Buscar

simulada 10

Prévia do material em texto

Aluna: LETÍCIA DE SOUZA CALDAS
Prática Simulada III
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DO JÚRI DA COMARCA DE _____.
 
 
 
Processo n.º
 
 
JERUSA, já qualificada nos autos do PROCESSO CRIMINAL em epígrafe  que lhe move o Ministério Público , Justiça Pública,  por seu advogado, abaixo subscrito, cujo instrumento de procuração segue em anexo, inconformado com a respeitável decisão vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro no que dispõe o Artigo 581, inciso IV, do Código de Processo Penal, por não se conformar com a sentença de pronúncia proferida em seu desfavor, interpor
 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Requer o recebimento e processamento do presente recurso, além do exercício do juízo de retratação previsto no Artigo 589, do Código de Processo Penal. Se mantida a respeitável decisão atacada, postula o recorrente, com as razões recursais que acompanham esta petição de interposição, a remessa dos Autos à instância superior de julgamento.
 
 
Termos em que,
Pede Deferimento.
Local 
 09 de agosto de 2016
Advogado
OAB n.º
EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO __
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
PROCESSO CRIME Nº: ...
RECORRENTE: JERUSA
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTICA DO ESTADO DE ...
COLENDA CÂMARA CRIMINAL
DOUTA PROCURADORIA DE JUSTICA
A recorrente, por não se conformar com a decisão de pronúncia proferida pelo respeitável juízo a quo nos Autos do Processo n.º, apresenta as suas razões recursais objetivando a reforma da mencionada decisão pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
​I - FATOS
​
A recorrente foi denunciada pelo Ministério Público pela prática, ao menos em tese, do crime de homicídio doloso previsto no Artigo 121, do Código Penal c/c Artigo 18 do mesmo diploma legal.
 
Segundo consta dos Autos, a recorrente, atrasada para um importante compromisso profissional, dirigia o seu veículo automotor dentro da velocidade regulamentar quando, ao realizar uma ultrapassagem, acabou por atingir a vítima DIOGO, a qual vinha conduzindo sua motocicleta em altíssima velocidade pelo sentido oposto da via.
 
Em que pese a presteza da requerente ao acionar o serviço de resgate, DIOGO não resistiu ao ferimentos sofridos e veio a falecer.
​II - DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
​
A decisão do juízo a quo que pronunciou a recorrente não deve prosperar.
 
Com efeito, verifica-se que o órgão ministerial balizou sua denúncia na tese de dolo eventual, argumentando neste sentido que a recorrente, ao realizar a manobra com seu veículo automotor teria assumido o risco de atingir alguém e lhe causar a morte.
 
Não é esta conclusão que se depreende da leitura dos autos e de todo o plexo probatório nele coligido, pois durante a investigação e toda primeira fase do rito especial do Tribunal do Júri ficou demonstrado que a requerente conduzia o seu veículo em velocidade compatível com a vítima e que o resultado alcançado sequer era previsível.
 
Não se trata, Excelências, de crime doloso contra a vida como pretende o Ministério Público.
 
Trata-se de verdadeiro resultado advindo de mera culpa da recorrente, que, em que pese estar conduzindo o seu veículo em velocidade regulamentar, deixou de tomar as precauções exigidas para a realização da manobra de trânsito, haja vista que ela não teria utilizado a seta luminosa de seu automóvel com o objetivo de realizar a ultrapassem.
 
Há que se falar, portanto, em mera culpa resultante de negligência consistente no não acionamento de seta luminosa comunicadora da manobra veicular de ultrapassagem, ou, quem sabe, culpa resultante de imprudência consistente no ato da requerente de realizar a ultrapassagem em via de mão dupla sem se atentar para o tráfego de veículos que vinha em sentido contrário.
 
Descabida, desta forma, a tese de dolo eventual, eis que a recorrente em nenhum momento agiu de forma a aceitar o resultado morte no momento em que conduzia prudentemente o seu veículo automotor.
 
Uma vez afastada a tese de dolo eventual deverá, nos termos do Artigo 419, do Código de Processo Penal, haver a desclassificação do crime de homicídio previsto no Código Penal Brasileiro para o delito de Homicídio Culposo na condução de veículo automotor previsto no Artigo 302, do Código de Trânsito Brasileiro.
 
Como resultado, considerando o mandamento constitucional insculpido no Artigo 5º, inciso XXXVII, da Constituição Federal, deverão os Autos serem remetidos para o juízo singular de uma das Varas Criminais, afastando-se, de plano, a competência de julgamento pelo Tribunal do Júri. 
​III - DO PEDIDO
​
Ante os fatos expostos, requer seja conhecido e provido o presente recurso em sentido estrito a fim de reformar a decisão impugnada para, uma vez afastada a tese de dolo eventual, promover a desclassificação do crime de homicídio doloso para o crime de homicídio culposo na condução de veículo automotor previsto no Artigo 302, do Código de Trânsito Brasileiro.
 
Como consequência dos efeitos da desclassificação suscitada, requer o recorrente sejam os presentes Autos de Processo Criminal remetidos a uma das Varas Criminais desta Comarca objetivando julgamento pelo juízo singular.
Termos em que
Pede deferimento
Local, 09 de Agosto de  2016
ADVOGADO
OAB n.º

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes