Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Indústria Siderúrgica Disciplina: Processos Industriais Equipe: Jeftha Amanda Pollyana Pimentel Priscila Santos Sara Letícia Índice • Processo siderúrgico • Introdução • Etapas • Minério de Ferro • Carvão Mineral • Problemas Ambientais • Emissões Atmosféricas • Efluentes • Resíduos Processo siderúrgico • A fronteira entre o ferro e o aço foi definida na Revolução Industrial, com a invenção de fornos que permitiam não só corrigir as impurezas do ferro, como adicionar-lhes propriedades como resistência ao desgaste, ao impacto, à corrosão, etc. Por causa dessas propriedades e do seu baixo custo o aço passou a representar cerca de 90% de todos os metais consumidos pela civilização industrial. Introdução Aço Ferro Carbono Ferro Oxigênio Sílica Introdução Carbono Carvão Mineral Combustível Redução do Ferro Carvão Vegetal Etapas • Grande parte do minério de ferro (finos) é aglomerada utilizando-se cal e finos de coque. • O produto resultante é chamado de sinter. • O carvão é processado na coqueria e transforma-se em coque. Etapas • Essas matérias-primas, agora preparadas, são carregadas no alto forno. • Oxigênio aquecido a uma temperatura de 1000ºC é soprado pela parte de baixo do alto forno. • O carvão, em contato com o oxigênio, produz calor que funde a carga metálica e dá início ao processo de redução do minério de ferro em um metal líquido: o ferro-gusa. • O gusa é uma liga de ferro e carbono com um teor de carbono muito elevado. Etapas • Aciarias a oxigênio ou elétricas são utilizadas para transformar o gusa líquido ou sólido e a sucata de ferro e aço em aço líquido. • Nessa etapa parte do carbono contido no gusa é removido juntamente com impurezas. • A maior parte do aço líquido é solidificada em equipamentos de lingotamento contínuo para produzir semi-acabados, lingotes e blocos. Etapas • Os semi-acabados, lingotes e blocos são processados por equipamentos chamados laminadores e transformados em uma grande variedade de produtos siderúrgicos, cuja nomenclatura depende de sua forma e/ou composição química. Minério de Ferro – Contexto internacional A mineração de ferro vem experimentando uma expansão substancial nos últimos anos, fruto da grande escalada de produção e do consumo de aço nos países asiáticos, em geral, e na China, em particular. O minério de ferro e a matéria-prima básica da siderurgia, respondendo pela unidade metálica (Fe) de alimentação dos reatores de redução, como o alto-forno. O minério de ferro e quase que totalmente utilizado na indústria siderúrgica (> 97%). Mineração Minério de Ferro – Contexto nacional • O Brasil estar entre os países que possuem as maiores reservas de minério de ferro do globo, em termos de ferro contido. • Quando se fala de qualidade as reservas brasileiras situam- se em lugar de absoluto destaque, configurando-se como as mais puras, mundialmente. • As reservas brasileiras vem aumentando ao longo do tempo e esse crescimento é relacionado ao incremento da participação dos itabiritos de Minas Gerais, mais especificamente do Quadrilátero Ferrífero. • O consumo interno de minério de ferro pela siderurgia e de cerca de 15% da quantidade produzida no país. Carvão Mineral – Contexto internacional • Carvão e uma rocha sedimentar combustível oriunda de matéria orgânica. A lavra de carvão pode ser a céu aberto ou subterrânea. • O beneficiamento dos carvões tem por objetivo reduzir o teor de matéria inorgânica (formadora das cinzas) e de enxofre. • Aproximadamente 80% das reservas de carvões no mundo situam-se no Hemisfério Norte. Os maiores produtores são China, Estados Unidos, Rússia e Austrália, sendo este o maior exportador mundial de carvão. • O carvão para uso siderúrgico e o segundo maior mercado mundial deste produto. • Entretanto, somente 15% das reservas mundiais de carvão possuem as propriedades requeridas para a coqueificação. Coqueificação O processo de coqueificação consiste no aquecimento dos carvões na ausência de ar, até cerca de 1.100 graus Celsius. Carvão Mineral – Contexto nacional A produção brasileira de carvão e equivalente a 0,1% do total mundial. No pais, o maior consumo de carvão é justamente na produção de coque de alto-forno. Carvão vegetal – Contexto nacional • a siderurgia a carvão vegetal e uma peculiaridade da indústria siderúrgica brasileira. • os altos-fornos a carvão vegetal representam apenas 1% da produção mundial de ferro-gusa e 25% a 30% da produção brasileira. • a