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Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS)

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Sumário 
 
1. Introdução ............................................................................................................... 2 
2. Arquitetura do Sono ............................................................................................... 2 
3. Efeito do Sono Sobre a Respiração ....................................................................... 3 
4. Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono–SAOS .................................................. 3 
4.1 Epidemiologia ...................................................................................................... 4 
4.2 Fisiopatologia ...................................................................................................... 4 
4.3 Consequências .................................................................................................... 5 
4.4 Características anatômicas e fisiológicas das vias aéreas superiores nos 
pacientes com apneia obstrutiva do sono. ................................................................. 6 
4.5 Diagnostico da Apneia Obstrutiva do Sono ......................................................... 6 
4.6 Tratamento .......................................................................................................... 8 
5. SLEEP APNEA QUALITY LIFE INDEX (SAQLI) .................................................... 10 
6. REFERENCIAS ...................................................................................................... 13 
 
 
 
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1. Introdução 
Desde a década de 50 o sono vem sendo reconhecido como um 
processo neural ativo, absolutamente necessário à homeostase. Nesse 
contexto, insere-se a importância do estudo sobre a síndrome da apneia 
obstrutiva do sono (SAOS), definida como "episódios repetidos de apneia e 
hipopnéia que ocorrem durante o sono, levando à hipersonolência diurna e 
alterações cardiorrespiratórias". Estima-se que 2 a 4% da população adulta de 
meia-idade seja afetada pela SAOS, atingindo uma projeção de 7 a 18 milhões 
de pessoas somente nos Estados Unidos. A apneia obstrutiva do sono conduz, 
a longo prazo, à importantes alterações cardiovasculares e neuropsicológicas, 
com implicações socioeconômicas graves, merecendo a atenção médica. O 
ronco, por sua vez, pode interferir de forma significativa na vida social do 
paciente. 
Na avaliação clínica dos pacientes com queixas sugestivas de Síndrome 
da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), diversas escalas e questionários são 
utilizados para fins de diagnóstico e de triagem, devido ao alto custo, 
complexidade e baixa ou pouca disponibilidade da Polissonografia (PSG), 
padrão ouro para diagnostico. 
Há inúmeras escalas relacionadas aos problemas de sono. Dentre elas 
se encontra a SLEEP APNEA QUALITY LIFE INDEX (SAQLI), questionário 
esse que será detalhado neste trabalho. 
 
2. Arquitetura do Sono 
Durante uma noite de sono normal, observa-se ao eletroencefalograma 
(EEG) a alternância de dois componentes: sono sincronizado, sem movimento 
ocular rápido (não-REM) e sono dessincronizado ou paradoxal, com movimento 
ocular rápido (REM). 
Nos estágios I a IV do sono, as ondas do EEG tornam-se 
progressivamente mais lentas, sincronizadas, acompanhadas de relaxamento 
muscular e de predominância do sistema nervoso autônomo parassimpático. A 
frequência cardíaca e respiratória, além da pressão arterial, apresentam 
redução e o limiar para despertar aumenta na proporção inversa da frequência 
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das ondas ao EEG, isto é, o estágio 4, mais profundo, é o de mais difícil 
interrupção. 
Cerca de 90 minutos após o início do sono, ocorre uma mudança 
abrupta nas ondas do EEG, que passam a dessincronizadas, coincidindo com 
o início do sono REM. Há, então, ativação do sistema simpático, causando 
oscilações da pressão arterial e da frequência cardíaca, com redução do tônus 
muscular. Nesta fase do ciclo de sono, podem ser registrados movimentos 
oculares ao eletro-oculograma. O primeiro período de sono REM de uma noite, 
geralmente é curto, durando de 5 a 10 minutos, aumentando progressivamente. 
Essa alternância entre sono não-REM e sono REM ocorre cerca de 5 a 7 vezes 
por noite, promovendo o repouso adequado à atividade cerebral e muscular. 
3. Efeito do Sono Sobre a Respiração 
Durante o sono normal há hipoventilação alveolar, já que o metabolismo 
e a produção de CO2 diminuem drasticamente nesse período. Também é 
observada uma mudança na mecânica respiratória pelo colabamento parcial da 
faringe, com aumento na resistência das vias aéreas superiores durante a 
inspiração. 
4. Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono–SAOS 
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é a patologia 
respiratória do sono mais frequente em adultos. A prevalência estimada, nos 
países ocidentais, varia de 2 a 4% nos homens e 1 a 2% nas mulheres. O 
SAOS é um problema respiratório caracterizado por episódios recorrentes de 
obstrução parcial ou total das vias aéreas superiores, que resultam no índice 
de apneia/ hipopneia (IAH) e que são significativos quando ocorrem mais de 
cinco vezes por hora. 
4 
 
