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TRABALHO SOBRE A SAUDE DO TRABALHADOR

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INTRODUÇÃO
	A construção Civil é um dos ramos de atividade com maior incidência de acidente de trabalho. O setor é marcado pela precarização das relações de trabalho, representada pela terceirização, fragilidade dos vínculos de emprego, baixos salários, grande rotatividade da mão de obra, a maioria oriunda da zona rural, com baixa escolaridade. O trabalho realiza-se em períodos curtos, de modo itinerante, o que dificulta a implantação de medidas preventivas e ações de vigilância em saúde.
	No Brasil há uma grande massa de trabalhadores em situação de informalidade das relações contratuais, o que gera uma tendência a elevar-se a subnotificação acidentária, já importante no país (Rigotto, 1998). Essa situação, acrescida do fato de a população ser formada ainda por uma grande parcela de pessoas desconhecedoras de seus direitos, faz com que os trabalhadores acabem admitindo a culpa pelos AT, não chegando a procurar atendimento à saúde ou, quando o fazem, omitem o seu problema de saúde como sendo relacionado ao trabalho.
	Outro fator que coopera para a precarização da vida do obreiro está no fato de que ele muitas vezes se recusa a utilizar o Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que evitaria muitas lesões ocupacionais. Para forçar os trabalhadores brasileiros a utilizar os itens assecuratórios há uma gama de legislações que caso o trabalhador não utilize o dispositivo, o empregador que é multado, acrescendo a responsabilidade ao trabalhador de vigiar a correta utilização, pois muitas vezes os próprios trabalhadores acham incômodo e não querem utilizar. 
O DESENVOLVIMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
A atividade da construção civil é considerada uma das primeiras ocupações a serem executadas pelos homens. Nas civilizações antigas esta atividade estava relacionada com o surgimento das primeiras sociedades que instalavam em um território e procuravam as melhores condições para a sobrevivência. Sendo assim: 
A construção é sem dúvida uma das atividades humanas mais antigas e importantes para o progresso das civilizações. As edificações ao longo do desenvolvimento humano foram utilizadas para transformar a natureza de forma a atender aos propósitos humanos referentes a abrigo, locomoção, produção, diversão e outros (FABRICIO, 2002, p. 2).
A Construção Civil pode ser entendida como atividade produtiva da construção que envolve a instalação, reparação, equipamentos e edificações de acordo com a demanda a ser realizada. O Código 45 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do IBGE relacionam as atividades da construção civil como as atividades de preparação do terreno, as obras de edificações e de engenharia civil, as instalações de materiais e equipamentos necessários ao funcionamento dos imóveis e as obras de acabamento, contemplando tanto as construções novas, como as grandes reformas, as restaurações de imóveis e a manutenção corrente. 
Nos últimos anos, esta atividade vem ocupando uma ampla participação no Produto Interno Bruto. Vem acarretando várias mudanças e tendências de crescimento para o setor industrial. Pois é uma prioridade na alocação dos recursos escassos da economia e fortalecimento do setor social devido haver uma forte geração de empregos. (OLIVEIRA, 2012).
Sendo assim, construção civil no Brasil, tem contribuído para a o fortalecimento da economia devido a incentivos estatais e privados, o que favorece os investimentos no setor e se fixa como uma atividade rentável. Os investimentos repercutem em um desenvolvimento regional, na geração de empregos e nas mudanças para a economia, ou seja, uma elevação do PIB. O gráfico abaixo evidencia tal desenvolvimento. 
ACIDENTES NO CANTEIRO DE OBRAS/ DESENVOLVIMENTO COM RETROCESOS 
O setor da construção civil cresce em ritmo acelerado, os lucros ocasionados pela alta da produtividade mostra que o ramo está aquecido. Porém, para que todo este crescimento possa continuar é necessário o emprenho e a formação dos operários do canteiro de obra. Porém a realidade se mostra frágil considerando o número de acidentes nestes locais de trabalho.  No Brasil, em 1995, ocorreram, no setor, 3381 Acidentes de Trabalho (AT) com 437 óbitos; em 2000, houve 3.094 AT, sendo 10,5% na ICC (Brasil, 2001); em julho de 2001, registraram-se 12,5 afastamentos por mil empregados. Como se vê, a Indústria da Construção Civil (ICC) perdeu apenas para a indústria pesada, com a marca de 13,4 (Brasil, 2002).
