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Apostila de Anatomia 2° semestre

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INTRODUÇÃO À ANTOMIA
Anatomia é uma palavra grega que significa cortar em partes, cortar separado sem destruir os elementos componentes. Ana (partes) + Tomia (Cortar).
O equivalente em português é dissecção. Anatomia é a parte da biologia que estuda a morfologia ou estrutura dos seres vivos.
Nomenclatura
Pode ser tradicional ou clássica, a qual diverge em cada país, e internacional onde o significado dos termos anatômicos são os mesmos, mas sua escrita e leitura são traduzidos para cada nação conforme a sua língua de origem. No final do último século, foi criada uma comissão de eminentes autoridades de vários países da Europa e Estados Unidos denominada BNA (Basle Nomina Anatômica) que foi substituída pela PNA (Paris Nomina Anatômica). Esta comissão é responsável pela nomenclatura anatômica que será utilizada em todo o mundo. Para obter mais informações você pode acessar o site da Sociedade Brasileira de Anatomia.
Posição Anatômica
Deve-se considerar a posição anatômica como a de um atleta em posição ereta, em pé, com o olhar para o horizonte e a linha do queixo em paralelo à linha do solo. Os braços pendentes, mãos espalmadas, dedos unidos e palmas voltadas para frente. Os pés também unidos e pendentes. Como na figura ao lado.      Desse modo podemos relacionar de forma precisa e padronizada todas as estruturas anatômicas.
Planos Anatômicos
Têm o objetivo de separar o corpo em partes para facilitar o estudo e nomear as estruturas anatômicas com relação espacial. Ou seja, através dos planos anatômicos podemos dividir o corpo humano em 3 dimensões e assim podemos localizar e posicionar todas estruturas.
Plano Sagital: É o plano que corta o corpo no sentido ântero-posterior, possui esse nome porque passa exatamente na sutura sagital do crânio; quando passa bem no meio do corpo, sobre a linha sagital mediana, é chamado de sagital mediano e quando o corte é feito lateralmente a essa linha, chamamos paramediano. Determina uma porção direita e outra esquerda.     Também nos permite dizer se uma estrutura é lateral ou medial. Dizemos que é lateral quando a estrutura se afasta da linha mediana e dizemos que é medial quando ela se aproxima da linha mediana. Por exemplo: observe nas figuras abaixo, podemos dizer que o mamilo é medial e que o ombro é lateral.
Plano Coronal: É o plano que corta o corpo lateralmente, de uma orelha a outra. Possui esse nome porque passa exatamente na sutura coronal do crânio. Também pode ser chamado de plano frontal. Ele determina se uma estrutura é anterior ou posterior.      Observe na figura ao lado. Podemos dizer, tendo esse plano como referência, que o nariz é anterior e que o ângulo da mandíbula é posterior.
Plano Transversal:  É o plano que corta o corpo transversalmente, também é chamado de plano axial. Através desse plano podemos dizer se uma estrutura é superior  ou inferior.
Os Eixos
Os eixos anatômicos são formados pelo encontro de dois planos.
O eixo sagital: É formado pelo encontro do plano sagital com o plano transversal. Também pode ser chamado de eixo ântero-posterior.
O eixo longitudinal: É formado pelo encontro do plano coronal com o plano sagital. Também pode ser chamado de eixo crânio-sacral.
O eixo transversal: É formado pelo encontro do plano transversal com o plano coronal. Também pode ser chamado de látero-lateral.
Termos de Movimento
Flexão: Diminuição do ângulo de uma articulação ou aproximação de duas estruturas ósseas.
Extensão: Aumento do ângulo de uma articulação ou afastar duas estruturas ósseas.
Rotação medial / interna: Gira a face anterior do membro para dentro.
Rotação lateral / externa: Gira a face anterior do membro para fora.
Adução: Aproxima o membro do eixo sagital mediano.
Abdução: Afasta o membro do eixo sagital mediano.
O pé e mão fazem movimentos, especiais. Que nada mais são do que a execução simultânea de dois movimentos de forma combinada.
No pé a execução de:
Adução + Supinação (rotação medial) = inversão.
Abdução + Pronação (rotação lateral) = eversão.
Na mão a execução de:
Rotação medial = pronação.
Rotação lateral = supinação.
Divisão do corpo humano
Classicamente o corpo humano é dividido em cabeça, tronco e membros.
A cabeça se divide em face e crânio.
O tronco em pescoço, tórax e abdome. Os membros em superiores e inferiores.
Os membros superiores são divididos em ombro, braço, antebraço e mão.
Os membros inferiores são divididos em quadril, coxa, perna e pé.
Divisão do Estudo da Anatomia:
Osteologia: parte da anatomia que estuda os ossos.
Miologia: parte da anatomia que estuda os músculos.
Sindesmologia ou Artrologia: parte da anatomia que estuda as articulações.
Angiologia: parte da anatomia que estuda o coração e os grandes vasos.
Neuroanatomia: parte da anatomia que estuda o sistema nervoso central e o periférico. 
Estesiologia: parte da anatomia que estuda os órgãos que se destinam à captação das sensações.
Esplancnologia: parte da anatomia que estuda as vísceras que se agrupam para o desempenho de uma determinada função como: fonação, digestão, respiração, reprodução e urinária.
Endocrinologia: parte da anatomia que estuda as glândulas sem ducto, que segregam hormônios, os quais são drenados diretamente na corrente sanguínea.
Tegumento comum: parte da anatomia que estuda a pele e os seus anexos
HISTÓRIA DA ANATOMIA HUMANA
O conhecimento anatômico do corpo humano data de quinhentos anosantes de Cristo no sul da Itália com Alcméon de Crotona, que realizou dissecações em animais. Pouco tempo depois, um texto clínico da escola hipocrática descobriu a anatomia do ombro conforme havia sido estudada com a dissecação. Aristóteles mencionou as ilustrações anatômicas quando se referiu aos paradigmata, que provavelmente eram figuras baseadas na dissecação animal. No século III A.C., o estudo da anatomia avançou consideravelmente na Alexandria. Muitas descobertas lá realizadas podem ser atribuídas a Herófilo e Erasístrato, os primeiros que realizaram dissecações humanas de modo sistemático. A partir do ano 150 A..C. a dissecação humana foi de novo proibida por razões éticas e religiosas. O conhecimento anatômico sobre o corpo humano continuou no mundo helenístico, porém só se conhecia através das dissecações em animais.
No século II D.C., Galeno dissecou quase tudo, macacos e porcos, aplicando depois os resultados obtidos na anatomia humana, quase sempre corretamente; contudo, alguns erros foram inevitáveis devido à impossibilidade de confirmar os achados em cadáveres humanos. Galeno desenvolveu assim mesmo a doutrina da “causa final”, um sistema teológico que requeria que todos os achados confirmassem a fisiologia tal e qual ele a compreendia. Porém não chegaram até nós as ilustrações anatômicas do período clássico, sendo as “séries de cinco figuras” medievais dos ossos, veias, artérias, órgãos internos e nervos são provavelmente cópias de desenhos anteriores. Invariavelmente, as figuras são representadas numa posição semelhante a de uma rã aberta, para demonstrar os diversos sistemas, às vezes, se agrega uma sexta figura que representa uma mulher grávida e órgãos sexuais masculinos ou femininos. Nos antigos baixos-relevos, camafeus e bronzes aparecem muitas vezes representações de esqueletos e corpos encolhidos cobertos com a pele (chamados lêmures), de caráter mágico ou simbólico mais que esquemático e sem finalidade didática alguma.
Parece que o estudo da anatomia humana recomeçou mais por razões práticas que intelectuais. A guerra não era um assunto local e se fez necessário dispor de meios para repatriar os corpos dos mortos em combate. O embalsamento era suficiente para trajetos curtos, mas as distâncias maiores como as Cruzadas introduziram a prática de “cocção dos ossos”.
A bula pontifica De sepulturis de Bonifácio VIII (1300), que alguns historiadores acreditaram equivocadamente proibir a dissecção humana, tentava abolir esta prática. O motivo maisimportante para a dissecação humana foi o desejo de saber a causa da morte por razões essencialmente médico-legais, de averiguar o que havia matado uma pessoa importante ou elucidar a natureza da peste ou outra enfermidade infecciosa. O verbo “dissecar” era usado também para descrever a operação cesariana cada vez mais freqüente. A tradição manuscrita do período medieval não se baseou no mundo natural. As ilustrações anteriores eram aceitas e copiadas. Em geral, a capacidade dos escritores era limitada e ao examinar a realidade natural, introduziram pelo menos alguns erros tanto de conceito como de técnica. As coisas “eram vistas” tal quais os antigos e as ilustrações realistas eram consideradas como um curto-circuito do próprio método de estudo.
A anatomia não era uma disciplina independente, mas um auxiliar da cirurgia, que nessa época era relativamente grosseira e reunia sobre todo conhecer os pontos apropriados para a sangria. 
Durante todo o tempo que a anatomia ostentou essa qualidade oposta à prática, as figuras não-realistas e esquemáticas foram suficientes. O primeiro livro ilustrado com imagens impressas mais do que pintadas foi a obra de Ulrich Boner Der Edelstein. Foi publicada por Albrecht Plister em Banberg depois de 1460 e suas ilustrações foram algo mais que decorações vulgares. Em 1475, Konrad Megenberg publicou seu Buch der Natur, que incluía várias gravuras em madeira representando peixes, pássaros e outros animais, assim como plantas diversas. Essas figuras, igual a muitas outras pertencentes a livros sobre a natureza e enciclopédias desse período, estão dentro da tradição manuscrita e são dificilmente identificáveis.
Dentre os muitos fatores que contribuíram para o desenvolvimento da técnica ilustrativa no começo do século XVI, dois ocuparam lugar destacado: o primeiro foi o final da tradição manuscrita consistente em copiar os antigos desenhos e a conversão da natureza em modelo primário. Chegou-se ao convencimento de que o mais apropriado para o homem era o mundo natural e não a posteridade. O escolasticismo de São Tomás de Aquino havia preparado inadvertidamente o caminho através da separação entre o mundo natural e o sobrenatural, prevalecendo a teologia sobre a ciência natural. O segundo fator que influiu no desenvolvimento da ilustração científica para o ensino foi a lenta instauração de melhores técnicas. No começo os editores, com um critério puramente quantitativo, pensaram que com a imprensa poderiam fazer grande quantidade de reproduções de modo fácil e barato. Só mais tarde reconheceram a importância que cada ilustração fosse idêntica ao original.
A capacidade para repetir exatamente reproduções pictóricas, daquilo que se observava, constituiu a característica distinta de várias disciplinas científicas, que descartaram seu apoio anterior à tradição e aceitação de uma metodologia, que foi descritiva no princípio e experimental mais tarde.
As primeiras ilustrações anatômicas impressas baseiam-se na tradição manuscrita medieval. O Fasciculus medicinae era uma coleção de textos de autores contemporâneos destinada aos médicos práticos, que alcançou muitas edições. Na primeira ( 1491) utilizou-se a xilografia pela primeira vez, para figuras anatômicas. As ilustrações representam corpos humanos mostrando os pontos de sangria, e linhas que unem a figura às explicações impressas nas margens. As dissecações foram desenhadas de uma forma primitiva e pouco realista. Na Segunda edição (1493), as posições das figuras são mais naturais. Os textos de Hieronymous Brunschwig (cerca de 1450-1512) continuaram utilizando ilustrações descritivas. O capítulo final de uma obra de Johannes Peyligk (1474-1522) consiste numa breve anatomia do corpo humano como um todo, mas as onze gravuras de madeira que inclui são algo mais que representações esquemáticas posteriores dos árabes. Na Margarita s vulgares. Houve um grande interesse, por exemplo, na concepção e na formação do feto humano. O uso freqüente da frase “conhece-te a ti mesmo” fala da orientação filosófica e essencialmente não médica. A “Dança da Morte” chegou a ser um tem muito popular, sobretudo nos países de língua germânica, após a Peste Negra e surpreendentemente, as representações dos esqueletos e da anatomia humana dos artistas que as desenharam são melhores que as dos anatomistas.
Uma das primeiras e mais acertada solução para uma reprodução perfeita das representações gráficas foi encontrada nas ilustrações publicadas nos tratados anatômicos de Andrés Vesálio (1514-1564), que culminou com seu De humanis corpori fabrica em 1453, um dos livros mais importantes da história do homem. Vesálio nasceu em Bruxelas em 1514, no seio de uma família muito relacionada com a casa de Borgonha e a corte do Imperador da Alemanha. Sua primeira formação médica foi na Universidade de Paris (onde esteve com mestres como Jacques du Bois e Guinter de Andernach), e foi interrompida pela guerra entre França e o Sacro Império Romano.
Vesálio completou seus estudos na renomada escola médica de Pádua, no norte da Itália. Após seu término começou a estudar cirurgia e anatomia. Após alguns trabalhos preliminares, em 1543, com a idade de 28 anos, publicou seu opus magnun, que revolucionou não só a anatomia como também o ensino científico em geral. As ilustrações da Fabrica destacam-se precisamente pela sua estreita relação com o texto, já que ajudam no entendimento do que este expressa com dificuldade. Supera a pauta expositiva usada por Mondino, e cada um dos sistemas principais (ossos, músculos, vasos sangüíneos, nervos e órgãos internos) é representado e estudado separadamente. As partes de cada sistema orgânico são expostas tanto em conjunto como individualmente e mesmo assim são consideradas todas as relações entre essas estruturas.
Vesálio comprovou também que não são iguais em todos os indivíduos. Vesálio relatou sua surpresa ao encontrar inúmeros erros nas obras de Galeno, e temos que ressaltar a importância de sua negativa em aceitar algo só por tê-lo encontrado nos escritos do grande médico grego. Sem dúvida, apesar de Ter desmentido a existência dos orifícios que Galeno afirmava existir comunicando as cavidades cardíacas, foi de todas as maneiras um seguidor da fisiologia galênica. Foram engrandecidas as diferenças que separavam seu conhecimento anatômico do de Galeno, começando pelo próprio Vesálio. Talvez pensasse que uma polêmica era um modo de chamar atenção. Manteve depois uma disputa acirrada com seu mestre Jacques du Bois (ou Sylvius na forma latina), que foi um convencido galenista cuja única resposta, ante as diferenças entre algumas estruturas tal como eram vistas por Vesálio e como as havia descrito Galeno, foi que a humanidade devia tê-lo mudado durante esses dois séculos. Vesálio tinha atribuído o traçado das primeiras figuras a um certo Fleming, mas na Fabrica não confiou em ninguém, e a identidade do artista ou artistas que colaboraram na sua obra tem sido objeto de grande controvérsia, que se acentuou ante a questão de quem é mais importante, se o artista ou o anatomista. Essa última foi uma discussão não pertinente, já que é óbvio que as ilustrações são importantes precisamente porque juntam uma combinação de arte e ciência, uma colaboração entre o artista e o anatomista. As figuras da Fabrica implicam em tantos conhecimentos anatômicos que forçosamente Vesálio devia participar na preparação dos desenhos, ainda que o grau de refinamento e do conhecimento de técnicas novas de desenho, também para os artistas do Renascimento, exclui também que fora o único responsável. Até hoje é discutido se Jan Stephan van Calcar (1499-1456/50), que fez as primeiras figuras e trabalhou no estúdio de Ticiano na vizinha Veneza, era o artista. De qualquer maneira, havia-se encontrado uma solução na busca de uma expressão pictórica adequada aos fenômenos naturais.
philosophica de George Reisch (1467-1525), que é uma enciclopédia de todas as ciências, forma colocadas algumas inovações nas tradicionais gravuras em madeira e asvísceras abdominais são representadas de modo realista. Além desses textos anatômicos destinados especificamente aos estudantes de medicina e aos médicos, foram impressas muitas outras páginas com figuras anatômicas, intituladas não em latim (como todas as obras para médicos), mas sim em várias línguas.
INTRODUÇÃO À EMBRIOLOGIA
Embriologia é a ciência que estuda a formação e o desenvolvimento dos órgãos e sistemas do ser humano. Todo organismo sofre mudanças progressivas durante sua vida. Essas mudanças são muito mais pronunciadas e rápidas nas fases mais jovens do desenvolvimento, principalmente na fase embrionária. E embora o nascimento seja um momento que marca o término de uma fase e o início de outra, não representa o fim dos processos de desenvolvimento humano. A embriologia se ocupa das transformações sofridas pelo óvulo até o nascimento. Em termos didáticos, engloba o período de gametogênese, fertilização, clivagem, gastrulação e organogênese. O desenvolvimento de cada ser humano começa com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Após a fecundação tem início uma série de eventos que caracterizam a formação do zigoto que dará origem ao futuro embrião.
Feto
O zigoto é uma célula única formada pela fusão do óvulo com o espermatozóide e na qual estão presentes os 46 cromossomos provenientes dos gametas dos pais, cada um contendo 23 cromossomos.
A partir de 24 horas contadas após a fecundação, o zigoto começa a sofrer sucessivas divisões mitóticas, inicialmente originando inúmeras células até que por volta do 6º dia após a fecundação, já no útero, esse conjunto de células se implanta no endométrio. Damos a esse fenômeno o nome de nidação. No endométrio uterino o embrião irá crescer e se desenvolver, até que na 9ª semana de gestação passa a ser chamado de feto. Este com todos os órgãos e tecidos praticamente já formados, mas mede cerca de 3,7 cm. O período fetal é caracterizado por um crescimento rápido e pela continuação da diferenciação dos tecidos e dos órgãos. Entre a 10ª e a 20ª semana o feto cresce principalmente em comprimento. Entre a 21ª e a 40ª semana o feto cresce sobretudo em peso. Perto do final da gravidez o feto distingue perfeitamente a voz da mãe. Responde a estímulos musicais ou a barulhos e vê a luz através da parede abdominal. A data provável do parto coincide com as 38 semanas após a fecundação, ou seja, cerca de 40 semanas (ou 280 dias) após o início do último período menstrual.
Feto
Períodos:
Período Embrionário (Organogênese) – 4ª à 8ª Semana.
Período Fetal – 9ª à 38ª semana.
Gestação pré-termo – Antes de 37 semanas completas (até 36 sem e 6 dias).
Gestação a termo – Entre 37 semanas completas e 41 sem e 6 dias.
Gestação pós-termo – Após 42 semanas completas.
 