 
 
4.1 Epidemiologia 
A real incidência da SAOS na população geral é desconhecida. Acredita-
se que 4% dos homens em idade produtiva sejam afetados pela síndrome. É 
sabido que o sexo masculino é 8 a 10 vezes mais acometido do que o 
feminino, talvez por razões anatômicas relacionadas ao sexo. As mulheres com 
SAOS frequentemente encontram-se no climatério, sugerindo uma influência 
hormonal na fisiopatologia do colabamento das vias aéreas durante o sono. 
A SAOS pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas seu pico de 
incidência situa-se entre os 40 e 50 anos de idade. A obesidade é o principal 
fator de risco para a síndrome; cerca de 2/3 dos pacientes com SAOS são 
obesos. 
Também com a possibilidade de fatores genéticos contribuírem para o 
desenvolvimento da síndrome, o que explicaria a ocorrência de SAOS em 
vários membros de uma mesma família. O mesmo seria válido para pacientes 
com doenças genéticas como as síndromes de Down e PraderWilli, 
acromegalia, hipotireoidismo e doenças neuromusculares. 
 
4.2 Fisiopatologia 
A alteração fundamental na SAOS é o colabamento das vias aéreas 
superiores durante o sono, com consequentes hipoxemia e hipercapnia, 
determinando um esforço respiratório para reverter esse quadro. Isso leva ao 
despertar, durante o qual ocorrem as contrações musculares que abrem a via 
aérea, seguindo-se um período de hiperventilação. O sono retorna, e, com ele, 
FONTE: Vivavita - Odontologia &Saúde.<http://www.vivavita.com.br 
FIGURA 1. (A) Apneia do sono (B) Hipopneia do sono 
A B 
5 
 
o colabamento da via aérea, reiniciando o ciclo. Essa série de eventos pode se 
repetir centenas de vezes durante a noite, com hipóxia acentuada e 
hipercapnia. 
Durante cada episódio de apneia obstrutiva, a inspiração forçada contra 
uma faringe ocluída é acompanhada de uma pressão negativa no espaço 
pleural. À medida que a apneia se prolonga, acentuam-se a hipoxemia e a 
hipercapnia, levando à vasoconstrição pulmonar, com hipertensão pulmonar 
transitória. Há estímulo do sistema nervoso simpático, com vasoconstrição 
sistêmica e hipertensão arterial (a pressão sistólica após um episódio de 
apneia pode alcançar 200mmHg em indivíduos cuja pressão arterial é normal 
nos períodos de vigília). 
 
 
 
