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ESPECIFICAÇÃO DO GÁS NATURAL

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
ENGENHARIA DE PETRÓLEO 
 
ENGENHARIA DE PETRÓLEO – GÁS NATURAL II – PROF. JOHNY CORRÊA 1 
 
ESPECIFICAÇÃO DO GÁS NATURAL 
 
 
1. PRINCÍPIO LEGAL 
 
 A especificação (que trata dos requisitos mínimos de qualidade final do produto) 
do Gás Natural processado é de competência da Agência Nacional do Petróleo, Gás 
Natural e Biocombustíveis (ANP). O Artigo 8° da Lei do Petróleo versa sobre tal 
competência e o Artigo 8° da Lei do Gás mostra essa prerrogativa e frisa pela 
importância e aplicação da mesma. 
 
Art. 8° A ANP terá como finalidade promover a regulação, a 
contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da 
indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis, cabendo-lhe: 
(Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005) 
I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional de 
petróleo, gás natural e biocombustíveis, contida na política energética 
nacional, nos termos do Capítulo I desta Lei, com ênfase na garantia do 
suprimento de derivados de petróleo, gás natural e seus derivados, e de 
biocombustíveis, em todo o território nacional, e na proteção dos interesses 
dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos; 
(Redação dada pela Lei nº 11.097, de 2005). 
 
 
 
2. A ESPECIFICAÇÃO DO GÁS NATURAL 
 
O objetivo da regulação do mercado de gás natural é a definição de regras 
básicas, dentro de mecanismos legais, que garantam a estabilidade do relacionamento 
entre os atores integrantes da cadeia do gás natural no Brasil. 
A regulamentação do mercado visa fomentar o mercado e orientar os negócios 
em torno do gás natural, através da definição de regras consistentes e coerentes, da 
garantia de direitos formalizados em contratos padrões de compra, venda, transporte, 
produção e industrialização do gás natural.. 
Neste contexto, a Agência Nacional do Petróleo (ANP), autarquia da 
Administração Pública Federal Indireta vinculada ao MME, tem buscado regular este 
setor, através de Resoluções que definem exatamente o papel de cada ator que participa 
da cadeia produtiva deste setor cada vez mais crescente na matriz energética brasileira. 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
ENGENHARIA DE PETRÓLEO 
 
ENGENHARIA DE PETRÓLEO – GÁS NATURAL II – PROF. JOHNY CORRÊA 2 
 
No caso do Gás Natural, a Resolução que versa da especificação do mesmo é a 
Resolução ANP n° 16 de 17 de junho de 2008. São pontos importantes desta Resolução, 
além da tabela de especificação: 
 
� Estabelecer a especificação do gás natural, nacional ou importado, a ser 
comercializado em todo o território nacional. 
 
� Empresas ou consórcios de empresas que exerçam as atividades de 
comercialização e transporte de gás natural no País, isto é, carregadores e 
transportadores bem como as empresas distribuidoras devem atender à 
especificação. 
 
 
� A Resolução aplica-se ao gás natural a ser utilizado como combustível para fins 
industriais, residenciais, comerciais, automotivos e de geração de energia. Para 
utilização como matéria-prima em processos químicos, a qualidade deverá 
ser objeto de acordo entre as partes. 
 
� O gás natural deverá ser odorado na distribuição, atendendo às exigências 
específicas de cada agência reguladora estadual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ENGENHARIA DE PETRÓLEO 
 
ENGENHARIA DE PETRÓLEO – GÁS NATURAL II – PROF. JOHNY CORRÊA 3 
 
2.1. TABELA DE ESPECIFICAÇÃO E OS CRITÉRIOS DE QUALIDADE 
A tabela abaixo se encontra no Regulamento Técnico ANP N° 02/2008, parte 
integrante da Resolução ANP n° 16 de 17 de junho de 2008. 
Quadro I: Tabela de especificação do Gás Natural (1) 
Observações: 
(1) O gás natural não deve conter traços visíveis de partículas sólidas ou líquidas. 
(2) Os limites especificados são valores referidos a 293,15K (20ºC) e 101,325kPa (1atm) em base seca, exceto os 
pontos de orvalho de hidrocarbonetos e de água. 
(3) Os limites para a região Norte se destinam às diversas aplicações exceto veicular e para esse uso específico 
devem ser atendidos os limites equivalentes à região Nordeste. 
(4) O poder calorífico de referência de substância pura empregado neste Regulamento Técnico encontra-se sob 
condições de temperatura e pressão equivalentes a 293,15K, 101,325 kPa, respectivamente em base seca. 
(5) O índice de Wobbe é calculado empregando o poder calorífico superior em base seca. Quando o método ASTM D 
3588 for aplicado para a obtenção do poder calorífico superior, o índice de Wobbe deverá ser determinado de acordo 
com a seguinte fórmula: 
 