Com o objetivo de reduzir os acidentes e entraves decorrentes aos afastamentos, o planejamento de implantação de sistemas de saúde e segurança nos canteiros de obras estão estimados em 1,5 a 2,5 % sobre o seu valor total (Catep, 2003). Os empregados da ICC apresentam instabilidade empregatícia; em épocas de crescimento do setor, são recrutados da zona rural ou de estados mais pobres sem nenhum treinamento específico e, portanto, sem qualificação profissional (Barros Júnior et al., 1990). A baixa qualificação, a elevada rotatividade e o reduzido investimento por parte das empresas em treinamento e desenvolvimento costumam ser algo característico dessa indústria (Andrade e Bastos, 1999).
O PERFIL DO TRABALHADOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
O maior campo de trabalho para as camadas pobres da população se encontra na construção civil. Na sua grande maioria do sexo masculino e com formação básica, o que torna a profissão de alto risco, liderando as taxas de acidentes. 
 A principal causa ocupacional de morte na construção civil situam-se os acidentes de trabalho. Dentre outras enfermidades de risco elevado entre esses trabalhadores, encontram-se os sintomas músculo-esqueléticos, dermatites, intoxica- ções por chumbo e exposição a asbestos . As razões apontadas para a ocorrência destes problemas de saúde na construção civil são o grande número de riscos ocupacionais, como o trabalho em grandes alturas, o manejo de máquinas, equipamentos e ferramentas pérfuro-cortantes, instalações elétricas, uso de veículos automotores , posturas antiergonômicas como a elevação de objetos pesados , além de estresse devido a transitoriedade e a alta rotatividade .
Associado a isso, as altas taxas de rotatividade e o número de trabalhadores informais engrossam a realidade dos trabalhadores com doenças ocupacionais.
Atualmente, as empresas buscam a descentralização das atividades e a descontinuidade do processo produtivo, a medida que os serviços são terceirizados e que o trabalhador não tem o entendimento de todo o processo de produção, participando apenas de uma parte ou setor. Uma forma de reduzir os custos de produção, é o sistema de contratação de empresas( conhecidas como empreiteiras) especializadas em etapas diferentes da obra(fundação, estrutura, alvenaria, acabamento). Esta forma de serviço remete ao regime taylorista , baseado na cisão entre concepção e execução. Desta forma, a empresa dona do investimento contrata as empreiteiras como intermediária entre o projeto e a execução, se abstendo de todas as responsabilidades sobre o trabalhador, principalmente na ocorrência de acidentes de trabalho.
DOENÇAS MAIS COMUNS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
	Os profissionais que atuam na construção civil estão sujeitos a uma série de doenças diretamente relacionadas ao seu trabalho. Muitas delas podem incapacitar a pessoa temporariamente e, em casos mais graves, impedir para sempre o profissional de exercer suas funções. Algumas delas são:
Ouvidos - Pair (Perda auditiva induzida por ruído)
	Problema difícil de ser detectado, a perda de audição pode afetar todos os trabalhadores que ficam expostos a ruídos superiores a 85 decibéis por um período de oito horas por dia. Para se ter uma ideia, 85 decibéis equivalem aproximadamente ao barulho gerado por um liquidificador em funcionamento. É comum o trabalhador só perceber que sua audição está comprometida quando já perdeu cerca de 50% da capacidade auditiva e não consegue ouvir com perfeição a voz humana.
Causas: exposição prolongada a ruídos altos.
Sintomas: dificuldades de audição.Como prevenir: usar protetores auriculares. O construtor pode contribuir para evitar esse problema com o uso de máquinas menos ruidosas e isolando o ruído de máquinas que não podem ser substituídas.
Olhos - Conjuntivite por radiação
	Esta é a doença mais comum causada pela radiação ultravioleta ou infravermelha. Caracteriza-se por ardor e vermelhidão nos olhos, que surgem após algumas horas de trabalho sem proteção. Profissionais que trabalham com soldas (soldadores e ajudantes) são mais vulneráveis a esse tipo de doença. A conjuntivite por radiação pode ser provocada também pela exposição excessiva ao sol.
