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Fundamentos da Economia Ricardo Elias Elnour Fundamentos da Economia Ricardo Elias Elnour Fundamentos da Economia Natal/RN 2015 Catalogação da Publicação na Fonte (CIP). Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726. E37d Elnour, Ricardo Elias. Fundamentos da economia / Ricardo Elias Elnour ; edição e revisão do Instituto Tecnológico Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2015. 78 p. : il. color. ISBN 978-85-68100-54-7 Inclui referências 1. Fundamentos da economia. 2. Conceitos e definições de economia. 3. Problemas econômicos. I. Instituto Tecnológico Brasileiro. II.Título. RN/ITB/LCFJ CDU 330.111 presidente PROF. PAULO DE PAULA diretor geral PROF. EDUARDO BENEVIDES diretora acadêmica PROFA. LEIDEANA BACURAU diretora de produção de projeto PROFA. JUREMA DANTAS FICHA TÉCNICA gestão de produção de materiais didáticos PROFA. LEIDEANA BACURAU coordenação de design instrucional PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA projeto gráfico ADAUTO HARLEY SILVA diagramação MAURIFRAN GALVÃO designer instrucional ITSUO MACÊDO OKASHITA revisão de língua portuguesa SÍLVIA BARBALHO BRITO revisão das normas da ABNT LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR SÍLVIA BARBALHO BRITO ilustração RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA “A economia é uma ciência social e utiliza funda- mentalmente uma análise positiva, que deve explicar os fatos da realidade.” (Marco Antônio S. Vasconcelos) Índice iconográfico Diálogos Importante Querendo mais Internet Curiosidade Vocabulário Você conhece? Mídias Atividade O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim- ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es- tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo. Observe-os na descrição a seguir: Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci- mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno. Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con- siderado muito relevante. Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência, antes do resumo. Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no decorrer do estudo. Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas ao objeto de estudo. Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre- sentado ao final ou ao longo do texto. Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem. Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais. Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais. Apresentação institucional 09 Palavra do professor autor 11 Apresentação das competências 13 Competência 01 Definir o significado de economia 17 A economia 17 Objetivo do estudo da economia 19 Resumo 23 Autoavaliação 23 Competência 02 Identificar o sistema econômico 27 O sistema econômico 27 Elementos básicos do sistema econômico 28 Problemas econômicos fundamentais 29 Resumo 30 Autoavaliação 31 Competência 03 Descrever a atividade econômica 35 Aspectos fundamentais da atividade econômica 35 Tipos de atividades econômicas no Brasil 36 Setor secundário 37 Sumário Setor terciário 38 Os agentes econômicos 38 Resumo 40 Autoavaliação 40 Competência 04 Identificar a microeconomia 45 O mercado 45 Classificações de mercado 46 Fatores que influenciam a evolução do mercado 47 Exemplos de crise econômica 47 Microeconomia e mercado 49 Preço de equilíbrio 50 Resumo 52 Autoavaliação 52 Competência 05 Identificar a macroeconomia 57 Desafios da macroeconomia 57 Estruturas da macroeconomia 58 Instrumentos da macroeconomia 59 Resumo 63 Autoavaliação 63 Competência 06 Reconhecer a influência da globalização e da economia internacional 67 O surgimento da globalização 67 Vantagens e desvantagens da globalização 68 Aceleração do comércio internacional com a globalização 69 Globalização: os tigres asiáticos 70 Economia internacional 71 Resumo 73 Autoavaliação 74 Referências 76 Conheça o autor 78 Fu nd am en to s da E co no m ia 9 Apresentação institucional O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen- volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância. Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen- volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro- dutivo da nação. O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida- mente concorrer aos crescentes postos de trabalho. No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza- gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais. O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con- tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio- namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para o seu desenvolvimento pessoal e do seu país. Fu nd am en to s da E co no m ia 11 Seja bem-vindo ao componente curricular de Fundamentos da Economia! O estudo da economia é de grande importância para a sociedade, pois trata da forma como as pessoas lidam com questões econômicas do dia a dia, tais como: aumento de preços, período de crise, desemprego, comportamento das taxas de juros, diferenças salariais, setores que crescem mais que outros, dívida externa, problemas no balanço de pagamentos, elevação de impostos, tarifas públicas, dentre outros. Este estudo é dirigido a estudantes e profissionais das mais variadas áreas. Em geral, tem por objetivo analisar os problemas econômicos no intuito de formular soluções para resolvê-los. Ele fará com que você tenha uma visão mais abrangente das questões econô- micas e compreenda melhor sobre o conceito e o significado da economia, seu objeto de estudo, os principais objetivos da economia, os problemas econômicos fundamentais, a microeconomia e a macroeconomia, as definições e as classificações de mercado, a globa- lização, a economia internacional e suas inter-relações. Ao longo deste livro, você encontrará várias oportunidades de avaliar seus conhecimen- tos por meiodas atividades propostas. Terá também a chance de se deparar com o cenário econômico e suas influências, podendo colocar em prática tudo o que aprender. Lembre-se que sempre é necessária a sua determinação e dedicação, para que possa alcançar êxito. Agora, vamos lá! Palavra do professor autor Fu nd am en to s da E co no m ia 13 Apresentação das competências Nossa primeira competência será definir o que significa economia e também o contexto ao qual está inserida, sua importância, seu objeto de estudo, objetivos e significado. A segunda competência foi desenvolvida no intuito de identificar os problemas econômi- cos fundamentais e o sistema econômico. Na terceira competência, vamos descrever a atividade econômica, os agentes econômi- cos e suas funções e o custo de oportunidade. O quarto momento será dedicado a identificar a microeconomia, conhecida também como teoria de preços, que estuda o comportamento entre consumidores e produtores. O quinto momento será dedicado a identificar a macroeconomia, que estuda os agentes econômicos em seu conjunto, tratando do comportamento da economia como um todo. Entenderemos a importância dos instrumentos da macroeconomia, a saber: política mone- tária, política fiscal, política cambial e política de rendas. Para finalizar, no sexto momento iremos reconhecer a influência da globalização na economia internacional e os seus impactos. Definir o significado de economia Competência 01 A economia surgiu como ciência a partir de 1.776, com a publicação da obra de Adam Smith, A Riqueza das Nações. Antes disso, a Economia não Curiosidade Fu nd am en to s da E co no m ia 17 Definir o significado de economia Vou iniciar nossa competência perguntando: você já pensou na existência de um país onde as atividades financeiras, comerciais e industriais fossem inexistentes? É impossível imaginar a vida dessa forma, não é verdade? Pensando nessa importância da economia, trataremos a respeito de seu objeto de estudo, que é a escassez. Aqui, essa palavra não é considerada no sentido de falta. Ela defende que o ser humano nunca está satisfeito com o que possui, deseja sempre mais, porém, os recursos produtivos são limitados, não podendo atender a todas as suas necessidades simultaneamente. A economia Economia é a ciência que estuda o modo como as pessoas utilizam seus recursos finan- ceiros, assim como a maneira de administrá-los. Preocupa-se com o nível de produção e produtividade no país para melhorar o padrão de vida das pessoas. De acordo com Vasconcellos (2009), economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar seus recursos produtivos escas- sos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Podemos dizer que Economia é também a ciência social que estuda a atividade econômica através da aplicação da teoria de preços tendo, na gestão, a sua aplicabilidade prática. E os economistas estudam a forma como as pessoas, as empresas e os governos alcançam seus objetivos na área econômica. A palavra economia é de origem grega. Vem de oikos (casa) e nomos (norma, costume ou lei), ou também gerir, administrar: regras da casa ou administração doméstica, adminis- trar uma casa, Estado ou país. Ao nos reunirmos com nossos amigos nas rodas de conversas