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FUNDAMENTOS DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL Prof. Beatriz Chagas BREVE HISTÓRICO •Aaron Beck é fundador da TCC; •Na década de 60 começou a discordar da teoria freudiana e inicia sua própria formulação de hipóteses, que geraram o modelo cognitivo da depressão; •Posteriormente apresentou aprimoramentos na teoria com a expansão para outros tipos de transtornos, sendo usada hoje com casais, dependência química, crianças, adolescentes, dentre outros; •Apresenta base empírica sólida, o que confere respaldo científico PRESSUPOSTOS GERAIS •Percepção e experiência são processos ativos; •O modo como uma pessoa avalia uma situação fica evidente em suas cognições; •Estas cognições refletem as configurações a respeito de si próprio, do mundo, do passado e futuro (Tríade cognitiva); •Alterações no conteúdo das estruturas cognitivas subjacentes da pessoa afetam seu estado afetivo e padrão comportamental. MODELO DE PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO Crenças e suposições Estímulos recebidos Pensamentos automáticos Respostas comportamentais Respostas emocionais Diante deste modelo de processamento de informações, é possível concluir que “A percepção do indivíduo e a interpretação das situações influenciam suas respostas emocionais e comportamentais para a situação” (Pretzer & Beck, A., 2005, p.45) PRINCÍPIOS BÁSICOS DA TCC •A Terapia Cognitivo-Comportamental baseia-se no conceito de que a maneira como as pessoas pensam afeta o que elas sentem e fazem. •Nesse sentido, a TCC auxilia na identificação de pensamentos automáticos para que o comportamento seja mais funcional, o que leva a pessoa a se sentir melhor e a se comportar de modo mais adaptativo ao contexto. •Sendo assim, a TCC modifica as crenças disfuncionais dos indivíduos através da reestruturação cognitiva, substituindo-as por crenças mais funcionais. CONCEITOS •Crenças: Atribuem significado (intermediárias: se...então; Centrais: generalizadas e absolutas) •Pensamentos automáticos: avaliação rápida e imediata •Crenças disfuncionais e distorções cognitivas: Erros na interpretação da experiência, ou seja, a avaliação e atribuição de significados nas situações são elaboradas de forma equivocada em relação ao contexto •Esquemas: Conjunto de crenças que formam padrões específicos, que regem o processamento da informação e, consequentemente, a ação. MODELO COGNITIVO DA DEPRESSÃO De acordo com esse modelo e dentro da visão cognitiva do funcionamento humano, “os pensamentos automáticos de um indivíduo, sua avaliação imediata, espontânea da situação parecem desempenhar um papel importante na indução e formação de resposta emocional e comportamental de um indivíduo a uma situação” (Pretzer & Beck, A., 2005, p.51) PERFIL COGNITIVO DOS TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS Transtorno Tendências sistemáticas no processamento de informação Depressão Visão negativa de si, do mundo e do futuro Hipomania Visão inflada de si e do futuro Transtorno de ansiedade Sensação de perigo físico ou psicológico Transtorno de pânico Interpretação catastróficas experiências corporais/mentais Fobia Sensação de perigo em situações específicas, evitáveis Estado paranóico Atribuição de tendência a outros Histeria Noção de anormalidade motora ou sensorial Obsessão Estado de alerta constante ou dúvidas sobre segurança Compulsão Rituais de fuga e percepções de ameaça Comportamento suicida Desesperança e deficiência em resolução de problemas Anorexia nervosa Medo de ser/estar gordo Hipocondria Atribuição de vários transtornos médicos PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM A TCC •Aliança terapêutica, empatia •Conceituação cognitiva •Colaboração participativa (paciente ativo) •Orientação a metas e objetivos •Foco no momento presente •Sessões estruturadas •Uso de técnicas cognitivas e comportamentais PRESSUPOSTOS BÁSICOS •A atividade cognitiva influencia o comportamento •A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada •Mudanças na cognição determinam mudanças no comportamento CONCEITUAÇÃO COGNITIVA •Técnica de compreensão do caso •Hipótese diagnóstica •Fornecimento da estrutura para o entendimento do paciente •Indicação das técnicas e estratégias a serem trabalhadas •Auxílio no processo de empatia e aliança terapêutica, contribuindo para o bom relacionamento, adesão do paciente ao tratamento e eficácia do trabalho (Beck, J., 1997) FINALIDADE DA TCC •Validação empírica •Produzir mudanças duradouras no pensamento, no sistema de significados (crenças), emoções e comportamento •Autonomia do sujeito •Mudanças cognitivas por meio de avaliações realistas (reestruturação cognitiva) “Tratando as experiências cotidianas do paciente como um campo de testagem para verificar suas crenças diversas sobre si mesmo, fomos capazes de estender enormemente o processo terapêutico: quase todas as experiências ou interações pessoais apresentavam uma oportunidade potencial para o paciente testar suas previsões e interpretações negativas. Deste modo, o conceito de experimento, ou como posteriormente o chamamos, “autoterapia estendida”, expandiu muito o impacto das sessões de terapia”. (Beck, 1979) EXERCITANDO... Pedro, um senhor de 50 anos, procura a terapia relatando uma tristeza profunda e um desânimo que o tem impedido de trabalhar; afirma não ter valor como pessoa e não ser amado por ninguém de sua família, que permanecem com ele por interesse. Por isso acredita que tem que se manter bem financeiramente para ser digno do amor de seus parentes. Sempre que alguém se aproxima dele imediatamente pensa que há algum interesse por trás e isso tem feito com que sofra terrivelmente isolando-se progressivamente. Considerando a terapia cognitiva desenvolvida por Aaron Beck, como podemos entender as idéias de Pedro de que os outros possuem algum interesse por trás da aproximação?
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