onde: IW – índice de Wobbe 
 PCS – poder calorífico superior 
 d – densidade relativa 
(6) O número de metano deverá ser calculado de acordo com a última versão da norma ISSO 15403-1. Na versão ISO 
15403-1:2006 (E), considera-se o método GRI do Anexo D. Calcula-se inicialmente o Número de Octano Motor – MON 
a partir da equação linear empírica, função da composição dos componentes discriminados. Em seguida com o valor 
determinado para o MON calcula-se o número de metano ou NM a partir da correlação linear entre NM e MON. Tais 
equações vêm descritas abaixo: 
 
 
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ENGENHARIA DE PETRÓLEO – GÁS NATURAL II – PROF. JOHNY CORRÊA 4 
 
 
onde x é a fração molar dos componentes metano, etano, propano, butano, CO2 e N2. 
NM = 1,445 x (MON) – 103,42 
(7) Caso seja usado o método da norma ISO 6974, parte 5, o resultado da característica teor de oxigênio deverá ser 
preenchido com um traço (-). 
(8) É o somatório dos compostos de enxofre presentes no gás natural. Admite-se o limite máximo de 150 mg/m³ para o 
gás a ser introduzido no início da operação de redes novas ou então a trechos que em razão de manutenção venham a 
apresentar rápido decaimento no teor de odorante no início da retomada da operação. 
(9) Caso a determinação seja em teor de água, a mesma deve ser convertida para (ºC) conforme correlação da ISO 
18453. Quando os pontos de recepção e de entrega estiverem em regiões distintas, observar o valor mais crítico dessa 
característica na especificação. 
(10) Pode-se dispensar a determinação do ponto de orvalho de hidrocarbonetos – POH quando os teores de propano e 
de butanos e mais pesados forem ambos inferiores a 3 e 1,5 por cento molares respectivamente de acordo com o 
método NBR 14903 ou equivalente. Anotar nesse caso 'passa' no referido campo. Se um dos limites for superado, 
analisar o gás natural por cromatografia estendida para calcular o ponto de temperatura cricondentherm – PTC 
(definida como a máxima temperatura do envelope de fases) por meio de equações de estado conforme o método ISO 
23874. Caso o PTC seja inferior ao POH especificado em mais que 5ºC, reportar o POH como sendo esse valor. 
Quando o PTC não atender a esse requisito, determinar o POH pelo método ISO 6570. O POH corresponde à 
acumulação de condensado de 10 miligramas por metro cúbico de gás admitido ao ensaio. Quando os pontos de 
recepção e entrega estiverem em regiões distintas, observar o valor mais crítico dessa característica na especificação. 
(11) Aplicável ao gás natural importado exceto o gás natural liquefeito, determinado semestralmente. O carregador 
deverá disponibilizar o resultado para o distribuidor sempre que solicitado. 
 
