar. 
É vedada a atribuição do objeto licitado a outrem que não o vencedor do certame;
O licitante vencedor não tem direito subjetivo à assinatura imediata do contrato, mas tem direito a que o objeto licitado lhe seja adjudicado e de ser o convocado, no momento em que a Administração formalizar a contratação.
Princípio da licitação sustentável – procedimento pode incentivar a preservação ambiental – autoriza a previsão de exigências nos instrumentos convocatórios que se harmonizem com a finalidade de racionalização de recursos ambientais
CF art. 225 – Direito ao meio ambiente equilibrado e sustentável
d. Objeto da licitação
O objeto da licitação corresponde ao bem da vida que a AP pretende obter com aquele procedimento, ou seja, àquilo que será o objeto de ulterior contratação, ou seja, a obra, o serviço, a compra, a alienação, a concessão, a permissão que será avençada com o particular.
Obra – art. 6º, I, da Lei 8666/93
Serviço – art. 6º, II, da Lei 8666/93
Compra - art. 6º, III, da Lei 8666/93
Alienação - art. 6º, IV, da Lei 8666/93
Concessão – art. 2º, II, da Lei 8987/95
Permissão – art. 2º, IV, da Lei 8987/95
A definição do objeto da licitação é condição de legitimidade da licitação, pois é a partir da descrição dos dados necessários ao exercício da atividade que o participar poderá formular sua proposta, de acordo com o perfeito entendimento daquilo que a administração pretende (ex. projeto básico e especificações em caso de obras etc).
Embora o objeto da licitação seja uno, é admissível que a licitação promova a contratação por itens (partes; parcelas) – o fator determinante para isso é a economicidade e a eficiência do procedimento. Porém, o fracionamento não pode ser utilizado para fins de dispensa de licitação e de escolha da modalidade de licitação.
2) Obrigatoriedade, dispensa e inexigibilidade
A dispensa e a inexigibilidade de licitação correspondem a situações excepcionais em que o ordenamento jurídico admite contratação direta (sem licitação). A regra é a obrigatoriedade da realização de licitação (art. 37, XXI); a Constituição, porém, autoriza que essa regra seja excepcionada em algumas hipóteses, isto é, que a contratação seja realizada diretamente, sem prévia licitação: 
Art. 37, XXI – ressalvados os casos especificados em lei...
Em algumas hipóteses, a lei dispensa a licitação; em outras, a licitação é inviável. Em relação à permissão e a concessão de serviço público, a Constituição estabelece que sempre será necessária a licitação (art. 175). Logo, nos casos de concessão e permissão, apenas se justifica uma contratação direta na hipótese de inviabilidade de competição (inexigibilidade), o que é uma situação muito excepcional.
Diferença básica entre dispensa e inexigibilidade
A dispensa ocorre quando a licitação é viável, pois há possibilidade de competição, mas a lei faculta a sua realização, que estará sujeita à apreciação discricionária da Administração. É um rol taxativo, ou seja, consistem num conjunto de casos que não podem ser ampliados pelo administrador, porque constituem exceção à regra geral que exige licitação – cabe ao legislador fixar esse rol.
Na inexigibilidade, a licitação é impossível, por falta de condições de competição, seja em razão da existência de um objeto único ou de apenas uma contratante singular que atenda às necessidades da Administração.
