Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 QUESTÕES PARA BRINCAR – PARTE I PADRÃO DE RESPOSTA PEÇAS 01 – Em 30 de novembro de 2016, Cássio e Júlio, amigos desde infância, resolvem juntar alguns ami- gos de colégio em um churrasco para comemorar os 30 anos de formatura do ABC na casa de campo de propriedade de Júlio, em Gravatá/PE. Dez de seus amigos chegam para a festa. Cássio os recebe na entrada da casa e os encaminham à área das mesas, onde Júlio preparava as carnes. Era final do campeonato de futebol e José, um dos convidados, solicita que liguem a televisão para acompanhar o jogo. No intervalo entre os tempos da partida, já transtornado por seu time estar perdendo, José começa a gritar, bater com a mão na mesa. Júlio gentilmente pede que ele se acalme para manter os ânimos res- peitosos do ambiente. José rebate dizendo na frente de todos “não vou me acalmar coisa alguma” e finaliza a frase xingando Júlio de “corno manso”, insistindo nas ofensas de forma a humilhar Júlio peran- te seus colrgas, com notória intenção de afrontar a honra pessoal do seu interlocutor. Ao tentar ser reti- rado do local pelos convidados Maurício, Rafael e Amanda, José joga um prato, que estava sobre a mesa, deliberadamente, contra a televisão, quebrando-a. José deixa a casa de campo e a festa acaba em razão dos atos infelizes. Procurado por Júlio no dia 19 de dezembro de 2016, você foi formalmente constituído como seu advo- gado, objetivando a responsabilização penal de José. Elabore a peça processual cabível para garantir que os interesses de seu cliente sejam cumpridos. *PEÇA: QUEIXA-CRIME, conforme artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal, bem como artigo 100, §2º, do Código Penal. *COMPETÊNCIA: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ____ JUIZADO ES- PECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE GRAVATÁ/PE *TESE DE MÉRITO: Descrever todo o fato e demonstrar que José praticou o delito de injúria (art. 140, CP) contra Júlio, por tê-lo chamado de “corno manso”, humilhando-o perante seus convidados, incidindo a causa de aumento de ter sido a ofensa praticada na presença de várias pessoas, nos termos do art. 141, III, do CP. Note- www.cers.com.br 3 se que a ofensa objetivava atingir a honra subjetiva do querelante, demonstrando da parte do querelado escarnio em relação ao seu anfitrião. A conduta criminosa do querelado não se esgotou na já mencio- nada conduta, pois houve, ainda o crime de dano simples (art. 163, caput, CP), por destruição dolosa de coisa alheia móvel. O somatório das penas máximas em abstrato, com a incidência da causa de au- mento de pena, autoriza o ajuizamento da ação em sede de Juizado Especial Criminal, por não ultra- passar o limite de dois anos. Destaque-se também que os crimes foram praticados em concurso material, devendo ser aplicada a regra constante ao teor do art. 69 do Código Penal. PEDIDOS: - Autuação e recebimento da queixa-crime - Citação do querelado para responder aos termos da ação penal e, ao final, o julgamento da procedên- cia do pedido com a condenação do querelado pela prática do crime de Injúria, nos termos do art. 140 do CP, incidindo a causa de aumento de pena por ter sido praticado na presença de várias pessoas, nos termos do art. 141, III, do CP, c/c o art.163, caput, do CP em razão da prática do crime de dano, sendo reconhecido para fins de imputação da pena em concreto, o concurso material de crimes, nos termos do art. 69 do CP. - Vista ao representante do Ministério Público - Fixação do valor mínimo de reparação do dano, na forma do artigo 387, inciso IV, do CPP. - Produção de provas e intimação das testemunhas. * INDICAR ROL DE TESTEMUNHAS: 02 – No dia 28 de dezembro, por volta das 20 horas, Sebastian encontrava-se no interior de sua resi- dência e ouviu um barulho no quintal. Resolveu verificar do que se tratava e, percebendo um vulto es- tranho no jardim pegou seu revolver, do qual possuia autorização legal na escrivaninha da sala onde