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UNIVERSIDADE PAULISTA GIOVANA AMBROSELLI SAULA R.A.: N858FB-7 MAYARA MACEDO CUOMO R.A.: D04BHE-0 SARA LUANA FONTES SANTANA R.A.: D059JE-8 THAMIRYS TEIXEIRA DOS SANTOS VIEIRA R.A.: N977AH-9 PSICOLOGIA SÓCIO-INTERACIONISTA: Jogo das Cores Proibidas SÃO PAULO 2017 UNIVERSIDADE PAULISTA GIOVANA AMBROSELLI SAULA R.A.: N858FB-7 MAYARA MACEDO CUOMO R.A.: D04BHE-0 SARA LUANA FONTES SANTANA R.A.: D059JE-8 THAMIRYS TEIXEIRA DOS SANTOS VIEIRA R.A.: N977AH-9 PSICOLOGIA SÓCIO-INTERACIONISTA: Jogo das Cores Proibidas Trabalho de Psicologia Sócio-Interacionista do título de graduação em Psicologia apresentando à Universidade Paulista – UNIP. Orientadora: Viviane França Dias. SÃO PAULO 2017 1 INTRODUÇÃO Lev Vygotsky realizou seus estudos centrados no aprendizado, no desenvolvimento humano e nas relações entre esses dois fatores. Como afirma Zilma de Moraes “O ponto central da teoria formulada por Vygotsky é que as funções psicológicas superiores são de origem sociocultural e emergem de processos psicológicos elementares, de origem biológica, através da interação da criança com membros mais experientes da cultura”. Em suas obras apresentou a importância dos processos de aprendizagem, sendo “um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizada e especificamente humanas (VYGOTSKY, 1984, p. 101). Como definiu em seus estudos, aprendizagem é o processo que se adquire informações, valores, habilidades, entre outros fatores, a parti do contato com a realidade, interação com o meio e indivíduos. Por acreditar na importância da interação com o meio (interacionista), descorda da base epistemológica empirista, que aponta o desenvolvimento humano como sendo resultado da experiência e de teorias inatistas, na qual afirma que o ser humano nasce com a inteligência pré-determinada em sua herança genética. Logo, partindo da interação constante com o meio social e processos internos, inicia-se o desenvolvimento da criança. Segundo Vygotsky, a criança utiliza formas de comportamentos iguais que outros indivíduos usaram com ela. A razão disso é porque desde o início de sua vida, suas atividades adquiriram significados próprios dentro de um sistema de comportamentos sociais, que dá o suporte para compreender seus objetivos, envolvendo desde sua fala. Em seus estudos, Lev Vygotsky concluiu que existem três zonas do desenvolvimento, sendo: zona do desenvolvimento real, capacidade de realizar tarefas de forma independente; zona do desenvolvimento proximal, o caminho que o indivíduo percorre para que o conhecimento se torne real, ou seja, aquilo que está em processo de internalização; zona do desenvolvimento potencial, habilidade para efetuar determinada tarefa com a ajuda de um adulto. Relacionando essas zonas com o jogo das cores proibidas, percebe-se que, dependendo da idade a criança já terá a capacidade de responder sozinha corretamente uma determinada pergunta relacionado a um objeto (zona real), porém pode encontrar dificuldade em internalizar uma tarefa (zona proximal), mas com a ajuda de um adulto, encontra a solução para tal dificuldade (zona potencial).Como ressalta Vygotsky, 1984 “a brincadeira fornece um estágio de transição em direção à representação, desde que um objeto pode ser um pivô da separação entre um significado e um objeto real” (, p. 44 111-124). Vale mencionar também suas pesquisas relacionadas à memória, visto que é um dos fatores fundamentais para a execução do jogo das cores, além da percepção e atenção. Vygotsky concluiu que existem dois tipos de memória: memória natural não mediada, sendo questões inatas (como exemplo os bebes); memória mediada por signos, através da utilização de signos que provocam a lembrança do conteúdo a ser recuperado, o indivíduo controla seu próprio comportamento. Não podemos excluir a possibilidade das crianças escolhidas apresentarem características dessa fase como o egocentrismo. Para Vygotsky, o surgimento da fala egocêntrica indica a trajetória da criança: o pensamento vai dos processos socializados para os processos internos. Percebemos falas egocêntricas ao ser questionado se a criança havia ganhado ou perdido o jogo, e independente se houve erros, a criança afirma que ganhou. 