4.3 Consequências 
Os pacientes com apneia do sono frequentemente queixam-se de 
sonolência diurna excessiva ou sensação de que o sono não é repousante. 
Esse fato está diretamente relacionado à fragmentação do sono, à perda dos 
estágios mais profundos do sono não-REM e à hipoxemia noturna. Outras 
sequelas da SAOScrônica são a depressão, alterações de personalidade, 
prejuízo das funções cognitivas, atenção, memória e aprendizado. Os 
pacientes com SAOS, por exemplo, são sete vezes mais sujeitos aos acidentes 
de trânsito do que a população geral na razão direta da gravidade da apneia. 
FIGURA 2. (A) Respiração Normal (B) Ronco (C) Apneia (D) Obstrução á livre passagem do ar que 
ocorre na apneia do sono. 
FONTE: Apnéia do Sono ( SAHOS ) : Causas, Sintomas e Tratamento - Polisono. 
<http://www.polisono.com.br 
A B C D 
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A doença cardiovascular resultante da SAOS inclui hipertensão arterial 
sistêmica, insuficiência cardíaca esquerda, infarto do miocárdio, arritmias e 
hipertensão pulmonar, podendo culminar com morte súbita. Mais de 50% dos 
pacientes com apneia são hipertensos. Por outro lado, cerca de 40% dos 
pacientes hipertensos podem ter apneia do sono não diagnosticada. 
 
4.4 Características anatômicas e fisiológicas das vias aéreas superiores 
nos pacientes com apneia obstrutiva do sono. 
Vários fatores estruturais e funcionais têm sido apontados como os 
responsáveis pelos quadros de apneia obstrutiva do sono: deposição de 
gordura na região cervical, hipoplasia de maxila ou mandíbula, macroglossia, 
hipertrofia de amígdalas ou adenóide e volume aumentado das secreções 
respiratórias. 
A alteração de partes moles nesses pacientes deve-se à deposição de 
gordura e ao edema, causado pela lesão tecidual decorrente do trauma 
repetido dos tecidos pelo ronco alto e sucessivos fechamentos e aberturas da 
via aérea. 
 
4.5 Diagnostico da Apneia Obstrutiva do Sono 
A. Diagnóstico clínico. Queixas comuns desses pacientes incluem fadiga, 
hipersonolência diurna, muitas vezes com relatos de acidentes de trânsito ou 
de trabalho em virtude da dificuldade para prestar atenção, irritabilidade, 
diminuição da libido e impotência, além de cefaléia matutina (relacionada à 
hipercapnia noturna e alterações na pressão e no fluxo sanguíneo cerebral). Os 
pacientes usualmente não são capazes de relatar a ocorrência de episódios de 
apneia ou despertares; assim, torna-se importante fazer a anamnese também 
com familiares ou o cônjuge do paciente. Algumas características físicas 
chamam a atenção para o diagnóstico de SAOS: retrognatia, palato mole 
redundante, hipertrofia amigdaliana, obesidade, hipertensão arterial e desvio de 
septo nasal. Deve-se procurar também sinais de hipotireoidismo nesses 
pacientes. 
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B. Polissonografia. Uma vez feita a suspeita clínica de SAOS, é importante a 
realização de estudos em laboratórios de sono, exames tidos como o padrão-
ouro para o diagnóstico dos distúrbios do sono. 
A polissonografia é feita durante uma noite de sono, com monitorização 
contínua de variáveis eletrofisiológicas, tais como eletroencefalograma, 
movimentos oculares, movimentos tóraco-abdominais, fluxo aéreo e tônus da 
musculatura submentual, a fim de caracterizar a quantidade e a qualidade do 
sono. São feitos eletrocardiograma para registro de frequência e ritmo cardíaco 
e a medida da saturação arterial de oxigênio. 
A partir dos dados obtidos são calculados: 1) o índice de apneia e 
hipopnéia (número total de apneias e hipopnéias por hora de sono); 2) a média 
do tempo de apneia e 3) a saturação mínima de oxigênio arterial, parâmetros 
utilizados para o diagnóstico da gravidade do quadro de apneia obstrutiva do 
sono. As desvantagens da polissonografia são seu custo elevado e o número 
reduzido de centros onde é realizado o exame. 
C. Manobra de Muller. Uma vez que a patência da via aérea superior é 
variável de acordo com o ciclo respiratório, a nasofibrolaringoscopia com 
aparelho flexível é um meio útil para a avaliação dinâmica das características 
da via aérea. A manobra de Muller consiste na inspiração forçada com o nariz e 
a boca fechados, enquanto o fibroscópio é posicionado em dois níveis 
diferentes: na naso e hipofaringe, determinando-se o ponto de maior 
estreitamento. O colabamento em cada nível também é graduado, de acordo 
com a redução da área de secção transversal da via aérea durante a 
manobra7: Grau I: colapso mínimo; Grau II: Redução de 50% da luz da via 
aérea; Grau III: Redução de 75 a 100% da luz. 
A fibrolaringoscopia permite ainda classificar o colabamento da via aérea 
segundo os níveis em que este ocorre: Nível I: retropalatal, Nível II: retropalatal 
e retrolingual, Nível III: retrolingual3. Um estudo de Petri et al. mostrou que 
numa série de 30 pacientes submetidos a essa avaliação não foi encontrado 
nenhum indivíduo com colabamento de hipofaringe sem fechamento 
velofaríngeo associado. 
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D. Cefalometria. Com o surgimento de estudos que relacionaram anomalias 
anatômicas craniomandibulares e de vias aéreas superiores à apnéia obstrutiva 
do sono, passou-se a analisar a cefalometria de perfil na seleção de pacientes 
candidatos a tratamento cirúrgico da SAOS. Na cefalometria são medidos os 
seguintes itens, esquematizados na figura abaixo: 
 