Causas: exposição a fontes de luz ultravioleta (como a do sol ou de soldas) ou infravermelha (como as de fornos).
Sintomas: vermelhidão e ardor nos olhos.
Como prevenir: usar óculos protetores.
Costas - Lombalgia
	A famosa dor nas costas é uma das grandes causas de incapacidade no trabalho. Caracteriza-se por dor persistente na área lombar (região mais baixa da coluna vertebral, na altura da cintura) que pode até comprometer a mobilidade da região. Muitas vezes acompanha algum grau de contratura muscular.
Causas: carregamento de peso de forma inadequada.
Sintomas: dores na musculatura vertebral, musculatura endurecida.
Como prevenir: evitar carregar peso em excesso, utilizar equipamento de transporte para cargas pesadas.
Braços - DORT (Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho)�
	Cada vez mais frequentes em diferentes profissões, as lesões por esforço repetitivo são um conjunto de doenças entre as quais estão a tendinite, a bursite e a tenossinovite. Apresentam-se como um processo inflamatório doloroso provocado por movimentos manuais repetitivos, sobrecarga muscular e posturas inadequadas durante longos períodos. Geralmente atingem os membros superiores do corpo.
Causas: execução constante de movimentos repetitivos por longos períodos.
Sintomas: dores, sensação de formigamento e fisgadas, fadiga muscular e perda de força.
Como prevenir: fazer pausas regulares e alongamentos. A empresa deve fornecer equipamentos adequados para cada atividade.
Braços e pernas - Reumatismo
	Grupo de doenças que provocam dor ou impedem o funcionamento de articulações, músculos, tendões ou ossos. Provavelmente, as mais conhecidas são a artrite reumatóide e a artrose, ou osteoartrose, que afetam cartilagens e articulações e provocam dor, deformação e limitação de movimentos.
Causas: exposição à umidade excessiva, esforços excessivos.
Sintomas: dores nas articulações.
Como prevenir: usar botas de borracha e roupas feitas de material impermeável.
Pulmões - Pneumoconioses
	O termo pneumoconiose se aplica a um grupo de doenças que se originam com o acesso de poeira aos pulmões. Entre os trabalhadores da construção civil, as poeiras mais perigosas são as de sílica, produzidas em marmorarias e em limpeza por jateamento de areia a seco, por exemplo, e amianto (asbesto), encontrados em alguns modelos de telhas de fibrocimento.
Causas: inalação de partículas (sílica ou amianto).
Sintomas: falta de ar e tosse, causadas por alterações nos pulmões.
Como prevenir: usar máscaras; evitar o uso de produtos com amianto; no trabalho com mármore, adequar a ferramenta ao corte úmido.
Orgãos internos - Intoxicação química
	Doença provocada pela exposição a componentes químicos agressivos por inalação ou contato direto com a substância. Isso pode acontecer, por exemplo, durante serviços de pintura e de impermeabilização, entre outros. Dependendo da substância e do grau de intoxicação, pode haver risco de asfixia por deficiência de oxigênio.
Causas: exposição prolongada a tintas, solventes e outros componentes químicos.
Sintomas: fraqueza, náusea.
Como prevenir: seguir a orientação de uso dos produtos indicada pelo fabricante; usar máscara.
Órgãos internos - Doenças causadas por vírus e bactérias
	O trabalho em locais com pouca higiene, ou mesmo em ambientes insalubres, como em redes de esgoto, contribui para a proliferação de doenças transmitidas por bactérias ou vírus, caso da leptospirose e das hepatites virais.
Causas: contato com bactérias e vírus em ambientes de trabalho insalubres, como em redes de esgoto.
Sintomas: depende do micróbio contraído, pode ir desde mal-estar até febre alta.
Como prevenir: usar máscara e demais equipamentos de proteção.
Pele - Dermatite de contato
	Inflamação da pele resultante do contato direto com substâncias que causam reação alérgica ou inflamatória. Ocorre mais comumente nas mãos, braços e face. Pode aparecer quando a pessoa tem contato com uma substância irritante pela primeira vez ou após exposição à substância agressora por longo período.
Causas: a doença pode ser desencadeada por substâncias presentes em solventes, tintas, resinas,ácido clorídrico e ácido sulfúrico. Mas a causa mais comum é o contato com cimento ou cal.