Embriologia como Ciência
Dolphin fetus
O primeiro método utilizado na investigação do desenvolvimento embrionário foi o da observação. Aristóteles, estudando embriões de aves, foi o primeiro a fornecer informações corretas sobre o desenvolvimento do embrião. Infelizmente só depois das Idades Média é que apareceram os novos dados, com as observações mais precisas de Fabrizio D’Acquapendente (1537-1619), William Harvey (1578-1667) e Marcello Malpighi (1628-1694). A embriologia porém só veio a se firmar como ciência após os trabalhos de von Baer (1792-1876), considerado o pai da embriologia moderna; foi ele quem identificou o óvulo dos mamíferos, distinguindo-o do folículo de Graaf e também demonstrou a importância dos folhetos germinativos no desenvolvimento embrionário. Só após o estabelecimento da teoria celular (1839) foram lançadas as linhas mestras da embriologia atual.
Utilidade
A embriologia tem ampla aplicação no estudo da anatomia humana, pois fornece uma explicação racional para a disposição e as relações entre os órgãos no adulto, por exemplo, a disposição das alças intestinais, a assimetria dos vasos torácicos e abdominais, a inervação múltipla da língua, a distribuição dos mesos e etc. Como a embriologia também estuda as relações entre o feto e mãe ela é indispensável no conhecimento da anatomia e fisiologia materna durante a gestação. Alem disso tem aplicação em toda a medicina, pois nos permite entender as malformações congênitas e dessa forma saber tratá-las.
1º SEMANA DO DESENVOLVIMENTO
Dividimos a primeira semana do desenvolvimento em:
Fecundação
Clivagem ou Segmentação do zigoto
Formação do Blastocisto
Formação do Hipoblasto
Início da Implantação
A Fecundação
O desenvolvimento de cada ser humano começa com a fecundação que tem uma seqüência de eventos que começa com o contato de um espermatozóide e um óvulo, terminando com a fusão dos núcleos do espermatozóide e do óvulo e a conseqüente mistura dos cromossomos maternos e paternos na primeira divisão mitótica do zigoto (conforme fig. 1). Após a fecundação tem início uma série de eventos que caracterizam a formação do zigoto que dará origem ao futuro embrião.
A Clivagem ou Segmentação do Zigoto
O zigoto é uma célula única formada pela fusão do óvulo com o espermatozóide e na qual estão presentes os 46 cromossomos provenientes dos gametas dos pais, cada um contendo 23 cromossomos. A partir de 24 horas contadas após a fecundação, ocorre a clivagem do zigoto que são repetidas divisões mitóticas, inicialmente originando duas células filhas denominadas blastômeros, depois quatro e assim sucessivamente (fig. 1). Os blastômeros ficam envoltos por uma membrana gelatinosa, a zona pelúcida, que limita o crescimento dos blastômeros e funciona como uma barreira física que protege os pré-embriões de antígenos durante o período de pré-implantação. Quando cerca de 12 blastômeros são formados, glicoproteínas adesivas tornam as células mais compactas, e por volta do 3º dia, quando os blastômeros somam 16 células a compactação é mais evidente. Esse estágio é então denominado mórula  (fig. 1).
Fecundação e clivagens do zigoto.
Mórula
 