 
 As características previstas nesta especificação definem o que se chama 
“requisitos mínimos de desempenho” e estão associadas a propriedades físico-químicas 
que garantem condições ao produto de se manter em um padrão de qualidade nas 
diversas etapas da cadeia sem afetar, principalmente, o consumidor final. Aspectos de 
segurança no armazenamento, manuseio e transporte também são considerados, além de 
redução de custos ao evitar problemasde bloqueios de linhas por entupimento, corrosão 
acentuada de linhas e equipamentos, entre outros. 
 Dentre os principais requisitos de desempenho que afetam a qualidade do gás 
natural, podemos citar: 
2.1.1. PODER CALORÍFICO 
A principal característica do gás natural é o seu poder calorífico que, 
normalmente, varia de 8500 a 12500 cal/ m3 (poder calorífico superior). A composição 
química do gás tem grande influência sobre esta característica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MAIOR A DENSIDADE
DO GÁS NATURAL
RESIDUAL
 MAIOR A PRESENÇA
DE ETANO
MAIOR NECESSIDADE
DE AR PARA SE TER
COMBUSTÃO COMPLETA
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2.1.2. FORMAÇÃO DE HIDRATOS E CONDENSADOS 
Como o gás natural é transferido através de gasodutos, a pressões bastante 
elevadas, é importante não conter água nem tampouco dióxido de carbono, para evitar a 
formação de hidratos ou gelo nos dutos. 
 • Hidratos: São compostos sólidos formados pela combinação física entre moléculas 
de água e certas moléculas do gás, na presença de água livre. Estes compostos, de 
estrutura cristalina, crescem bloqueando linhas, válvulas e equipamentos parcial ou 
totalmente. A composição do gás tem efeito fundamental na formação de hidratos. 
Metano, etano e gás sulfídrico são, por excelência, os componentes formadores de 
hidratos. Propano e butano formam hidratos instáveis e moléculas maiores, ao 
contrário, tendem a inibir sua formação. Além disso, hidrocarbonetos condensados 
ajudam a evitar acúmulo de hidratos pelo efeito de lavagem. Por essa razão, 
gasodutos bifásicos estão menos propensos à formação de hidratos do que gasodutos 
monofásicos. 
Assim, pode-se dizer que gases de alta densidade, isto é, contendo muitos 
hidrocarbonetos pesados tem menor tendência a formar hidratos enquanto gases 
contendo altos teores de H2S e CO2 apresentam maior tendência pois, estes 
contaminantes, são mais solúveis em água que a maioria dos hidrocarbonetos. A 
temperatura de formação de hidrato a uma certa pressão é função da composição do gás 
e existem métodos relativamente precisos de determinação desta temperatura. 
Injeção de inibidores 
A forma mais segura de se evitar a formação de hidratos é processar apenas gás 
seco, com seu ponto de orvalho especificado para as condições operacionais do sistema 
(ponto de orvalho abaixo da menor temperatura que o gás será submetido na unidade). 
Porém ocorrem muitas vezes desequilíbrios momentâneos na unidade que levam ao 
aumento do teor de água do gás e consequentemente, a possibilidade de formação de 
hidratos. Neste instante, a injeção de inibidores de forma preventiva pode evitar perdas 
de produção por paradas operacionais. 
O inibidor de hidratos tem a finalidade de se combinar com a água livre, 
diminuindo a temperatura em que o hidrato se forma. Deve ser injetado na corrente 
gasosa, antes que seja atingida a temperatura de formação de hidrato. O ponto de 
injeção deve ser tal que permita a maior dispersão possível no gás, com a utilização de 
bicos nebulizadores. 
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A eficiência do inibidor está relacionada a uma boa nebulização do líquido na 
massa gasosa, provocando uma maior homogeneização da mistura álcool-gás. Os bicos 
nebulizadores pulverizam o álcool, formando névoas, dispersando-se na massa gasosa e 
aumentando consequentemente o contato com a mesma. 
 
 
 
 
2.1.3. PONTO DE ORVALHO – DEW POINT 
A presença de hidrocarbonetos mais pesados do que o etano, definida pelo ponto 
de orvalho do hidrocarboneto, também deve ser evitado para não permitir a 
condensação de líquido que poderá bloquear os gasodutos. 
 • Ponto de Orvalho (Dew Point): temperatura a determinada pressão onde ocorre a 
formação de fase líquida no gás. 
 
Acerto do Ponto de Orvalho: 
O controle ou acerto de Dew point não tem por objetivo a recuperação das 
frações pesadas do gás, mas procura somente evitar a condensação destas frações 
pesadas nos dutos de transporte. O processo mais utilizado para este fim é a 
refrigeração, porém a absorção com ou sem refrigeração também pode ser usada. 
 O processo por refrigeração consiste simplesmente no resfriamento do gás até 
uma temperatura T com consequente formação de condensado que sofre então uma 
estabilização, conforme descrito na seção anterior. 
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O gás resultante é ainda suficientemente rico para ser processado em uma 
UPGN. A temperatura T deverá ser tal que a curva de pontos de orvalho do gás 
resultante não atinja, em toda a faixa de pressões de escoamento, a menor temperatura a 
que o gás será submetido a resfriamento em uma dada pressão. 
 
2.1.4. CORROSIVIDADE 
O gás natural, bem como seus produtos de combustão, não deverá ser corrosivo 
para os materiais com que ele tem contato. Deverá ser verificados o teor de sulfeto de 
hidrogênio e o enxofre total. 
O Gás Natural tal como é produzido pode conter contaminantes classificados 
segundo dois tipos básicos: inertes e gases ácidos. Os inertes, sempre presentes no gás, 
são o nitrogênio e o vapor d’água. Os gases ácidos, assim chamados por formarem uma 
solução de características ácidas quando na presença de água livre, englobam o gás 
carbônico (CO2) e os compostos de enxofre, a saber: gás sulfídrico (H2S), mercaptans , 
sulfeto de carbonila (COS) e dissulfeto de carbono (CS2). 
 