Sintomas: coceira na pele e formação de bolhas que podem estourar, formando crostas e descamações. Se a pele não for tratada, poderá escurecer, ficando grossa e rachada. 
Como prevenir: usar luvas, botas e demais equipamentos de proteção para evitar contato direto com as substâncias perigosas.
Pele - Insolação e queimadura solar
	A exposição excessiva ao sol pode provocar problemas sérios à saúde do trabalhador. A insolação, que pode levar à desidratação, é a mais grave delas. Serviços realizados ao ar livre, como execução de lajes e telhados, merecem cuidado especial. Em dias de sol intenso deve-se evitar a exposição por muitas horas seguidas.
Causas: exposição prolongada aos raios solares ou outras fontes de calor.
Sintomas: bolhas, vermelhidão e queimaduras na pele. Em alguns casos, a insolação pode provocar tontura, falta de ar, náuseas, dor de cabeça.
Como prevenir: usar capacete e beber bastante líquido (não alcoólico). O uso de filtro solar e de óculos escuros com proteção UV também é recomendado.
NORMAS SOBRE A SAÚDE DO TRABALHADOR NA CONSTRUÇÃO CIVIL
	As Normas Regulamentadoras (NR) objetivam proteger os trabalhadores – o que inclui os que atuam na construção civil – de riscos à segurança e saúde na prática de suas atividades. Suas disposições devem ser cumpridas por todas as empresas que possuam empregados regidos pela Trabalho (CLT). As 36 Normas Regulamentadoras podem ser conferidas na íntegra, no site do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
	Portanto, um gestor de projetos de construção civil precisa priorizar a segurança do trabalhador. A empresa contratante deve fazer parte de um sistema de gestão certificado pela ISO. Entre os modelos disponíveis, o mais recente é o Sistema de Gestão Integrado ou SGI. Ao associar os diversos subsistemas de gestão, como meio ambiente, saúde e segurança, o SGI oferece uma visão da empresa unificada. Tudo aquilo que estiver relacionado ao armazenamento de materiais de construção civil, por exemplo, seguirá normas precisas, a fim de evitar acidentes, diminuir custos e atender com excelência às demandas dos clientes.
1º Uso obrigatório do EPI (equipamento de proteção individual)
	Trata-se da regra de segurança mais básica da indústria de construção civil. O EPI, que deve ser fornecido gratuitamente pelo empregador, é todo equipamento destinado a proteger a integridade física do trabalhador. Além de estar em perfeito estado de conservação e funcionamento, o equipamento de proteção individual deve ter Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
	Como dito anteriormente o fornecimento de EPI é de responsabilidade do empregador e sua utilização é de igual modo responsabilidade do empregador sob pena de multa. Neste caso, quando o trabalhador decide não usar o EPI ou tendo sido treinado, usar incorretamente, poderá ser demitido por justa causa, devido ao chamado Ato de indisciplina ou de insubordinação que se caracteriza como a desobediência a uma ordem específica, verbal ou escrita, constitui ato típico de insubordinação; a desobediência a uma norma genérica constituiato típico de indisciplina.
Capacete
	Importante destacar que o capacete deve ser utilizado sempre que houver risco de queda de objeto na cabeça do trabalhador ou ainda a queda do próprio trabalhador, sendo que neste caso, a colocação de alça jugular, prendendo o capacete à cabeça, é obrigatória a fim de evitar queda do equipamento. A alça jugular também deve estar atada em locais com muito vento. A viseira deve ser sempre para frente e ainda o trabalhador não pode usar bones, gorros, nada entre o capacete e sua cabeça, hábito muito comum na construção civil. Estes itens retiram a eficácia do próprio capacete. 
Óculos/protetor facial
	Seu objetivo é proteger o trabalhador de partículas que possam atingir seus olhos e face. Impactos, respingos químicos, luminosidade intensa, radiação e poeira quando entram em contato com a face, estes elementos podem causar diversos danos à saúde e segurança do trabalhador. Por isso, EPIs de proteção facial são essenciais para proteger o rosto de quem trabalha em ambientes que oferecem este tipo de risco. 
