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Projeto da Ação Educativa: Prevenção do Câncer de Colo do útero e Câncer de Mama Acadêmicos: Bruna Moraes F. Dantas; Eduarda Vianna G. Balestra; Matheus Cordeiro da Silva; Fellipe Honório de Paula Silveira Professora: Cristiane Ferreira Santana Habilidades Médicas – Procedimentos Grupo: G3-D 2017/2 Resumo O controle de câncer de mama e de colo de útero devem priorizar a prevenção e a detecção precoce. A prevenção não deve focalizar apenas os fatores de risco associados a esses cânceres, mas também os fatores de proteção. Palavras-chave: prevenção e controle; fatores de risco; detecção precoce; mama; colo de útero; câncer; ação educativa. Objetivos e métodos São notórias duas estratégias principais para a detecção precoce do câncer de mama e de colo de útero: a educação para promover o diagnóstico precoce e o rastreamento. Dessa forma, o objetivo desta ação é orientar as mulheres acerca dos exames preventivos e de rastreamento do câncer de mama (o autoexame e a mamografia) e sobre o exame de rastreamento do câncer de colo uterino (o Papanicolau), não esquecendo da prevenção para evitar o contágio com o vírus HPV. Também objetivamos esclarecer sobre possíveis sinais e sintomas iniciais que possam ser identificados pela mulher e alguns fatores de risco para a ocorrência do câncer de mama e de colo uterino. Utilizaremos protótipos mamários para melhor demonstração do autoexame assim como cartazes expondo o passo a passo. Sobre o câncer de mama explicitaremos que se trata do câncer mais comum entre as mulheres e por isso é muito importante realizar sua prevenção. Inclusive, as evidências obtidas de ensaios clínicos sugerem uma diminuição de 25% da mortalidade por câncer de mama com o rastreamento mamográfico de rotina. Além disso, há evidências indiretas de que o rastreamento por exame clínico das mamas reduza o número de mortes por este câncer. (Thuler, 2013). Durante a ação educativa serão abordados os seguintes tópicos: 1. Fatores de risco Alguns fatores que aumentam o risco de desenvolver câncer de mama, como obesidade na pós-menopausa, exposição à radiação ionizante em altas doses, exposição a pesticidas/organoclorados e tabagismo são passíveis de intervenção; outros fatores como sexo feminino, avanço da idade, menarca precoce, menopausa tardia, primeira gestação tardia, história de câncer de ovário ou de mama ou história de doença mamária benigna, alta densidade mamária, mutações genéticas (BRCA1 e BRCA2) e história familiar de câncer de mama não podem ser modificados. A maioria destes fatores encontra-se associada com um moderado aumento no risco (cerca de 2 ou 3 vezes), o que sugere que múltiplos fatores contribuem para a gênese da doença e que podem existir fatores ainda desconhecidos. (Thuler, 2013). Sob o prima do câncer de colo de útero, os principais fatores de risco para o desenvolvimento desse tumor são: infecção pelo papiloma vírus humano (HPV); tabagismo; multiplicidade de parceiros sexuais; uso de contraceptivos orais; multiparidade; baixa ingestão de vitaminas; iniciação sexual precoce; e coinfecção por agentes infecciosos, como o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o Chlamydia trachomatis. (Rodrigues et al., 2012). 2. Prevenção 2.1 Prevenção do Câncer de Mama - Prevenção Primária Esta é realizada por meio do fornecimento de informações à paciente, principalmente referentes ao autoexame. Realizar após 8 dias depois da menstruação, se não menstrua escolher qualquer dia do mês. O autoexame hoje em dia é chamado de autocuidado e deve ser realizado pelo menos uma vez ao mês. Conforme leitura da página 93 do Caderno n° 13 do Ministério da Saúde, a recomendação para o rastreamento de mulheres com risco elevado de câncer de mama, cuja rotina de exames deve se iniciar aos 35 anos, com exame clínico das mamas e mamografia anuais (INCA, 2004). Para as mulheres de 40 a 49 anos, a recomendação brasileira é o exame clínico anual e a mamografia diagnóstica em caso de resultado alterado. Neste momento demonstraremos o autoexame nos protótipos de mama, seguindo os passos. - Prevenção Secundária A mamografia