em assuntos do dia a dia, discutimos temas voltados à rotina das pessoas que vivem em sociedade, dos quais direta ou indiretamente estão relacionados às questões econômicas, tais como: • Distribuição de renda: é a maneira como a renda (salários, riquezas) é distribuída aos habitantes de determinada região (estado) ou país; • Desemprego: falta temporária de emprego/trabalho que supre a necessidade materiais de um indivíduo e/ou famílias na sociedade; • Inflação: é o aumento de preços de forma generalizada causados pela queda do valor de compra da moeda; • Pobreza: é a classificação de situação econômica que se dá àqueles que sobrevivem em condições de extrema dificuldade financeira; • Impostos: são os valores pagos pelos cidadãos ao Estado, para que o governo aplique estes recursos em benefício da população; • Taxas de juros: são as taxas cobradas pelo empréstimo de dinheiro; • Tarifas públicas: são valores cobrados dos cidadãos para utilização dos serviços públi- cos não essenciais que são prestados à sociedade; • Diferenças salariais: são as diferenças de aumento de salários a serem pagos aos tra- balhadores; • Comportamento do governo: é a forma como o governo atua ou se comporta quanto agente público que representa o povo na administração do Estado/país; • Crescimento econômico: é a medição do desenvolvimento econômico através das ri- quezas produzidas no país; Fu nd am en to s da E co no m ia 18 Mercantilismo: teoria e sistema de economia política, domi- nantes na Europa após o declínio do feudalismo. Fisiocracia: dou- trina econômica e filosófica do século XVIII, que se baseia no conhecimento e no respeito às leis na- turais, considera a terra como única fonte de riqueza e defende o liberalis- mo econômico. passava de um pequeno ramo da Filosofia Social e do Direito. Com o Mercantilismo e a Fisiocracia, as ideias econômicas começam a ter um pequeno desenvolvimento. • Consumo de produtos e serviços: é a atividade que consiste na aquisição de produtos/ serviços por meio de pagamento, troca ou doação. É exatamente para correlacionar o estudo da economia à prática no cotidiano de todos nós, que será feita uma explanação objetiva e detalhada dos aspectos que envolvem a atividade econômica no país. Fu nd am en to s da E co no m ia 19 Na Grécia Antiga, como em Roma, a maior parte da população era com- posta por escravos, seu trabalho era um modo de subsistência. Os senho- res dos escravos se apropriavam de tudo. Nesse período, a economia era quase exclusivamente agrícola, o meio urbano não passava de uma fortifi- cação com algumas casas, onde residiam os nobres, ou chefes militares. Curiosidade Objetivo do estudo da economia O objetivo de estudo da Ciência Econômica é analisar os problemas econômicos funda- mentais e formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar a qualidade de vida e satisfazer as necessidades das pessoas. Fu nd am en to s da E co no m ia 20 Você consegue identificar a importância das questões econômicas que con- versamos na rodas de amigos hoje? Cite um exemplo prático de onde uma ou algumas delas são empregadas e compartilhe no fórum virtual. Atividade 01 O modo como as sociedades resolvem seus problemas econômicos fundamentais depende do tipo de organização econômica do país, ou seja, do sistema econômico de cada nação. A economia preocupa-se com os aspectos que podem ser medidos dentro da atividade produtiva recorrendo ao conhecimento da econometria. É possível observar que estudar os recursos oferecidos, que são limitados, e conciliar às necessidades humanas é um dos principais objetivos da economia. Muitos afirmam que a economia é a ciência da escassez; por trata de recursos limitados, enquanto as necessi- dades humanas sempre se renovam. O objeto de estudo da economia Vamos entender primeiramente o que é um objeto de estudo, certo? Bem, entende- -se que objeto de estudo corresponde ao alvo de uma pesquisa, ou seja, aquilo que será estudado, portanto o objeto de estudo da economia é o que diz respeito à escassez, isso significa dizer que a economia estuda como economizarrecurso. A escassez não está relacionada apenas ao que existe em pouca quantidade disponível e sim devido às pessoas desejarem muito mais do que pode ser satisfeito com os recursos disponíveis. Com a questão da escassez, temos mais desejos do que bens para satisfazer a estas necessidades. Nesse contexto, surge um conceito importante em economia cha- mado custo de oportunidade. E o que vem a ser custo de oportunidade? Esse é um termo usado em economia para indicar o grau de sacrifício ou o custo de algo em termos de uma oportunidade renunciada em virtude do tipo de escolha que foi feita. Para tanto as sociedades são obrigadas a fazer escolhas sobre o que, e quanto, como e para quem produzir. Econometria: método estatístico de análise de da- dos e problemas econômicos. Escassez: falta de um bem ou serviço em relação à sua necessidade. Fu nd am en to s da E co no m ia 21Capital intensivo: forma de produção onde ocorre a mecanização do processo produti- vo. Mão de obra intensiva: forma de produção atra- vés de trabalho braçal O que e quanto produzir – Em virtude da escassez de recursos produtivos, a sociedade precisa decidir quais produtos serão fabricados e em que quantidade. Deve-se escolher a necessidade de produzir mais bens de consumo ou mais bens de capital que são deman- dados pelo próprio mercado consumidor. Bens de consumo: são bens acabados que se destinam ao consumidor final. Ex.: eletrodomésticos, computadores, alimentos, dentre outros. Bens de capital: são máquinas e equipamentos que serão utilizados para a produção de outros bens e serviços. Importante Como produzir – Para que haja eficiência no processo de produção, a sociedade deve escolher quais os recursos produtivos que tem o menor custo de produção possível, considerando os avanços tecnológicos. Neste caso, o objetivo é a busca da eficiência produtiva, para tanto, decide-se por métodos de produção de capital intensivo ou de mão de obra intensiva. Para quem produzir – Esta é uma questão fundamental, pois a sociedade precisa de- cidir a distribuição do que foi produzido, considerando os fatores de produção: terra, tra- balho e capital, que são os insumos básicos utilizados na produção de bens e serviços. As terras são aquelas cultiváveis para produção de bens, ou os recursos naturais; tra- balho refere-se à capacidade física e intelectual das pessoas para intervirem no proces- so de produção e capital compreende as fábricas, edificações, máquinas, equipamentos e instalações utilizados no processo de produção e distribuição. Dessa maneira, decide- -se como serão distribuídas as rendas provenientes da atividade econômica.. De uma forma mais simplificada, dizemos, então, que a sociedade deve decidir quais setores serão beneficiados na distribuição do produto, ou seja, decidir como será distri- buída a renda gerada pela atividade econômica. Em qualquer sociedade, os recursos produtivos são limitados e as necessidades humanas, ao contrário, são ilimitadas, renovando-se sempre com o crescimento da população e do desejo contínuo das pessoas em elevar o padrão de vida. Independen- te do nível de desenvolvimento do país, nenhum deles dispõe de todos os recursos Fu nd am en to s da E co no m ia 22 suficientes para satisfazer todas as necessidades da sociedade, por este motivo é que temos um problema de escassez, ou seja, recursos limitados para atender necessida- des humanas ilimitadas. Figura 1 – Bens de consumo Fonte: Oliveira (2015). Com base no que foi visto, se chegamos ao ponto em que se atinge a escassez, temos um problema econômico, ou seja, pessoas e sociedade precisam escolher o que produzir, como produzir e para quem produzir. Para uma compreensão melhor acerca da influência do consumo na eco- nomia, sugiro que assista ao filme “A verdade de cada um”. Nesse filme, você verá a importância das escolhas de produtos que são consumidos na sociedade, a influência de sua distribuição aos mais variados tipos de pessoas na sociedade. Entenderá como funciona a sociedade de consumo brasileira, seu crescimento e a maneira como podemos enxergar o futuro do consumismo no Brasil. Ele te trará uma contribuição singular, pois o levará a refletir o quão importante é a economia e sua evolução no aspecto prático do dia a dia, levando em consideração inclusive a questão ambien- tal. Acesse o link: <http://www.youtube.com/watch?v=1aFFaMdgTN4>. Querendo mais Fu nd am en to s da E co no m ia 23 Resumo Nesta competência, você identificou como a economia contribui para o desenvolvi- mento econômico do país. Você estudou como os processos de produção, distribuição, comercialização e consumo de bens e serviços influenciam na distribuição dos fatores de produção na economia. Teve condições de perceber que o objetivo do estudo da economia é melhorar a qualidade de vida e satisfazer as necessidades das pessoas, onde o modo como as sociedades resolvem seus problemas econômicos fundamentais depende do tipo de organização econômica do país, ou seja, do sistema econômico de cada nação. Você teve a oportunidade de compreender que a escassez de recursos produtivos são bens limitados devido à necessidade humana de elevar seu bem-estar ou o padrão de vida. Em suma, a partir de agora, você tem condições de definir a economia como ciência, além de poder aplicar seus conhecimentos no dia a dia, no sentido de gerir ou administrar melhor os recursos de forma a atingir seus objetivos na esfera econômica. Autoavaliação 01. Economia é a ciência que se preocupa com o estudo das leis econômicas. Sendo as- sim, podemos afirmar que a economia estuda: a) A análise da produção, distribuição e consumo de bens e serviços; b) A Forma como o governo investe nos recursos produtivos; c) A análise apenas dos bens de consumo; d) O consumo dos bens de produção. 