2 OBJETIVO DO JOGO O objetivo do jogo das cores é verificar a habilidade da criança na utilização de instrumentos e signos culturais como auxiliares na lembrança (memória) de instruções em situações de jogos; observar a existência e a frequência da fala egocêntrica usada pela criança na tentativa de dirigir e organizar suas ações; e por fim, observar como a capacidade das crianças de memorizar instruções, oferecidas em três situações de jogo, vai se construindo no decorrer de seu desenvolvimento físico e intelectual. 3 CRITÉRIO PARA SELEÇÃO DOS SUJEITOS O método para a escolha das crianças foi baseado em uma idade limite sendo de quatro a nove anos de idade, possuindo capacidade de reconhecer as cores indicada pelo jogo e tendo condições para a compreensão das regras estipuladas pelo jogo. Além de possuir a capacidade de comunicação. Foi levado em consideração também, a disponibilidade das crianças já escolhidas e o consentimento obrigatório dos responsáveis para uma efetuação ética da realização do jogo das cores proibidas. 4 MATERIAL E MÉTODO Como materiais expositivos foram utilizados brinquedos e objetos para a representação de cores especificas, sendo eles: um giz de cera azul, um cofre amarelo, uma ovelha de brinquedo branca, um cavalo de brinquedo marrom, um pincel preto, um monstrinho de brinquedo verde e uma toalha de mãos vermelha. Foi utilizado também 8 cartões de E.V.A das respectivas cores: Azul, amarelo, marrom, preto, branco, verde, vermelho, laranja e um roteiro de perguntas. Primeiramente os objetos foram postos em fileira um ao lado do outro e as perguntas faziam menção a cada objeto. Ex: “Qual a cor deste cofre?” A criança deveria responder levando em consideração se é uma cor proibida ou não, caso fosse deveria criar formas alternativas de resposta sem repetir respostas anteriores. Considera-se que a criança ganhou o jogo se ela dispõe de estratégias verbais e signos culturais para favorecer na lembrança das regras e contribuição na diversidade de respostas. 5 DESENVOLVIMENTO PRÁTICO 5.1 CRIANÇA A TAREFA 1 – SEM cartões e SEM ajuda Primeira regra: cores proibidas – Amarelo e Verde Segunda regra: não repetir as cores 1. Qual é a cor deste copo? Blue 2. Qual é a cor do sangue? Red 3. Qual é a cor deste pato? Yellow 4. Qual é a cor do sol? Yellow 5. Qual é a cor deste cavalo? Brown 6. Qual é a cor deste pincel? Black 7. Qual é a cor do café? Black 8. Qual é a cor da grama? Green 9. Qual é a cor do céu? Blue 10. Qual é a cor do leite? White TAREFA 2 – COM cartões e SEM ajuda Primeira regra: cores proibidas – Verde e Marrom Segunda Regra: não repetir as cores 1. Qual é a cor do algodão? Branco 2. Qual é a cor do giz? Azul 3. Qual é a cor da grama? Green 4. Qual a cor da terra? Brown 5. Qual é a cor do tronco de arvore? Posso pular? 6. Qual a cor do abacate? Posso pular? 7. Qual a cor do morango? Vermelho 8. Qual a cor do cabelo loiro? Amarelo 9. Qual a cor da melancia? Vermelho 10. Qual a cor do copo? Azul TAREFA 3 – COM cartões e COM ajuda Primeira regra: cores proibidas – Laranja e Branco Segunda Regra: não repetir as cores 1. Qual é a cor da folha de papel? Não posso falar 2. Qual é a cor desta borracha? (azul e branca) Azul 3. Qual é a cor desta toalha? Vermelha 4. Qual é a cor das nuvens? Não posso falar (aponta para cartão branco) 5. Qual é a cor da cenoura? Também não posso falar 6. Qual é a cor do ouro? Amarelo 7. Qual é a cor da abobora? A mesma cor da cenoura 8. Qual é acor do urubu? preto 9. Qual é a cor desta ovelha? (aponta para cartão branco). 