	Cada tipo de trabalho — e risco associado a ele — tem necessidades e características próprias, demandando um tipo diferente de equipamento. Para proteger os olhos, por exemplo, há máscaras com proteção lateral, óculos de proteção rígidos ou flexíveis, e protetores faciais.
	Indicados especialmente para madeireiras, serralherias e na apicultura, os protetores faciais ainda podem ter características próprias para utilização em situações específicas, como altas temperaturas. Estes modelos costumam ser indicados para trabalhos relacionados à soldagem e eletricidade.
	Entre as opções de óculos, existem modelos especiais para proteger contra luminosidade intensa, radiação ultravioleta, radiação infravermelha e respingos de produtos químicos. Estes óculos são utilizados durante a execução de esmerilhamentos, cortes e outros tipos de trabalho que geram partículas sólidas e fagulhas.
Protetor auricular
	Deve ser usado na ocasião em que colaborador executar tarefa ou estiver em ambiente cujo nível de ruído esteja acima do limite de tolerância definido pela NR 15 (85 decibéis para oito horas de trabalho). Na construção civil, a norma prevê obrigatoriedade de utilização do tipo concha. Por outro lado, a precaução é sempre recomendada, pois ao ultrapassar a marca de 50 decibéis já pode haver dano à audição. Dessa forma, é fundamental que gestores e trabalhadores estejam atentos a necessidade de usar o equipamento.
2º Áreas de vivência
	O objetivo é garantir que o canteiro de obras ofereça condições dignas para o trabalhador, especialmente em relação às instalações sanitárias. Para isso, elas devem atender adequadamente ao número de trabalhadores presentes, além de serem mantidas limpas durante toda a jornada de trabalho.
Vasos sanitários
	Um para cada 20 trabalhadores. Do tipo tradicional preferencialmente. O local destinado ao vaso deve garantir a privacidade ao dispor de porta com trinco.
Chuveiros
	Um para cada dez trabalhadores. Precisam dispor de água quente.
Vestiário
	Obrigatório em todo canteiro de obras para troca de roupa dos trabalhadores não residentes no local. Não pode haver ligação direta com o local destinado às refeições. O vestiário deve ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado e bancos para auxiliar na troca de roupas.
Local de refeições
	Necessariamente coberto, arejado e sem comunicação direta com as instalações sanitárias. Deve ter ainda mesas de tampo liso e lavável, além de contar com número suficiente de assentos para atender aos usuários.
 Água potável
	O fornecimento de água potável, filtrada e fresca deve ser garantido. A norma determina que bebedouros de jato inclinado sejam instalados. Caso não seja possível instalá-los, autoriza a disponibilização de garrafões hermeticamente fechados. O uso de copos coletivos é proibido.
3º Andaimes
	Devem contar com pisos dotados de forração completa e precisam estar rigidamente fixados à estrutura da edificação. A norma proíbe a utilização de tábuas improvisadas, prática perigosa empregada em algumas obras. Também não autoriza o uso de escadas sobre andaimes para atingir locais mais altos.
4º Treinamento de seis horas
	Os trabalhadores da construção civil devem receber treinamento admissional e periódico como forma de garantir a execução das atividades com segurança. Nesse processo e fora dele, durante o dia a dia, a linguagem adotada, com destaque para as palavras escolhidas nas interações, determina o engajamento ou não dos colaboradores para que o ambiente seguro seja de fato garantido.
5º CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes)
	Empresas com mais de 20 empregados deverão constituir CIPA. Para aquelas com menos de 20, basta empregado designado a responder pela prevenção de acidentes. O gestor de construção civil tem que ser precavido ao observar o canteiro de obras com a preocupação de reduzir ao máximo os riscos à saúde e segurança do trabalhador.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
	No contexto europeu do século XIX em que a psicologia se constituiu como uma disciplina independente o trabalho ocupava uma posição central como categoria de análise. São exemplos: no final do século anterior, Adam Smith publicava, em 1776, a obra “A riqueza das Nações” em que o promovia como fonte de todas as abundâncias; em 1836, Thonsen propunha a divisão da pré-história com base nos materiais utilizados na fabricação de utensílios; Leão XIII, em 1891, publicava a primeira encíclica dedicada ao tema trabalho. 