estava, abriu a janela e realmente avistou uma pessoa invadindo sua propriedade. Naquele momento, desesperado, entendo tratar-se de um ladrão e com o intuito de assustá-lo, Sebastian desferiu um tiro em sua direção, atingindo a vítima no braço esquerdo, causando grave lesão. Ao sair do interior de sua residência, Sebastian percebeu que era um adolescente que depois soube chamar-se Maurício, que havia pulado o muro de sua residência, para pegar manga no quintal. Imediatamente, Sebastian cha- mou uma ambulância e, após o socorro da vítima, dirigiu-se à Delegacia de Polícia mais próxima, onde narrou o ocorrido. A Delegada plantonista, ouviu os fatos e prendeu Sebastian em flagrante pelo crime www.cers.com.br 4 de tentativa de homicídio. Contudo, lavrado o auto de prisão em flagrante e já passadas 72 hgoras a prisão ainda não foi comunicada ao Juiz competente ou ao Ministério Público, não sendo também en- tregue a nota de culpa. Como advogado, elabore a medida cabível, visando a liberdade de Sebastian. *Peça: RELAXAMENTO DE PRISÃO com fundamento no art. 5º LXV da Constituição Federal, combi- nado com o art. 310, I, do Código de Processo Penal. *Competência: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE... *Teses: Devem ser indicadas as ilegalidades material e formal da prisão, vez que Sebastian, ao se apresentar espontaneamente em sede policial, não mais se encontrava em estado de flagrância, não se encon- trando a hipótese de acordo com qualquer dos incisos do art. 302 do CPP. Além disso, a autoridade policial não comunicou a prisão em flagrante imediatamente ao Juiz ou ao Ministério Público, além de não ter encaminhado a cópia dos autos ao Juiz dentro de 24 horas, bem como não apresentou ao preso a nota de culpa no prazo legal, em violação expressa ao art. 306 do CPP. PEDIDO: Reconhecimento da ilegalidade da prisão em flagrante, com seu consequente relaxamento, nos termos do art. 5º LXV da Constituição Federal, combinado com o art. 310, I, do Código de Processo Penal. Requerer ainda a expedição do alvará de soltura. 03 – Jurandir, com o intuito de levar a nova namorada a um belo passeio, decidiu furtar um veículo, marca Volkwagem, modelo Gol, que se encontrava estacionado regularmente em via pública, na cidade de Campo Lindo. Com uma chave falsa, conseguiu abrir o carro e, ao tentar sair com o automóvel de onde estava estacionado, foi avistado pelo proprietário do bem que, imediatamente, comunicou o fato aos agentes policiais Pedro e Lucas, que estavam na esquina da via. Levado à delegacia de polícia, o delegado que presidiu o Auto de Prisão em Flagrante tipificou o fato como incurso no artigo 155, § 4º, III, do Código Penal. Motivo pelo qual não arbitrou fiança, determinando o recolhimento ao cárcere e entregando-lhe nota de culpa. A cópia do Auto de Prisão em Flagrante foi remetida ao juiz da 2ª Vara Criminal de Campo Lindo, onde Jurandir reside, sendo primário e trabalhador. Na condição de advoga- do de Jurandir, elabore a peça processual cabível. *Peça: LIBERDADE PROVISÓRIA com pedido subsidiário de fiança, com fundamento no art. 5º LXVI da Constituição Federal, combinado com o art. 310, III, e 321, ambos do Código de Processo Penal. www.cers.com.br 5 *Competência: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CAMPO LINDO, ESTADO DE... *Teses: Deve ser indicado que não restam verificados, no caso concreto, os pressupostos necessários a decre- tação da prisão preventiva, motivo pelo qual, Jurandir faz jus à liberdade provisória, conformedetermina o art. 321 do CPP. O preso é primário, de bons antecedentes, possui domicílio fixo e trabalho, restando ausentes quaisquer motivos que pudessem levar a prisão por garantia da ordem pública ou econômica, conveniência da instrução criminal ou mesmo necessidade de prisão para assegurar a aplicação da Lei Penal. A prisão cautelar configura medida excepcional, conforme art. 282, § 6° do CPP, e somente seria possível se estivesse presentes os requisitos do art.312 do