Casos de dispensa de licitação – Lei nº 8666/93 – rol taxativo (art. 17 e 24)
Algumas hipóteses de alienação de bens imóveis (art. 17, incisos I) e móveis (art. 17, inciso II);
Contratações de modesto valor – (art. 24, I e II, L. 8666/93) - 10% do limite previsto para a utilização da licitação por convite para obras e serviços;
Obras e serviços de engenharia – de valor até R$ 15.000,00
Demais serviços e compras – de valor até R$ 8.000,00
Situações excepcionais e urgentes
Guerra ou grave perturbação da ordem (art. 24, III)
Casos de emergência ou calamidade pública (art. 24, IV)
Licitação deserta (não aparecem interessados) - se o procedimento não possa ser refeito sem prejuízo para o interesse público e desde que a contratação tenha os mesmos parâmetros do instrumento convocatório (art. 24, V)
Não confundir licitação deserta (sem interessados) com licitação fracassada. Nesta aparecem interessados, mas são todos inabilitados ou desclassificados; se todos os interessados forem inabilitados e/ou desclassificados não está autorizada a contratação direta, salvo se esta for cabível outro motivo; 
Remanescente de obra, serviço ou fornecimento em razão de rescisão contratual – desde que atendida a ordem de classificação da licitação e observadas as condições oferecidas pelo licitante vencedor (art. 24, XI)
Para alguns objetos específicos:
Compra ou locação de imóvel destinado às finalidades precípuas da Administração (art. 24, X)
Aquisição ou restauração de obras de arte (art. 24, XV)
Para a contratação de certas pessoas
Aquisição, por pessoa jurídica de direito público, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a AP e tenha sido criado para esse fim específico, desde que o preço seja compatível com o mercado (art. 24, VIII)
Contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional (art. 24, XIII)
Contratação de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(art. 24, XIII)
Inexigibilidade de licitação – art. 25 – rol exemplificativo
Hipóteses em que a licitação é inviável, em razão da impossibilidade de se instaurara competição entre os interessados. Isso pode ocorrer, em face das seguintes razões:
em razão da singularidade do objeto
em razão da singularidade do contratante
porque a AP se dispõe a contratar com todos que se apresentem
Hipóteses legais de inviabilidade de licitação – rol exemplificativo
Produtor ou fornecedor exclusivo (art. 25, I)
Serviços técnicos de natureza singular (enumerados no artigo 13) contratados com profissionais de notória especialização (art. 25, II) – exceto para serviços de publicidade e divulgação
Contratação de profissional do setor artístico consagrado pela crítica especializada (art. 25, III)
Dispensa e Inexigibilidade – regras comuns
Responsabilidade solidária do fornecedor e do prestador e do agente público pelo dano à Fazenda, como consequência do superfaturamento (art. 25, § 2º)
Condição de eficácia – ratificação da autoridade superior (art. 26)
3) Modalidades de licitação no direito brasileiro
A Lei nº 8666/93 prevê cinco modalidades de licitação (art. 22) e veda a criação de outras ou combinação das referidas.
A Lei nº 10.520/2002 – Instituiu o pregão (6ª modalidade)
A Lei nº 12.642/2011 – Criou o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) – trata-se de um regime especial destinado as contratações para a Copa das Confederações, do Mundo, Olimpíadas, obras de infraestrutura e serviços de aeroportos nas capitais-sede das copas (e cidades vizinhas); obras do PAC; sistema público de ensino; serviços de engenharia no SUS; obras em armazéns da CONAB; estabelecimentos penais e unidades socioeducativas.
Concorrência (art. 22, § 1º, L 8666/93)
É obrigatória para
Contratações de valor elevado (art. 23, I, “c” e II, “c”, L 8666/93):
Obras e serviços de engenharia – de valor superior a R$ 1.500.000,00
Demais serviços e compras – de valor superior a R$ 650.000,00
Outras contratações previstas em lei, tais como compra ou alienação de bens imóveis, registro de preços, licitações internacionais (art. 23, § 3º, L 8666/93)
É a modalidade de licitação que se realiza com a mais ampla publicidade e permite a participação de qualquer interessado que preencha os requisitos do edital (universalidade), independentemente de prévio convite ou registro na administração.
Ampla publicidade – publicação do aviso do Edital no Diário Oficial e em jornal de grande circulação, com no mínimo 30 dias de antecedência (regra geral) da data marcada para apresentação das propostas pelos interessados (art. 21, L 8666/93);
Universalidade – possibilidade de participação de quaisquer interessados que comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no Edital. 
Tomada de preços (art. 22, § 2º, L 8666/93)
Cabível nas contratações de valor médio (art. 23, I, “b” e II, “b”):
Obras e serviços de engenharia – de valor até R$ 1.500.000,00;
Demais serviços e compras – de valor até R$ 650.000,00
Sempre que cabível a Tomada de Preços, a Administração pode utilizar-se da concorrência.
Participação um pouco mais restrita que a concorrência - caracteriza-se por ser a modalidade de licitação realizada entre interessados devidamente cadastrados ou que preencham os requisitos para cadastramento até o terceiro dia anterior à data limite para recebimento das propostas, observada a qualificação exigida.
Na legislação anterior só poderiam participar os previamente cadastrados; a vantagem que a fase de habilitação era suprimida e substituída pela apresentação de certificados de registros cadastrais válidos. Na prática, exige-se apenas a apresentação do protocolo do pedido de cadastramento, habilitando-se condicionalmente o interessado.
Registro cadastral - É mantido pelos órgãos e entidades que realizam freqüentes licitações – é facultado o uso de registro cadastral de outro órgão – cadastrado recebe um “certificado de registro cadastral”, com validade de um ano e que discrimina a categoria em que se inclui; habilitação é prévia, uma vez que efetuada perante uma comissão (art. 34 a 37 da L 8666/93)
Âmbito federal – SICAF – Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores
Publicidade – idêntica à da concorrência, mas com prazos mínimos menores – no mínimo 15 dias
Convite (art. 22, § 3º, L 8666/93)
Cabível para contratações de valor menor (art. 23, I, “a” e II, “a”)
Obras e serviços de engenharia – de valor até R$ 150.000,00;
Demais serviços e compras – de valor até R$ 80.000,00
Quando cabível o convite, a Administração pode utilizar-se da concorrência ou da tomada de preços.