 
4.6 Tratamento 
O tratamento da SAOS envolve o tratamento clínico, farmacológico, 
pressão positiva na via aérea (PAP), aparelhos intraorais e procedimentos 
cirúrgicos. O objetivo do tratamento deve ser o de eliminar os eventos 
obstrutivos ou centrais e, com isso, restaurar o padrão de sono normal e 
oxigenação arterial adequada, com o mínimo de efeitos colaterais. Dentre as 
medidas clínicas gerais temos a higiene do sono, redução de peso, eliminação 
de substâncias sedativas (medicamentos tranquilizantes, principalmente 
benzodiazepínicos), terapia posicional, evitando decúbito dorsal principalmente 
quando a polissonografia evidencia relação dos eventos respiratórios anormais 
nesta posição. Em 1981, Sullivanet al. publicaram a primeira descrição da PAP 
contínua para tratar a SAOS. Acredita-se que o CPAP (do inglês continuous 
positive airwaypressure) funcione como um suporte pneumático sob as vias 
aéreas superiores através de uma distensão passiva, prevenindo assim 
colapso durante o sono (Figura 4). O (aparelho) CPAP rapidamente se tornou o 
FIGURA 3. Analise Cefalométrica 
FONTE: Santo Junior e Santo (2011) 
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tratamento de escolha para pacientes com SAOS de grau moderado a grave, 
contudo na prática clínica é amplamente utilizado também para casos de SAOS 
leve, síndrome da resistência de via aérea superior (SRVAS) e ronco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O CPAP permite manter a abertura da região retropalato e retroglótica, 
fundamentalmente durante o pico de fluxo inspiratório, no qual a transmissão 
da pressão negativa transpulmonar sobre a via aérea superior é máxima, 
provocando a oclusão das partes moles citadas. Modificado de Sullivan C et al, 
1981. O CPAP é o tratamento para a SAOS com o maior índice de evidências 
científicas, porém os resultados são dependentes do tratamento efetivo e da 
adesão do paciente. Estudos controlados e randomizados mostram que o 
CPAP melhora os sintomas da SAOS, a sonolência subjetiva e objetiva, função 
cognitiva, grau de alerta e qualidade de vida. Pacientes com apneia do sono 
em geral que são tratados com CPAP apresentam redução de sua taxa de 
mortalidade comparado com aqueles que não recebem tratamento. 
O CPAP reduz significativamente os riscos dos pacientes com SAOS de se 
envolverem em acidentes automobilísticos. Melhora a produtividade no 
trabalho, reduz as lesões ocupacionais, reduz o uso de medicamentos anti-
hipertensivos e melhora a qualidade de vida do parceiro. Quando a qualidade 
de vida, custo de terapia e acidentes de carro estão sendo considerados, a 
FIGURA 4. Aplicação de pressão positiva na via aérea superior: o CPAP permite manter a abertura da 
região retropalatoe retroglótica, fundamentalmente durante o pico de fluxo inspiratório, no qual a 
transmissão da pressão negativa transpulmonar sobre a via aérea superior é máxima, provocando a 
oclusão das partes moles citadas. 
FONTE: (SULLIVAN et al., 1981) 
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terapia com CPAP para pacientes com SAHOS é economicamente atrativa. 
A pressão positiva em vias aéreas (PAP) aplicada através de uma interface 
nasal, oral ou oronasal durante o sono é o tratamento preferencial para a AOS, 
mas pode também ser utilizada para tratar pacientes com apneia central do 
sono (ACS) e casos de hipoventilação crônica. Os diferentes tipos de 
tratamento com PAP incluem: pressão positiva contínua em vias aéreas 
(CPAP) terapia PAP em dois níveis de pressão (PAP com dois níveis) e PAP 
Automática (APAP). 
A aceitação e aderência ao tratamento são os maiores desafios em 
busca do sucesso clínico. Nas últimas décadas ocorreram inúmeros avanços 
que tornaram a terapia com PAP mais conveniente, confortável e eficiente. A 
tecnologia dos geradores de fluxo para tratamento com PAP avançou 
enormemente nestes últimos anos, assim como as interfaces que agora são 
muito menores e mais confortáveis, evitando a fuga de ar excessiva. 
 