CPP. Após discorrer sobre o direito de Jurandir à liberdade provisória por ausência dos pressupostos da pri- são preventiva, deverá ser indicada ainda a possibilidade de concessão da liberdade provisória median- te fiança, uma vez que o crime pelo qual foi preso em flagrante, não se encontra indicado dentre as hi- póteses dos arts. 323 e 324 do CPP. Mencionar também a possibilidade de aplicação das medidas cautelares não prisionais previstas no art. 319 do CPP. PEDIDO: Deferimento da liberdade provisória por ausência dos pressupostos da prisão preventiva, com fundamento no art. 5º LXVI da Constituição Federal, combinado com o art. 310, III, e 321, ambos do Código de Processo Penal. Formular pedido sibsidiário de liberdade provisória mediante fiança, conforme arts. 323 e 324 do CPP, a contrário sensu. Formular pedido subsidiário de aplicação de medidas cautelares não prisionais do art. 319 do CPP. Requerer a intimação do membro do Ministério Público e a expedição do alvará de soltura 04 – Conrado foi processado e condenado por transgressão ao artigo 33, caput, da Lei 11.343/06, fato ocorrido em 22 de novembro de 2006. Na sentença, o magistrado competente da Comarca de Jaboatão dos Guararapes determinou pena de 5 anos de reclusão e 500 dias-multa, fixando o regime fechado para o início do cumprimento executório penal. Transitada em julgado a decisão, Conrado foi recolhido em Penitenciária do Estado de Pernambuco. Tendo cumprido mais de 1/6 da pena e contando com bom comportamento e aproveitamento carcerário, pleiteou no juízo competente a progressão de regime, que fora indeferida, sob o argumento de se tratar de delito equiparado a hediondo, portanto sujeito às re- www.cers.com.br 6 gras constantes do art. 2º, §2º, da Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), com a redação que lhe foi dada pela Lei 11.464/07, aplicável desde logo. Como advogado de Conrado, hoje intimado, elabore a peça de pertinente objetivando atender os anseios de seu constituinte. *PEÇA: AGRAVO EM EXECUÇÃO, com fundamento no art. 197, da Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais – LEP) *Petição de interposição: Endereçamento para o EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE JABOATÃO DOS GUARARAPES/PE Conteúdo: Pedir que o recurso seja admitido e após apresentação das razões e contrarrazões, subme- tido ao Juízo de retratação de que trata o art. 589 do CPP, e, não havendo retratação, sejam os autos remetidos à instância superior. PRAZO: Embora a questão não tenha indicado a necessidade de datação da peça, o prazo, caso fosse necessário, seria de 5 dias. * RAZÕES RECURSAIS: Enderaçamento Razões de Agravo em Execução: EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA do Estado de Pernambuco Colenda Câmara, Ínclitos Desembargadores.. *Teses: Deverá ser indicado o agravo em execução ante a decisão denegatória da progressão de regime do apenado, demonstrando que é cabível o recurso por já ter a sentença transitado em julgado e o apena- do já ter cumprido 1/6 do quantum da pena imposta. Para tanto, é importante destacar que o caso em apreço foi praticado em data anterior à vigência da Lei 11.464/2007, que altera a lei 8072/90 – Lei dos Crimes Hediondos - não sendo cabível sua aplicação, devendo ser respeitada à legislação da época dos fatos, qual seja, o art. 112, da Lei 7.210/84 (LEP). A Lei 11.464/2007 incidiu no art. 2º, §2º, da Lei 8.072/90, prevendo a progressão de regime penitenciário para os condenados por crimes hediondos e assemelhados a exigência do cumprimento de 2/5 (dois quintos) ou 3/5 (três quintos) da pena, neste último caso, a condenado reincidente. www.cers.com.br 7 *PEDIDO: Que o Agravo em Execução seja conhecido e provido, a fim de que, nos termos do art. 112 da LEP e art. 33 do Código Penal, seja deferida a progressão de regime penitenciário (do fechado para o semiaberto) ao recorrente. 