 
 
 
 
 
O tratamento do gás, ou condicionamento, visando apenas à remoção de 
compostos de enxofre denomina-se dessulfurização; quando se visa a remoção de gases 
ácidos usa-se o nome genérico de adoçamento. 
 
 
 
2.1.5. ÍNDICE DE WOBBE 
O Índice de Wobbe é obtido através de relações entre o poder calorífico superior 
e a raiz quadrada da densidade do gás com a densidade do ar pela seguinte fórmula: 
 
D
PCSW =
 
 
 COMPOSTOS
SULFURADOS NO
GNR
POLUIÇÃO E CORROSIVIDADE
ANTES (H2S) E APÓS QUEIMA
(S02, SO3)
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O índice de Wobbe mede a quantidade de energia disponibilizada em um 
sistema de combustão através de um orifício injetor. 
Dois gases que apresentem composições distintas, mas com o mesmo índice de 
Wobbe disponibilizarão à mesma quantidade de energia através de um orifício injetor à 
mesma pressão. 
Obs.: Em um venturi, onde a relação ar / combustível é mantida constante, a vazão da 
energia é proporcional ao Índice Wobbe. Desse modo o IW permite prever o 
desempenho de um gás em um dado motor. 
 
Índice de Wobbe de combustíveis gasosos, em kcal/m3 
 
 
 
 
2.1.6. RIQUEZA DO GÁS NATURAL 
Um conceito muito utilizado no processamento de gás é o índice de riqueza do 
gás (IRG) definido como sendo a quantidade de líquido, previamente estabelecida como 
C3+ (propano e mais pesados), que pode ser obtida através do processamento. 
É comum também expressar a riqueza do gás unicamente em termos de 
porcentagem molar e nesse caso ela consiste da soma das porcentagens de todos os 
componentes a partir do propano inclusive. De acordo com este critério, de mais fácil 
utilização que o anterior, um gás é considerado rico se apresenta riqueza superior a 7%. 
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CADEIA PRODUTIVA DO GÁS NATURAL 
 
1. DESCRIÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA 
 
O gás natural, na estruturação de sua rede, é formado pelos equipamentosque 
possibilitam sua produção, pelas unidades de processamento, rede de transporte e 
distribuição, além dos aspectos relacionados à possibilidade de acesso, à precisão e 
certeza do serviço e à qualidade do produto. 
Um dos maiores desafios para a regulação na indústria do gás é a atividade de 
transporte. É característico da atividade regulatória garantir a aplicação legal da 
igualdade de oportunidades e direitos a todos os componentes da indústria de maneira 
isonômica e impessoal. Os proprietários das instalações de transporte dutoviário, 
normalmente com interesses próprios e desassociados dos interesses dos demais 
carregadores, utilizam-se de seu poder enquanto acionistas da empresa transportadora 
para dificultar o acesso ao concorrente. Isso fortalecerá consequentemente sua posição 
estratégica competitiva, mas estará privando o concorrente de exercer sua atividade. 
 
CADEIA PRODUTIVA DO GÁS NATURAL 
 
 
Fonte: Walmir, 2008 
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1.1. AGENTES ENVOLVIDOS NA CADEIA PRODUTIVA 
 
 A Lei n°. 11909 de 04 de março de 2009, conhecida como Lei do Gás, descreve 
e define juridicamente os diversos integrantes da cadeia produtiva do gás natural: 
 
1. Agentes da Indústria do Gás Natural: agentes que atuam nas atividades de 
exploração, desenvolvimento, produção, importação, exportação, processamento, 
tratamento, transporte, carregamento, estocagem, acondicionamento, liquefação, 
regaseificação, distribuição e comercialização de gás natural. 
 