	São também expressões da importância conferida ao trabalho neste período histórico as concepções de Hegel e Marx. Em Hegel (1985), o homem, mediante o trabalho, transforma o mundo ao mesmo tempo em que se transforma a si mesmo, humanizando-se. Na concepção de Marx (1983), o trabalho se apresenta como condição básica para a emancipação humana e como atividade fundamental e responsável pelo processo de hominização.
	A inserção da psicologia no campo da saúde do trabalhador lhe abre um conjunto variado de possibilidades de atuação, entre essas, o estabelecimento do nexo causal entre o trabalho e o adoecimento mental. O reconhecimento deste vínculo permeia os diferentes campos de atuação da psicologia e implica uma compreensão do humano que dá conta de suas várias dimensões. 
	A Portaria 1339/99 (Ministério da Saúde, 1999) apresenta os princípios norteadores utilizados no Brasil para o diagnóstico das doenças relacionadas ao trabalho e tem um capítulo dedicado aos chamados “transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho”. Segundo o Manual do Ministério da Saúde (2001) que toma como referência tal portaria e o Decreto 3048/99 (Ministério da Previdência e Assistência Social, 1999) com suas alterações, o estabelecimento do nexo causal entre a doença e a atividade atual ou pregressa do trabalhador representa o ponto de partida para o diagnóstico e a terapêutica corretas, para as ações de vigilância e para o registro das informações. 
As doenças relacionadas ao trabalho se distribuem entre os grupos I, II e III, segundo a classificação de Schilling, adotada no Brasil. No primeiro grupo, em que o trabalho aparece como causa necessária, estariam as doenças legalmente reconhecidas. No grupo II, o trabalho aparece como fator contributivo mas não necessário e, no grupo III, o trabalho é considerado um provocador de um distúrbio latente ou agravador de doença já estabelecida (Ministério da Saúde, 2001). Nos grupos II e III estão aquelas doenças não definidas a priori como resultantes do trabalho, mas que podem ser causadas por este. Nesses casos impõe-se a necessidade de laudo técnico que estabeleça os nexos causais.
Os estudos epidemiológicos, inclusive os realizados no Brasil pelo Laboratório de Psicologia do Trabalho da Universidade de Brasília, fornecem fundamentos de relevância para justificar o nexo causal, em especial, para justificar a inclusão no grupo II. É o caso da síndrome de burn-outem educadores, resultado de pesquisa realizada com 52.000 professores das redes estaduais de vários estados do Brasil (Codo, 1999). Ainda, dentro de uma abordagem epidemiológica, cabe citar a pesquisa realizada por Lima (2004) em instituições psiquiátricas de Barbacena. Nessa pesquisa a autora apresenta análises probabilísticas de transtornos mentais pelo abuso de álcool em determinadas categorias profissionais, entre outras análises estatisticamente significativas entre trabalho e internação psiquiátrica. 
A proposta atual de investigação diagnóstica no campo da saúde do trabalhador tem um outro enfoque e se constituiu como tentativas de compreender as relações entre condições de vida e de trabalho e o surgimento, a frequência ou a gravidade dos distúrbios mentais. Segundo Lima (2006b), a investigação diagnóstica compreende: a busca de evidências epidemiológicas que revele a incidência de alguns quadros em determinadas categorias profissionais ou grupo de trabalhadores, o resgate da história de vida de cada trabalhador e as razões que apontam para o seu adoecimento, o estudo do trabalho real, a identificação dos mediadores que permitem compreender concretamente como se dá a passagem entre a experiência vivida e o adoecimento e uma complementação com informações decorrentes de exames médicos e psicológicos.
O papel então do psicólogo no campo da construção civil é mediar as relações empregado/empregador de tal sorte que contribua para uma maior atenção a saúde do trabalhador e ainda que o trabalho continue eficiente, visto que, o trabalho, posto que é necessário como atividade para vida em sociedade, também devido a nossa cultura, uma marca de utilidade, ou seja, a pessoa que trabalha se sente útil e como tal gera em si o bem estar. 
Os adoecimentos, especialmente os ligados ao Grupo II que tem como casos em sua maioria alcoolismo crônico, outros transtornos neuróticos, síndrome de burn-out, episódios depressivos e síndrome de fadiga relacionada ao trabalho, podem ser observados, diagnosticados e cuidados no próprio campo de obra, fazendo com isso que o trabalhador não se afaste, gerando ganho para todos, seja ele próprio, por conta da saúde, seja por conta do empregador que não terá as despesas com seu afastamento e ainda o trabalhador não se tornará um ônus para o Estado. 