05 – Adalberto foi denunciado e processado, na 3ª Vara Criminal da Comarca do Município de Vitó- ria/ES, pela conduta de roubo qualificado por emprego de arma de fogo. Na fase de inquérito policial, Adalberto foi reconhecido pela vítima, por meio da entre porta da sala onde se encontrava sozinho. Na Audiência de Instrução e Julgamento, a vítima afirmou que não tinha visto a arma do acusado, mencio- nando que apenas o viu com a mão por baixo da camisa. As demais testemunhas de acusação também informaram não terem visto a arma, apenas viram que a vítima, após o roubo, que gritava “ladrão! La- drão! Pega, pega!” e isso fez com que os policiais que passavam pelo local corressem no encalço do acusado. Foi afirmado, ainda que o acusado havia jogado um objeto dentro de uma lixeira do lugar do fato, mas que não sabiam do que se tratava. Durante o interrogatório o acusado preferiu exerceu seu direito ao silêncio. Finalizado todos os atos da instrução criminal, Adalberto foi condenado a nove anos de reclusão, pelo crime de roubo circunstanciado em decorrência do emprego de arma de fogo, com fixação de regime inicial fechado para o cumprimento da pena. Na decisão, o juiz fundamentou a con- denação e a fixação da pena nos depoimentos testemunhas e no reconhecimento da vítima em sede policial, bem como, no fato do réu ter maus antecedentes, comprovados no curso do processo. Como advogado de Adalberto, tendo recebida a intimação da sentença, elabora a peça cabível objeti- vando contrapor-se a decisão do magistrado. *PEÇA: APELAÇÃO, com fundamento no artigo 593, I, do Código de Processo Penal. *Competência: interposição para a 3ª Vara Criminal da Comarca do Município Vitória/ES; Razões ao Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo *Preliminares: - Preliminarmente, a inobservância da previsão do artigo 226, II, do Código de Processo Penal, impõe que se reconheça a nulidade processual, nos termos do artigo 564, IV do CPP; - Falta de justa causa para a propositura da ação penal, devendo ter ensejado a rejeição liminar da pe- ça acusatória, com fundamento no art. 395, III, do CPP. *Teses: No mérito, deve-se argumentar que houve a violação do preceito contido no art. 226, II, do CPP, uma vez que não se cumpriu, como discorrido, os requisitos legais ao reconhecimento do acusado, inexistin- www.cers.com.br 8 do prova suficiente que o réu concorreu para a infração penal. Ademais, não houve a formulação de reconhecimento em juízo, cabendo o pleito à absolvição com base no art. 386, V do CPP. Como tese subsidiária, deve-se pleitear o afastamento da causa especial de aumento de pena pelo em- prego de arma de fogo, tem em vista que a situação descrita apenas configura potencialidade de amea- ça à vítima, o que é elementar do crime de roubo, já que não fora encontrada arma de fogo com o réu, nem fora vista pelas testemunhas ou vítima. Em sendo afastada a causa de circunstanciamento, deve argumentar a possibilidade de fixação da pe- na em patamares mais próximos do mínimo previsto em lei para o delito, visto que a única circunstância judicial desfavorável ao réu, dentre as indicadas no art. 59 do CP, que autorizaram a exasperação da pena mínima, é o fato do mesmo possuir antecedentes criminais.Em sendo readequada a pena para patamares mais próximos do mínimo, a saber 04 anos de reclusão, argumentar quanto a possibilidade de início do cumprimento da reprimenda correcional em regime inici- al semiaberto, observando-se o disposto no art. 33, § 2º, b, do CP. *PEDIDO - Conhecimento e provimento do recurso - Absolvição do acusado com base no art. 386, V, do CPP, tendo não ter sido provado que fora o réu quem realmente praticou a conduta criminosa. - Acolhimento da preliminar de nulidade processual, com base no art. 564, IV, do CPP por inobservân- cia da previsão do artigo 226, II, do CPP e da preliminar de inexistência de justa causa para a propositu- ra da ação penal, devendo ter ensejado a rejeição liminar da peça acusatória, com fundamento no art. 395, III, do CPP, suscitando a decretação da anulação da instrução probatória; - Desclassificação da conduta