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roteiro malária

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A malária, também conhecida por paludismo, impaludismo, ou em suas formas específicas como febre terçã benigna, maligna e febre quartã, recebe no Brasil outros nomes populares, como maleita, sezão, tremedeira ou simplesmente febre.
A malária é uma endemia parasitária que afeta pessoas nas áreas subtropicais e tropicais do planeta. Os parasitos causadores da malária pertencem ao gênero Plasmodium. Além disso, ela é sistêmica e provoca ruptura de hemácias e alterações na maioria dos órgãos.
Os agentes etiológicos são protozoários intraeritrocíticos obrigatórios do gênero Plasmodium (P. falciparum, P. malariae, P. vivax e P. ovale). No Brasil, as espécies que causam a malária são o P. vivax, o P. falciparum e, eventualmente, P. malariae.
No Brasil temos quatro espécies de Anopheles transmissores: A. (Nyssorhynchus) darlingi, principal espécie, ocorrendo em todo o interior do país ; A. (Nyssorhynchus) aquasalis, ocorre de São Paulo até o Pará, na região costeira; A. (Kerteszia) cruzii e A. (Kerteszia) bellator, importância nas regiões de bromélia de São Paulo e também ocorrendo em várias partes do país . 
Aproximadamente 99% dos casos se concentram na região amazônica, área endêmica do país para a malária, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, parte do Maranhão, Mato Grosso e Tocantins. O estado do Tocantins, atualmente é considerado área não-endêmica, mas com risco de transmissão de malária.
O grande fluxo migratório, de pessoas, da Região Amazônica para outros estados brasileiros, tem levado, ao surgimento de surtos de malária nos últimos anos.
A infecção em humanos começa com a picada de uma fêmea infectada do mosquito. Enquanto ela se alimenta, esporozoítos 1 saem das suas glândulas salivares, entram na corrente sanguínea e rapidamente invadem as células do fígado (hepatócitos). Este processo é tão rápido que em torno de 30 min após a infecção, já não há mais esporozoítos na corrente sanguínea. Nos 14-16 dias seguintes, os parasitas, que estão em sua fase hepática (ciclo hepático), se diferenciam e sofrem multiplicação assexuada dando origem a dezenas de milhares de merozoítos 2 que eclodem na ruptura de cada hepatócito. Cada merozoíto assim formado, então, invade um eritrócito, onde passa por mais uma etapa de multiplicação produzindo de 12 a 16 merozoítos por esquizonte (glóbulo vermelho contaminado) 3. A duração deste estágio eritrocítico depende da espécie do parasita, sendo de 48 h para P. falciparum, P. vivax, e P. ovale e de 72 h para P. malariae.
Ciclo eritrocitário – As manifestações clínicas da malária, febres e calafrios, são associadas com a ruptura sincronizada dos eritrócitos infectados. A maior parte dos merozoítos liberados na eclosão dos esquizontes, ou seja eritrócitos infectados 4invade outros eritrócitos 5 dando origem a outros esquizontes 6. Alguns, todavia, se diferenciam em formas sexuadas masculinas e femininas chamadas de microgametócitos e macrogametócitos, respectivamente 7. Estes gametócitos permanecem na corrente sanguínea até serem ingeridos por uma fêmea do Anopheles numa eventual refeição de sangue.
Ciclo esprogônico – Dentro do intestino delgado do mosquito, os gametócitos 8 sofrem rápida divisão celular, produzindo 8 microgametas flagelados cada um, os quais fertilizarão os macrogametas 9 formando assim os ookinetos (macrogametas fecundados) 10. Os ookinetos atravessam a parede do intestino e formam cistos em sua parte exterior, chamados de oocistos 11. Em poucos dias os oocistos sofrem a esporogenia e se rompem liberando centenas de esporozoítos 12 que, eventualmente, migrarão para as glândulas salivares do mosquito prontos para serem injetados em outro hospedeiro.
A infecção de malária desenvolve-se em duas fases: uma que envolve o fígado (fase exoeritrocítica) e outra que envolve os glóbulos vermelhos, ou eritrócitos (fase eritrocítica).
 Quando um mosquito infectado perfura a pele de uma pessoa para se alimentar de sangue, os esporozoítos presentes na saliva do mosquito penetram na corrente sanguínea e depositam-se no fígado, onde infectam os hepatócitos, reproduzindo-se assexualmente e sem haver manifestação de sintomas ao longo de 8-30 dias.
Depois de um período de dormência no fígado, estes organismos diferenciam-se para produzir milhares de merozoítos, os quais, após romperem as células hospedeiras, se introduzem na corrente sanguínea e infectam os glóbulos vermelhos, dando início à fase eritrocítica do ciclo de vida.
O parasita é capaz de abandonar o fígado sem ser detectado, ao se envolver com a membrana celular da célula hepática do hospedeiro .No interior dos glóbulos vermelhos, os parasitas reproduzem-se novamente, também de forma assexuada, rompendo periodicamente as células hospedeiras para infectar novos glóbulos vermelhos.
Malária não complicada
A primeira infecção é caracterizada pela ocorrência de paroxismos febris (apresenta três períodos: frio, calor e suor). Os paroxismos iniciam-se com calafrios, acompanhados de mal-estar, cefaleia e dores musculares e articulares. Náuseas e vômitos são sintomas frequentes, podendo também ocorrer dor abdominal intensa. A frequência dos sintomas está descrita na Tabela 1.

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