Convite se caracteriza por ser a modalidade de licitação com publicidade mais restrita e menor abertura para participação de interessados.
Publicidade:
No convite não há Edital
A divulgação do certame é feita por intermédio de uma correspondência oficial (“carta-convite”), cuja cópia deverá ser afixada em local apropriado da unidade (para conhecimento do público)
Prazo mínimo de 5 dias úteis.
Participação – Administração pode restringir a participação aos licitantes convidados e aos registrados como fornecedores habituais:
A administração escolhe e convida pelo menos três fornecedores do ramo pertinente ao objeto licitado; os convidados podem ser cadastrados ou não na especialidade;
Do certame podem participar, além dos convidados, aqueles que forem cadastrados na especialidade e que manifestem interesse com 24 horas do prazo máximo de apresentação das propostas; 
Obrigatoriamente, a cada novo convite, a AP deve encaminhar a carta-convite para mais um interessado.
Embora não seja uma exigência legal, o TCU tem entendimento firmado no sentido de que deve haver pelo menos três propostas apresentadas, pena de repetir-se o certame, salvo justificada inviabilidade (ausência de fornecedores no local) ou comprovado o desinteresse dos convidados.
Concurso – (art. 22, § 4º, L 8666/93)
Modalidade de licitação de cabimento restrito para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmio ou remuneração fixada pela Administração.
Participação (quaisquer interessados) e publicidade amplas (prazo mínimo de 45 dias)
Leilão (art. 22, § 5º, L 8666/93)
Modalidade de licitação cabível especificamente para alienação de bens: 
móveis inservíveis (não necessariamente deteriorados), apreendidos ou incorporados em ação judicial (penhora seguida de adjudicação) ou de valor inferior ao limite do cabimento para a realização de compras por tomada de preços.
imóveis decorrentes de procedimentos judiciais ou dação e pagamento
É obrigatória a realização de prévia avaliação
No leilão, utiliza-se como critério de julgamento o maior lance, que deverá ser igual ou superior ao de avaliação.
Pregão – (Lei 10520/2002, conversão da MP 2.182/2001)
Cabível para a aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor.
Bens e serviços comuns são aqueles que podem ser objetivamente especificados por padrões usuais de marcado
Critério de julgamento – sempre o menor preço
Modalidade de licitação que estimula a competição entre os interessados, a fim de obter o melhor preço para a contratação.
Inversão de fases - primeiro define-se o classificado em primeiro lugar; ao final, verifica-se se possui os requisitos de habilitação;
Criação de uma “segunda fase” – os interessados que ofereceram os melhores preços podem disputar o objeto da licitação por meio de lances apresentados em sessão pública
Postura ativa do pregoeiro – agente público investido na função de pregoeiro tem o dever de avaliar as condições de aceitabilidade da proposta melhor classificada e pode negociar a redução dos preços sempre que o preço final se mostrar acima do mercado
Admite ampla participação – quaisquer interessados podem comparecer
Exige ampla publicidade (Edital, publicação de avisos) – prazo mínimo de oito dias úteis de antecedência.
4) Procedimento licitatório
Cada modalidade de licitação possui especificidades procedimentais – a complexidade está relacionada com o vulto do contrato, com a modalidade e como objeto da licitação (obra, serviço, compras, alienação, concessão ou permissão de serviço público).
O “procedimento-padrão” da lei de licitações é o da concorrência.
Processamento
Em regra, o processamento fica a cargo de uma Comissão (permanente ou especial) com pelo menos três membros, sendo dois deles do quadro de servidores permanentes (art. 51, L 8666/93).
Os integrantes da Comissão de Licitações são investidos para um período de até um ano, sendo vedada a recondução da totalidade dos membros para o período subsequente. 
No pregão, a direção fica a cargo do pregoeiro, que é auxiliado por uma equipe de apoio, todos servidores designados, preferencialmente do quadro permanente (art. 3º, IV e § 1º, Lei nº 10.520/2002)
No leilão, o procedimento fica a cargo do leiloeiro, que pode ser servidor público designado ou um leiloeiro oficial; 
Concurso é julgado por uma comissão especial, integrado por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria, podendo ser servidores públicos ou não (art. 51, § 5º, L 8666/93)
Procedimento:
A doutrina costuma mencionar que o procedimento é composto de duas fases
Uma fase interna, na qual são realizados todos os atos preparatórios até a convocação dos interessados (art. 38, L 8.666/93):
Identificação das necessidades públicas - definição do objeto;
Autuação de procedimento;
Realização de estudos de viabilidade
Elaboração de projetos
Elaboração de orçamento
Reserva de recursos
Aprovação da minuta de Edital pela autoridade competente
Audiências públicas – que é obrigatória para contratações acima de R$ 150 milhões (art. 39, L 8666/93). 