de roubo majorado do art. 157, §2º, I, do CP para roubo simples, nos termos do art.157, caput, CP. - Fixação da pena base próximo do mínimo legal, conforme art. 59 do CP, com a devida alteração do regime prisional inicial para semiaberto, nos termos do art. 33, § 2º, b, do CP. 06 – Em 4 de julho de 2016, o Ministério Público ofereceu denúncia de roubo qualificado contra Antônio, argumentando que ele subtraiu R$752,00 em dinheiro, utilizando-se de um revólver de brinquedo. Co- mo testemunhas, arrolou a vítima e dois policiais militares para serem ouvidos. Na audiência de instru- ção e julgamento, como primeiro ato, o magistrado interrogou o acusado, sem a presença do defensor, alegando ser desnecessário por ter o acusado confessado a prática delituosa em sede de inquérito poli- www.cers.com.br 9 cial. No interrogatório judicial, Antônio descreveu os detalhes de sua conduta, informando como a vítima estava vestida, onde estava posicionada e afirmou que usou todo o dinheiro para comprar drogas e que já foi internado várias vezes para tratamento. O defensor nomeado havia arrolado três testemunhas na resposta à acusação. Na oitiva da vítima, esta afirmou não ter capacidade de reconhecer quem havia praticado o delito contra ela porque a pessoa usava um capuz escuro, onde só era possível ver os olhos, mas confirmou todos os fatos narrados da prática delitiva. Os policiais arrolados como testemu- nhas afirmaram que apenas ouviram um grito da vítima, que alegava ter sido roubada, tendo encontra- do o acusado, nas proximidades do local do crime, mas estava em visível estado de entorpecência, não teve condições de esclarecer o fato. As testemunhas de defesa nada disseram sobre o fato; confirma- ram que o acusado tinha problemas com drogas e, por isso, era sempre internado. Quando da ocasião prevista no 402 CPP, nada foi requerido pelas partes. O Promotor de Justiça pugnou pela condenação, alegando restar provada a materialidade e que a confissão do acusado era suficiente à comprovação da autoria do crime. Pugnou, ainda, pela aplicação da pena, nos patamares mínimos. Intimado o acusado para os fins de alegações finais por escrito, resolveu este contratar um advogado para defendê-lo. Co- mo Advogado, apresente a peça adequada, com todos os argumentos e pedidos cabíveis na defesa do seu cliente. *PEÇA: MEMORIAIS, com base no Art. 403, §3º do CPP. *Competência: Vara Criminal da Comarca ______ Estado de _________ *Teses: PRELIMINAR: Inicialmente cabe alegar a nulidade da audiência de instrução e julgamento por inversão da ordem do interrogatório sendo o primeiro ato realizado e não efetuando outra oportunidade ao final do procedimento, razão pela qual configura violação ao princípio do contraditório e, principalmente, o da ampla defesa, devendo toda a audiência ser declarada nula, nos termos do Art. 5º, LV da Constituição Federal e do Art. 564, IV, do CPP, por inobservância da ordem do interrogatório do acusado e oitiva da vítima e das testemunhas, descrita no Art. 400, caput, também do CPP. Cabe, também, alegação de nulidade do interrogatório e da confissão do acusado que estava desacompanhado de seu defensor, em desacordo com o disposto no art. 185, caput e art. 261, ambos do CPP. A defesa técnica constitui direi- to irrenunciável e por isso deve o interrogatório ser declarado nulo, com fundamento no art. 564, III, c, do CPP. Frise-se, ainda, que se trata de prova ilícita, posto que foi utilizada como base do pedido de condenação do Ministério Público, devendo ser considerada uma prova ilícita (art. 157, CPP), sendo inadmissível nos autos, conforme o Art. 5º, LVI da Constituição Federal. Cabe também alegar a preliminar de ausência de justa causa a propositura da ação penal, visto que não existem indícios efetivos de autoria no crime, o que deveria ter ensejado a rejeição liminar da peça acusatória, com fundamento no art. 395 do CPP. www.cers.com.br 10 MÉRITO: Deve ser requerida a absolvição por insuficiência de prova da condenação, nos