02. Economia é uma palavra de origem grega, que significa: a) Kasa (casa) e numos (vida, lei); b) Raika (controle) e nomos (norma ou lei); c) Oikos (casa) e nomos (norma, costume ou lei); d) Resus (sentido) e quantus (numeração). 03. O principal objetivo de se estudar economia é: a) Alterar o mecanismo do estudo econômico na esfera social; b) Melhorar a qualidade de vida e satisfazer as necessidades das pessoas; Fu nd am en to s da E co no m ia 24 c) Aumentar o consumo de bens e serviços essenciais; d) Vivenciar experiências mercantilistas da atualidade. 04. O objeto de estudo da economia é: a) A sociedade; b) A escassez; c) A vida social das pessoas; d) A política monetária. 05. Em economia, bens de consumo significa: a) Bens acabados que se destinam ao consumidor final; b) Máquinas e equipamentos destinados para produção de bens e serviços; c) Meios utilizados para produzir outros bens; d) Bens imóveis de natureza jurídica. Fu nd am en to s da E co no m ia 25 Identificar o sistema econômico Competência 02 Fu nd am en to s da E co no m ia 27 Sistema econômico é a forma como a sociedade se organiza, visando solucionar os seus problemas de produção, circulação e distribuição de riqueza. Quando uma pessoa passa numa avenida vê ruas asfaltadas, bairros urbanizados, ca- sas construídas, prédios edificados e veículos em movimento, esse conjunto de fatores nos levam a pensar que, de certa forma, há um sistema organizado por trás de tudo isso. No entanto, se formos questionados o que representa esse sistema é provável que a nossa resposta não contemple sistema econômico. Porque isso acontece? A resposta é simples, porque nós não estamosacostumados no dia a dia a enxergar o sistema econô- mico como forma organizada de administração do Estado e/ou país. Tudo o que acontece numa determinada região onde existe a necessidade de organização e gestão dos recursos financeiros, precede o sistema econômico. O sistema econômico Para um entendimento mais abrangente de sistema econômico, Vasconcellos e Garcia (2005) abordam que: [...] um sistema econômico pode ser definido como sendo a forma política, so- cial e econômica pela qual está organizada uma sociedade. É um particular sistema de organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar. (VASCONCELLOS; GARCIA, 2005, p. 3). Podemos observar então que o sistema econômico representa um sistema de produ- ção, consumo e distribuição de bens e serviços numa economia de forma organizada para satisfazer as necessidades da sociedade. Identificar o sistema econômico Você é capaz de dizer como a sociedade se organiza, visando solucionar os Atividade 01 Fu nd am en to s da E co no m ia 28 Vamos citar apenas um exemplo para facilitar o nosso entendimento a respeito de sistema econômico de uma forma prática. Imagine um trabalhador que atua numa fábrica de veículos. Ao trabalhar em sua profissão, ele troca a força de trabalho por uma remuneração (salário), a fim de satisfazer suas necessidades, como por exemplo: moradia, alimentação, educação, ves- timenta, lazer, dentre outras. Ao realizar seu trabalho, este trabalhador participa da produção de bens e/ou serviços para distribuição posterior à sociedade, cumprindo dessa maneira seu papel no processo econômico, sendo beneficiado ainda ao suprir suas necessidades. Elementos básicos do sistema econômico Os elementos básicos do sistema econômico são três, atuando de forma integrada: 1. Fatores de produção: são os recursos para produção de bens e serviços dos quais dispõe a sociedade, comunidade, região ou país; 2. Empresas: são as unidades privadas ou públicas que tem a finalidade de produzir bens e serviços, gerando emprego e renda no Estado ou país; 3. Instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: estas formam a base da orga- nização da sociedade. Os sistemas econômicos classificam-se basicamente em dois: capitalismo e socialismo, este segundo, já praticamente sendo abolido em virtude da globalização. O capitalismo é o sistema econômico em que a produção e a distribuição de riquezas são regidas pelo mer- cado. Os proprietários das empresas compram a força de trabalho em troca de lucro. Neste modelo econômico, as coisas que possuímos são provenientes de nosso próprio trabalho do dinheiro que ganhamos. O socialismo é o sistema econômico em que a produção e a distribuição de riquezas são centralizadas no governo. O governo detém a economia de mercado e todos recebem a mesma quantia independente do trabalho que realizam ou atividade econômica que exercem. Um detalhe: você sabia que em economia, capital não significa dinheiro? Isso mesmo, em economia, capital são máquinas, equipamentos e instalações para produção de bens e serviços. Fu nd am en to s da E co no m ia 29 seus problemas de produção, circulação e distribuição de riqueza? Com- partilhe sua opinião no fórum virtual. Problemas econômicos fundamentais Estudamos na competência 01 que a escassez é o objeto de estudo da economia. Em economia, escassez é quando não há recursos disponíveis pra todas as pessoas realiza- rem seus desejos, tendo em vista que as necessidades humanas são ilimitadas e os recur- sos produtivos são limitados. Por esta razão, surgem alguns problemas econômicos fundamentais, a primeira ques- tão fundamental é o que produzir para estimular a economia? Neste caso, precisamos sa- ber quais são os desejos e necessidades (produtos) para a satisfação e qual a quantidade necessária para isso. A segunda questão fundamental é como produzir? Aqui devemos pensar na técnica a ser adotada para obter o máximo de produção com o mínimo de recursos possíveis. Pode- mos produzir de duas maneiras: Através de capital intensivo ou de mão de obra intensiva. Figura 2 – Capital intensivo Fonte: Shutterstock. Figura 3 – Mão-de-obra intensiva Fonte: Shutterstock. A terceira questão fundamental é: para quem produzir? Significa dizer que você precisa decidir quem será beneficiado, ou seja, quais os setores da sociedade serão beneficiados pela produção dos produtos ou serviços que serão distribuídos. É de suma importância um bom planejamento dentro do sistema econômico para evi- tarmos problemas como: Fu nd am en to s da E co no m ia 30 – Inflação; – Desemprego; – Desigualdade salarial; – Alta carga tributária; – Baixo índice de crescimento econômico; – Aumento da dívida externa brasileira; – Alta do dólar. Percebemos dessa maneira que os problemas econômicos fundamentais decorrem de- vido ao objeto de estudo da economia, ou seja, a escassez. Neste ínterim, é importante que todas as decisões econômicas sejam pautadas em incentivar a economia, num processo de escolha para atender as necessidades da sociedade, considerando a quantidade de produ- tos e/ou serviços a ser produzidos e colocados à disposição das pessoas ou instituições. Resumo Nesta competência, você pode aprender o quanto o sistema econômico é importante, em se tratando da gestão de recursos financeiros administrados dentro de um determina- do Estado/país. Teve condições de perceber que, se não houvesse um sistema econômico, dificilmente teríamos condições de controlar a economia do país. Você teve oportunidade de compreender que os elementos fundamentais do sistema econômico são extremamen- te importantes quando postos em prática para a produção e consumo de bens e serviços, assim como para o fomento da economia. Você teve condições de verificar que os princi- Para uma melhor compreensão a respeito do sistema econômico, su- giro que você assista ao vídeo informado, que retrata a organização do sistema econômico dentro da economia de mercado e como funcionam as decisões de natureza econômica. Acesse o link: <www.youtube.com/ watch?v=egnx7I7AwGc>. Mídias Fu nd am en to s da E co no m ia 31 pais problemas econômicos fundamentais surgem em decorrência da escassez, ou seja, não há recursos disponíveis pra todas as pessoas realizarem todos os seus desejos de forma simultânea, pois as necessidades humanas são ilimitadas e os recursos produtivos são limitados. Em síntese, a partir de agora, você tem condições de identificar o sistema econômico de maneira mais ampla para aplicar seus conhecimentos no dia a dia, no sen- tido de planejar melhor as suas ações relacionadas à área econômica. Autoavaliação 01. Sistema econômico é a forma como a sociedade se organiza, visando solucionar os seus problemas de: a) Política, distribuição e consumo de bens e serviços; b) Produção, circulação e distribuição de riqueza; c) Análise, produção e distribuição; d) Circulação, produção e consumo. 