Da fase externa, que corresponde ao procedimento licitatório propriamente dito, que tem início com a convocação dos interessados pelo instrumento correspondente (Edital ou Carta-convite) e encerra-se com a adjudicação do objeto da licitação ao vencedor.
Procedimento da concorrência (fase externa):
Edital – é o ato pelo qual a Administração Pública divulga aos interessados a abertura da concorrência, especificando todas as condições da contratação.
O edital é um ato administrativo geral e de efeitos concretos. Geral porque se aplica a todos que dele tomarem conhecimento; de efeitos concretos porque se destina a regular um procedimento específico.
A importância do Edital é tamanha que a doutrina menciona que ele é a “lei da licitação” e a “lei do contrato” – a Administração encontra-se vinculada ao instrumento convocatório, não podendo inserir nada contrato em desarmonia com o edital, salvo no exercício das competências legais.
O artigo 40 da L 8666/93 estabelece o conteúdo mínimo do Edital, que deve conter:
Os aspectos procedimentais da licitação;
As condições de participação dos interessados (requisitos de habilitação)
Os critérios de julgamento para a classificação das propostas
As condições da contratação (minuta do contrato)
O Edital deve ser tornado público, por meio de publicação na imprensa oficial e em jornais de grande circulação, com prazo mínimo de antecedência da apresentação das propostas.
Impugnação ao edital
É cabível a impugnação do Edital antes da abertura dos envelopes da habilitação (art. 41, § 2º).
Trata-se de direito subjetivo, de modo que, se tempestivamente realizado, a Administração Pública tem o dever de decidir a impugnação (motivadamente):
Qualquer cidadão pode impugnar o Edital até 05 dias úteis antes da abertura dos envelopes (art. 41, § 1º).
Licitante pode fazê-lo até 2 dias úteis antes do prazo da abertura.
Após esses prazos, a Administração não está obrigada a conhecer das impugnações apresentadas, mas nada impede que o faça, no exercício do poder de autotutela.
Decisão sobre a habilitação dos interessados que apresentaram propostas – consiste na verificação da comprovação das condições de participação dos interessados no certame (requisitos subjetivos)
A documentação dos licitantes é entregue em envelopes fechados (documentos de habilitação; proposta comercial; proposta técnica, se o caso); Os envelopes são mantidos em sigilo até a sua abertura, que é realizada em sessão pública (quebrar o sigilo da licitação é crime – v. art. 94, L 8666/93).
Primeiramente, abrem-se os envelopes contendo a documentação comprobatória dos requisitos de habilitação, que deverá ser rubricada pela Comissão e pelos presentes.
A seguir, a Comissão verifica se os licitantes preencheram os requisitos previstos no Edital, inabilitando aqueles que não apresentaram toda a documentação necessária, no tempo e modo adequados. A inabilitação consiste no ato administrativo de recusa de ingresso de um interessado no certame. A habilitação, por sua vez, consiste à admissão do interessado no procedimento, que passa, então, à condição de licitante.
Quais aspectos podem ser aferidos pela Comissão? Apenas aqueles que expressamente foram exigidos no Edital.
E quais aspectos podem ser exigidos no Edital?
A Lei estabelece que a Administração pode aferir os seguintes requisitos subjetivos:
Regularidade jurídica; regularidade fiscal e trabalhista; capacidade econômica e capacidade técnica.