é um exame de imagem, podendo ser compreendida como um raio-X das mamas. É considerado padrão ouro para detecção precoce do câncer de mama. No caso da mamografia digital, os raios X atravessam a mama e atingem um detector que os transmite a um computador – enquanto que no método tradicional a imagem é impressa em um filme. A primeira mamografia deve ser realizada aos 35 anos e anualmente após os 40 anos. Caso a mulher esteja enquadrada como alto risco para a doença, poderá iniciar o controle mais cedo. São consideradas mulheres de alto risco para a doença aquelas com um ou mais parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com câncer de mama antes dos 50 anos; um ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama bilateral ou câncer de ovário; história familiar de câncer de mama masculino; lesão mamária proliferativa com atipia comprovada em biópsia. A paciente é posicionada em pé, próximo ao equipamento. As mamas serão, uma a uma, comprimidas pelo mamógrafo, horizontal e verticalmente. Embora seja desconfortável, o exame é rápido – sendo a mamografia digital ainda mais ágil que a convencional. Pacientes com próteses de silicone devem informar à equipe antes da realização da realização do exame. Por se tratar de um exame que utiliza Raios X, deve ser evitado durante o primeiro trimestre gestacional. 2.2. Prevenção do Câncer de Colo de Útero - Prevenção Primária: A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV. O uso de preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer por intermédio do contato com a pele da vulva, a região perineal, a perianal e a bolsa escrotal. Ademais, atualmente há duas vacinas aprovadas e comercialmente disponíveis no Brasil: a bivalente, que protege contra os tipos oncogênicos 16 e 18, e a quadrivalente, que protege contra os tipos não oncogênicos 6 e 11 e os tipos oncogênicos 16 e 18. Ambas são eficazes contra as lesões precursoras do câncer do colo do útero, principalmente se utilizadas antes do contato com o vírus. Ou seja, os benefícios são significativos antes do início da vida sexual. - Prevenção Secundária: detecção precoce. Com a leitura do Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde observa-se que de acordo com a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2007), as estratégias para a detecção precoce são o diagnóstico precoce (abordagem de indivíduos com sinais e/ou sintomas da doença) e o rastreamento (aplicação de um teste ou exame em uma população assintomática, aparentemente saudável, com objetivo de identificar lesões precursoras ou sugestivas de câncer e encaminhá-las para investigação e tratamento). Conforme os dados do material apresentado pelo Ministério da Saúde para o Controle do Câncer de Colo de Útero, uma amostra satisfatória para avaliação designa amostra que apresente células em quantidade representativa, bem distribuídas, fixadas e coradas, de tal modo que sua observação permita uma conclusão diagnóstica. 3. Clínica: sinais e sintomas Geralmente, o câncer de mama não apresenta sintomas em sua fase inicial. A partir do momento que começa a ser palpável pode estar associado a umnódulo benigno ou maligno. O maligno pode ser representado por saída de secreção pelo mamilo – especialmente quando é unilateral e espontânea –, coloração avermelhada da pele da mama, edema cutâneo semelhante à casca de laranja, retração cutânea, dor ou inversão no mamilo, descamação ou ulceração do mamilo. A secreção papilar associada ao câncer geralmente é transparente, podendo também ser rosada ou avermelhada devido à presença de hemácias.. Não obstante, o sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de um nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. (Caderno de Atenção Básica n°13). A respeito do câncer de colo uterino, no estágio invasor da doença os principais sintomas são sangramento vaginal (espontâneo, após o coito ou esforço), leucorreia e dor pélvica, que podem estar associados com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados. Ao exame especular podem ser evidenciados sangramento, tumoração, ulceração e necrose no colo do útero. O toque vaginal pode mostrar alterações na forma, tamanho, consistência e mobilidade do colo do útero e estruturas subjacentes (Cadernos de Atenção Básica n° 13). 