10.Qual é a cor da mexerica? Não posso falar (aponta para cartão laranja). Você acha que ganhou ou perdeu? O que podia falar? O que mais? “Eu ganhei, por que sim, mas errei algumas. Vamos brincar de novo?” CONSIDERAÇÕES FINAIS Na primeira etapa o jogo foi realizado sem cartões auxiliares e sem ajuda dos pesquisadores, o que pode ter gerado dificuldade na compreensão e memorização das regras por parte da criança, pois se observarmos suas respostas, notaremos frequência num padrão de resposta, sendo todas elas ditas em inglês e de forma rudimentar, contudo o participante não mencionou as cores proibidas, mas em contrapartida repetiu inúmeras respostas. Já na segunda e terceira etapa em que a criança podia contar com os cartões auxiliares e ajuda dos pesquisadores, observa-se maior pluralidade entre as respostas, mas ainda assim sem muitas estratégias verbais para esquiva das cores repetidas e proibidas. No início a criança utilizou-se da estratégia de falar as cores proibidas em outro idioma e depois passou apenas a mencionar que não podia dizer e apontar aos cartões que correspondiam as respectivas cores, fazendo pouca ligação com outros objetos e sem variações de palavras, exemplo: laranja=alaranjado. A evolução no desempenho da criança ao decorrer das etapas pode ser correlacionada com as zonas de desenvolvimento postuladas por Vygotsky, cuja a primeira zona proximal representaria a internalização das regras, a potencial no momento que ela recebe auxilio até a real, onde a tarefa já é feita com maior destreza e de forma espontânea. Ao analisarmos suas respostas considerando seu meio social, podemos constatar a forma em que ele aplica de seus conhecimentos aprendidos na pré-escola como o inglês na resolução de “problemas” do cotidiano. A interação com os pesquisadores se deu de forma amigável e descontraída, o participante se mostrou confortável e entusiasmado para responder as questões. 5.2 CRIANÇA B ROTEIRO DE PERGUNTAS E ETAPAS DO JOGO DAS CORES PROIBIDAS TAREFA 1 – SEM cartões e SEM ajuda Primeira regra: cores proibidas – Azul e Amarelo Segunda regra: não repetir as cores 1. Qual é a cor deste brinquedo? (azul) - Eu não posso falar essa cor. 2. Qual é a cor do sangue? - Vermelho. 3. Qual é a cor deste lápis? (amarelo) - Eu não posso falar essa cor. 4. Qual é a cor da terra? - Marrom. 5. Qual é a cor do sol? - Laranja. 6. Qual é a cor das folhas das árvores? - Verde. 7. Qual é a cor da banana? - Eu não posso falar essa cor. 8. Qual é a cor da maçã? - Eu não posso falar essa cor. 9. Qual é a cor desta bolsa (marrom)? - Eu não posso falar essa cor. 10. Qual é a cor da grama? - Eu não posso falar essa cor. Você acha que ganhou ou perdeu? O que não podia falar? O que mais? - Eu ganhei! Não podia falar azul e amarelo e não podia repetir as cores. Só. TAREFA 2 – COM cartões e SEM ajuda Primeira regra: cores proibidas – verde e vermelho Segunda Regra: não repetir as cores 1. Qual é a cor desta bexiga? (azul) - Azul. 2. Qual é a cor deste brinquedo? (verde) - Igual da grama. 3. Qual é a cor do algodão? - Branco. 4. Qual é a cor do tronco das árvores? - Marrom. 5. Qual é a cor do morango? *A criança não falou a cor, mas apontou para o cartão de cor vermelha. 6. Qual é a cor desta folha de papel? *Apontou para o cartão branco. 7. Qual é a cor do café? - Igual da terra. 8. Qual é a cor desta caixa? (vermelha) - A mesma do morango “ué”. 9. Qual é a cor deste lápis? (preto) - Preto. 10. Qual é a cor da casca da maçã? *Apontou para o cartão vermelho novamente. Você acha que ganhou ou perdeu? O que não podia falar? O que mais? - Esse eu perdi, falei coisa errada. A cor vermelha e azul e não falar de novo a mesma coisa. TAREFA 3 – COM cartões e COM ajuda Primeira regra: cores proibidas – marrom e alaranjado Segunda Regra: não repetir as cores 1. Qual é a cor da melancia por dentro? - Vermelha. 2. Qual é a cor deste lenço? (branco) - Branco. 