Regularidade jurídica – art. 28, Lei 8.666/93 – comprovação de capacidade jurídica para contratar com a Administração – comprovação da condição de pessoa; no caso das pessoas jurídicas, comprovação de formação regular (ex. sociedade de responsabilidade limitada – cópia dos atos constitutivos devidamente registrados na Junta Comercial)
Regularidade das responsabilidades sociais (Fiscal e Trabalhista) - art. 29, Lei 8.666/93;
Regularidade trabalhista – cumprimento das obrigações sociais da empresa
Declaração de observância das normas constitucionais sobre trabalho de menores – art. 7º, inciso XXXIII, da CF proíbe trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho (dívidas reconhecidas pela Justiça do Trabalho em fase de execução);
Regularidade fiscal
Obrigação de obrigações tributárias inadimplidas – ausência de tributos exigíveis pelos entes públicos (União, Estados, DF e Municípios)
Apresentação certidões negativas de débitos (art. 205, CTN – inexistência de débitos lançados e inadimplidos) ou positivas com efeitos de negativa (significa que há tributos lançados que não foram quitados, mas que se encontram com exigibilidade suspensa - v. art. 151 e 206, parágrafo único do CTN);
Detalhe: certidão referente ao FGTS (CRF) é emitida pela Caixa Econômica Federal;
Cumprimento das obrigações tributárias acessórias – inscrição em cadastros de contribuintes
Federal – Pessoa Física (CPF); Pessoa Jurídica (CNPJ)
Estadual – Inscrição Estadual
Municipal – Cadastro de Contribuintes Municipais 
Capacidade Econômico-Financeira – análise das condições financeiras dos licitantes; a Administração pode (e deve) apreciar se a situação financeira da empresa interessada em contratar com a Administração é compatível com a adequada execução do objeto do Edital (art. 31, Lei 8.666/93).
Apresentação do balanço patrimonial e de demonstrações contábeis do último exercício social, que comprovem a boa situação financeira da empresa;
Certidão negativa de falência ou concordata;
Apresentação de garantia (caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública; seguro-garantia; fiança bancária), limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.
Capacidade Técnica – comprovação de idoneidade técnica para executar o objeto da licitação (art. 30 da Lei 8.666/93), que pode envolver:
Habilitação para realizar o objeto da licitação, nos termos da legislação - comprovação de registro ou inscrição na entidade profissional competente (ex. serviço de engenharia – inscrição no CREA);
Demonstração de experiência anterior - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidadese prazos com o objeto da licitação (atestados apresentados por entes públicos e particulares – ex. ART – Atestados de Responsabilidade Técnica);
Comprovação de capacidade técnico-operacional – Indicação de que possui recursos materiais (instalações e aparelhamento) e humanos (pessoal técnico) adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação; demonstração da qualificação dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
A Administração Pública é livre para exigir quaisquer requisitos para habilitação?
Não, a AP somente pode exigir a capacidade técnica e econômica que forem necessárias (indispensável) para o cumprimento do objeto da licitação (CF, art. 37, XXI – apenas pode ser exigida qualificação técnica e econômica indispensável à garantia do cumprimento das obrigações);
A LC 123/06, que institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, autorizou que as microempresas e as empresas de pequeno porte comprovem regularidade fiscal (pagamento de tributos) no momento da assinatura do contrato (art. 42/43).
Dispensa de documentos 
A documentação referente à habilitação pode ser dispensada no convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão (art. 32, § 1º, da L 8666/93).
Todavia, a Constituição Federal veda que pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social contrate com o Poder Público ou dele receba benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. Deste modo, essas certidões (contribuições previdenciárias e FGTS) sempre devem ser exigidas.
O Certificado de Registro Cadastral substitui os documentos necessários à habilitação quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta (art. 32, § 2º, L 8666/93)
Caso todos os licitantes sejam inabilitados, a Administração pode conceder o prazo de oito dias úteis (03 dias úteis, no convite) para a apresentação de nova documentação que supra a insuficiência anterior (art. 48, § 3º, L. 8666/93); se ainda assim ninguém for habilitado, encerra-se a licitação.
Caso ao menos um interessado habilitar-se, prossegue-se com a licitação.
c) Classificação – é a fase de análise das propostas técnicas e comerciais apresentadas pelos licitantes. A Administração nesta fase avaliará as propostas apresentadas, desclassificará as que estiverem em desacordo com o Edital e ordenará as propostas de acordo com a preferência na contratação, segundo os critérios objetivos previstos no Edital.
Abertura dos envelopes das propostas – sessão pública
Verificação da adequação formal e material das propostas ao Edital
Art. 48 – Lei 8666/93 – Serão desclassificadas as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação, de valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexequíveis;
Desclassificação é o ato de desconsideração da proposta que não atenda às condições previstas no Edital
Julgamento objetivo das propostas, segundo os critérios objetivos previstos no Edital (art. 43, V e 44, L 8666/93).
A legislação veda a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. 
Ao revés, a Lei de Licitações estabelece rígidos critérios de julgamento, quais sejam (art. 45 e 46, da Lei n 8666/93):
menor preço - preferência legal
melhor técnica – preço acaba se sobrepondo à técnica, pois as propostas são classificadas de acordo com técnica e preço. O objeto é oferecido aos licitantes, na ordem da classificação segundo a técnica, mas pelo menor preço ofertado.
melhor técnica e preço – classificação é feita de acordo com a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, segundo pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.
maior lance ou oferta
Técnica e técnica e preço – exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos.