02. O que são fatores de produção: a) São os recursos para produção de bens e serviços dos quais dispõe a sociedade, comu- nidade, região ou país; b) São instrumentos que propiciam a produção de terra, trabalho e capital; c) São os recursos advindos do mecanismo econômico, para equilibrar a economia; d) São os mecanismos votados para produção, crescimento e desenvolvimento econômico. 03. Há basicamente dois tipos de sistemas econômicos vigentes, a saber: a) Socialismo e presidencialismo; b) Comunismo e socialismo; c) Capitalismo e socialismo; d) Vivenciar experiênciasmercantilistas da atualidade. 04. A importância do significado de escassez dentro do sistema econômico se deve princi- palmente quando: Fu nd am en to s da E co no m ia 32 a) A sociedade não consegue viver dentro de suas posses e entra em endividamento; b) A política pública que serve para proteger o cidadão entra em crise; c) O padrão de economia sofre as tendências de inflação de forma descontrolada; d) Não há recursos disponíveis pra todas as pessoas realizarem seus desejos, pois as ne- cessidades humanas são ilimitadas e os recursos produtivos são limitados. 05. Quando temos baixo índice de crescimento econômico, inflação, desemprego, desi- gualdade salarial, alta do dólar, dentre outros fatores, significa que: a) Não houve um bom planejamento dentro do sistema econômico; b) Não houve escoamento da produção dos bens fabricados; c) Os recursos foram mal empregados e por esta razão tivemos os principais problemas econômicos fundamentais; d) Houve incentivo da área econômica, mas os economistas tiveram dificuldades em admi- nistrar os recursos. Fu nd am en to s da E co no m ia 33 Descrever a atividade econômica Competência 03 Fu nd am en to s da E co no m ia 35 Descrever a atividade econômica A atividade econômica de um país está relacionada à produção e distribuição de bens e serviços, a fim de atender às necessidades humanas da sociedade, tais como: saúde, educação, alimentação, segurança, lazer, dentre outras. A atividade econômica serve também como um termômetro que mede a temperatura em termos de produção e crescimento da economia. Ela também caminha junto com a evolução da tecnologia, a história, a geografia e a cultura da civilização. Posso dizer que seu desenvolvimento pode dividir-se por setores, mas essa não é a única forma de classi- ficar a atividade econômica. Em nossos estudos, classificaremos como setores primário, secundário e terciário. Aspectos fundamentais da atividade econômica Todos nós estamos na seguinte condição: Consumindo produtos e/ou serviços, produ- zindo algo para comercialização ou até mesmo distribuindo produtos ou realizando algum tipo de serviço para satisfazer as necessidades das pessoas. Podemos até estar em mais de uma atividade ao mesmo tempo. O que quero chamar a sua atenção é o fato de que todos nós participamos direta ou indiretamente da atividade econômica do país. Esses fatores nos remetem aos principais aspectos da atividade econômica que são: • Consumo: trata-se da utilização dos bens na satisfação das necessidades; • Produção: trata-se da transformação da matéria-prima em produtos acabados disponí- veis para consumo; • Distribuição: trata-se do transporte, deslocamento físico dos produtos do local onde foi produzido até o local de consumo. De que maneira a atividade econômica entra na sociedade de forma prática? Vejamos alguns exemplos: quando você vai ao açougue, o açougueiro que corta a sua carne executa Fu nd am en to s da E co no m ia 36 uma atividade econômica; quando você vai ao supermercado, o atendente que passa as suas compras no caixa executa uma atividade econômica; na padaria onde você compra pães, o padeiro que produz o pão executa uma atividade econômica. A atividade econômica é um instrumento que gera riqueza ao país por meio da extração, transformação e distribuição dos recursos naturais, bens e ser- viços, tendo como finalidade a satisfação de necessidades humanas, como educação, segurança, alimentação, dentre outros. Importante Tipos de atividades econômicas no Brasil A economia de um país pode ser dividida nos seguintes setores: primário, secundário e terciário, de acordo com os produtos produzidos, modos de produção e recursos utilizados. Estes setores econômicos mostram o grau de desenvolvimento econômico de um país ou região. Vamos entender cada um desses setores e sua importância? Setor primário O setor primário está relacionado à produção por meio da exploração de recursos da natureza. As atividades desenvolvidas no setor primário são: agricultura, pecuária, pesca e extrativismo vegetal. É por meio do setor primário que são fornecidas as matérias-primas para a indústria de transformação.Extrativismo vegetal: extração de produtos da natureza que não tenham sido plan- tados e cultivados pelo homem, sem que tenha causado prejuízos ao meio ambiente. Ex: extração de seiva, carvão, colheita de frutos, retirada de folhas, madeira etc. Figura 4 – Setor primário Fonte: http://imguol.com/c/noticias/2013/09/09/1378738246724_956x500.jpg Fu nd am en to s da E co no m ia 37 Figura 5 – Setor secundário Fonte: Shutterstock. No setor primário, a economia fica muito vulnerável, pois depende de fatores climáticos. Tanto a chuva em excesso, quanto a seca prolongada no campo, provocam grandes perdas financeiras, principalmente na agricultura e pecuária. A indústria de transformação transforma matéria-prima em um produto final ou intermediário para outra indústria de transformação, por exem- plo, uma refinaria que usa o petróleo como matéria-prima tanto para um produto final, como a gasolina, quanto para um produto intermediário, a exemplo da nafta, que é utilizada pela indústria petroquímica, em diversos produtos como os plásticos. Curiosidade Nafta: derivado de petróleo (líquido incolor), utilizado como matéria- -prima principal- mente da indústria petroquímicaSetor secundário É o setor da economia que transforma as matérias-primas produzidas pelo setor pri- mário em produtos industrializados. Ex: alimentos industrializados, automóveis, roupas, máquinas, casas, produtos eletrônicos, dentre outros. Como há conhecimentos tecnológicos agregados aos produtos do setor secundário, o lucro obtido na comercialização é significativo. Países com bom grau de desenvolvimento possuem uma significativa base econômica concentrada no setor secundário. A exportação desses produtos gera riquezas para as indústrias desses países. Fu nd am en to s da E co no m ia 38 No setor secundário, as indústrias vêm investindo em máquinas robotizadas por meio dos avanços tecnológicos, diminuindo a mão de obra em vários setores econômicos, au- mentando dessa forma o desemprego. Setor terciário O setor terciário refere-se ao setor da economia relacionada aos serviços. Os serviços são prestados por meio de empresas ou pessoas para satisfazer as necessidades de ter- ceiros que deles precisam. Podemos citar como atividades deste setor econômico: serviços de alimentação, serviços de limpeza, transporte, saúde, educação, turismo, telecomunica- ções, informática, serviços bancários, seguros, dentre outros. O setor terciário representa em faturamento mais de 50% do PIB no Brasil e é responsável pela geração de 75% dos empregos formais no país. Curiosidade PIB: é a sigla para Produto Interno Bruto. Representa a soma de em valores monetários, de todos os bens e serviços finais pro- duzidos numa de- terminada região, durante um período determinado. O Brasil é responsável pelo fornecimento de 25% do mercado mundial de alimentos. O país tem o café, o açúcar, o álcool – a partir da cana-de-açúcar – e suco de laranja como principais produções e exportações. O Brasil está em primeiro lugar nas vendas externas de farelo, óleo e grãos (complexo de soja), assim como na venda de carne bovina e de frango. Os agentes econômicos Os agentes econômicos são: o governo, as pessoas (famílias) e as empresas não finan- ceiras e financeiras. Você sabe qual a função econômica dos agentes econômicos?Fu nd am en to s da E co no m ia 39 Fonte: ????????? Governo Pessoas (famílias) Empresas não financeiras Empresas financeiras Criar medidas econômicas e políticas monetárias que satisfa- çam a comunidade, atendendo as necessidades de educação, segurança, moradia, lazer, dentre outras. Consumir bens e serviços para fomentar a economia do Estado/país. Atuar na geração de emprego e renda para a produção de bens e serviços. Atuar como intermediador financeiro entre poupadores e tomadores. Normalmente, os tomadores buscam essa fonte de recursos através de instituições financeiras, como bancos e financeiras, tomando empréstimos. AGENTE ECONÔMICO FUNÇÕES ECONÔMICAS Fomentar: esti- mular, incenti- var, apoiar. Em economia, o ato de fomentar está relacionado com políticas para impulsionar o pro- gresso de algo. Poupadores: são as pessoas que tem recursos financeiros disponíveis para aplicações. Tomadores: são as pessoas que necessitam de re- cursos financeiros para suprirem suas necessidades. A atividade econômica de um país é contabilizada através das relações entre todos os agentes econômicos em seu conjunto. Quando os agentes econômicos mantêm relações comerciais e/ou econômicas dentro de um determinado território, dizemos que este país é de economia fechada. Já os agentes econômicos que mantêm relações econômicas com outros países – através de exportações, importações e movimentos de capitais –, denomi- namos de economia aberta. Você é capaz de dizer em que tipo de atividade econômica o Brasil possui liderança de vendas no mercado externo? Compartilhe sua opinião no nos- so fórum virtual. Atividade 01 Para obter informações importantes sobre produção e investimento na atividade eco- nômica, consulte o site <http://www.valor.com.br/valor-data/indices-macroeconomicos/ atividade-economica>. Se quiser compreender melhor a importância da atividade econô- mica em se tratando do caráter financeiro, sugiro que assista ao vídeo indicado no link. Ele fala a respeito das consequências de uma crise econômica, a exemplo da que ocorreu nos Estados Unidos em 2001/2002, assim como a economia se comporta quanto à ação dos agentes econômicos. Acesse o link <https://www.youtube.com/watch?v=k9NscFVa4sM>. Fu nd am en to s da E co no m ia 40 Resumo Nesta competência, você pode identificar os aspectos fundamentais da atividade eco- nômica: consumo, produção e distribuição. Pode verificar que a atividade econômica é um instrumento gerador de riqueza ao país por meio da extração, transformação e distribuição dos recursos naturais, bens e serviços, tendo como finalidade a satisfação de necessida- des humanas. Aprendeu também sobre os agentes econômicos e sua importância nas re- lações comerciais e econômicas, seja na economia aberta ou fechada. Você teve a oportu- nidade de compreender que o crescimento econômico está ligado diretamente aos tipos de atividades econômicas existentes no país, tendo o setor terciário como grande destaque da economia brasileira por meio da produção e exportação de produtos, onde temos liderança de vendas no mercado externo. Em síntese, você tem condições de visualizar neste mo- mento que a atividade econômica é de fundamental importância para o progresso, cresci- mento e desenvolvimento da economia, principalmente num país capitalista como o Brasil. Autoavaliação 01. Os aspectos fundamentais da atividade econômica são: a) Produção, comércio e distribuição; b) Consumo, distribuição e armazenamento; c) Consumo, produção e distribuição; d) Comércio, serviços e distribuição. 02. A economia de um país divide-se nos seguintes setores: a) Terciário, monetário e fiscal; b) Primário, secundário e terciário; c) Mercantil, secundário e primário; d) Primário, secundário e monetário. 03. Em que setor da atividade econômica a economia fica bastante vulnerável por depen- der de fatores climáticos: a) Primário; b) Secundário; Fu nd am en to s da E co no m ia 41 c) Terciário; d) Mercantil. 04. Na atividade econômica, os agentes econômicos são: a) Sociedade, tomadores, poupadores e empresas; b) Poupadores, investidores, empresas não financeiras e governo; c) Tomadores, famílias e governo; d) Governo, pessoas (famílias) e empresas não financeiras e financeiras. 05. A função econômica das empresas não financeiras é: a) Destinar a distribuição de produtos ao consumidor final; b) Atuar na geração de emprego e renda na produção de bens e serviços; c) Comercializar produtos adequados aos consumidores; d) Produzir produtos e bens para distribuição na sociedade. Fu nd am en to s da E co no m ia 43 Identificar a microeconomia Competência 04 Fu nd am en to s da E co no m ia 45 Identificar a microeconomia Tratarei contigo agora acerca da microeconomia e inicio esta competência infor- mando seu significado, para que você saiba a importância desse ramo para sua forma- ção profissional. A microeconomia é o ramo da economia que estuda o comportamento dos consumido- res (compradores) e produtores (vendedores) de bens disponíveis no mercado e a forma como os mesmos interagem. A microeconomia analisa a formação de preços no mercado e por essa razão também é conhecida como teoria dos preços, pois explica como são fixados os preços no mercado e seus fatores de produção. Estuda a lei da oferta (vendedores) e da demanda (comprado- res), assim como o seu comportamento no mercado. Antes de entrarmos detalhadamente na microeconomia, precisamos compreender o que é mercado e como o mesmo funciona. O mercado Vivemos numa sociedade moderna. A relação entre compradores e vendedores nos últimos 15 anos mudou completamente, principalmente após o advento da globalização. Hoje, somos muito mais exigentes como consumidores. Dessa maneira, as empresas pre- cisam produzir mais utilizando menos recursos e não podem de forma alguma esquecer a qualidade, que é um pré-requisito fundamental que ajuda a garantir a sobrevivência da empresa num mercado cada vez mais competitivo. Além disso, não bastam as empresas apenas produzirem, é necessário fazer isso sem destruir o local em que estão inseridas, ou seja, pensar no meio ambiente. Um grande desafio, concorda? Os maiores beneficiários somos nós consumidores que estamos inseridos no mercado. Mas, afinal, o que é mercado? No passado, mercado era designado apenas como um local físico onde compradores e vendedores se encontravam para trocar seus bens. Hoje, mer- cado é local no qual os agentes econômicos procedem à troca de bens por uma unidade monetária ou por outros bens. Fu nd am en to s da E co no m ia 46 Com o avanço da tecnologia, os mercados não são necessariamente lugares físi- cos, onde compradores e vendedores interagem. O comércio eletrônico tem sido utilizado com bastante frequência tornando o ponto de encontro entre vendedores e compradores. Cada dia que passa aumenta mais a quantidade de pessoas que consomem produtos e serviços através da Internet. Classificações de mercado Os mercados estão divididos da seguinte forma: • Quota de mercado ou mercado real – Trata-se do volume de vendas efetivo de um de- terminado produto ou número de consumidores que compram o produto; • Mercado potencial – Trata-se da estimativa do volume que se pretende atingir pelas vendas de um determinado produto ou conjunto de compradores que estão em condi- ções de adquirir esse produto (os consumidores que adquirem o tipo de produto fabri- cado pela empresa e pela concorrência); • Mercado total – Trata-se do mercadopotencial de um determinado produto e o merca- do dos que não consomem esse produto (toda a população que tenha condições para vir a adquirir um bem ou serviço, mas sem a garantia de vir a adquiri-lo). Figura 7 – Mercado tradicional Fonte: Shutterstock. Figura 8 – Mercado na internet Fonte: Oliveira (2015). Fu nd am en to s da E co no m ia 47 Fatores que influenciam a evolução do mercado Há basicamente 7 fatores que influenciam diretamente na evolução do mercado, a saber: • Conjuntura econômica, política e social: todos sabemos que as condições econômicas afetam diretamente o consumo de produtos e serviços. Se houver uma crise econômica ou desequilíbrio na economia, a tendência é refrearmos o consumo; • Variações sazonais: o consumo de muitos produtos varia ao longo do ano em determi- nadas épocas. Por exemplo: a venda de sorvetes tende a aumentar no verão, mas no inverno, a tendência é diminuir. A venda de produtos fora da estação compromete os resultados; • Tempo (consumo em massa): com o decorrer do tempo, alguns produtos evoluem e passam a fazer parte do cotidiano coletivo das pessoas de forma natural e no hábito de consumo das mesmas, seja por influência ou por necessidade. Ex.: máquinas de lavar louça, microondas, TVs de plasma, de LCD e de LED; • Substituição de produtos: o efeito de substituição de produtos é algo muito comum seja com o desaparecimento ou não dos produtos mais antigos. O que vale ressaltar é a rápida evolução dos mesmos no mercado de consumo. Ex.: Substituição de Notebooks por Net books ou Tablets; • Inovação tecnológica: as empresas procuram atrair o mercado consumidor através de tecnologias de última geração Ex.: celulares (Smartphones); • Grau de concorrência: ao surgir novos concorrentes, as empresas precisam aperfeiçoar seus processos, melhorar a qualidade e adaptar-se à nova dinâmica de desenvolvimen- to de mercado. Ex.: se abrir um novo supermercado no bairro onde moramos, vai forçar a concorrência a abrir os olhos para as questões de qualidade, preços, estratégias de marketing, dentre outros fatores; • Mercados condicionados: são os mercados que estão ligados ou condicionados ao de- senvolvimento de outros para se desenvolvimento e crescimento. Ex.1: TV a cabo está condicionada ao mercado de televisores. Ex.2: Internet está condicionada ao mercado de computadores. Exemplos de crise econômica Você sabia que tivemos no Brasil uma forte crise econômica em 1986, com o chamado Crise econômica: significa a falta de dinheiro na eco- nomia, provocada pela incapacidade do país em comba- ter a inflação sem que