REFERÊNCIAS
BARRETO, T.S.; AMORIM, R.C. A família frente ao adoecer e ao tratamento de um familiar com câncer. Revista de Enfermagem UERJ. 3 ed. v.18, n.3, p.462-467. Jul-Set. 2010.
BARROS, Paloma Castro da Rocha; MENDES, Ana Magnólia Bezerra. Sofrimento psíquico no trabalho e estratégias defensivas dos operários terceirizados da construção civil. Psico-usf, Brasília, v. 8, n. 1, p.63-70, jan. 2003.
CODO, W. (1985). O papel do psicólogo na organização industrial (notas sobre o “lobo” mau em psicologia). In S. Lane & W. Codo (Eds.), Psicologia social: O homem em movimento (3. ed., pp. 195-202). São Paulo, SP: BrasilienseCodo, W. (1985). O papel do psicólogo na organização industrial (notas sobre o “lobo” mau em psicologia). In S. Lane & W. Codo (Eds.), Psicologia social: O homem em movimento (3. ed., pp.195-202). São Paulo, SP: Brasiliense
COSTA JUNIOR, Áderson L. O desenvolvimento da psico-oncologia: implicações para a pesquisa e intervenção profissional em saúde. Psicol. cienc. prof., Brasília: 21 ed. v. 2. p. 36-43, Junho 2001 .  Disponivel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932001000200005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  19 Maio 2017.  
GOMES, Haroldo Pereira. Construção civil e saúde do trabalhador um olhar sobre as pequenas obras. 2011. 191 f. Tese (Doutorado) - Curso de Saúde Pública, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2011.
Lima, M. E. (2004). A relação entre distúrbio mental e trabalho: evidências epidemiológicas recentes. In W. Codo (Ed.), O trabalho enlouquece? (pp. 139-160). Petrópolis, RJ: Vozes
___________ (2004b) Lima, M. E. (2006b). Os problemas de saúde na categoria bancária: Considerações acerca do estabelecimento do nexo causal. Boletim da Saúde, 20(1), 57-68.
NAKAMURA, Juliana. Doenças do trabalho: Saiba como evitar as principais enfermidades que atingem os trabalhadores da construção civil. Disponível em http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/35/doencas-do-trabalho-213952-1.aspx. Acesso em 25/05/2017. 
NEOCLINICA ONCOLOGIA. Disponível em: < http://neoclinica.com.br/historia/>. Acesso em:12 abril 2017.
OLIVEIRA, Osmar Faustino de; MEDEIROS, Pollyanna Neves de; PEREIRA, William Eufrásio Nunes. Uma breve descrição da construção civil no brasil, destacando o emprego formal e os estabelecimentos no nordeste. Gepetis, Natal, v. 1, n. 1, p.1-12, maio 2017.
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� O termo LER é a abreviatura de Lesões por Esforços Repetitivos e consiste em uma entidade, diagnosticada como doença, na qual movimentos repetitivos, em alta freqüência e em posição ergonômica incorreta, podem causar lesões de estruturas do Sistema tendíneo, muscular e ligamentar. É ela descrita em diversos outros países com outras denominações , CTD ( Cumulative Trauma Disorders) – Repetitive Strain Injury (RSI) etc.: Em 1998 o INSS introduziu o termo DORT – Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho equiparando-a á LER.
“Segundo a norma técnica do INSS sobre DORT (Ordem de Serviço no. 606/1998), conceitua-se as lesões por esforços repetitivos como uma síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não e alterações objetivas, que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho, podendo afetar tendões, músculos e nervos periféricos. O diagnóstico anatômico preciso desses eventos é difícil, particularmente em casos sub-agudos e crônicos, e o nexo com o trabalho tem sido objeto de questionamento, apesar das evidencias epidemiológicas e ergonômicas.”
Ora, a partir do instante que existe a definição da caracterização da doença como em decorrência do trabalho, a equiparação entre LER e DORT depende do fato de se comprovar que o trabalho foi à causa da doença e não outro fator.

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