Mórula Mórula – 3 dias após a fecundação.
A Formação do Blastocisto
Blastocisto
No 4º dia a mórula alcança o útero e passa a armazenar no seu interior um fluido proveniente da cavidade uterina, fazendo com que ocorra o deslocamento das células para uma posição periférica e o surgimento de uma cavidade blastocística, a blastocele. O blastocisto, como é então chamado apresenta duas porções distintas (fig. 1): – camada externa: trofoblasto, representado por uma camada de células achatadas que dará origem a placenta. – grupo de células centrais: embrioblasto, um conjunto de células que faz saliência com o interior da cavidade, que dará origem ao embrião. Blastocisto: é nessa fase onde as células tronco são extraídas.
Formação do Hipoblasto
No 5º dia a zona pelúcida degenera e desaparece, permitindo que o blastocisto aumente de tamanho rapidamente. Com o progresso da invasão do trofoblasto este forma duas camadas (fig. 2):
– camada interna: citotrofoblasto, constitui a parede do blastocisto.
– massa externa: sinciciotrofoblasto cujas células estão em contato direto com o endométrio e produz substâncias capazes de invadir o tecido materno e de se proliferar, permitindo que blastocisto penetre no endométrio.
Enquanto isso, o embrioblasto sofre mudanças que o permite se diferenciar em epiblasto e hipoblasto (fig. 2) que fica na superfície do embrioblasto voltada para cavidade blastocística.
Hipoblasto.
Início da Implantação
Ao final da 1ª semana, o blastocisto está superficialmente implantado na camada compacta do endométrio através da região do embrioblasto, nutrindo-se do sangue materno e dos tecidos endometriais erudidos (fig.2).
2º SEMANA DO DESENVOLVIMENTO
Dividimos a segunda semana do desenvolvimento em:
Formação da Cavidade Amniótica
Formação do Saco Vitelino Primitivo
Formação do Disco Embrionário Bilaminar (epiblasto, hipoblasto)
Conclusãoda Implantação
Instalação da Circulação Útero-placentária Primitiva
Formação do Saco Coriônico
Formação da Placa Precordal
Formação da Cavidade Amniótica
Ao fim de 9 dias após a fecundação, com a implantação do blastocisto no endométrio surge um espaço no embrioblasto, entre células do epiblasto, chamada de cavidade amniótica (fig. 3). O âmnio é formado com as células que se separaram do epiblasto.
Formação do Saco Vitelino Primitivo
Do hipoblasto origina-se uma camada de células denominadas membrana de Heuser (fig.4) que revestirá a cavidade interna do blastocisto que então passará a se chamar cavidade vitelina primitiva (fig. 3 e 4). Entre a cavidade e o citotrofoblasto surge uma camada de material acelular, o retículo extra-embrionário (ou mesoderma extra-embrionário).
 Formação do Disco Embrionário Bilaminar
O epiblasto formando o soalho da cavidade amniótica e o hipoblasto formando o teto do saco vitelino primitivo (cavidade exocelômica). O hipoblasto é contínuo a uma membrana exocelômica, que reveste o saco vitelino primitivo (fig. 4). O disco embrionário será responsável pela formação dos tecidos e órgãos do embrião (fig. 3).
Conclusão da Implantação
O sinciciotrofoblasto invade o tecido endometrial determina uma erosão de vasos e glândulas, formando espaços lacunares contendo sangue materno e secreções endometriais, que nutre o embrião, inicialmente por difusão. Estes espaços são a base do espaço interviloso. As células endometriais sofrem apoptose, facilitando a implantação. As células do tecido conjuntivo acumulam glicogênio e lipídios. As células deciduais (são células do endométrio que sofreram modificação para implantação do blastocisto) se degeneram na região de penetração e servem como nutrientes para o embrião. E ao final de 9 dias a implantação do blastocisto está concluída (fig. 3).
Instalação da Circulação Útero-placentária Primitiva
Os primeiros vasos sanguíneos aparecem no mesoderma que reveste o saco vitelino (fig. 5). Aí se formam pequenos acúmulos de células, as ilhotas de Wolff, que se diferenciam em células endoteliais. As células situadas mais ao interior tornam-se livres e diferenciam-se em células sanguíneas primitivas.
Formação do Saco Coriônico
Por volta do 12º dia surgem células que revestem o retículo extra-embrionário (mesoderma extra-embrionário) que passarão a formar cavidades preenchidas por fluido e que posteriormente serão unidas formando a cavidade coriônica (fig. 6).
Na medida em que a cavidade coriônica se expande ocorre a separação do âmnio e do citotrofoblasto. Na vesícula vitelínica ocorre a proliferação do hipoblasto seguida de contração de parte da cavidade, formando vesículas exocelômicas que se destacam e são degeneradas. A porção da cavidade remanescente denomina-se agora cavidade vitelina definitiva (fig. 7).
Formação da Placa Precordal
A placa precordal é o primórdio da membrana bucofaríngea, localizada no local onde surgirá a boca.
3º SEMANA DO DESENVOLVIMENTO
Esse é, sem dúvida, o período mais importante do desenvolvimento do embrião. Em um curto espaço de tempo inúmeras modificações irão ocorrer. É nessa fase que o embrião está mais exposto à mal formações.
 
Dividimos a terceira semana do desenvolvimento em:
Gastrulação: formação das camadas germinativas (ectoderma, mesoderma, endoderma)
Neurulação: formação do tubo neural
Formação da Notocorda
Desenvolvimento do Celoma Intra-embrionário
Desenvolvimento dos Somitos
Desenvolvimento do Sistema Cardiovascular Primitivo
Desenvolvimento das Vilosidades Coriônicas Terciárias
Gastrulação – Formação das Camadas Germinativas (ectoderma, mesoderma, endoderma)
Na 3ª semana o disco embrionário sofre modificações. A gastrulação é o início da morfogênese (formação dos sistemas) (Fig. 8). Na gastrulação ocorre proliferação celular na superfície do epiblasto, para formação das camadas germinativas. O primeiro evento da gastrulação é a migração dessas células que se proliferaram rumo à linha média longitudinal do disco embrionário formando a linha primitiva. Na porção mediana da linha primitiva surge o sulco primitivo. Na extremidade cefálica forma-se uma protusão celular, o nó primitivo, em cujo centro surge a fosseta primitiva. Na extremidade caudal há uma área circular que é a membrana cloacal (futuro local do ânus) (Fig. 9).  Depois que a linha se forma, é possível identificar o eixo cefálico-caudal, as superfícies dorsal e ventral e os lados direito e esquerdo.
As camadas germinativas são:
– ectoderme: vai dar origem à epiderme, sistema nervoso central e periférico, retina do olho.
– endoderme: é a fonte dos revestimentos epiteliais das vias respiratórias e do trato gastrointestinal, incluindo glândulas que se abrem no trato gastrointestinal e as células glandulares dos órgãos associados (fígado e pâncreas).
– mesoderma: dará origem as capas de músculo liso, aos tecidos conjuntivos e vasos associados com tecidos e órgãos e forma a maior parte do sistema cardiovascular.
Gastrulação
Perto do 16º dia as células do epiblasto continuam a proliferar e migrar em direção ao sulco primitivo, onde se invaginam entre o epiblasto e o hipoblasto, assim terá origem o mesoderma intra-embrionário, o terceiro folheto embrionário.
   As células do mesoderma preenchem todo espaço entre a ectoderme  e a endoderme, exceto na região da membrana bucofaríngea e membrana cloacal.
Neurulação – Formação do Tubo Neural
Os eventos mais significativos da transformação da gástrula em nêurula são o surgimento do tubo neural, da notocorda, do mesoderma intra-embrionário e do celoma. Para a formação do tubo neural, as células da ectoderme presentes na porção mediana da região dorsal, ao longo de todo o embrião, sofrem um achatamento, constituindo a placa neural (Fig. 9). Posteriormente, a placa neural invagina-se, formando o sulco neural, que se aprofunda e funde os seus bordos, constituindo o tubo neural, responsável pela formação do sistema nervoso do embrião.
Para a formação da notocorda e do mesoderma intra-embrionário, ocorre uma segmentação do mesoderma em três porções distintas, As duas porções laterais darão origem à mesoderma, enquanto a central originará a notocorda.
Neurulação
 