produção de carvão vegetal gera coprodutos cuja recuperação traz vantagens econômicas para o processo de carbonização da madeira, reduzindo o custo de produção. • o carvão vegetal apresenta vantagens competitivas, em particular no que concerne as menores emissões de CO2 e a possibilidade de credito de carbono. • Estima-se que, atualmente, cerca de 50% do carvão vegetal e produzido de maneira ilegal no pais. Calcário • A cal se destaca já no preparo do minério de ferro, aparecendo como alternativa vantajosa para a aglomeração de sua fração superfina. • Além de ser o aglomerante usado na sinterização do minério de ferro, a cal é a matéria-prima empregada na dessulfuração do gusa. • Fundentes como a cal são matérias primas essenciais para o refino e a eliminação de elementos nocivos à liga do aço, principalmente fósforo, enxofre e silício. Teores altos desses elementos no aço podem causar defeitos em sua estrutura cristalina e levar à formação de trincas e à fragilidade mecânica. Problemas Ambientais Extração mineral • Beneficiamento – Os impactos mais comuns no beneficiamento são provocados por efluentes líquidos contento metais pesados e ânions tóxicos, sólidos (às vezes coloidais), resíduos orgânicos (espumantes, surfactantes, óleos). Também, produção de poeira e ruídos na etapa de comunicação, emanações gasosas orgânicas e vapor de mercúrio. • Lavra – ruídos, poeira, contaminação de solo e, em alguns casos, subsolo, por explosivos derivados de glicerina e drenagem ácida, onde estão presentes metais pesados, tais como: cobre, níquel, chumbo, zinco, mercúrio, além do ferro e ânions sulfato, fosfato, fluoreto, molibdato, cianeto, entre outros. Emissões Atmosféricas Gestão de emissão atmosférica As emissões atmosféricas ainda continuam sendo a questão ambiental de maior impacto no processo siderúrgico. Elas estão correlacionadas diretamente com a energia e a conservação de recursos, pois as emissões significam perda de materiais e energia que poderiam estar sendo aproveitados de outra forma. Como no processo siderúrgico ainda não é possível evitar a geração de emissões atmosféricas, essas devem ser mitigadas, de forma a minimizar seus impactos ao ambiente. Poluentes Atmosféricos lançados • Material Particulado: emissões difusas e pontuais; • Dióxido de enxofre: processos que usam carvão mineral e combustão (combustíveis gasosos, líquidos ou sólidos) contendo enxofre; • Óxidos de Nitrogênio: combustão (combustíveis gasosos, líquidos ou sólidos); • Monóxido de Carbono: combustão, redução no alto forno e produção aço na aciaria; • Compostos orgânicos: combustão e produção de coque. Principais fontes de emissão • Transporte e estocagem de matérias primas; • Tráfego de veículos; • Preparação do carvão na coqueira; • Sinterização; • Alto-forno; • Aciaria; • Lingotamento; • Central termoelétrica. Equipamentos de abatimento de poluentes • Ciclones: partículas são separadas do gás de exaustão por ação de forças centrífugas; • Precipitadores eletrostáricos: carga elétrica é aplicada sobre as partículas presentes no gás, assim elas serão atraídas e capturadas por umeletrodo coletor; • Lavadores de gases: para separar um ampla faixa de poluentes pela lavagem do gás de exaustão com aspersão de água; • Filtros de manga: as partículas são separadas do gás de exaustão por intermédio de um material poroso, permitindo altas eficiências de remoção. Pelotização Etapas Poluentes Meio de redução Moagem MP Precipitadores eletrostáticos Mistura MP Filtros ou lavadores Leito de queima MP, NOx, SO2, HCl, HF Precipitadores eletrostáticos e filtros de manga Em alta eficiência lavadores Sistemas de dessulfuração de gases e lavadores Substituir óleo e carvão por butano e propano Peneiramento/Manuseio MP - Sinterização • Queima e sinterização: emissões primárias; • Manuseio de insumos materiais, zona de descarga e resfriamento de sínter: emissões secundárias; • Fonte significativa de emissão de particulados, gases, dioxinas e furanos e outros aromáticos; • Essas substâncias policloradas são muito estáveis e podem permanecer na atmosfera por anos, além de serem cancerígenos; Coqueificação • Benzeno, Tolueno, Xileno e Alcatrão; • Tecnologia com recuperação de calor (Heat Recovery); Produção de ferro gusa • Carregamento de insumos; • Geração do sopro quente; • Injeção dos agentes redutores; • Vazamento; • Processamento da escória. Contexto Internacional Geração de CO2 • As empresas siderúrgicas vêm priorizando projetos