3. Qual é a cor desta pasta? (vermelha) * Apontou para o cartão da cor vermelha. 4. Qual é a cor deste lápis? (laranja) - Eu não posso falar essa cor. 5. Qual é a cor desta borracha? (azul) - Azul. 6. Qual é a cor do abacate? - Verde e marrom. 7. Qual é a cor desta bolsa? (marrom) - Eu não posso falar essa cor. 8. Qual é a cor das nuvens? - Às vezes branco e às vezes cinza. 9. Qual é a cor deste brinquedo? (verde) - Cor de mato. 10. Qual é a cor deste outro brinquedo? (alaranjado) - Eu não posso falar essa cor. Você acha que ganhou ou perdeu? O que podia falar? O que mais? - Um pouco dos dois, por que eu acertei umas e errei umas. “Tô” cansada dessa brincadeira, não que”ro mais. Considerações finais: na primeira etapa o jogo foi realizado sem cartões auxiliares e sem ajuda dos pesquisadores, porém, a criança não apresentou dificuldade em responder as questões e quando necessário, utilizava-se da frase conforme fora instruída. Já na segunda etapa a criança mostrou-se sem tanto decoro e paciência, além de responder com comparações a outros instrumentos e signos, podemos verificar tal comportamento na resposta: “A mesma do morango ‘ué’”. Na terceira tarefa podemos observar que houve uma resposta errada, aparentemente por conta da falta de paciência da criança para com a tarefa proposta. Desta forma, ela utilizou de imparcialidade “as vezes é uma cor e as vezes outra”, da frase que havia sido instruído para o caso das cores proibidas e também apontando para os cartões coloridos. A evolução no desempenho da criança ao decorrer das etapas pode ser correlacionada com as zonas de desenvolvimento postuladas por Vygotsky, cuja a primeira zona proximal representaria a internalização das regras, a potencial no momento que ela recebe auxilio até a real, onde a tarefa já é feita com maior destreza e de forma espontânea. Ao analisarmos suas respostas considerando seu meio social, podemos constatar a forma em que ela aplica de seus conhecimentos aprendidos em contato com as crianças que moram no mesmo condomínio, para a resolução de “problemas” do cotidiano. A interação com os pesquisadores iniciou-se de forma tranquila, descontraída, porém ao longo das tarefas a participante mostrou-se impaciente e um pouco indisposta a cooperar em responder as questões. 6 CONCLUSÃO Este trabalho teve por objetivo apresentar o jogo das cores, constituído por três tarefas com regras e cores proibidas distintas, na qual consistia na realização de perguntas relacionadas a cores de objetos, brinquedos, frutas, entre outros, levando-se em consideração o desenvolvimento da criança na utilização de signos, instrumentos, capacidade de memorização de regras e instruções. Além de observar o surgimento de falas egocêntricas ao logo do jogo, característica comum da fase infantil. Foram selecionadas duas crianças: criança A com quatro anos e criança B com nove anos. Observou-se que a criança A apresentou mais dificuldade em compreender as instruções e respeitar as regras do que a criança B. Porém, ao efetuar a tarefa três com a criança B, notou-se que não havia mais interesse em jogar e responder, diferente da criança A que após a finalização do jogo pediu para que repetisse tudo de novo, demonstrando ter gostado da brincadeira. O embasamento teórico foi realizado com estudos e pesquisas de Lev Vygotsky, centrando especialmente em interação social, signos, instrumentos, memória, zonas de desenvolvimento da criança. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.scielo.br/pdf/ptp/v16n1/4389.pdf http://www.birigui.sp.gov.br/educacao/site/admin/arquivos/texto_marta_koll.pdf http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_02_p043-046_c.pdf http://primeirainfancia.org.br/l-s-vygotsky-algumas-ideias-sobre-desenvolvimento-e-jogo-infantil/ http://coral.ufsm.br/lec/02_00/Cintia-L&C4.htm
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