haja prejuízo na produção de bens e serviços. Fu nd am en to s da E co no m ia 48 Plano Cruzado? Na época, o Presidente da República, José Sarney, mudou a moeda de cruzeiro para cruzado. Assim, ele cortou três dígitos em seu valor. Figura 9 – Moeda cruzado Figura 10 – Moeda Real Por não haver um projeto que desse suporte ao crescimento econômico, o país entrou numa forte recessão. Em 10 meses, o plano cruzado naufragou, a inflação passou a quase 80% ao mês e o governo deixou de pagar a dívida externa. Enfim, o Brasil entrou num esta- do de choque econômico. O país levou quase 20 anos para sair da recessão. Tivemos uma chance no chamado Plano Real, um programa com o objetivo de estabi- lizar a economia, autorizado pelo Presidente Itamar Franco, em 27 de fevereiro de 1994, que havia nomeado em 1993 o então ministro da fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que coordenou e reuniu a equipe econômica para tirar o Brasil dessa situação de hiperin- flação. Em julho de 1994, tivemos a troca para a moeda Real. Com esse plano, iniciou-se uma queda nos índices de inflação, houve a valorização da moeda e aumento da demanda interna e externa, gerando mais empregos e renda. A melhor maneira de acabar com a crise econômica é manter o controle da inflação e aumentar o consumo de produtos produzidos dentro do país, como exemplo: roupas, calçados, eletrodomésticos, alimentos, den- tre outros. Importante Lei da oferta é a quantidade de mercadorias que os vendedores querem oferecer de acordo com cada preço dado. Lei da demanda ou procura é a quantidade de determinada mercadoria que os compradores estão dispostos a adquirir de acordo com cada preço dado. Importante Microeconomia e mercado Partindo do princípio que a microeconomia estuda o comportamento dos consumidores e produtores no mercado, vamos entender agora como funciona essa dinâmica. Na prática acontece assim: se as empresas estiverem ofertando muitos bens, a tendência é o preço cair para que a produção seja vendida ao mercado consumidor. Agora, se os consumidores, ou seja, as pessoas estiverem dispostas a comprar muito, a tendência é de que os preços subam. É dessa maneira que o mercado usa os preços para tentar conciliar a decisão so- bre consumo e produção. Entramos então em dois princípios que regulam todo o mecanismo de preços no merca- do que é a lei da oferta e demanda (procura). Há ainda alguns outros fatores que alteram a demanda, que são os seguintes: • O preço dos bens substitutos: bens substitutos são aqueles bens que nós utilizamos em substituição ao outro de mesma natureza. Ex.: se o preço da manteiga estiver alto, Fu nd am en to s da E co no m ia 49 a tendência é substituir pelo uso da margarina, que neste caso substitui a manteiga; • O preço dos bens complementares: bens complementares são aqueles bens que se complementam um ao outro. Ex.: pão e manteiga. Se o preço do pão aumentar, o con- sumo dele cai, mas cai também o consumo de manteiga, pois um é complemento do outro. Mesmo que o preço da manteiga não tenha sido alterado, isso acontece porque um é complemento do outro; • Renda dos consumidores: se aumenta a renda aumenta também a demanda da maio- ria dos bens. Os consumidores passam a comprar mais a maioria das coisas, é o que chamamos de bens normais. Mas há exceções, quando uma pessoa tem aumento na renda, passa a consumir menos bens inferiores; • Gosto dos consumidores: a demanda também pode ser alterada de acordo com o gosto dos consumidores, quer sejam influenciados pela moda, pela mídia, campanhas publi- citárias ou atitudes sociais. Ex.: se uma artista famosa passar a usar determinado tipo de brinco, de roupa, de colar, provavelmente a demanda destes produtos irá aumentar. Isso acontece porque sendo visualizado na mídia, torna-se tendência e as pessoas aca- bam sendo influenciadas ao consumo. Preço de equilíbrio O preço de equilíbrio ou preço de mercado de determinado bem representa o preço que se forma no mercado com o chamado mecanismo de mercado, onde ocorre a com- patibilização dos interesses entre consumidores e produtores. Esta compatibilização é conseguida quando a quantidade procurada pelos consumidores é igual à quantidade oferecida pelos produtores, esta situação é onde se verifica que o preço do bem é o seu preço de equilíbrio. Reforçando: na lei da demanda, quanto maior o preço do bem, menor será a quantidade Fu nd am en to s da E co no m ia 50 Você é capaz de dizer por que em épocas comemorativas, como exemplo, no Natal, os preços dos produtos ficam mais caros? Compartilhe e deba- ta sobre sua opinião em nosso fórum virtual. Atividade 01 procurada, o inverso da lei da oferta, que quanto maior o preço do bem, maior será a quan- tidade oferecida. Desta forma, fica claro que existe apenas um preço em que as quantida- des procuradas e oferecidas se igualam, é o que chamamos de preço de equilíbrio. Mas, você pode perguntar: se o preço que os produtores estiverem oferecendofor acima do preço de equilíbrio ou do preço de mercado? Nesse caso, a quantidade que os produ- tores oferecem é necessariamente superior à quantidade que os consumidores procuram, sendo assim, dizemos que ocorreu um excesso de oferta, com isso os produtores são leva- dos a baixarem os preços de forma a conseguirem vender seus produtos. Pelo contrário, se o preço estiver abaixo do seu preço de equilíbrio, a quantidade procurada será superior à quantidade oferecida, houve então excesso de demanda (procura). Neste caso, os produ- tores têm incentivos para aumentar os preços de forma a satisfazerem toda a demanda. Concluímos que o preço de mercado de um bem tende sempre para seu preço de equilíbrio, ou seja, para o único preço em que as intenções de compra se igualam às intenções de venda. Falo agora sobre excesso de oferta e de demanda. O excesso de oferta é quando de- terminado bem está acima do preço de equilíbrio (preço de mercado), sendo assim, a quantidade que os produtores oferecem é necessariamente superior à quantidade que os consumidores procuram. Quando ocorre o excesso de oferta, os produtores (vendedores) são levados a baixarem os preços de forma a conseguirem vender os seus produtos. O excesso de demanda é quando o preço de determinado bem ou produto está abaixo do preço de equilíbrio (preço de mercado). Neste caso, verifica-se um excesso de procura (demanda) devido ao preço baixo. O excesso de demanda incentiva os produtores a aumen- tarem seus preços como forma de incentivo para satisfazerem toda a demanda (procura). Fu nd am en to s da E co no m ia 51 Para encontrar artigos interessantes sobre a lei da oferta e de demanda, consulte o link: <http://www.infoescola.com/economia/lei-da-oferta-e-da- -procura-demanda-e-oferta/>. Para uma compreensão melhor de como funciona a lei da oferta e da demanda, sugiro que assista ao vídeo indi- cado no link <https://www.youtube.com/watch?v=SvszMjsrXT8>. O vídeo trata de forma bem interessante e didática o que representa a lei da oferta e da demanda. Mídias Fu nd am en to s da E co no m ia 52 Resumo Nesta competência, você pode identificar o que é mercado, sua classificação e impor- tância. Pode observar que a microeconomia estuda o comportamento dos consumidores e dos vendedores e a relação entre eles no mercado. Teve condições de aprender sobre a lei da oferta e da demanda, que são os responsáveis pela regulação do mecanismo de pre- ços no mercado. Conheceu também acerca dos principais aspectos que influenciam a na evolução e desenvolvimento de mercado. Teve uma compreensão mais abrangente sobre como funciona o mecanismo de preços no mercado e de que forma isso influencia nas de- cisões de compra e venda propostas ao mercado consumidor. Enfim, você teve condições de conhecer como se define o preço de mercado e sua importância no desenvolvimento da economia. Agora, você tem uma visão mais apurada para tomar suas decisões de consumo de forma mais consciente e apropriada. Autoavaliação 01. Na sociedade moderna, podemos afirmar que hoje a definição de mercado é: a) O local onde se faz a produção e distribuição de produtos e serviços; b) O local onde vendedores desejam comprar mercadorias para consumo; c) O ponto de encontro entre consumidores que desejam vender; d) O local no qual os agentes econômicos procedem a troca de bens por uma unidade monetária ou por outros bens. 02. A microeconomia é o ramo da economia que estuda: a) O comportamento entre consumidores (compradores) e produtores (vendedores) de bens disponíveis no mercado e forma pela qual os mesmos interagem; b) O comportamento dos consumidores sem levar em consideração os agentes econômicos; c) Apenas o comportamento de produtores para que haja maior equilíbrio na distribuição de mercadorias; d) A organização do sistema econômico referente ao comportamento do produtor. 03. Em se tratando dos aspectos referentes à evolução de mercado, as empresas utilizam a inovação tecnológica para: Fu nd am en to s da E co no m ia 53 a) Primar pela excelência e qualidade dos produtos fabricados; b) Estender benefícios aos consumidores que compram em épocas de pouca demanda; c) Buscar um equilíbrio na oferta de produtos; d) Atrair o mercado consumidor através de tecnologias de última geração. 