que aumentem a eficiência energética de todo o processo, tais como: • a) Troca de combustíveis (exemplo: troca do gás liquefeito de petróleo/GLP por gás natural); • b) Aproveitamento de gases para geração de energia e emprego da energia cinética dos gases (turbina de topo nos altos-fornos). Mitigação do CO2 • Dois programas, de longo prazo, se encontram em estágios mais avançados relativamente a este tema: • a) Ultra Low CO2 Steelmaking (ULCOS), de natureza multi- institucional no âmbito da Comunidade Européia, que foi iniciado há quatro anos; • b) 50% CO2 – 50% Energia, em desenvolvimento no Japão há quase uma década. Contexto Nacional • Na experiência brasileira, a utilização de carvão vegetal é uma solução poderosa para a mitigação das emissões de CO da indústria siderúrgica no Brasil. O país, além de clima adequado e relativa disponibilidade de terra para plantio do eucalipto, possui uma avançada tecnologia nesse plantio, fabricação do carvão vegetal e uso em altos-fornos. • No entanto, é preciso mencionar que a produção de aço via carvão vegetal é limitada por restrição da capacidade de carga no alto-forno. Outro aspecto relevante é o alto investimento em terras. Vantagens do carvão vegetal comparativamente ao carvão mineral • Inexistência de contaminantes danosos ao aço, nem ao meio ambiente; • Menor desgaste do alto-forno; • Menor temperatura de operação do alto-forno, acarretando menor perda térmica; • Menor produção de escória; • Menor consumo de energia; • Emissão negativa de CO2 para a atmosfera, ao se considerar o ciclo produtivo. Efluentes Tratamento de Água • Apresentar características físico- químicas controladas para obter o melhor resultado no processo, sem afetar o produto produzido Objetivo • Restaurantes, vestiários, sanitários, limpezas diversas, resfriamento direto ou indireto Utilização Tratamento de água Figura 01 - Sistema de tratamento de água em uma siderúrgica (SANTOS, 2014). Utilização de água Instituto Brasileiro de Siderurgia Quantidade: 100-200 m³ por tonelada de aço produzido - Captação direta em cursos de água próximos às unidades industriais. Resfriamento dos equipamentos, do aço e limpeza dos gases e outras atividades secundárias, como granular escória. Contato direto ETE para posterior reutilização tomando-se cuidado com o resíduo do tratamento. Resíduo: tratamento da água do alto-forno: enviado para indústrias cerâmicas tratamento da água da aciaria: fabricação de briquete para utilização na aciaria tratamento da água da laminação: sinterização Posição geográfica próxima à costa: evitar o consumo de água doce e potável para o resfriamento de produto e de maquinário, já que a não possui nenhum empecilho técnico significativo para este uso com águas salobras e/ou salgadas. Tratamento de Efluentes • O efluente contaminado é reciclado inúmeras vezes, dependendo da concentrações dos sais; • Taxa de Recirculação: 96%; • Poluentes encontrados: amônia, benzeno e outros componentes aromáticos, sólidos em suspensão, cianetos, fluoretos e zincos, óleos, cobre, chumbo, cromo e níquel. Contato Indireto • Resfriamento dos equipamentos: processos de laminação a quente; • Não entra em contato com contaminantes metálicos, facilitando seu reaproveitamento; • Funcionamento: • Água sai dos equipamentos após resfria-los, com um temperatura que pode chegar a 55°C. Após, é encaminhada para as torres de resfriamento, onde a temperatura é reduzida a aproximadamente 30°C. Figura 02: Fluxograma do Tratamento do Efluente Industrial da Indústria Siderúrgica (GERDAU RIOGRANDENSE, 2009) 1. Painéis Refrigerados Do Forno Elétrico 2. Torre de Resfriamento3. Bomba Contato direto • Tratamento mais complexo; • Funcionamento: • Água sai dos equipamentos e é conduzida para poço carepa, onde há a precipitação de sólidos, especialmente óxidos de ferro e carepa. Ocorre decantação e a carepa é removida por equipamentos mecânicos. A água com menor concentração de sólidos é enviada para filtros de areia por meio de bombas. Após, é encaminhada para torres de resfriamento de água. Poço de Carepa Resíduo para reciclagem Filtro de areia Torre de resfriamento Bomba Bomba Lingotamento contínuo Figura 03: Fluxograma do Tratamento do Efluente Cinza da Indústria Siderúrgica (GERDAU RIOGRANDENSE, 2009) Coqueificação • A quantidade de águas residuais numa unidade de coqueificação é entre 0,08 e 0,38m³/tonelada de carvão, dependendo do tipo de processo de tratamento de gás; • Etapas: apagamento do