Obrigatória a utilização de técnica e preço para serviços de informática
Empate – regras de preferência – art. 3º, § 2º
d) Homologação – ato administrativo de controle de legalidade – autoridade competente analisa e atesta a observância dos previstos em lei e no Edital na realização o procedimento.
Caso haja algum vício, autoridade competente deve saná-lo antes de o procedimento prosseguir, o que pode ser realizado mediante convalidação (quando possível) ou invalidação (anulação).
e) Adjudicação – é ato final do processo de licitação e consiste na atribuição do objeto licitado ao vencedor; trata-se de um ato administrativo, que não se confunde com o contrato, que afeta o objeto da contratação ao primeiro colocado. Depois deste ato, a administração está autorizada a convocar o vencedor para assinar o contrato; este, por sua vez, tem o direito subjetivo de ser convocado, em primeiro lugar, no momento em que a Administração decidir formalizar a contratação.
O licitante vencedor, convocado para contratar com a AP, tem o dever de fazê-lo dentro do prazo de validade da sua proposta (mínimo de 60 dias da apresentação das propostas). Se não o fizer, pode ser penalizado.
Convocado o licitante após o vencimento do prazo da sua proposta, ele tem a faculdade de atende o chamado da Administração para contratar. Porém, caso decida não contratar com a Administração, não poderá ser penalizado.
Por sua vez, não comparecendo o vencedor no prazo assinalado, a AP poderá convocar os demais classificados, obedecida a ordem de preferência estabelecida no julgamento das propostas, mas, neste caso, o contrato deve ser efetuado nas mesmas condições da proposta do licitante vencedor (art. 64, § 2º, L 8666/93).
Algumas especificidades dos procedimentos nas demais modalidades de licitação:
Tomada de preços
prazo entre a publicação do edital e o limite para apresentação das propostas – mínimo de 15 dias (regra)
fase de habilitação – maior agilidade
licitantes cadastrados – a habilitação é prévia, por meio de inscrição em registros cadastrais, que são apresentados com a licitação – comissão verifica se os certificados são vigentes e de acordo com o objeto da licitação
 licitantes não cadastrados podem participar, mas devem apresentar a documentação com três dias de antecedência – comissão deverá analisar essa documentação, na fase de habilitação;
Convite – procedimento simplificado
Não há Edital, pois os licitantes são convidados por meio de uma carta (“carta-convite”), que deve ser encaminhada com cinco dias úteis de antecedência do prazo máximo para apresentação das propostas a, no mínimo, três fornecedores;
Instrumento convocatório deve ser afixado em local apropriado na repartição, facultada a publicação na imprensa oficial;
Procedimento – pode ser realizado por servidor designado, não sendo necessária uma comissão de licitação.
Pode ser dispensada parte da documentação para habilitação. 
Concurso
A Lei 8666/93 não estabeleceu um procedimento rigoroso, remetendo sua disciplina a um Regulamento específico para cada concurso;
Edital – prazo de 45 dias
No concurso, não se utilizam os critérios de julgamento da Lei nº 8666/93
O vencedor é pago por remuneração ou prêmio, consoante previamente fixado no Edital;
A Comissão de concurso pode ser composta integralmente de pessoas externas ao quadro de pessoal da Administração Pública.
Leilão
Habilitação tem documentação mínima exigível – 
Dirigida por leiloeiro
Lei prevê que a alienação não pode ser inferior ao valor de avaliação (art. 53, § 1º)
Critério de julgamento: maior lance
Pregão – regulado pela Lei nº 10.520/2001 (suplementada pela Lei nº 8.666/93) - fase interna – art. 3º - L. 10.520; fase externa – art. 4º - L 10.520
Edital: 8 dias úteis da entregadas propostas; 
Julgamento e classificação – sempre o critério é o menor preço; exigências específicas quanto a desempenho e qualidade podem levar à desclassificação da proposta, desde que prevista no Edital.
Previsão de duas fases: a primeira em que são avaliadas as propostas escritas dos licitantes; a segunda, em que alguns licitantes podem realizar novas propostas verbais:
Abertas as propostas, os licitantes classificados com propostas em até 10% superiores a mais baixa ficam autorizados a participar da próxima fase;
Na segunda fase, os licitantes podem fazer lances verbais e sucessivos até a proclamação do vencedor (pelo menos três licitantes passam para esta fase)
Escolhido o vencedor, o pregoeiro analisa a aceitabilidade da proposta em função das exigências do edital e das condições mercadológicas;
Inversão de fases (classificação e posterior habilitação) – apenas é analisada a documentação de habilitação do licitante classificado em primeiro lugar;
Caso o primeiro colocado seja inabilitado, procede-se à análise da documentação do segundo colocado;
Recurso deve interposto imediatamente, pena de preclusão.