2. Comercialização de Gás Natural: atividade de compra e venda de gás natural, 
realizada por meio da celebração de contratos negociados entre as partes e registrados 
na ANP, ressalvado o disposto no § 2º do art. 25 da Constituição Federal; 
 
3. Carregador: agente que utilize ou pretenda utilizar o serviço de movimentação de 
gás natural em gasoduto de transporte, mediante autorização da Agência Nacional do 
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP; 
 
4. Transportador: empresa autorizada ou concessionária da atividade de transporte de 
gás natural por meio de duto; 
 
5. Ponto de Entrega: ponto nos gasodutos de transporte no qual o gás natural é 
entregue pelo transportador ao carregador ou a quem este venha a indicar; 
 
6. Ponto de Recebimento: ponto nos gasodutos de transporte no qual o gás natural é 
entregue ao transportador pelo carregador ou por quem este venha a indicar; 
 
7. Gasoduto de Transferência: duto destinado à movimentação de gás natural, 
considerado de interesse específico e exclusivo de seu proprietário, iniciando e 
terminando em suas próprias instalações de produção, coleta, transferência, estocagem e 
processamento de gás natural; 
 
8. Gasoduto de Transporte: gasoduto que realize movimentação de gás natural desde 
instalações de processamento, estocagem ou outros gasodutos de transporte até 
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instalações de estocagem, outros gasodutos de transporte e pontos de entrega a 
concessionários estaduais de distribuição de gás natural, ressalvados os casos previstos 
nos incisos XVII e XIX do caput deste artigo, incluindo estações de compressão, de 
medição, de redução de pressão e de entrega, respeitando-se o disposto no § 2º do art. 
25 da Constituição Federal; 
 
9. Gasoduto de Escoamento da Produção: dutos integrantes das instalações de 
produção, destinados à movimentação de gás natural desde os poços produtores até 
instalações de processamento e tratamento ou unidades de liquefação; 
 
OBS.: 
1. O § 2º do art. 25 da Constituição Federal assim descreve: “Cabe aos Estados explorar 
diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da 
lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.” 
2. O consumidor livre, o autoprodutor ou o auto-importador cujas necessidades de 
movimentação de gás natural não possam ser atendidas pela distribuidora estadual 
poderão construir e implantar, diretamente, instalações e dutos para o seu uso 
específico, mediante celebração de contrato que atribua à distribuidora estadual a sua 
operação e manutenção, devendo as instalações e dutos ser incorporados ao patrimônio 
estadual mediante declaração de utilidade pública e justa e prévia indenização, quando 
de sua total utilização. 
3. Qualquer empresa ou consórcio de empresas, desde que constituídos sob as leis 
brasileiras, com sede e administração no País, poderão receber autorização do 
Ministério de Minas e Energia para exercer as atividades de importação e exportação 
de gás natural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Agentes envolvidos na cadeia produtiva do gás natural: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2. ETAPA DE DISTRIBUIÇÃO 
 Como já mencionado no § 2º do art. 25 da Constituição Federal, a distribuição 
de gás canalizado é atividade exclusiva dos Estados, conforme descrito : 
“Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços 
locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida 
provisória para a sua regulamentação.” 
 
A integração, baseando-se em uma convivência harmoniosa, dos vários agentes 
e elos da cadeia produtiva (produção, transporte e distribuição do gás natural) é 
assegurada por um conjunto de Portarias, Decretos, Resoluções e Normas, com o 
objetivo e meta de incentivar o livre desempenho da indústria e de cada participante em 
 
PRODUÇÃO 
PRODUTOR TRANSPORTADOR 
DISTRIBUIDOR 
PROCESSADOR 
CONSUMIDOR FINAL 
 
dutos de transferência 
dutos de transporte 
CARREGADOR 
 
Produção 
 
Produção 
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ENGENHARIA DE PETRÓLEO – GÁS NATURAL II – PROF. JOHNY CORRÊA 13 
 
particular. Também devem ser assegurados modicidade tarifaria (tarefa acessível a 
todos) e oferta de gás natural a um maior número de consumidores, sem prejuízo de 
lucratividades compatíveis aos investimentos realizados. 
No âmbito dos Estados, os contratos estabelecidos e celebrados devem ser 
sustentados em um arcabouço regulatório que visa assegurar a convivência harmônica 
entre os agentes da cadeia. Dentro deste processo, salienta-se a obrigação da 
concessionária em implementar novas instalações e ampliar/modificar as existentes, de 
modo a garantir o atendimento da atual e futura demanda de seu mercado; para os 
usuários deve-se garantir a prestação de serviço adequado, liberdade de escolha e a 
possibilidade de comunicação de irregularidades no serviço prestado. 
 