5. SLEEP APNEA QUALITY LIFE INDEX (SAQLI) 
O SAQLI avalia 4 domínios da qualidade de vida fundamentais para os 
doentes com SAOS: funcionamento diário (11 itens); interações sociais (13 
itens); funcionamento emocional (11 itens); sintomas relacionados com a 
doença (5 itens). E um domínio adicional para avaliar efeito do tratamento: 
sintomas relacionados com o tratamento (5 itens, usados no segundo momento 
de avaliação). Os valores da extremidade inferior da escala revelam um maior 
comprometimento da qualidade de vida e os valores na extremidade superior 
da escala revelam um menor comprometimento da mesma. O SAQLI tem 5 
domínios e, no que respeita á pontuação, cada questão varia de 1 (maior 
comprometimento) a 7 (menor comprometimento). Para cada um dos 4 
primeiros domínios - A a D [A-funcionamento diário (11 itens); B-interações 
sociais (13 itens); C-funcionamento emocional (11 itens); D-sintomas (5 itens)] -
-- a média do resultado é obtida dividindo a soma de todos os itens, dentro do 
domínio, pelo número total de itens do domínio. A pontuação total é calculada 
pela soma dos 4 domínios (A a D), dividida por 4. Assim, cada um dos 
resultados dos domínios e o total do SAQLI varia entre 1 e 7, facilitando a 
interpretação da pontuação15. Após o tratamento, o domínio E é utilizado e a 
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sua pontuação média deve ser subtraída do total dos outros domínios, depois 
de serem recodificados - com 0 se a pontuac¸ão inicial é de 7, e com 6 se a 
pontuação inicial é 1. Para o domínio dos sintomas da doença (D) e sintomas 
do tratamento (E), os pacientes podem escolher até 5 sintomas e o resultado 
médio é obtido pela soma dos totais para os 5 sintomas e é dividido por 5 
(mesmo quando o paciente seleciona menos de 5 sintomas). A secção F mede 
o impacto dos sintomas relacionados com o tratamento (domínio E) e os 
benefícios do tratamento (como refletido por qualquer melhoria na qualidade de 
vida --- domínio A, B, C e D), traçando uma linha vertical de 10 cm numa escala 
visual analógica. O domínio E é dividido pela pontuação do impacto da 
melhoria na qualidade de vida do domínio A, B, C e D para fornecer um «fator 
de ponderação». Este resultado (com um máximo de 1,0) é multiplicado pela 
média de pontuação para os sintomas relacionados com o tratamento15. O 
produto é então subtraído do total de resultados médios dos 4 primeiros 
domínios que resulta na «diferença mínima » que é importante com um ponto 
de corte de 0,5, quando se utiliza uma escala de Likert de 7 pontos. Os 
resultados mais altos indicam melhor qualidade de vida. O SAQLI apresenta 
uma elevada consistência interna refletida pelos coeficientes de alfa de 
Cronbach de 0,88 a 0,9215. Para determinar as propriedades de medida do 
SAQLI, os autores apresentaram, em 2002, novos dados. A repetibilidade do 
SAQLI passadas uma a 2 semanas mostrou uma confiabilidade (correlação 
intraclasse) com um coeficiente de 0,92 que não se alterou entre as 2 
semanas. Correlações moderadas a fortes foram ainda observadas entre o 
SAQLI e outras medidas de qualidade de vida. 
Uma desvantagem deste instrumento é o fato de não ser autoaplicável, 
necessitando a presença do pesquisador. 
 