Adjudicação – feita imediatamente após a homologação do procedimento pela autoridade competente
Pregão eletrônico: fases são as mesmas, mas o regulamento prevê um conjunto de exigências que visam garantir a segurança do procedimento.
5) Anulação e revogação da licitação
Com base no poder de autotutela e na disponibilidade sobre o objeto da licitação, a AP pode revogar ou invalidar o processo de licitação. Todavia, a Lei nº 8.666/93 prevê algumas especificidades.
a) Revogação: a revogação tem como pressuposto a conveniência e oportunidade do ato para o interesse público; ato ou seus efeitos são contrários ao interesse público.
A licitação pode ser revogada, antes ou após sua conclusão, mas sempre antes da assinatura do contrato (limitação temporal).
A lei estabelece limitações materiais e procedimentais para o exercício da competência revogadora: 
Limitação material – existência de fato superveniente (ao início do procedimento), que deve ser comprovado, pertinente e suficiente para alterar o interesse público – não há, portanto, liberdade total para a administração revogar um certame.
Art. 49 da Lei 8666/93 - “autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado”.
Limitação procedimento – deve ser observado o direito ao contraditório e à ampla defesa – licitante tem a prerrogativa de se manifestar sobre a pretensão revocatória da administração (art. 49, § 3º, L 8666/93)
Efeitos da revogação:
	i) impede a celebração do contrato;
ii) libera os licitantes das propostas apresentadas;
	iii) impede a abertura de nova licitação (sem que haja motivo superveniente);
	iv) indenização – polêmico – A doutrina mais atualizado tem entendimento de que a revogação da licitação, por razões de interesse público, confere ao vencedor o direito a indenização em relação aos gastos realizados para a apresentação da proposta; se ocorrer antes da finalização, confere o mesmo direito aos licitantes que participaram do procedimento.
b) Anulação / Invalidação: tem como pressuposto uma ilegalidade praticada durante o procedimento (seja na fase interna ou externa) - ato ou seus efeitos não tem suporte jurídico nas normas superiores
Não há limitação temporal – ou seja, pode ser feita a qualquer tempo, mesmo após a assinatura do contrato. O vício da licitação macula o contrato (art. 49, §2 º e art. 59, L. 8666/93).
Pode ser realizada pela Administração ou pelo Judiciário, este desde que provocado (inércia).
Limitação procedimental - deve ser observado o direito ao contraditório e à ampla defesa – licitante tem a prerrogativa de se manifestar sobre o vício (art. 49, § 3º)
Indenização – a lei não conferiu expressamente o direito de indenização ao licitante (art. 49, § 1º), o que gera polêmica na doutrina.
Todavia, a Lei expressamente ressalvou o direito do contratado de boa-fé (art. 59, parágrafo único) à indenização “pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa”.
 
E se o contratante concorreu de algum modo para o vício?
Caso ele tenha concorrido para o vício da licitação, mas tenha executado parte do contrato, é pacífico que não possui direito à indenização. A questão subjacente é a de saber se possui ou não direito a receber algo pelo executado, o que é possível sustentar, ao menos em algumas hipóteses, com base na teoria da vedação ao enriquecimento sem causa, se houver utilidade para a Administração.
6) Recursos administrativos
Consistem em impugnações efetuadas administrativamente objetivando a revisão de uma decisão proferida (não confundir com impugnações judiciais)
Os recursos administrativos pressupõem: a) legitimidade; b) interesse; c) cabimento; d) observância de requisitos formais (p. ex., tempestividade)
A Lei previu três recursos: a) recurso hierárquico; b) a representação e c) pedido de reconsideração.
i) Recurso hierárquico (art. 109, I) – prazo de 05 (cinco) dias úteis, 
a) habilitação ou inabilitação do licitante (possui efeito suspensivo);
b) julgamento das propostas (possui efeito suspensivo);
c) anulação ou revogação da licitação;
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;
O recurso é dirigido à autoridade superior, mas interposto junto à que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão
ii) Representação (art. 109, II) – de decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico – (não possui efeito suspensivo por determinação legal – autoridade pode atribuí-lo se verificar que há risco no prosseguimento do certame)
iii) Reconsideração de decisão que aplicou sanções administrativas em instância final (declaração de inidoneidade).
Processamento
Prazo de interposição: de 2 a 10 dias úteis, consoante a modalidade de licitação e o recurso cabível
Impugnação dos demais licitantes – é necessária a abertura de prazo para manifestação dos demais interessados (contrarrazões)
7 – Procedimentos especiais
7.1 - Sistema de Registro de Preços – art. 15, II, da Lei n º 8.666/93
A lei estabelece preferência para realização de compras – não há previsão para utilização para serviços e obras, mas alguns entes têm utilizado o sistema para facilitar contratações futuras.