Formação da Notocorda
Na medida em que se invaginam pela fosseta primitiva, as células migram ao longo da linha média em sentido cranial e formam duas estruturas: a placa precordal que é o primórdio da membrana bucofaríngea (futuro local da boca) (Fig. 9 e 10) e o processo notocordal que cresce cefalicamente entre o ectoderma e o endoderma (Fig. 10).
O processo notocordal então passa por transformações. Primeiro, a parede ventral do processo notocordal funde-se a endoderme e degenera-se gradativamente formando temporariamente uma comunicação (canal neuroentérico) entre a cavidade amniótica e  a cavidade vitelínica (Fig. 11 e 12).
Além disso, o processo notocordal transforma-se em placa notocordal (Fig. 13). A placa notocordal então é induzida a dobrar-se sobre si formando a notocorda (Fig. 14).
  A notocorda define o eixo primitivo do embrião, serve de base para o desenvolvimento do esqueleto axial e indica o local dos futuros corpos vertebrais. A notocorda funciona como um indutor primário induzindo o espessamento do ectoderma para formar a placa neural (Fig. 14).
 
 
 
No embrião de 18 dias a notocorda estende-se da membrana bucofaríngea até o nó primitivo e o canal neuroentérico desaparece (Fig. 15).
Durante a 3ª semana o processo notocordal e a placa neural vão se alongando em direção a membrana bucofaríngea (Fig. 16). O epiblasto se diferencia, provavelmente por ação de substâncias indutoras, em uma região com células mais alta denominada placa neural, a primeira estrutura relacionada ao Sistema Nervoso Central.
Desenvolvimento do Celoma Intra-embrionário
A placa neural dobra-se ao longo do seu eixo longitudinal formandoum sulco neural mediano com pregas neurais nas bordas.
As células presentes no limite superior das pregas neurais se diferenciam em célulasda crista neural. Já as células da mesoderme intermediária proliferam e se diferencia formando três porções cilíndricas de células. As porções mais próximas da notocorda chamam-se mesoderma paraxial que se continua com o mesoderma intermediário e o mesoderma lateral.
No 21º dia as pregas neurais da região média do embrião fundem-se em direção a região cefálica e caudal, formando o tubo neural, as pregas que permanecem abertas formam o neuróporo anterior e posterior. O mesoderma lateral divide-se em uma camada associada a endoderma (mesoderma visceral) e outra a ectoderma (mesoderma somática). A divisão do mesoderma lateral dá origem a uma cavidade, o celoma intra- embrionário, que se comunica com a cavidade coriônica até a quarta semana após a fertilização.
– Camada parietal ou somática (contínua com o mesoderma extra-embrionário e cobre o âmnion;
– Camada visceral ou esplâncnica (contínua com o mesoderma extra-embrionário que cobre o saco vitelino).
Desenvolvimento dos Somitos
Por volta do 20º dia o mesoderma paraxial se espessa e se divide em blocosdenominados somitos, que estão localizados em cada lado do tubo neural e formam elevações que se destacam na superfície do embrião.
Os somitos aparecem primeiro na futura região occipital do embrião. Logo alcançam cefalocaudalmente, dando origem à maior parte do esqueleto axial e aos músculos associados, assim como à derme (uma das camadas da pele).
Desenvolvimento do Sistema Cardiovascular Primitivo
Durante a gastrulação o mesoderma cardiogênico (Fig. 10) sofre um processo que o divide em dois folhetos: um visceral e outro parietal que delimitam a futura cavidade pericárdica.
No folheto visceral formam-se ilhotas de células mesenquimais (derivadas do mesoderma) que confluem compondo dois tubos endocárdicos próximos a endoderma, que mais tarde se fundem formando um tubo cardíaco único. Simultaneamente a esplancnopleura (lâmina visceral do mesoderma intra-embreonário e endoderma) forma um espessamento que originará o miocárdio e o folheto visceral de pericárdio.
No tubo cardíaco dessa fase é possível reconhecer o bulbo aórtico, o bulbo cardíaco, o ventrículo primitivo, o átrio primitivo e o seio venoso. A etapa seguinte do desenvolvimento compreende uma torção do tubo cardíaco e a septação de suas câmaras, que deixam de estar em série e ficam lado a lado.
Coração Humano do 10º ao 25º dia de desenvolvimento embrionário.
 
 
À medida que ocorre a formação do tubo cardíaco tem início o processo de formação dos vasos. Eles surgem basicamente da mesma maneira que os vasos existentes no território extra-embrionário. Células mesenquimais se diferenciam adquirindo forma de tubos cilíndricos apresentando uma luz. Esses tubos se fundem originando os vários vasos do feto.
A alantóide (Fig. 11) surge como um pequeno divertículo na parede caudal do saco vitelino. Em embriões humanos está envolvido na formação inicial do sangue e no desenvolvimento da bexiga. Com o crescimento da bexiga, a alantóide torna-se o úraco, presesentado nos adultos pelo ligamento umbilical mediano. Os vasos sangüineos do alantóide tornam-se artérias e veias umbilicais. O pedículo do embrião (Fig. 11) é o primórdio do cordão umbilical.
No fim da 3ª semana o sangue já circula e o coração começa a bater no 21° ou 22°
dia. O sistema cardiovascular é o primeiro a alcançar um estado funcional.
 