coque incandescente e lavagem e resfriamento do gás; • Gera efluente na forma de licor amoniacal, cianetos e substâncias tóxicas. Tabela 01: Efluentes da Lavagem e Resfriamento do gás e do apagamento do coque • Finos de coque: removidos por sedimentação; • Fenóis: extração por solventes orgânicos; • Cianetos: precipitação e removidos em formas de complexos, utilizando sulfato de ferro ou soluções de cloreto de ferro; • Amônia: removida por destilação a vapor ou por troca iônica Alto-forno • Refrigeração da carcaça do alto-forno: • Resfriamento por troca térmica. • Recirculação; • Lavagem dos gases do alto-forno: • Remoção de material particulado do gás produzido. • Granulação da Escória: • 5 m³ a 10 m³ d’água por tonelada de escória • Feita a partir do poço, não sendo necessário tratamento posterior a sua utilização • Água Decantadores (remoção de sólidos em suspensão); • Após sedimentação, o lodo é retirado uma vez a cada 3 dias e a água clarificada para recirculação no sistema de limpeza. Aciaria a Oxigênio • Água utilizada no conversor a oxigênio para refrigeração dos gases gerados nas reações dentro do conversor e posteriormente para a purificação do gás; • Efluentes líquidos contém: sólidos em suspensão e metais, principalmente chumbo e zinco, e vestígios de arsênio, cádmio, cobre, cromo e selênio; • Nos sistemas com recuperação de gás de aciaria e sem recuperação de calor, são utilizadas 1000 e 1100 galões de água por tonelada de aço; • Sedimentação em clarificadores e espessadores Companhia Siderúrgica do Pecém • A usina irá ocupar um terreno de 297 hectares, consumir água equivalente a um município de 90 mil pessoas eutilizar 180 MW de potência (mais de 14% de toda a potência fornecida aos estados do Ceará e Pernambuco) (RIGOTTO, 2007). Resíduos Tipos de sucata • Sucata de Retorno: originada na usina produtora de aço, durante fabricação de seus produtos; • Sucata de Processamento: proveniente das sobras e aparas geradas pelos segmentos consumidores de aço (indústria automobilística, embalagens, naval, construção civil e outros); • Sucata de Obsolescência: proveniente da coleta de produtos no final de sua vida útil (automóveis, embalagens, máquinas eletrodomésticos e outros). Lamas As lamas por ora representam cerca de 5% dos resíduos. Sua classificação varia entre classe I – perigoso e classe IIA – não perigoso e não inerte, devido à possível presença de elementos tóxicos como cádmio, zinco, chumbo e arsênio (MANSFELDT, DOHRMANN, 2004; ABNT, 2004). LAMAS Escória Se constitui o resíduo de maior volume - cerca de 70% (LOBATO, 2014; IBS, 2007; IAB, 2014). ua classificação conforme a norma brasileira NBR 10004 (ABNT, 2004) varia entre a classe IIB - não perigoso e inerte, e a classe IIA - não perigoso e não inerte, considerando o teor de alumínio presente (ALMEIDA, MELO, 2001). As aplicações de escória de aciaria com maior potencial de atratividade compreendem: 1 - Adição e/ou substituição de matérias-primas na indústria do cimento; 2 - Pavimentação; 3 - Correção de acidez do solo; 4 - Fonte de nutrientes e produção de fertilizantes; 5 - Material cerâmico; 6 - Lastro ferroviário. Pós • Quando o tratamento dos gases de processo ocorre por via seca, originam-se os pós, cuja geração alcança quase 15% do total de resíduos sólidos. Divididos em pó do alto-forno e pó de aciaria elétrica, ambos são agrupados como classe I - perigoso. O primeiro é composto principalmente de óxidos metálicos e materiais carbonosos; já o segundo contém grande quantidade de metais como zinco, cromo, cádmio e chumbo (JACOMINO et al., 2002; OLIVEIRA, MARTINS, 2003; ABNT, 2004; IAB, 2014). • O alto-forno siderúrgico possui um sistema de controle de emissão dos gases resultantes da queima do carvão para derretimento e redução do minério de ferro. Os particulados gerados no sistema contêm finos de carvão e minérios de ferro, que são recolhidos por meio de um coletor conhecido como “balão” e depositados temporariamente em vagões e recipientes. • As cinzas volantes siderúrgicas, conhecidas no estado de Minas Gerais como “pó de balão” e internacionalmente como “charcok”, são RSI provenientes do sistema de controle de emissão dos gases dos altos-fornos siderúrgicos. Carepa • Por fim, outro resíduo comum ao processo é a carepa, derivada da oxidação da superfície do aço nas etapas finais de lingotamento e laminação. Sua composição se resume à presença de óxidos de ferro, bem como uma grande quantidade de óleo; logo, corresponde à classe I - perigoso, de acordo com a NBR 10004 (ALMEIDA, 2009; MARTÍN, LÓPEZ, TORRALBA, 2012;CUNHA et al., 2006; ABNT, 2004). O setor siderúrgico vem, há alguns anos, adotando uma política de gestão de resíduos, que consiste na transformação destes em co-produtos reutilizados no próprio setor ou comercializados como insumos para utilização em outras atividades. Baseando-se nos conceitos previstos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), considera-se por reciclagem “o processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico- químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos os novos produtos [...]”