Objetivo é facilitar as contratações futuras, normalmente realizada por vários órgãos e sem quantitativos exatos definidos, evitando, assim, a realização de várias licitações com mesmo objeto. Registrado o preço em Ata (“Ata de RP”). Edital, porém, deve prever quantitativos para as contratações futuras, que não pode ser superado.
O registro de preços, que tem validade de um ano, não obriga a Administração Pública a contratar, mas confere ao licitante que tiver o menor preço registrado o direito de preferência em igualdade de condições com outros possíveis interessados (art. 15, § 4º, LL). Os órgãos participantes da Ata de RP ou que aderiram a ela podem utilizá-la para contratação pelo preço nela fixado, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado ao tempo da contratação.
Caso o preço registrado seja superior ao de mercado, a AP pode convocar o detentor da Ata para reduzir os preços aos valores supervenientes de mercado.
Modalidade é a concorrência ou pregão
7.2 – Regime Diferenciadode Contratação – RDC – Lei n º 12.462/11
Instituído para ser aplicado como regime de contratação para obras inseridas no a) Plano de Aceleração do Crescimento – PAC; Jogos Olímpicos e Paraolímpicos; Copa do Mundo Fifa 2014 e Copa das Confederações; contratação de serviços para aeroportos próximos a capitais.
Posteriormente, foi ampliado ...
Aplicação subsidiária da Lei nº 8.666/93.
Objetivo e inovações
Objetivo foi o de ampliar a eficiência administrativa e os procedimentos licitatórios para garantir a conclusão de obras de infraestrutura relevantes para o país e para eventos que cedilharia.
Inovações principais:
Restrições à publicidade do preço estimado (art. 6º) – AP não divulga durante o procedimento o seu orçamento
Inversão de fases de habilitação e julgamento (art. 12) – repetindo a sistemática existente no pregão
Introdução de novos critérios de julgamento (art. 18) – admissão de procedimento de disputa aberta (como no pregão) ou fechado, negociação com o licitante que ofereceu a melhor proposta, previsão de outros critérios de julgamento (maior oferta – utilizáveis para contratos em que a administração perceba receita permanente; maior retorno econômico – utilizável para contratos de eficiência – maior economia para a AP na execução do contrato)
Possibilidade de remuneração variável vinculadas a metas de desempenho (art. 10)
Previsão de contratação integrada entre o regime de execução do contrato (art. 8º) – a contratação integrada compreende a elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de testes, a pré-operação e todas as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto.
7.3 - Lei das Estatais (Lei nº 13.303/16 – Estatuto das estatais)
Regulamenta o art. 173, § 1º, III, da CF que admite a instituição de um regime diferenciado de licitação e contratação para empresas públicas e sociedades de economia mista que exercem atividade econômica (regime de competição com particulares).
A Lei 13.303/16, todavia, reproduziu inúmeros dispositivos constantes da Lei nº 8.666/93 e determina sua aplicação para todas as empresas estatais.
Expressamente, o diploma excluiu do procedimento licitatório: a) comercialização, prestação ou execução de produtos, serviços ou obras especificamente relacionados com o objeto social da estatal; b) para escolha de parceiro, em determinadas condições, desde que inviável a competição.
Casos de dispensa de licitação sofreram regulação própria, mas muito semelhante ao da Lei nº 8.666/93. Por exemplo, é dispensável (art. 29, incisos I e II) nas estatais a realização de licitação para contratação de obras e serviços de engenharia até R$ 100.000,00 e para compras e outros serviços até R$ 50.000,00.
Algumas regras específicas:
Preferência pelo pregão (art. 32, IV);
Sigilo quanto ao valor estimado do contrato durante a licitação (art. 34);
Fixação de hipóteses de impedimento de contratação com estatais (empresas com participação de agentes públicos da estatal; participação de dirigentes que tiveram vínculos fortes com empresas inidôneas com a administração – art. 38)
Criação de Regimento Interno para Licitações e Contratos – art. 40
Possibilidade de contratação integrada (art. 42, VI) ou semi-integrada (art. 42, § 1º e § 3º)
Possibilidade de inclusão no Edital de “matriz de riscos”, definindo condições de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato (art. 42 X).
Possibilidade de estabelecimento de remuneração variável, vinculada a padrões de desempenho (art. 45);
Inversão de fases de habilitação e julgamento (art. 51)
Admissão de modo de disputa aberto ou fechado, como no RDC (art. 52)

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