 
Desenvolvimento das Vilosidades Coriônicas Terciária
As vilosidades coriônicas primárias ao adquirirem eixo central de mesênquima, tornam-se vilosidades coriônicas secundárias. Quando se formam os capilares, elas tornam-se vilosidades coriônicas terciárias.
Extensões citotrofoblásticas dessas vilosidades-tronco se unem para formar a capa citotrofoblástica, a qual ancora o saco coriônico ao endométrio.
4º SEMANA DO DESENVOLVIMENTO
Dividimos a quarta semana do desenvolvimento em:
Dobramento do Embrião
Conclusão da Neurulação
Dobramento do Embrião
No começo da 4ª semana, as dobras nos planos medianas e horizontais convertem o disco embrionário achatado em um embrião cilíndrico em forma de “C”. O dobramento ocorre porque a velocidade de crescimento nas laterais do disco embrionário não acompanha o ritmo de crescimento do eixo maior, enquanto o embrião aumenta rapidamente seu comprimento. A formação da cabeça, da cauda e das dobras laterais é uma seqüência contínua de eventos que resulta numa constrição entre o embrião e o saco vitelino.
Nesse período ocorre o dobramento lateral e longitudinal do embrião, levando à formação de pregas laterais que constringem o saco vitelino. A parte do saco vitelino retirada dentro do embrião torna-se o intestino primitivo. O endoderma, que o reveste, origina parte do epitélio e glândulas do trato digestivo. Com a fusão da pregas laterais, o celoma intra-embrionário fica interno ao corpo do embrião e forma as cavidades pericárdica, pleural e peritoneal. Com a flexão ventral da região cefálica, a cabeça embrionária em desenvolvimento incorpora parte do saco vitelino como intestino anterior, futuro intestino. A flexão da região cefálica também resulta na membrana orofaríngea e no posicionamento ventral do coração, além de colocar o encéfalo em formação na parte mais cefálica do embrião.
Na região cefálica, o mesoderma paraxial torna-se parcialmente segmentado gerando os somatômeros, os quais contribuem para formação de parte da musculatura da cabeça. O mesoderma intermediário participará da formação do Sistema Urinário e Reprodutor. Enquanto a região caudal dobra-se ventralmente, uma parte do saco vitelino é incorporada à extremidade caudal do embrião, formando o intestino posterior. A porção terminal do intestino posterior expande-se para constituir a cloaca e após o dobramento a membrana cloacal situa-se posterior à linha primitiva. O dobramento da região caudal também resulta na membrana cloacal, na alantóide (expansão tubular para dentro do embrião importante na formação de vasos umbilicais) e na mudança do pedículo do embrião para a superfície ventral deste. O pedículo do embrião prende-se  a superfície ventral do embrião e a alantóide é parcialmente incorporada pelo embrião. 
A porção intra-embrionária da alantóide vai do umbigo à bexiga. Com o crescimento da bexiga, a alantóide involui, tornando-se um tubo espesso, que depois do nascimento transforma-se em um cordão fibroso, o ligamento umbilical mediano.
O dobramento do embrião no plano horizontal incorpora parte do saco vitelino como intestino médio. O saco vitelino permanece ligado ao intestino médio por um estreito ducto vitelino. 
Durante o dobramento no plano horizontal, são formadas as paredes laterais e ventral do corpo. Conforme as pregas laterais migram em sentido ventral ao mesmo tempo com as pregas cefálica e caudal do dobramento longitudinal, o saco amniótico expande-se progressivamente e aumenta consideravelmente sua área até envolver todo o embrião. Quando os dobramentos embrionários cessam, o embrião está revestido por ectoderma cutâneo, que formará a epiderme da pele. Por esse motivo o cordão umbilical tem revestimento epitelial.
Durante a 4ª semana, os somitos diferenciam-se em três regiões: esclerótomo, miótomo e dermátomo, que originarão em cartilagem e osso, músculo e derme respectivamente.
As três camadas germinativas, derivadas da massa celular interna durante a terceira semana, vão dar origem nos vários tecidos e órgãos, de modo que, ao final do período embrionário (4ª à 8ª semana), os primórdios de todos os principais sistemas de órgãos já foram estabelecidos. O aspecto externo do embrião é muito afetado pela formação do encéfalo, coração, fígado, somitos, membros, ouvidos, nariz e olhos. Com o desenvolvimento das estruturas, a aparência do embrião vai-se alterando, e estas peculiaridades caracterizam o embrião como humano.
Como os primórdios de todasas estruturas internas e externas essenciais são formados durante o período embrionário, a fase compreendida entre a quarta e a oitava semanas constitui o período mais crítico do desenvolvimento. Distúrbios do desenvolvimento neste período podem originar grandes malformações congênitas do embrião.
DESENVOLVIMENTO SEXUAL
O desenvolvimento do sexo do embrião depende de várias etapas. Quem vai comandar essas etapas é o sexo cromossômico, no embrião masculino o cromossomo XY e no feminino o cromossomo XX.
Nos dois primeiros meses (8º- 9º semana) de gestação, os dois sexos se desenvolvem de maneira exatamente idêntica, ou seja, não é possível notar diferenças no fenótipo. No final desse período as gônadas se diferenciam em ovários e testículos, lembrando que os testículos ainda estão dentro da cavidade abdominal, só migrando para a bolsa escrotal no final da gestação. O desenvolvimento da genitália externa e dos caracteres sexuais secundários se completa  por volta da 12º semana de gestação.
O desenvolvimento do sexo do embrião depende de várias etapas. Quem vai comandar essas etapas é o sexo cromossômico, no embrião masculino o cromossomo XY e no feminino o cromossomo XX.
Nos dois primeiros meses (8º- 9º semana) de gestação, os dois sexos se desenvolvem de maneira exatamente idêntica, ou seja, não é possível notar diferenças no fenótipo. No final desse período as gônadas se diferenciam em ovários e testículos, lembrando que os testículos ainda estão dentro da cavidade abdominal, só migrando para a bolsa escrotal no final da gestação. O desenvolvimento da genitália externa e dos caracteres sexuais secundários se completa  por volta da 12º semana de gestação.
A Diferenciação das Gônadas
O início da diferenciação gonadal (ovários e testículos) se dá na 5º semana, com a formação de pequenas protuberâncias, denominadas de crista genital, que se situam medialmente ao Ducto Mesonéfrico, também chamadoDucto de Wolff.Ocorre, então, em torno da 4º a 6º semana, a migração das células germinativas (originadas do endoderma da vesícula vitelina), para próximo destas protuberâncias.
Neste momento nos fazemos uma pergunta: Como o cariótipo XX ou XY irá determinar a formação do testículo ou do ovário?
O interessante é que para formar o ovário não é necessário que nenhuma mensagem genética ocorra, o ovário irá se formar independente do cariótipo sexual. Mas para a formação do testículo é necessária a presença da mensagem do gene SRY (ligado ao cromossomo Y) para que a crista genital se diferencie em testículo. A ausência deste gen levará a formação dos ovários.
Genitália Interna
Entende-se por genitália interna o aparelho sexual feminino: útero, vagina e trompas uterinas. 
Aparelho sexual masculino: ducto deferente, vesícula seminal, próstata e ducto ejaculatório. O trato urogenital inferior interno é derivado de dois conjuntos de ductos, os ductos de Wolff e ductos de Müller, os quais estão presentes precocemente em ambos os sexos. Nas mulheres os ductos de Müller originam as trompas uterinas, útero e os 2/3 superiores da vagina, os ductos de Wolff persistem na forma vestigial. Nos homens, os ductos de Wolff originam o epidídimo, vaso deferente, vesícula seminal e ducto ejaculatório, os ductos de Muller regridem. É importante sabermos que o desenvolvimento dos ductos de Müller e de Wolff dependem de controles hormônais. O hormônio antimülleriano (AMH ou MIF – Fator de inibição Mülleriano), uma glicoproteina secretada pelas células de Sertoti do testículo fetal (a partir da 6º semana) é fundamental para a regressão dos ductos de Müller. A testosterona, secretada pelos testículos a partir da 8º semana vai estimular a diferenciação dos ductos de Wolff. Desta forma, na presença de hormônios masculinos ocorre a formação da genitália interna masculina e ausência da feminina. Na ausência de qualquer hormônio, o caminho natural da diferenciação é a formação da genitália interna feminina. Temos que saber que o embrião, tanto masculino quanto feminino, encontra-se sobre estímulo de elevados níveis de estrogênio materno. Por isso a ausência de hormônios masculinos no embrião XY pode levar ao aparecimento de caracteres femininos.
Resumindo tudo depois de tanta informação:
Hormônio Masculino → Ductos de Wolff → Genitália Interna Masculina
S/ Hormonio Masculino → Ductos de Müller → Genitália Interna Feminino
Genitália Externa
Desenvolve-se tanto no homem quando na mulher, a partir de precursores comuns: Tubérculo Genital, Protuberância Genital (eminências labioescrotais), Dobras Urogenitais e Seio Urogenital. Nas mulheres, o tubérculo genital origina o clitóris, as protuberâncias genitais originam os grandes lábios e as dobras urogenitais os pequenos lábios. Nos homens, as protuberâncias genitais se fundem para formar a bolsa escrotal, as dobras urogenitais se alongam e se fundem para formar o corpo do pênis e a uretra peniana e o tubérculo genital forma a glande do pênis. O seio urogenital dará origem à próstata.
INTRODUÇÃO À OSTEOLOGIA
Osteologia é a parte da anatomia que estuda os ossos. Os ossos constituem a parte passiva do sistema locomotor e o seu conjunto, representado por aproximadamente 208 ossos, forma o esqueleto. O número exato de ossos vai depender principalmente da idade do indivíduo, em maior numero nas crianças e em menor nos adultos. Fatores individuais e de critérios de contagem também podem influir. Alguns anatomistas desconsideram os ossos sesamóides e os ossículos do ouvido, outros os incluem na contagem. Os ossos além de constituírem a parte passiva do sistema locomotor têm outras finalidades, a saber: função hematopoiética (produzir células sanguíneas), sustentação e manutenção de posição das partes moles do corpo e proteção de outros sistemas como, por exemplo, o sistema nervoso central. Observa-se que o Sistema Nervoso Central (encéfalo e medula espinhal) está, em toda sua extensão, envolto por estruturas ósseas, o encéfalo pelo crânio e a medula espinhal pela coluna vertebral. Por outro lado, com os ossos pode-se estudar o desenvolvimento físico do homem no tempo. É o único tecido que pode atravessar séculos e mais séculos com desgastes muitas vezes insignificantes.