04. O preço de equilíbrio ou preço de mercado ocorre efetivamente quando: a) Os compradores decidem consumir produtos no mercado; b) As intenções de compra se igualam às intenções de venda; c) Os agentes econômicos decidem parar de comprar para aguardar melhorias na produção; d) A sociedade decide aumentar o consumo de produtos. 05. Excesso de oferta é quando determinado bem: a) Está acima do preço de mercado; b) Está igual ao preço de mercado; c) Está abaixo do preço de mercado; d) Está abaixo do valor para produção. 55 Identificar a macroeconomia Competência 05 Chegamos agora a uma das etapas mais importantes que integram nossos estudos relacionados à economia em seu conjunto. Vamos entender melhor a economia vista em sua amplitude de forma mais abrangente. A macroeconomia é o ramo da economia que estuda os agentes econômicos como um todo, ou seja, trata do comportamento da economia de forma geral. Tem como seu principal objetivo determinar os fatores que interferem no nível total da renda e do Produto Interno Bruto (PIB) de uma economia. Entraremos agora no estudo da economia onde todos os agentes econômicos intera- gem de forma global, estamos nos referindo à macroeconomia. E, para dar continuidade aos nossos estudos, quero que você conheça antes o significado de renda e também saiba o que é PIB. Você já ouviu algum dia pelo menos um desses dois termos. Então, vamos a sua definição? Renda é a soma das remunerações feitas aos fatores da produção: salários (remunera- ção do fator trabalho), aluguéis (remuneração do fator terra), juros e lucros (remuneração do fator capital). PIB significa Produto Interno Bruto e representa a soma em valores mone- tários de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região durante um período determinado de tempo. Agora que você já sabe o significado dos dois termos, vamos continuar nossos estudos? Desafios da macroeconomia Quando ouvimos nos noticiários que o índice de desemprego está em alta, que as ta- xas de juros estão descontroladas, que a inflação está só aumentando, ou seja, não está havendo mecanismos para que se controle a estabilidade de preços, que a distribuição de renda não está sendo de forma equitativa, que o crescimento global da economia está len- to, que os níveis de salários estão baixos ou inadequados, enfim, todos estes aspectos nos remetem diretamente aos grandes desafios vivenciados pela macroeconomia, pois estas questões estão ligadas à economia como um todo. Fu nd am en to s da E co no m ia 57 Identificar a macroeconomia Vejamos um exemplo na prática para elucidar um dos desafios da macroeconomia ci- tado acima, certo? Após o Plano Real (1994), tivemos certa estabilidade na inflação, pois antes desse período, tínhamos altas taxas de juros e não havia sequer condições de con- trolarmos. Por um lado, a estabilização da moeda trouxe alguns benefícios, um deles foi o aumento do poder de compra dos brasileiros, mas por outro, acabamos nos endividando e isso impede o crescimento econômico. Pagamos mais impostos, temos uma forte desvalo- rização da moeda frente ao mercado externo e a distribuição de renda é desigual e injusta. Hoje temos poucas pessoas com muito dinheiro e muitas pessoas sem dinheiro algum,gerando um desequilíbrio na economia. O que fazer então? Uma das formas seria reduzir as taxas de juros que influenciam di- retamente na inflação, aumentar a produção e controlar a estabilidade da moeda (Real), para incentivar o crescimento econômico e equilibrar a economia. Outro aspecto impor- tante é melhorar a distribuição de renda no país. Compreende agora o quanto é impor- tante o estudo da macroeconomia para promover o crescimento e equilíbrio da economia de forma geral? Estruturas da macroeconomia As estruturas macroeconômicas são de suma importância e representam o mercado e suas principais atividades econômicas. Elas se dividem em cinco mercados, a saber: 1 - Mercado de bens e serviços: nesse mercado se determina os níveis dos processos pro- dutivos, agregados aos níveis de preços, ou seja, nos faz relembrar a microeconomia, em que o mecanismo de preços é determinado pela lei da oferta e da procura. É repre- sentado pelos quatro agentes macroeconômicos: consumidores, empresas, governo e setor externo; 2 - Mercado de trabalho: refere-se ao tipo de mão de obra existente, independente de cargo ou função. Os aspectos mais relevantes são: a taxa salarial e o nível de desemprego; 3 - Mercado monetário: trata-se da demanda da moeda e a oferta da mesma pelo Banco Central que após análise criteriosa, determina a taxa de juros a ser empregada, assim como toma medidas para equilibrar a oferta e demanda desse mercado, de modos a não prejudicar as transações comerciais nem desvalorizar a moeda; Fu nd am en to s da E co no m ia 58 O Produto Interno Bruto (PIB) é um dos indicadores mais utilizados na macroeco- nomia, com objetivo de quantificar a atividade econômica de uma região. 4 - Mercado de títulos: analisa os agentes econômicos superavitários que possuem um nível de gastos inferior a sua renda, podendo investir em aplicações financeiras, tendo como benefícios os juros e os agentes deficitários que possuem gastos superiores ao seu nível de renda, tendo muitas vezes que recorrer às instituições financeiras para contrair empréstimos para saldar seus compromissos financeiros; 5 - Mercado de divisas: trata-se de um mercado que depende das exportações e de entra- das de capitais financeiros determinados pelo volume de importações e saída de capital financeiro do país. Fu nd am en to s da E co no m ia 59 Agentes superavi- tários: são aqueles que têm recursos financeiros so- brando e utilizam os mesmos para investimentos, ou seja, emprestam dinheiro para ter como benefício os juros. Agentes deficitá- rios: são aqueles que buscam recursos (dinheiro) junto a um agente financeiro, ou seja, tomam emprésti- mos para saldar seus compromis- sos e/ou necessi- dades. Estes são conhecidos no mercado financeiro como tomadores. Você é capaz de dizer qual o principal objetivo da macroeconomia? Compar- tilhe sua opinião no nosso fórum virtual. Atividade 01 Instrumentos da macroeconomia Para haver o crescimento econômico de forma progressiva e sustentável, bem como atingir os objetivos da macroeconomia é necessário que se coloque em prática, de forma adequada, os instrumentos da macroeconomia. Esses são representados pela política mo- netária, política fiscal, politica cambial e política de rendas, que exponho em seguida. Política monetária é a atuação de autoridades monetárias sobre a quantidade de di- nheiro em circulação, visando controlar a liquidez global do sistema econômico e defender o poder de compra da moeda. Nesta política, o governo atua também na regulamentação sobre o crédito e taxas de juros a serem aplicadas na economia. As autoridades monetá- rias no Brasil são o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central (BACEN). Fu nd am en to s da E co no m ia 60 Figura 11 – Política Monetária O Conselho Monetário Nacional é responsável por determinar as diretrizes da política monetária creditícia e cambial do país. É a entidade superior do Sistema Financeiro, tendo o papel de órgão regulador. O Banco Central atua como órgão executivo do sistema financeiro, tendo como responsabilidade cumprir e fazer cum- prir os regulamentos do sistema financeiro e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional. Autoridades monetárias são os órgãos que estabelecem normas e as executam no sentido de controlar o volume de moeda em circulação ou os meios de pa- gamento, bem como as condições de crédito e de financiamento na economia. Liquidez é a velocidade de se transformar um ativo (bem) em dinheiro com o menor risco possível. Política fiscal é o instrumento utilizado pelo governo dentro da política econômica para atuar no sistema tributário, ou seja, na arrecadação de impostos, definindo dessa forma o orçamento para os gastos públicos. Fu nd am en to s da E co no m ia 61 Figura 12 – Política Fiscal Fonte: Oliveira (2015). Figura 13 – Política cambial Os objetivos da política fiscal são: manter a estabilidade econômica, manter a estabili- dade de preços, manter a inflação baixa e acelerar o crescimento econômico. A política fiscal visa: a atuação do governo em âmbito social (redistribuição de riqueza) e em âmbito econômico (estímulo à produção), o combate à inflação e o combate à fraude fiscal (sonegação). Política cambial é o instrumento utilizado pelo governo ou pelo Estado para controle das operações cambiais. As medidas tomadas por eles destinam-se a equilibrar o funcio- namento da economia através das taxas de câmbio. Fu nd am en to s da E co no m ia 62 O principal objetivo da política cambial é manter equalizado o poder de compra do país em relação ao mercado externo em operações de troca de moeda, ou seja, valorizar o poder de compra do Real perante outros países que mantemos relações comerciais admi- nistradas pelas taxas câmbio Política de