termos do Art. 386, VII, do CPP, posto que nem a vítima, nem os policiais reconheceram o acusado como o autor da prática delituosa. Cabe, também, pedido alternativo de desclassificação da conduta, uma vez que o roubo que fora praticado ocorreu com arma de brinquedo, não ensejando com isso a forma qualificada do art.157, §2º, I, do CP, inclusive pelo cancelamento da Súmula 174 do STJ, devendo ser capitulado como art. 157, caput, do CP. Ainda assim, caso venha a ser condenado, deve-se levar em consideração o disposto no art. 45 da Lei 11.343/06, por se tratar de pessoa inimputável, tendo a sua culpabilidade excluída, portanto. *PEDIDOS: - Requer a absolvição do acusado por insuficiência de prova para a condenação, nos termos do Art. 386, VII do CPP. - Declarar nula a audiência, por inversão da ordem prevista no art. 400 do CPP ou, subsidiariamente, declarado nulo o interrogatório do acusado, por ter sido acontecido sem a presencia do defensor, de- terminando ainda o desentranhamento da confissão por ele feita, nos termos do art. 157 do CPP. - Se não for acolhido os pedidos anteriores, pede-se a desclassificação do roubo qualificado para roubo simples, condenando o acusado no mínimo legal, com a possibilidade de aplicação do disposto no art. 45 da Lei 11.343/06, por se tratar de pessoa inimputável, impondo-lhe medida de segurança. 07 – Marcia, leiga em assuntos contábeis, procurou Walter, que possui escritório com placa escrita “Contabilista” na frente, na cidade do Londrina/PR, para sanar algumas dúvidas sobre a situação dos impostos de sua empresa. Após alguns minutos, Walter informa a Marcia que a empresa da mesma deve cerca de R$ 3.000,00 (três mil reais) em impostos, informando que, por ser contador há muito tempo, obtém descontos junto a Receita Federal. Acreditando que o mesmo dizia a verdade, Marcia negocia com Walter e lhe faz o repasse de tal quantia. Após ser notificada pelo Fisco acerca da perma- nência da dívida, Marcia percebe que foi enganada. Ao procurar Walter, descobre que o mesmo já mu- dou de endereço e é informada pela população que ele, na verdade, não era contador. Diante dos fatos, Marcia buscou a delegacia mais próxima e noticiou o fato a autoridade policial. Após a instauração do inquérito, no qual ficaram demonstradas autoria e materialidade, bem como a evidente conduta dolosa de Walter, no intuito de obter vantagem patrimonial ilícita fazendo-se passar por contador e enganando Márcia, os autos foram encaminhados para o Ministério Público, que se mantém inerte há cerca de 05 meses. Procurado por Marcia, elabore a peça processual cabível para garantir os interesses da mesma. * PEÇA: QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA, com fundamento no artigo 5°,LIX da Constituição Federal, combinado com os arts. 29, 30, 41e 44 do CPP, e artigo 100, §3 do CP. www.cers.com.br 11 * COMPETÊNCIA: EXECELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMI- NAL DA COMARCA DE LONDRINA/PR. *TESES: Embora o caso em tela configure o crime de estelionato, que é de ação pública incondicionada, o Minis- tério Público se manteve inerte, cabendo a ação penal privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal (art. 46 do CPP), com base no art. 5º, LIX, da Constituição Federal, art. 100, § 3° do CP e 29 do CPP. Deve-se narrar a conduta praticada por Walter, demonstrando que a mesma caracteriza crime de este- lionato nos termos do artigo 171 do CP. Demonstrar que restam comprovadas autoria e materialidade, e pedir a condenação de Walter nos termos do artigo supracitado. * PEDIDOS: - Autuação e Recebimento da queixa-crime subsidiária. -Citação do Querelado para responder à ação penal; - Pedir o que seja julgado procedente o pedido com a consequente condenação do querelado nas pe- nas do art. 171 do CP . - Fixação do valor mínimo de reparação do dano, na forma do artigo 387, inciso IV, do CPP. - Requerer a produção de provas e indicar rol de testemunhas. www.cers.com.br 12 www.cers.com.br 13
Compartilhar