Embriologia dos Ossos
Assim como todos os tecidos conjuntivos, os tecidos ósseos e cartilaginosos se originam do mesênquima. As células do mesênquima se multiplicam, diferenciam-se e migram para as regiões apropriadas para a formação do esqueleto. Nesse sitio a formação dos ossos se faz a partir da ossificação das cartilagens. Então para formar ossos é preciso que primeiro se formem as cartilagens. Condensação das células do mesênquima dá origem a um tecido pobre em matriz extracelular, conhecido como pré-cartilagem. Com o tempo ocorre um acumulo progressivo de substancias extracelulares que afasta as células, elas retraem seus prolongamentos, adquirem forma esferóide e transforma-se em condrócitos. Nesses tecidos cartilaginosos ocorre o processo de ossificação endocondral, responsável pela formação da maioria dos ossos do corpo humano. 
Existe também o processo de ossificação membranosa, que é a origem de osso a partir de um tecido membranoso ou fibroso, um exemplo é a ossificação das fontanelas na criança. A coluna vertebral tem origem do esclerótomo. As células mesenquimais dessa região do somito migram em direção ao notocórdio, envolvendo-o, formando a vértebra primitiva.
Desenvolvimento dos ossos em corte transversal de um embrião nas primeiras semanas de gestação.
As costelas originam-se de expansões ventrolaterais dos esclerótomos. O esterno forma-se a partir de duas barras cartilaginosas que se unem na linha média ventral. Simultaneamente, as extremidades ventrais dos 7 primeiros pares de costelas juntam-se ao esterno em formação. Os ossos do crânio originam-se de processo de ossificação tanto intramembranosa quanto endocondral a partir do mesênquima presente na região cefálica do embrião e nos arcos branquiais. O crânio é dividido em neurocrânio,que constitui a caixa óssea que envolve e protege o cérebro, e o vicerocrânio, representado pelos ossos da face. Os ossos do esqueleto apendicular se originam do mesênquima presente no broto dos membros. Por volta da 7º semana esse mesênquima origina varias peças cartilaginosas com formas semelhantes aos ossos que irão constituir. Na 8º semana ocorre processo de ossificação endocondral (intracartilaginosa) dessas peças em sentido proximal-distal para formação dos membros.
Desenvolvimento do crânio no embrião
Vista superior da base do crânio de um embrião de 6 semanas
Vista superior da base do crânio de um embrião de 7 semanas
C – Vista superior da base do crânio de um feto de 12 semanas
D – Vista lateral da cabeça de um feto de 20 semanas.
Processo de ossificação de um osso longo.
Classificação dos Ossos
Consideram-se para a classificação dos ossos suas dimensões e formato.
Ossos Longos: Uma das dimensões excede as demais. O osso longo apresenta duas extremidades, as epífises e um corpo, denominado diáfise. Entre a epífise e a diáfise encontra-se a metáfise. Nas crianças encontramos a linha epifisária composta pela cartilagem epifisária, localizada na epífise. Essa cartilagem permite o crescimento ósseo no eixo longitudinal. Exemplo: Úmero e Fêmur.
Ossos Chatos, Planos ou Laminares: Apresentam pequena espessura e equivalência entre o comprimento e a largura. Exemplo: ossos da calota craniana.
Ossos Curtos: Suas dimensões, em todos os sentidos, são semelhantes. Exemplo: os pequenos ossos do carpo ou do tarso.
Ossos Irregulares: Possuem uma caracterização muito específica, não havendo relação nenhuma entre suas dimensões. Exemplo: Vértebras.
Ossos Pneumáticos: Apresentam em seu interior cavidade aerífera. São eles: maxilar, etmóide, esfenóide e frontal.
Ossos Alongados: São longos, porém achatados e não apresentam canal medular. Exemplo: costelas.
Composição dos Ossos
O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por células e material extracelular calcificado, a matriz óssea. As células são: os osteócitos que são células ósseas maduras, os osteoblastos que são células produtoras da parte orgânica da matriz óssea e os osteoclastos que são células gigantes, móveis e fagocitárias de tecido ósseo.
Células que compõem - Corte Coronal da extremidade de um osso longo, evidenciando o osso esponjoso e o osso compacto.
Composição dos Ossos
São distinguíveis duas formas de osso: o osso compacto e o osso esponjoso. O osso compacto é uma massa sólida e contínua, na qual se pode apenas ver espaços com auxilio do microscópio. Na região de junção do osso compacto com o osso esponjoso observa-se uma gradual substituição de uma forma por outra, sem uma delimitação nítida. O osso esponjoso é constituído por uma trama tridimensional de espículas ósseas ramificadas (trabéculas), que delimitam o espaço ocupado pela medula óssea. Nos ossos longos, as extremidades ou epífises são formadas por osso esponjoso com uma delgada camada superficial compacta. A diáfise é quase totalmente compacta, com pequena quantidade de osso esponjoso na sua parte profunda delimitando o canal medular. Os ossos curtos têm o centro esponjoso, sendo recobertos em toda sua periferia por uma camada compacta. Nos ossos chatos existem duas camadas de osso compacto, as tábuas interna e externa, separadas por osso esponjo, que nessa localização recebe o nome de díploe. Na cavidade do osso esponjoso e no canal medular dos ossos longos encontramos a medula óssea. No recém-nascido toda sua medula óssea tem cor vermelha, devido a sua intensa hematopoiese (formação de células sanguíneas). Com o passar da idade a medula óssea vai sendo infiltrada por tecido adiposo. Formando a medula óssea amarela. Revestindo os ossos pela face externa encontramos o periósteo, uma fina camada de tecido conjuntivo que está em contato direto com o osso. Possui duas camadas, uma profunda e outra superficial. A camada profunda é também conhecida como folheto osteogênico, por participar da formação óssea pela diferenciação de suas células em osteoblastos.
Acidentes Ósseos
Os ossos apresentam saliências, depressões e aberturas que são os acidentes ósseos. As saliências ósseas podem ser articulares ou não, assim como as depressões.
Saliências articulares – São elevações nos ossos que se articulam com outras estruturas. São as cabeças, côndilos, capítulos e trócleas. Exemplo: cabeça do fêmur e tróclea do úmero.
Saliências não articulares – São elevações nos ossos que não se articulam com outras estruturas. São as bordas, cristas, espinhas, linhas, apófises ou processos, tuberosidades e tubérculos. Exemplo: crista ilíaca e espinha esquiática.
Depressões articulares – São reentrâncias nos ossos que se articulam com outras estruturas. Temos as cavidades, as fóveas, as incisuras (essas podem ser ou não articulares) e os alvéolos. Exemplo: cavidade glenoide da escápula, a fóvea costal das vértebras e os alvéolos dentários da mandíbula.
Depressões não articulares – São reentrâncias nos ossos que se não articulam com outras estruturas. São os sulcos e as fossas. Exemplo: sulco do nervo radial do úmero, fossa intercondilar do fêmur.
Forames e canais – São aberturas nos ossos que permitem a passagem de qualquer estrutura anatômica. Essas aberturas podem ser formadas por um único osso ou por mais de um osso. Exemplo: forame nutrício dos ossos e canal óptico do osso esfenóide.
Divisão dos Ossos para Estudo
O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes.
Esqueleto axial – formado pelo crânio, coluna vertebral, costelas e esterno.
Esqueleto apendicular - compreendido pelos ossos dos membros.
Membro superior: cintura escapular (formada pelas escápulas e clavículas) + os outros ossos do membro superior.
Esqueleto apendicular do membro inferior:  cintura pélvica (formada pelos ossos ilíacos) + os outros ossos do membro inferior.
No estudo dos ossos é importante sabermos sua localização espacial em relação ao corpo humano. Para colocar um osso em posição anatômica precisamos utilizar os acidentes ósseos como referência e orientá-los em relação as planos anatômicos. Então, quando descrevermos os ossos neste capítulo, dizemos qual acidente ósseo você deve utilizar e como deve orientá-lo em ralação ao plano anatômico. Para os ossos impares utilizamos apenas dois acidentes ósseos e para os ossos pares utilizamos três. Isso porque precisamos de mais um acidente ósseo para identificar o lado o qual esse osso pertence.
CRÂNIO
Divide-se, para estudo, em ossos da face e ossos do crânio propriamente dito. Ele pode ser dividido em calota craniana ou calvária e base do crânio. A calvária é a parte superior do crânio e é formada pelos ossos: Frontal, Occipital, e Parietais. A base do crânio forma o assoalho da cavidade craniana e pode ser dividida em três fossas ou andares:
Os ossos que o compõe são: Frontal, Occipital, Esfenóide, Etmóide (ímpares)*, Parietal e Temporal (pares)*.
A fossa anterior, também chamada de andar superior da base do crânio, é formada pelas lâminas orbitais do frontal, pela lâmina crivosa do etmóide e pelas asas menores e parte anterior do esfenóide.
A fossa média, também chamada de andar médio da base do crânio, é formada anteriormente pelas asas menores do esfenóide, posteriormente pela porção petrosa do osso temporal e lateralmente pelas escamas do temporal, osso parietal e asa maior do esfenóide.
A fossa posterior, também chamada de andar inferior, é constituída pelo dorso da sela e clivo do esfenóide, pelo occipital e parte petrosa e mastóidea do temporal. Essa é a maior fossa do crânio e também abriga o maior forame do crânio, o forame magno.
Os ossos que compõe a face são: Mandíbula, Vômer, Hióde (ímpares), Maxilar, Palatino, Zigomática, Concha nasal inferior, Lacrimal e Nasal (pares).
 