4. Rastreamento Sob o prisma do câncer de colo de útero tem-se as etapas do exame do Papanicolau, esclarecendo também que se trata de um exame de rastreamento precoce do câncer e não de prevenção. Não obstante, como forma de prevenção, a realização periódica permite reduzir a mortalidade pela doença. O exame pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados. Será informado que o exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar um pequeno desconforto que diminui se a mulher conseguir relaxar e se o exame for realizado com boa técnica e de forma delicada. Como forma de esclarecimento, será abordado de forma clara, simples e objetiva: como é feito o exame? - para a coleta do material, é introduzido um instrumento chamado espéculo na vagina (conhecido popularmente como “bico de pato”, devido ao seu formato); - o profissional faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero; - a seguir, o profissional promove a escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha; - as células colhidas são colocadas numa lâmina para análise em laboratório especializado em citopatologia. (INCA, 2017). O procedimento identifica lesões que antecedem o câncer, permitindo o tratamento antes que a doença se desenvolva. Será esclarecido que deve ser realizado a partir dos 25 anos de idade. Os exames preventivos devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos, nos últimos cinco anos. No caso das mulheres, com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame, devem ser feitos dois preventivos com intervalo de um a três anos. Se os dois resultados forem negativos, essas mulheres poderão ser dispensadas de exames adicionais). Outrossim, serão abordados os critérios para a coleta conforme as recomendações do Caderno n° 13 do Ministério da Saúde: A utilização de lubrificantes, espermicidas ou medicamentos vaginais deve ser evitada por 48 horas antes da coleta, pois essas substâncias recobrem os elementos celulares dificultando a avaliação microscópica, prejudicando a qualidade da amostra para o exame citopatológico. A realização de exames intravaginais, como a ultrassonografia, também deve ser evitada nas 48 horas anteriores à coleta, pois é utilizado gel para a introdução do transdutor. Embora usual, a recomendação de abstinência sexual prévia ao exame só é justificada quando são utilizados preservativos com lubrificante ou espermicidas. Na prática a presença de espermatozoides não compromete a avaliação microscópica. O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode prejudicar o diagnóstico citopatológico. Deve-se aguardar o quinto dia após o término da menstruação. Resultados Esperados Através desta ação educativa objetivamos informar as mulheres principalmente sobre a prevenção do câncer de mama e de colo uterino. Esperamos que ao final da ação elas possam ser incentivadas a exercerem o autocuidado pela prática do autoexame da mama bem como a praticar medidas preventivas contra o contágio do HPV. Também esperamos o esclarecimento de dúvidas comuns sobre o assunto. Bibliografia THULER, Luiz Claudio et al. Considerações sobre a prevenção do câncer de mama feminino. Rev Bras Cancerol, v. 49, n. 4, p. 227-38, 2003. RODRIGUES, Bruna Côrtes et al. Educação em saúde para a prevenção do câncer cérvico-uterino. Rev Bras Educ Med.[Internet], v. 36, n. 1, p. 149-154, 2012. MELO, Maria Carmen Simões Cardoso de et al. O enfermeiro na prevenção do câncer do colo do útero: o cotidiano da atenção primária. Rev. Bras. Cancerol.(Online), p. 389-398, 2012. Ginecologia de Williams - 2ª Ed. 2014 Hoffman,Barbara L. / Schorge,John O. / Schaffer,Joseph I. Tratado de Ginecologia - 15ª Ed. 2014 Berek, Jonathan S. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013. 124 p.: il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 13). INCA - Ministério da Saúde. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/colo_utero /deteccao_precoce >. Acesso em 04 de novembro de 2017.
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