 
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Importantes agentes na cadeia produtiva do gás natural, os carregadores e 
transportadores já eram conhecidos no setor de gás do Brasil. Porém, essa separação não 
é tão evidente. Pelo modelo atualmente estruturado, a infraestrutura será operada 
pelos transportadores. Já os carregadores serão responsáveis pela compra da 
capacidade disponível nos dutos, intermediando a relação entre os produtores de 
gás e os consumidores. Não houve impedimento que a mesma empresa exerça as duas 
atividades. 
E
S
T
A
D
O
S 
 
 
A
N
P 
 
City Gate 
PRODUÇÃO IMPORTAÇÃO 
TRANSPORTE 
CONSUMIDORES 
DISTRIBUIÇÃO 
 
 
Q
U
A
L 
I
D
A
D
E 
 
 
D
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P
R
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D
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T
O 
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ENGENHARIA DE PETRÓLEOENGENHARIA DE PETRÓLEO – GÁS NATURAL II – PROF. JOHNY CORRÊA 15 
 
Um exemplo da estruturação que se detalhou no parágrafo anterior seria o caso 
das relações comerciais que norteiam a comercialização do Gás Natural Liquefeito 
(GNL). A proprietária de todos os ativos que compreendem estes projetos é a 
Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG), subsidiária integral da Petrobras Gás 
S.A. (Gaspetro), e a empresa carregadora é a Petrobras, sendo responsável pela 
aquisição de GNL no mercado internacional e pelo afretamento dos navios-cisterna 
junto à empresa Golar LNG Ltda. A Petrobras Transporte S.A. (Transpetro), por sua 
vez, prestará serviços de operação e manutenção à TAG, mediante a assinatura de 
um Contrato com esta transportadora. 
No Brasil, a organização da distribuição de gás natural canalizado é de 
competência dos governos estaduais, conforme previsto pela Constituição Federal. 
Existem 27 distribuidoras, que representam, na maioria dos casos, apenas uma 
distribuidora por Estado, conforme mostra o mapa abaixo. Os estados do Acre, Roraima 
e Tocantins ainda não possuem distribuidoras. 
 
 
FONTE: ABEGAS 
 
 
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ENGENHARIA DE PETRÓLEO 
 
ENGENHARIA DE PETRÓLEO – GÁS NATURAL II – PROF. JOHNY CORRÊA 16 
 
 
 
 
 
FONTE: ABEGAS/ 2017 
 
 
 
 
 
 
 
2. CITY-GATE 
 
City-Gate é o ponto de acesso do gás natural a uma cidade ou grande cliente, 
local onde ocorre a transferência de titularidade do gás. Tecnicamente, são estações de 
Distribuição, Medição e Redução de Pressão. 
Como o gás natural é mantido sobre uma pressão consideravelmente elevada, 
antes da sua utilização pelos consumidores industriais, comerciais, residenciais ou até 
mesmo os pontos que abastecem carros com GNV, é necessário reduzir a pressão. 
Esta regulagem de pressão é feita no city-gate, um conjunto de equipamentos e 
válvulas que é exatamente o ponto de entrega ou de transferência do gás, onde o mesmo 
passa de uma linha principal de transmissão para um sistema de distribuição local. 
 
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Foto 1 
 
 
 
 
 
 
Foto 2 
 
 
 
 
 
 
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3. GASODUTOS DE TRANSPORTE 
 
Fonte: Texto retirado do sítio da ANP (http://www.anp.gov.br/wwwanp/movimentacao-estocagem-e-
comercializacao-de-gas-natural/transporte-de-gas-natural/gasodutos-de-transporte) 
 
Os gasodutos de transporte se caracterizam como infraestruturas para 
movimentação de gás natural desde instalações de processamento, estocagem ou outros 
gasodutos de transporte até instalações de estocagem, outros gasodutos de transporte e 
pontos de entrega a concessionários estaduais de distribuição de gás natural. 
A infraestrutura dutoviária de transporte de gás natural é composta, além dos 
gasodutos em si, por instalações necessárias à segurança, proteção e operação do 
gasoduto, compreendendo, mas não se limitando, as seguintes: pontos de recebimento, 
pontos de entrega, estações de interconexão, estações de compressão, dentre outras. 
 
 
Foto 3 – Cartograma gasodutos no Brasil – Fonte: ANP (http://www.anp.gov.br/wwwanp/movimentacao-
estocagem-e-comercializacao-de-gas-natural/transporte-de-gas-natural/gasodutos-de-transporte) 
 
 
 
 
 
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Bibliografia 
 
1. Vaz, Célio Eduardo Martins; Ponce, Maia João Luiz; Santos, Walmir Gomes dos. 
Tecnologia da Indústria do Gás Natural, Editora Blucher. 
 
2. Sítio da ANP. http://www.anp.gov.br 
 
3. Sítio da ABEGAS. Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás 
Canalizado. http://www.abegas.org.br/

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