rendas é o instrumento que o governo utiliza para adotar medidas que vi- sam a redistribuição de renda e justiça social. Figura 14 – Política de rendas Fonte: http://www.dm.com.br/wp-content/uploads/2015/06/bolsa-familia.jpg A política de rendas atua normalmente em conjunto com a política monetária e em alguns casos com a política fiscal, com o objetivo de prevenir o aumento de preços e para que o governo tenha controle da remuneração dos fatores de produção, salários e lucros das empresas. Fatores de produção: são os insumos ou elementos utilizados na produção de determinado bem (bens). Para aumentar ainda mais seus conhecimentos sobre macroeconomia, consulte este site, pois contém vários artigos interessantes: <http://www. bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Publicacoes/ Consulta_Expressa/Setor/Macroeconomia/>. Para uma compreensão melhor acerca da importância da macroeconomia, sugiro que assista ao vídeo deste link: <https://www.youtube.com/watch?v=cz_8h8qAvJM&ind ex=6&list=PL65F536A076BCCB45>. Ele trata de como o governo estipula a meta da inflação a ser utilizada, decide como utilizar os gastos públicos, taxas de juros da economia, dentre outras informações importantes. Mídias Fu nd am en to s da E co no m ia 63 Resumo Nesta competência, você pode identificar a importância da macroeconomia e sua re- lação com os agentes econômicos. Pode perceber que a macroeconomia tem um papel de fundamental importância quanto ao crescimento econômico. Pode observar que as estruturas macroeconômicas representam o mercado e suas principais atividades econô- micas. Teve condições de aprender cada um dos instrumentos da macroeconomia e seus principais objetivos. Teve uma compreensãosobre como funciona a economia de maneira mais abrangente. Enfim, você teve condições de conhecer como a macroeconomia pode influenciar positivamente no desenvolvimento econômico e social. Autoavaliação 01. A macroeconomia é o ramo da economia que estuda: a) Os agentes econômicos como um todo; b) Os agentes econômicos separadamente; c) Apenas as políticas estruturais; d) Os instrumentos da lei da oferta e da demanda. 02. O mercado de títulos analisa os agentes econômicos: a) Deficitários e comunitários; b) Superavitários e empresas; c) Superavitários e deficitários; d) Societários e não societários. 03. Os instrumentos da macroeconomia são: a) Política estadual, política municipal, política equitativa e política cambial; b) Política fiscal, política de rendas, política estadual e política empresarial; c) Política pública, política privada, política de rendas e política industrial; d) Política monetária, política fiscal, política cambial e política de rendas. 04. O mercado de bens e serviços, mercado de trabalho, mercado monetário, mercado de Fu nd am en to s da E co no m ia 64 títulos e mercado de divisas, representam respectivamente: a) Os instrumentos da economia; b) As estruturas macroeconômicas; c) Os órgãos reguladores da macroeconomia; d) As estruturas financeiras. 05. O instrumento que o governo utiliza para adotar medidas que visam a redistribuição de renda e justiça social é: a) Política monetária; b) Política fiscal; c) Política de rendas; d) Política cambial. Fu nd am en to s da E co no m ia 65 Reconhecer a influência da globalização e da economia internacional Competência 06 Fu nd am en to s da E co no m ia 67 Reconhecer a influência da globalização e da economia internacional Não dá para concluir os nossos estudos sobre fundamentos da economia sem levar em consideração a globalização e a economia internacional, não é verdade? Você já parou pra pensar na velocidade que as informações, os negócios e as relações entre países e governos acontecem? Hoje, diferentemente do que acontecia no passado, temos acesso instantâneo às in- formações, facilidade para nos comunicar com o mundo inteiro em tempo real, velocidade na locomoção e rapidez nas transações comerciais com os países em qualquer lugar onde estejam localizados. Todos estes aspectos só foram possíveis devido à globalização. Posso te dizer que globalização é um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países do mundo inteiro, permitindo que pessoas, governos e empre- sas realizem transações comerciais e financeiras de forma rápida, diminuindo, dessa for- ma, as distâncias e facilitando as relações econômicas e culturais. Dessa forma, podemos dizer que o mundo se tornou pequeno diante da grande expan- são nos negócios que movimentam a economia mundial, gerando maior competitividade entre as empresas. Quem ganha com isso somos todos consumidores, na condição de agentes econômicos. O surgimento da globalização Não sabemos ao certo quando que de fato surgiu a globalização. Alguns estudiosos no assunto afirmam que a globalização surgiu em 1980, logo em seguida à implantação do programa econômico Neoliberal pelos governos e essa medida abriu as portas para o capital e as mercadorias estrangeiras. Alguns estudiosos creem que a origem da glo- balização tenha ocorrido na segunda metade do século XIX, o chamado Imperialismo, período em que se acredita que iniciou os investimentos no exterior. Há outro grupo de estudiosos que dizem que a globalização surgiu com as grandes viagens marítimas dos séculos XV e XVI, no período do Mercantilismo pois integrava as colônias e metrópoles no comércio mundial. Imperialismo: é uma política de ex- pansão e domínio territorial, cultural e econômico de uma nação sobre outras. Neoliberal: ideia política e econômi- ca capitalista que defende a não par- ticipação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve ha- ver total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. Mercantilismo: atitude que leva à prática do comércio com a preocupação dos lucros excessivos. Vantagens e desvantagens da globalização Com a abertura da economia por meio da globalização, ocorreram mudanças positivas e outras desfavoráveis, como por exemplo, o desemprego. Devido à necessidade de moder- nização e ao aumento da competitividade foi preciso que as empresas reduzissem custos e baixassem os preços, aprendendo a produzir mais com menos gente, sendo assim, o trabalhador perdeu espaço, pois houve a incorporação de novas tecnologias e máquinas substituindo a mão de obra tradicional. Por outro lado, tivemos alguns fatores positivos, como exemplo, a entrada de produ- tos importados, que beneficiou muitos consumidores, pois puderam adquirir produtos importados mais baratos e de melhor qualidade. Esse fator ampliou também a dispo- nibilidade de produtos nacionais com preços menores e de maior qualidade. Também os setores de automóveis, eletrodomésticos, roupas, cosméticos, serviços, turismo, dentre outros, podem ser tomados como exemplos. As opções hoje são muito maiores do que antes da globalização. Com os avanços tecnológicos, as informações são transmitidas numa velocidade in- crível e em tempo real para milhares de pessoas em qualquer lugar do mundo. Hoje é possível presenciar um grande aumento na comercialização de produtos e serviços através da Internet O aprimoramento das telecomunicações e dos meios de transporte é notável nos últimos anos, melhorando não apenas a integração entre os países, como também encurtando o tempo e a distância através da facilidade de locomoção, principalmente se comparados com tempos passados, em que, por exemplo, levavam-se meses para chegar a outro continente viajando de navio, hoje, em poucas horas chega-se aos mais variados destinos de forma rápida. Fu nd am en to s da E co no m ia 68 Internet: rede de computadores dis- persos por todo o planeta que trocam dados e mensa- gens utilizando um protocolo comum, unindo usuários particulares, enti- dades de pesquisa, órgãos culturais, institutos militares, bibliotecas e empresas de toda envergadura. Figura 15 – Internet Fonte: Oliveira (2015). Fu nd am en to s da E co no m ia 69 O processo de globalização é a maneira como os mercados de diferentes países interagem entre si e aproximam pessoas e mercadorias. Aceleração do comércio internacional com a globalização Há três fatores que demonstram claramente a forte contribuição da globalização quanto à aceleração do comércio internacional, a saber: evolução tecnológica, atividade de presta- ção de serviços e aumento da quantidade de empresas multinacionais. 1. Evolução tecnológica: como já comentado, com a evolução dos meios tecnológicos, associados à internet (rede mundial de computadores), permitiu de maneira rápida e imediata, a interação dos mercados nacionais com o mercado internacional. O comércio internacional foi a mais forte evidência da globalização, permitindo a comercialização sem fronteiras impulsionando a economia com novos produtos e serviços por meio do comércio eletrônico; 2. Prestação de serviços: a atividade de serviços prestados cresceu de forma rápida e con- sistente, influenciando dessa forma o mercado internacional. Por possuir maior flexibili- dade, muitas empresas acabaram por aderir a esta modalidade para fugir dos encargos trabalhistas e impostos; 3. Aumento
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