 
 
 
 
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TABELA 1. Quatro domínios do SAQLI e quantidades de itens. 
FONTE: Araújo-melo et al. (2016) 
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6. REFERENCIAS 
1. ARAÚJO-MELO, Maria Helena et al. Questionários e Escalas úteis na pesquisa da 
Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono. Revista Hospital Universitário Pedro 
Ernesto, [s.l.], v. 15, n. 1, p.49-55, 8 abr. 2016. Universidade de Estado do Rio de 
Janeiro. http://dx.doi.org/10.12957/rhupe.2016.22368. 
 
2. BALBANI, A. P. S.; FORMIGONI, G. G. S.. Ronco e síndrome da apnéia obstrutiva 
do sono. Revista da Associação Médica Brasileira, [s.l.], v. 45, n. 3, p.273-278, jul. 
1999. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-42301999000300013. 
 
3. Gomes LL, Oliveira EA, Torquato JA, Duarte D, Matsuyama C. Síndrome da apneia-
hipopneia obstrutiva do sono: qualidade de vida após o tratamento com pressão 
positiva contínua nas vias aéreas. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São 
Paulo. 2014;59(2):67-71. 
4. SANTO JUNIOR, Marinho del; SANTO, Luciano del. Diagnóstico cefalométrico 
eletrônico: contextualização de variáveis cefalométricas. Dental Press Journal Of 
Orthodontics, [s.l.], v. 16, n. 2, p.75-84, abr. 2011. FapUNIFESP (SciELO). 
http://dx.doi.org/10.1590/s2176-94512011000200010. 
5. SAMPAIO, R.s.; PEREIRA, M.g.; WINCK, J.c.. Adaptação Portuguesa do 
Questionário de Qualidade de Vida (SAQLI) nos doentes com Síndrome de Apneia 
Obstrutiva do Sono. Revista Portuguesa de Pneumologia, [s.l.], v. 18, n. 4, p.166-
174, jul. 2012. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.rppneu.2012.02.009. 
 
6. SULLIVAN, Coline. et al. REVERSAL OF OBSTRUCTIVE SLEEP APNOEA BY 
CONTINUOUS POSITIVE AIRWAY PRESSURE APPLIED THROUGH THE 
NARES. The Lancet, [s.l.], v. 317, n. 8225, p.862-865, abr. 1981. Elsevier BV. 
http://dx.doi.org/10.1016/s0140-6736(81)92140-1. 
 
 
	1. Introdução
	2. Arquitetura do Sono
	3. Efeito do Sono Sobre a Respiração
	4. Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono–SAOS
	4.1 Epidemiologia
	4.2 Fisiopatologia
	4.3 Consequências
	4.4 Características anatômicas e fisiológicas das vias aéreas superiores nos pacientes com apneia obstrutiva do sono.
	4.5 Diagnostico da Apneia Obstrutiva do Sono
	4.6 Tratamento
	5. SLEEP APNEA QUALITY LIFE INDEX (SAQLI)
	6. REFERENCIAS

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