*Ossos ímpares são ossos situados na linha média e que não possuem outro semelhante no corpo. Ossos pares são ossos situadoslateralmente e que possuem outro semelhante do lado oposto.
 
 
Crânio – vista anterior Crânio – vista anterior
 
Crânio – vista lateral esquerda Crânio – vista posterior
* Em antropologia são empregados como pontos de mensuração. * Em antropologia são empregados como pontos de mensuração. Obs:
 nem todos os indivíduos possuem os ossos suturais.
 
Calvária – vista superior* Em antropologia são empregados como pontos de mensuração. Calvária – vista inferior ou interna.
 
Base do crânio, face interna – vista superior Base do crânio, sem a mandíbula – vista inferior.
 
Crânio – corte sagital* Em antropologia são empregados como pontos de mensuração. Calvária de recém-nascido – vista superior.
 
Ossos do Crânio
Frontal
É um osso pneumático, ímpar, que constitui o limite anterior da calota craniana e o assoalho do andar superior da base do crânio.
Posição anatômica:
Anteriormente: borda supra-orbitária
Inferiormente: espinha nasal
 
Frontal – vista anterior. Frontal – vista inferior* Fossa da glândula lacrimal, onde está situada a glândula lacrimal.
Parietal
É um osso par. Os dois ossos parietais formam os lados e teto da calota craniana. É aplanado, quadrangular e apresenta uma superfície externa convexa e uma interna côncava.
Posição anatômica:
Anteriormente: borda frontal
Inferiormente e lateralmente: borda escamosa
 
Parietal direito – vista lateral Parietal direito, face interna – vista medial
 
Occipital
É um osso ímpar que constitui o limite posterior e dorsocaudal do crânio. Tem uma forma trapezóide e conformação de uma taça. Possui uma grande abertura, o forame magno, que se continua com o canal vertebral.
Posição anatômica:
Dorsalmente: protuberância occipital externa
Inferiormente: forame magno
 
Occipital – vista inferior Occipital – vista superior
 Esfenóide
É um osso ímpar que se encontra no andar médio da base do crânio. Assemelha-se a um morcego de asas abertas.
Posição anatômica:
Anteriormente: face orbitária
Lateralmente: asa maior
 
Esfenóide – vista anterior Esfenóide – vista posterior
 
Temporal
É um osso par situado entre o occipital e o esfenóide, formando a base do crânio e sua parede lateral.
Posição anatômica:
Lateralmente, dorsalmente e inferiormente: processo mastóide
Superiormente: porção escamosa
 
Temporal direito – vista lateral Temporal direito, face interna – vista medial
Temporal direito – vista inferior
 
Etmóide
É um osso ímpar, pneumático, excessivamente leve e esponjoso que forma parte do assoalho do andar superior da base do crânio. Situa-se entre as duas órbitas, forma a maior parte da parede superior da cavidade nasal e constitui parte do septo nasal.
Posição anatômica:
Anteriormente: processos alares
Superiormente: crista gali
Etmóide – vista postero-superior (esquerda) e vista lateral (direita)
OSSOS DA FACE
Mandíbula
É um osso ímpar que forma a porção ventrocaudal da face e contém os alvéolos dentários inferiores.
Posição anatômica:
Anteriormente: eminência mentoniana
Cranialmente: côndilos
 
Mandíbula – vista anterior Mandíbula – vista lateral
 
Mandíbula – vista medial Mandíbula – vista posterior
 
Vômer
Osso ímpar, plano, quadrilátero e alargado que forma as porções posteriores e inferiores do septo nasal.
Posição anatômica:
Inferiormente: borda palatina
Dorsalmente: asas
Vômer – vista lateral Vômer – vista posterior
 
 
Maxila
É um osso par e pneumático que tem a forma cubóidea e que se comunica com a cavidade nasal. São os maiores ossos da face, com exceção da mandíbula, e pela sua união forma todo o maxilar superior. Formam parte do teto da cavidade oral e do assoalho da cavidade nasal. Contêm os alvéolos dentários superiores.
Posição anatômica:
Anteriormente: espinha nasal
Cranialmente: processo frontal
Lateralmente: processo zigomático
Maxila – vista lateral Maxila e Palatino – vista medial
Palatino
É um osso par que forma a parte posterior do palato duro, parte do assoalho e da parede lateral da cavidade nasal. Sua forma lembra a letra L.
Posição anatômica: 
Dorsalmente: processo piramidal
Inferiormente: lâmina horizontal
Medialmente: crista nasal
Palatino – vista lateral Palatino – vista posterior
Zigomático
É um osso par que está situado na parte lateral do esqueleto facial formando a proeminência da face, parte lateral e assoalho da órbita e parte das fossas temporais e infratemporais.
Posição anatômica:	
Anteriormente: forame zigomáticofacial
Cranialmente: processo frontal
Medialmente: face orbital
Zigomático – vista lateral Zigomático – vista posterior
 
Concha Nasal Inferior ou Corneto Inferior
É um osso par que se estende ao longo da parede lateral da cavidade nasal. Consiste de uma lamina de osso esponjoso que enrola sobre si mesmo.
Posição anatômica:
Medialmente: face convexa
Superiormente: borda das eminências
Dorsalmente: extremidade opilada
Viscerocrânio – Corte frontal através do meio da órbita em vista anterior
 Lacrimal
É uma delgada lamina óssea, par, de forma quadrangular alargada que se encontra situada na porção anterior da parede medial e interna da cavidade orbitária.
Posição anatômica:
Medialmente: canal lacrimal
Superiormente: borda articular para o osso frontal
Dorsalmente: gancho lacrimal Órbita
Sonda no canal infra-orbital – vista antero-lateral
 
Nasal
É um osso par, oblongo que forma o dorso do nariz.
Posição anatômica:
Anteriormente e lateralmente: face convexa
Superiormente: bordo dentado
Parede lateral da cavidade nasal, após remoção da concha nasal média – Vista medial
 
Hióide
É um osso particular, pois é o único que não se articula com nenhum outro e que não é considerado pertencente à face. Recebe esse nome por ser semelhante à letra U grega. É o osso da base da língua, pois nele ela se insere. Pode ser considerado osso da face como também osso do pescoço.
Posição anatômica:
Anteriormente: convexidade do corpo
Cranialmente: cornos
Hióide – vista ântero-superior Hióide – vista lateral
COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral se estende desde a base do crânio até a extremidade caudal do tronco. É constituída de 33 ou 34 vértebras superpostas e intercaladas por discos intervertebrais.As vértebras sacras soldam-se entre si, constituindo um único osso, o sacro, assim como as coccígeas, que formam o cóccix.
Divide-se em coluna vertebral em cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea. Sendo:
Cervicais: 7 vértebras.
Torácicas: 12 vértebras.
Lombar: 5 vértebras.
Sacro: 5 vértebras.
Cóccix: 4 a 5 vértebras.
Coluna Vertebral
 Vértebras Cervicais
São as menores vértebras e se distinguem das demais por um forame no processo transverso. A primeira, a segunda e sétima vértebra cervical apresentam características especiais e serão estudadas separadamente. A posição anatômica das vértebras é facilmente identificada pelo processo espinhoso que é posterior e inferior.
2º – 7º Cervicais – vista anterior 1º – 7º Cervicais – vista posterior
Atlas
É a primeira vértebra cervical e recebe esse nome por sustentar, assim como o titã da mitologia grega, o globo da cabeça. Sua característica mais marcante é não possuir corpo vertebral. 
Funciona como um apoio ao crânio, é a vértebra responsável por ser articular com o Áxis e permitir os amplos movimentos que possuímos entre a cabeça e a coluna vertebral.
Posição anatômica: fóvea dental é anterior; face articular superior (a maior) é superior.
Atlas – vista superior
Atlas – vista inferior Atlas e Áxis – corte medial
 
Áxis
È a segunda vértebra cervical e tem esse nome por formar um eixo de rotação para a cabeça (crânio), através do Atlas, ao redor do seu dente. Sua característica mais marcante é o seu dente, que a distingue facilmente das demais vertebras. Graças a esse tipo de articulação podemos fazer o movimento de rotação da cabeça. Também conhecido vulgarmente como movimento de “não”, quando dizemos “não” com a rotação da cabeça.
Posição anatômica: o dente é anterior e superior.
Áxis – vista anterior Áxis – vista postero-superior
Sétima vértebra cervical
É bem parecida com as demais, porém possui um processo espinhoso longo e bem proeminente, sendo esta sua característica especial. Por isso recebe o nome de vértebra proeminente. Note na mesma figura que a 5º vértebra cervical apresenta um processo espinhoso bífido, bifurcado. Na maioria das pessoas esse é o padrão mais encontrado.
Posição anatômica: o processo espinhoso é posterior e inferior. vista anterior vista posterior vista lateral
5º Vértebra cervical – vista superior 7º Vértebra cervical – vista superior
 Vértebras Torácicas
Distinguem-se das demais pela presença de fóvea costal no corpo vertebral onde se articulam as cabeças das costelas.
Posição anatômica: Os processos espinhosos são posteriores e inferiores.
10º vértebra torácica vista superior à esquerda vista anterior à direita
6º vértebra torácica – vista lateral 12º vértebra torácica – vista lateral
Vértebras Lombares
Podemos diferenciá-las das demais por não possuir forame no processo transverso e fóveas costais no corpo vertebral. Possuem um processo transverso alongado podendo ser chamado de processo costal e seu corpo vertebral é grande e largo.
Posição anatômica: Os processos espinhosos são posteriores e inferiores.
Coluna Lombar
Sacro
O sacro é constituído por cinco vértebras fundidas (podem ser seis). Porém, na juventude se encontram ainda separadas e durante a puperdade as cartilagens que as separam sofrem o processo de ossificação produzindo um osso único. É grande e triangular, estando situado na parte posterior da pelve. Sua face ventral é côncava e a face dorsal convexa caracterizando uma cifose.
Posição anatômica: Superiormente a base e posteriormente a crista sacral média.
Sacro – Vista ântero-inferior
 
Sacro – Vista posterior Sacro – vista superior
Sacro após corte mediano – vista medial
Cóccix
É um pequeno osso triangular situado na extremidade caudal da coluna vertebral, sendo formado por quatro ou cinco vértebras fundidas.
Posição anatômica:
Inferiormente – extremidade afilada
Anteriormente – face côncava
Cóccix – vista anterior Cóccix – vista posterior
TÓRAX
Costelas
São finos arcos ósseos de convexidade externa que formam o gradil costal. Há doze de cada lado, existindo particularidades entre elas. As sete primeiras são verdadeiras, pois estão unidas ao esterno por cartilagem costal. A 8º, a 9º e a 10º são chamadas de falsas, pois só alcançam o esterno através da 7º cartilagem costal. A 11º e 12º são flutuantes, pois não se articulam anteriormente e por isso flutuam.
Primeira costela: é a menor e a mais encurvada. Além disso, é chata e larga. Décima primeira e décima segunda: não possuem colo nem tubérculo e se estreitam em sua extremidade anterior. A décima segunda é menor e não possui ângulo nem sulco costal.
Gradil Costal ou Caixa Torácica e o Cíngulo do Membro Superior
Costelas – vista lateral direita
 
