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1Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Gestão no Terceiro Setor: 
Perspectivas e Desafios
Vânia Martins
2Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Sumário
Introdução ......................................................................................... 03
Objetivos ........................................................................................................... 04
Estrutura do Conteúdo .................................................................................... 04
Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Tópico 1: Legislação para o Terceiro Setor ....................................................... 05
Tópico 2: A Dimensão do Terceiro Setor no Brasil e no Mundo ........................ 10
Tópico 3: Desafios da Gestão no Terceiro Setor ............................................... 12
Tópico 4: Estratégias de Gestão no Terceiro Setor ........................................... 17
Resumo ............................................................................................................. 20
Referências Bibliográficas .............................................................................. 21
3Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Seja bem-vindo(a) ao conteúdo “Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios”.
As primeiras organizações do Terceiro Setor surgidas no Brasil tinham uma 
administração bastante informal, marcada pelo amadorismo e conduzida basicamente por 
voluntários ou militantes. 
Até a década de 1970, a ideia de uma administração profissional não era aceita por 
sua associação com a cultura das empresas que atuam no mercado segundo uma lógica 
econômica, vista como incompatível com uma organização sem fins lucrativos.
Na atualidade, em virtude do crescimento do Terceiro Setor e de seu importante 
papel como canalizador de demandas da sociedade, verificamos a atuação cada vez mais 
profissional e a busca de uma administração eficiente e eficaz nestas organizações. 
Neste contexto, cresce a demanda por administradores competentes, capazes de 
traçar objetivos, controlar recursos financeiros e trabalhar em equipe, de modo a levar as 
organizações do Terceiro Setor ao encontro de seus importantes objetivos sociais.
4
Estrutura do Conteúdo
Objetivo
s
Indicadores e Certificações Socioambientais
Esperamos que ao final deste conteúdo 
você seja capaz de:
1. Identificar os pontos mais importan-
tes da legislação que afeta as organiza-
ções do Terceiro Setor;
2. Conhecer as dimensões e principais 
características do Terceiro Setor no Bra-
sil e no mundo;
3. Compreender as principais dificulda-
des enfrentadas pelas organizações na 
busca de seus objetivos sociais e não-
-lucrativos;
4. Conhecer as ferramentas básicas de 
gestão aplicadas Às organizações do 
Terceiro Setor.
Para melhor compreensão do conteúdo, 
este material está dividido de acordo com os 
seguintes tópicos:
1. Legislação para o Terceiro Setor
2. A Dimensão do Terceiro setor no Bra-
sil e no mundo
3. Desafios da Gestão no Terceiro Setor
4. Estratégias de Gestão no Terceiro 
Setor
5Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
1. Legislação para o Terceiro Setor
Como vimos anteriormente, o Terceiro Setor está situado entre os setores estatal 
(primeiro setor) e empresarial (segundo setor) e abarca organizações que não estão 
vinculadas ao Estado, que não almejam o lucro e que prestam serviços em áreas de 
relevante interesse público e social.
As organizações que atuam no Terceiro Setor são, portanto, entidades de natureza 
privada, mas que agem no interesse público, sem fins lucrativos. Juridicamente estas 
organizações podem assumir a forma de associações ou fundações. As ONGS, em virtude 
de seu reduzido patrimônio, em geral se constituem como associações.
Ainda hoje, as organizações sem fins lucrativos, que lutam nas áreas de saúde, 
educação, meio ambiente e cultura pelos direitos das crianças, mulheres, negros e 
povos indígenas, entre outras, cumprem uma função primordial para a consolidação da 
democracia brasileira, na medida em que são espaços de expressão das demandas da 
sociedade e ajudam a exercer o controle social das políticas públicas implementadas pelo 
governo.
A Associação Brasileira de ONGs (ABONG) alerta que as ONGs são mecanismos 
fundamentais de construção da cidadania, pois são uma forma articulada de atuação 
da sociedade civil em defesa de interesses públicos, porém é preciso ter cuidado, pois, 
ao mesmo tempo, as ONGs podem também ser utilizadas como espaços para abrigar 
grupos de pressão, interessados em lançar mão das verbas públicas, direcionando-as 
para interesses de minorias privilegiadas.
Por isso é muito importante a existência de um marco regulatório que estabeleça 
critérios para a atuação destas organizações e para sua relação com o poder público.
6Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Acesse o Recurso Multimídia e descubra as diferenças 
entre ASSOCIAÇÕES e FUNDAÇÕES que atuam no Terceiro 
Setor.
Conteúdo On-line
Lei no 9.790/99
Em 1999 entrou em vigor a Lei no 9.790, que trata das Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público (OSCIPS).
Essa lei foi elaborada no segundo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso 
a partir das discussões entre governo federal, parlamentares e sociedade civil.
Seu principal objetivo era a construção de um marco regulatório do Terceiro Setor que 
garantisse maior clareza e segurança à atuação das organizações.
O Terceiro Setor constitui hoje uma orientação estratégica, em virtude da sua capacidade 
de gerar projetos, assumir responsabilidades, empreender iniciativas e mobilizar pessoas 
e recursos necessários ao desenvolvimento social do país. 
Nesse sentido, a Lei das OSCIP representou o início do processo de atualização da 
legislação brasileira que passou a reconhecer a importância e as especificidades da esfera 
pública não estatal.
7Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Acesse o Recurso multimídia e veja mais informações 
sobre a Lei 9.790/99.
Conteúdo On-line
Outro ponto importante da lei é que ela exclui da categoria OSCIP as seguintes 
entidades: sociedades comerciais, sindicatos ou associações de classe, partidos políticos, 
instituições religiosas, entidades de benefício mútuo que prestam serviços somente a 
sócios ou associados, hospitais e escolas privadas não gratuitas e cooperativas.