. Da mesma forma, a reutilização é descrita como o “processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação biológica, física ou físico-química [...]” (BRASIL, 2010). De acordo com estimativas do Instituto Aço Brasil, cerca de 450 kg de “coprodutos e resíduos” são originados a cada tonelada de aço produzida. Este valor está relacionado à rota tecnológica empregada e já chegou a superar a marca de 700 kg (IBS, 2007). Deste montante, 80% em média são reciclados ou reutilizados seja no ciclo do aço ou em outros processos. Dentre as classes de resíduos presentes no diagrama, os sólidos são os que apresentam maior potencial para a reutilização e reciclagem, em especial aqueles que possuem teor de ferro em sua composição (MOURÃO, 2011). • Como exemplo, cita-se a utilização de agregados siderúrgicos (escória) na produção de cimento, que reduz a emissão de gases de efeito estufa na produção e a demanda por calcário e silicatos, recursos naturais de origem não renovável. • O aço é o material mais reciclável e reciclado no mundo. O aço pode ser reciclado infinitas vezes, sem que haja perda de suas principais características, como dureza, resistência e versatilidade, além de resultar em uma importante redução do consumo de minério de ferro e diversos outros insumos. • A reciclagem do aço representa atualmente uma importante atividade econômica, que envolve uma grande estrutura composta por, aproximadamente, 3.000 empresas, reciclando anualmente 4,5 milhões de toneladas de aço. • A reciclagem se dá a partir da sucata de aço, oriunda do próprio processo siderúrgico, dos processos de fabricação de produtos intensivos em aço e do processamento da sucata gerada ao fim do ciclo de vida desses produtos. Resíduos Siderúrgicos 1. Todos os tipos de escórias siderúrgicas ferrosas (alto forno, forno Martin, conversor Bessemer, forno elétrico, forno de cúpula); 2. Poeiras de arco - voltáico geradas em usinas de fundição de aço; 3. Todos as escorias metalúrgicas não ferrosos (Ni, Al, Cu, etc.); 4. Escórias do processo de recuperação do chumbo de baterias automotivas e sais de neutralização de tratamento de baterias ácidas de chumbo; 5. Areias e escorias de fundição; 6. Resíduos gerados dos processos das indústrias automobilísticas: líquidos alcalinos, poeiras, pastas; 7. Lodo industrial de empresas diferentes; 8. Resíduos de anodização de alumínio; 9. Pó metálico de filtros (Pb, Ni, Zn, Cr, V, Fé, etc.); Considerações finais • De acordo com a Organização dos Estados Americano, as indústrias que mais contaminam o meio ambiente são as do setor minério-metalúrgico. Lançando diariamente grandes volumes de gases, resíduos aquosos e/ou sólidos, contendo elemento de toxicidade variada. Portanto, este setor deve assumir a responsabilidade social e ambiental, trabalhando dentro dos mais rigorosos padrões internacionais, visando a preservação da saúde humana e de seu hábitat. Referências Bibliográficas • http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10004547.pdf • Siderurgia no Brasil 2010-2025; subsídios para tomada de decisão – Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2010. • Inventário dos Rejeitos, Efluentes e Sub-produtor das Indústrias Siderúrgicas Integradas na Fabricação de Aço Líquido. http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10003378.pdf • SILVA, Nicole Gröff da; BREHM, Feliciane A.; MANCIO, Mauricio E MORAES, Carlos Alberto Mendes. REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM DE RESÍDUOS SIDERÚRGICOS: OPORTUNIDADES DE PESQUISA E DESAFIOS DO SETOR. Fórum Internacional de Resíduos Sólidos. Rio Grande do Sul, 2016. • ARAÚJO, José Alencar de Castro. Resíduos Sólidos na Indústria Siderúrgica: Usina Semi-Integrada – Um Estudo de Caso. Dissertação. Santa Bárbara D’Oeste, 2005. • Siderurgia no Brasil 2010-2025.
Compartilhar