 
 Esterno
É uma placa óssea alargada que forma a porção média da parede ventral do tórax.
Consiste de três partes: Manúbrio: é a porção mais superior e tem formato quadrangular. Corpo: é mais longo, mais fino e mais achatado que o manúbrio. Processo xifóide: é a menor das três partes. No jovem é uma peça cartilaginosa que se ossifica ao longo do desenvolvimento.
Posição anatômica:
Lateralmente: face convexa
Inferiormente: sulco costal
Dorsalmente: cabeça
Esterno – vista anterior Esterno – vista lateral esquerda
OSSOS DO MEMBRO SUPERIOR
O Esqueleto Apendicular
É formado pelos ossos dos membros inferiores e pelos ossos dos membros superiores. O conjunto de ossos que ligam o esqueleto apendicular ao esqueleto axial recebe o nome de cíngulo ou cintura.
O cíngulo do membro superior pode ser chamado de cintura escapular e é formado pela clavícula e pela escapula. Possuímos duas cinturas escapulares, uma de cada lado do corpo.
O cíngulo do membro inferior pode ser chamado de cintura pélvica e é formado pelo osso ilíaco, também conhecido como osso do quadril. É importante lembrar que o sacro não faz parte da cintura pélvica, ele se articula com os dois ossos do quadril, unindo os dois cíngulos do membro inferior.
Ossos do Membro Superior
Clavícula
É um osso longo e robusto com uma curvatura que lembra a letra S. Forma a parte ventral da cintura escapular. Ele é a única união óssea do membro superior ao tronco.
Posição anatômica:
Medialmente: extremidade esternal
Posteriormente: tubérculo conóide
Inferiormente: sulco do m. subclávio
Escápula
É um osso chato e triangular com uma ampla concavidade ventral. Forma a parte dorsal da cintura escapular.
Posição anatômica:
Posterior e superiormente: espinha da escápula
Lateralmente: cavidade glenóidea
Úmero
É um osso longo e o maior do membro superior. Possui uma cabeça que se articula com a cavidade glenóide da escápula.
Posição anatômica:
Proximal e medialmente: cabeça
Posteriormente: fosso do olecrano
Ulna
Forma a parte medial do esqueleto do antebraço. É um osso longo que possui uma extremidade proximal mais larga e que vai se afilando até sua extremidade distal.
Posição anatômica:
Lateral e proximalmente: incisura radial
Anteriormente: processo conóide
Rádio
É um osso longo que forma a parte lateral do esqueleto do antebraço. Sua extremidade proximal é pequena e sua extremidade distal é larga.
Posição anatômica: 
Proximalmente:cabeça
Medialmente: margem interóssea
Anteriormente: tuberosidade do rádio
Ossos da mão
O esqueleto da mão pode ser dividido em três partes: ossos do carpo, ossos do metacarpo e falanges (ossos dos dedos). Ossos do carpo: em numero de oito, são distribuídos em duas fileiras.
Fileira proximal, iniciando do rádio à ulna: escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme.
Fileira distal, iniciando do rádio à ulna: trapézio, trapezóide, capitato e hamato.
Ossos do metacarpo: são cinco ossos delgados numerados a partir do lado radial.
Falanges: são quatorze. Três para cada dedo e duas para o polegar.
Osso do carpo, metacarpo e falanges; as distâncias entre os ossos foram aumentadas para fins didáticos vista superior.
OSSOS DO MEMBRO INFERIOR
Ilíaco ou Osso do Quadril
É um osso par, grande, chato e irregular formado pela união de três ossos: o ílio, o ísquio e o púbis. Esses três ossos se unem em uma grande cavidade articular, o acetábulo. A união dos dois ossos ilíacos (direito e esquerdo) com o sacro formam a pelve.
O ílio é superior e constitui a maior parte do osso do quadril. É dividido em duas partes pela linha arqueada em asa e corpo.
O ísquio forma a parte inferior e posterior do quadril. É divido para o estudo em corpo e ramo.
O púbis é menor e a mais anterior porção do quadril. É dividido em corpo e dois ramos, um inferior e outro superior.
Posição anatômica:
Superiormente: crista ilíaca
Anteriormente: púbis
Lateralmente: acetábulo
Cíngulo do membro inferior – vista superior
Osso do quadril ou Ilíaco – vista medial
Osso do quadril ou Ilíaco – vista anterior
Osso do quadril ou Ilíaco – vista látero-posterior
Fêmur
É um osso longo, o maior e mais forte do corpo humano. É ligeiramente encurvado, estando sua convexidade voltada ventralmente.
Posição anatômica: Proximal e medialmente: cabeça
Dorsalmente: côndilos
Fêmur – vista anterior                                  Fêmur – vista posterior
 
Fêmur; extremidade proximal – vista posterior
Extremidade Distal do Fêmur
 
Patela
É um osso chato, arredondado e triangular formando uma base e um ápice. Localiza-se no interior do tendão do quadríceps femoral.
Posição anatômica:
Dorsal e medialmente: face articular para o côndilo medial
Inferiormente: ápice
Patela – vista anterior                              Patela – vista posterior
Tíbia
É um osso longo situado do lado medial da perna.
Sua extremidade superior é ampla e funciona como uma base para a articulação do fêmur, recebendo o nome de platô tibial. E sua extremidade distal é menor e ligeiramente escavada para formar a articulação do tornozelo.
Posição anatômica:
Proximalmente: côndilos
Anteriormente: tuberosidade da tíbia
Medialmente: maléolo
 
Tíbia – vista anterior                               vista lateral                             vista posterior
 
Platô tibial e fíbula – vista superior
Fíbula – vista medial                                vista lateral                                vista posterior
Tíbia e fíbula – vista inferior; formando a articulção do tornozelo
Ossos do pé
O esqueleto do pé pode ser dividido em três partes: ossos do tarso, ossos do metatarso e falanges (ossos dos dedos). Ossos do tarso: em numero de sete, são distribuídos em duas fileiras.
Fileira proximal: calcâneo e tálus
Fileira distal: cubóide, navicular e três cuneiformes (cuneiforme medial, intermedio e lateral).
Ossos do metacarpo: são cinco ossos, são numerados a partir do Hálux.
Falanges: são quatorze. Três para cada dedo e duas para o Hálux.
Ossos do pé – vista superior                                      vista plantar
Ossos do pé – vista medial
Ossos do pé – vista lateral
 
Tálus – vista superior                            vista plantar
 
Calcâneo – vista medial
Calcâneo – vista lateral
Osso do tarso e metatarso; as distâncias entre os ossos foram aumentadas para fins didáticos – vista superior
INTRODUÇÃO À ARTROLOGIA
Artrologia é o capitulo da anatomia que estudas as articulações. Articulação é a união de duas ou mais peças ósseas ou cartilaginosas, por meio de feixes fibrosos ou fibro-cartilaginosos, apresentando ou não movimentos.
Os ossos do corpo humano estão unidos uns aos outros nas mais diferentes partes de suas superfícies e revestidas por tecidos especializados dependendo de suas funções. Quando as articulações são ditas imóveis, como as articulações do crânio, os ossos estão praticamente em contato, sendo separado por apenas uma fina camada de tecido fibroso, chamado de ligamento sutural. Quando as articulações possuem movimento limitado e sofrem grande carga ou força, ossos são revestidos por fibrocartilagens bem resistentes e elásticas para suportar a pressão e amortecer o impacto. No caso das articulações com movimentos amplos, as superfícies articulares estão completamente separadas. As superfícies ósseas são revestidas por cartilagem e a articulação envolvida por uma cápsula fibrosa que mantém o espaço articular preenchido por um líquido lubrificante levemente viscoso (líquido sinovial) responsável, juntamente com a cartilagem, em propiciar um meio com menor atrito possível. As articulações podem ser divididas e classificadas conforme sua estrutura e sua mobilidade. Começaremos os estudos das articulações descrevendo o nome e tipo de movimentos que elas apresentam.
Movimentos
Os movimentos das articulações podem ser divididos em quatro grandes grupos: movimentos deslizantes, movimentos angulares, circundução e rotação. Esses movimentos são combinados na maior parte das vezes, produzindo um infinidade de possibilidades às articulações.
Movimento deslizante – é o tipo mais simples. Uma superfície articular desliza sobre a outra sem nenhuma outra angulação ou rotação. È comum à todas as articulações; mas em algumas, como as articulações do tarso e do carpo, é o único movimento existente.
Movimento angular – ocorre somente entre os ossos longos. Recebe esse nome por altera o ângulo entre ossos, aproximando os ossos quando diminui o ângulo e afastando quando aumenta o ângulo. Esse grande grupo de movimento abrange a extensão, a flexão, a abdução e a adução. Como exemplo de articulações que fazem esses movimentos temos o joelho e o ombro.
Circundução – é o movimento realizado entre a cabeça do osso e uma cavidade articular quando um osso faz um movimento em forma de cone no espaço, sendo a base do cone a parte distal do membro e o ápice do cone a articulação. Os melhores exemplos são o ombro e o quadril.
Rotação – é o movimento no qual o osso se move ao redor de um eixo central sem deslocamento do eixo da articulação. O eixo da rotação pode estar em um osso separado, como no caso do pivô formado pelo processo odontóide do Axis no qual o Atlas gira. O osso também pode girar ao redor do seu próprio eixo como, por exemplo, na rotação do úmero com a cavidade glenóide da escápula.
Ação ligamentar dos músculos – Os movimentos das articulações dos membros estão combinados por meio de longos músculos que passam por mais de uma articulação. Esses músculos quando de contraem ou relaxam agem como verdadeiros elásticos impedindo alguns movimentos das articulações. Assim os músculos do jarrete (músculos posteriores da coxa) previnem a completa flexão do quadril, a não ser que o joelho se flexione, quando ele aproxima as fixações musculares e possibilita um maior grau de flexão do quadril. A função das ações ligamentares dos músculos é:
1º coordenar os tipos de movimentos que são os mais habituais e

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