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Aula 08 - INSTRUMENTO: TRABALHO COM GRUPOS EM SERVIÇO SOCIAL

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INSTRUMENTO: TRABALHO COM GRUPOS EM SERVIÇO SOCIAL
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL – MARISY DA SILVA
Rio de Janeiro, setembro de 2011.
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TRABALHO COM GRUPOS EM SERVIÇO SOCIAL
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O Serviço Social, enquanto prática social e institucional de natureza interventiva, está inscrito na dimensão educativa, na medida em que o conjunto de atividades que realiza visa transformar as representações dos sujeitos com vistas ao desenvolvimento das potências de liberdade, autonomia e criatividade. Por esse enfoque, podemos afirmar que o trabalho com grupos é uma das estratégias de ação mais promissoras.
AULA 08 – TRABALHO COM GRUPOS
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O trabalho com grupos exige, em primeiro lugar, a superação de uma postura objetivista na análise da realidade humana. Essa postura, assumida, a meu ver, a partir de uma leitura mecânica e simplista do marxismo (materialismo histórico), leva a que muitos assistentes sociais negligenciem o peso da subjetividade como fator da produção e reprodução da vida social.
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Uma compreensão dos processos sociais a partir da dialética indivíduo/coletividade permite compreender os indivíduos em sua totalidade humana, como sujeitos de emoções, sentimentos, valorações, intuições, desejos. Porque, afinal, são esses sujeitos concretos, e não apenas o sujeito genérico, identificado como operário, desempregado, carente, vítima ou autor de violência, que são os agentes da práxis transformadora. 
AULA 08 – TRABALHO COM GRUPOS
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O cotidiano das pessoas é demarcado e organizado pela inserção em diferentes grupos ao longo da vida. A construção das identidades sociais, a cultura, as escalas de valores, as mentalidades, assim como as condições objetivas e materiais de existência, são condicionados, mediados, explicitadas nas relações sociais, e os grupos constituem a forma dessas relações onde se dão as relações interpessoais.
AULA 08 – TRABALHO COM GRUPO
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 Grupo é um conjunto de pessoas unidas entre si porque se colocam objetivos e/ou ideais em comum e se reconhecem interligadas por esses objetivos e/ou ideais.
 
AULA 08 – TRABALHO COM GRUPOS
 
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AULA 08 – TRABALHO COM GRUPOS
Assim, uma das características dos grupos é sua ligação com uma instituição, com valores, com práticas sociais. Cada qual a sua maneira, se organiza a partir de normas, leis, práticas, costumes, que definem sua singularidade, seu reconhecimento e seu pertencimento social. Os modos de convivência da família, por exemplo, se diferenciam dos modos de convivência do grupo de amigos, que, por sua vez, se diferenciam do grupo de trabalho, do grupo político, do grupo de terapia, do grupo de auto-ajuda. 
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AULA 08 – TRABALHO COM GRUPOS
Em geral, os grupos se constituem por duas vias: por demanda interna ou por demanda externa. 
Quando participamos do grupo familiar, ou do grupo de trabalho, ou da turma da faculdade, podemos dizer que a demanda é interna, é uma condição ou uma escolha inerente ao fato de termos nascido naquela família, de estarmos trabalhando naquele setor da empresa, de estarmos fazendo aquele curso universitário.
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AULA 08 – TRABALHO COM GRUPOS
Mas, quando participamos de um grupo instituído a partir da condição de usuário de uma instituição, de demandante de um serviço social, por exemplo, podemos dizer que a demanda é externa. Porque sua constituição foi motivada ou está inserida numa estratégia profissional exterior a nós. 
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AULA 08 – TRABALHO COM GRUPOS
 
Pensemos a dimensão educativa como um campo de práticas que incidem nas representações sociais (conhecimentos, valorações, sentimentos, visão de mundo e de si) com o objetivo de produzir transformações nos modos de pensar, de sentir e de agir dos sujeitos. Ou seja, como uma prática que se realiza no plano das representações e no plano do agir. Mudar o representado para transformar o vivenciado, com o objetivo de desenvolver e ampliar as possibilidades de escolha e as capacidades de liberdade e autonomia dos sujeitos sociais. 
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AULA 08 – TRABALHO COM GRUPOS
O Grupo Focal trabalha sobre temáticas específicas, ligadas à questão que mobilizou sua formação. Em geral, o grupo focal funciona com poucas seções, podendo chegar a cerca de 20 participantes. Mais do que isso, pode se descaracterizar como grupo, tornando-se uma assembléia, uma reunião deliberativa, uma palestra. 
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Nos grupos focais, o papel do coordenador tem destaque no desenvolvimento das seções. É ele – ou eles, no caso de trabalho em equipe - quem previamente decide a metodologia a ser aplicada, as dinâmicas a serem empregadas, os materiais a serem utilizados, o que implica que a autonomia dos participantes de grupo focal é relativa, limitada. 
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O Grupo Operativo objetiva não apenas a reflexão sobre algum tema, mas pretende produzir mudanças que ultrapassem o nível simplesmente cognitivo, da aquisição de novas informações e aprendizados. Visa provocar mudanças nas práticas sociais, no pensar e no agir dos participantes, a partir da introdução de atividades operativas. 
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Nesse tipo de grupo, o papel do coordenador é o de facilitador da comunicação, de dinamizador da reflexão. Não que ele não possa levar informações, esclarecer dúvidas, mas o fará a partir da compreensão de que ele não detém a direção do processo de mudança pretendida pelos participantes. 
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Pressupostos do trabalho com grupos:
Grupo é um campo de forças, cuja dinâmica depende da interação de seus membros dentro de um contexto, incluindo aí a figura do coordenador. 
Grupo é um processo relacional em constante movimento, onde atuam forças de coesão e dispersão, de cooperação e conflito. 
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O grupo se desenvolve numa espiral dialética, avançando e retrocedendo em torno dos problemas.
O grupo se assemelha a um palco, onde seus membros atuam manejando um duplo investimento: serem reconhecidos como iguais (identificados ao grupo), e, ao mesmo tempo, serem reconhecidos como pessoas únicas. É, portanto, permeado por relações de poder;
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Postura profissional:
Garantir um funcionamento democrático e dialógico que possa absorver as diferenças e disputas num patamar de equilíbrio de forças;
Estabelecer e manter um padrão de comunicação e participação que favoreça um clima de aceitação mútua e respeitosa;
Valorizar a escuta como condição da troca e do compartilhamento das experiências pessoais;
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Desencorajar a polarização, evitando que dois ou três participantes monopolizem os debates;
Desencorajar a cristalização de papéis e os estereótipos: o bonzinho, o gaiato, o explosivo, o sabe-tudo;
Desmontar os jogos que coloquem alguém como bode-expiatório;
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Adotar uma postura pró-ativa e cooperativa;
Falar com simplicidade, sem sarcasmos e ironias, evitando o tom professoral; 
Não expressar, de forma verbal ou não-verbal, julgamentos de qualquer natureza;
Estimular que os participantes reflitam sobre suas relações no grupo;
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