Você pode conhecer um pouco mais sobre esta importante Lei 
no link a seguir:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9790.htm
Lei 13.019/2014
Outro avanço no marco regulatório do Terceiro Setor foi trazido pela Lei n.º 13.019/2014, 
especificamente voltada para regular as parcerias realizadas entre organizações da 
sociedade civil com e sem fins lucrativos, para a consecução de finalidades de interesse 
público em regime de mútua cooperação.
8Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
É uma Lei que padroniza procedimentos de parcerias no âmbito nacional, facilitando 
a execução de projetos de desenvolvimento social.
Os convênios foram substituídos por duas novas figuras de relacionamento da 
Administração Pública com as instituições sem fins lucrativos: a) o Termo de Colaboração, 
quando a proposta de parceria seja oriunda do Poder Público; e b) o Termo de Fomento, 
quando a proposta de parceria seja oriunda das organizações da sociedade civil.
Ambos os Termos deverão ser precedidos de procedimento de chamamento público, 
que consiste em edital de convocação das organizações da sociedade civil interessadas 
em apresentar as suas propostas de trabalho para o objeto do edital. 
Este recurso permite à Administração Pública selecionar a proposta cuja execução 
seja considerada a mais eficaz de acordo com os critérios definidos objetivamente peloedital.
Segundo Cavalcante (2014), esse é o ponto mais importante 
da Lei, considerando que tal mecanismo de seleção busca evitar 
a escolha das ONGs que irão receber os recursos com base em 
interesses pessoais e preferências políticas/ideológicas.
Importante
9Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
A partir desta lei, entre outros requisitos, só poderá participar 
do chamamento público em qualquer esfera governamental a 
instituição que comprove no mínimo três anos de existência, 
experiência prévia na realização do objeto da parceria e capacidade 
técnica e operacional para a sua execução.
Embora tenha acrescentado mecanismos burocráticos, a lei 
permite a criação de ferramentas de transparência e controle das 
parcerias firmadas, tanto para o Poder Público quanto para as 
organizações da sociedade civil.
Outros pontos a destacar nesta Lei, segundo Cavalcante (2014), são os seguintes:
É vedada às entidades qualificadas como 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público a participação em campanhas de 
interesse político-partidário ou eleitorais, 
sob quaisquer meios ou formas.
Tornam-se mais rigorosas as exigências de 
prestação de contas destas organizações, 
garantindo, ainda, a qualquer cidadão o 
direito de questionar sua qualificação como 
OSCIP e de apresentar denúncias sobre 
a aplicação irregular de recursos.
É garantido o livre acesso público a todas 
as informações pertinentes às Organizações 
da Sociedade Civil de Interesse Público. 
10Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
É importante ressaltar que a institucionalização ou legalização das atividades 
destinadas ao Terceiro Setor delegou a essas entidades um espaço de destaque na 
dinâmica da estrutura social no que diz respeito à ação social.
2. A Dimensão do Terceiro Setor no Brasil e 
no Mundo
Segundo pesquisa da John Hopkins University, dos Estados Unidos, o crescimento 
do terceiro setor é surpreendente, chegando a movimentar aproximadamente 1 trilhão de 
dólares — o que o coloca entre as maiores economias mundiais, se comparado ao PIB 
das nações mais ricas. 
Este setor também tem impacto significativo no mercado de trabalho, empregando 19 
milhões de pessoas no mundo, excluindo-se os voluntários.
Para que possamos entender melhor a dinâmica da organização da sociedade civil na 
história recente do Brasil, vamos observar os dados de uma pesquisa realizada pelo IBGE, 
que informa as áreas de atuação destas organizações, o número de pessoas que emprega 
e como estão distribuídas pelo território nacional. A Pesquisa FASFIL é uma das mais 
importantes referências em termos de dados e análises sobre o terceiro setor no Brasil.
11Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Os dados da pesquisa FASFIL 2010 incluem todas as associações e fundações que 
atuam no Terceiro Setor, sendo elas qualificadas como OSCIPs ou não. 
É importante lembrar que o Terceiro Setor é entendido como aquele composto por 
diversos tipos de entidade da sociedade civil, sem fins lucrativos e com finalidades públicas. 
O conceito é amplo e pode incluir entidades religiosas, beneficentes, ONGs e fundações 
vinculadas a empresas. Como vimos anteriormente, a Lei no 9.790/99 exclui determinadas 
organizações da categoria OSCIP, reservando-lhes outras denominações jurídicas.
Sendo assim, a Pesquisa Fasfil destaca os seguintes dados sobre as associações e 
fundações que atuam no Terceiro Setor:
Existiam oficialmente no país, em 2010, cerca de 
290,7 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins 
Lucrativos (FASFIL). Essas instituições representavam 
5,2% do total de 5,6 milhões de entidades públicas e 
privadas, lucrativas e não-lucrativas, do Cadastro Central 
de Empresas — CEMPRE do IBGE, naquele ano.
As Fasfil concentram-se nas regiões Sudeste (44,2%), 
Nordeste (22,9%) e Sul (21,5%).
Cerca de 72,2% das entidades não possuíam sequer 
um empregado formalizado. Apesar deste dado, não se 
pode negar que as organizações não-governamentais e 
sem fins lucrativos representam, atualmente, uma parcela 
significativa dos trabalhadores brasileiros: 2,1 milhões de 
pessoas.
Enquanto 28,5% destas entidades estão voltadas 
à religião, 14,6% ligam-se ao desenvolvimento e defesa 
de direitos. Apenas 0,8% do total das Fasfil são entidades 
voltadas à preservação do meio ambiente e proteção 
animal.
12Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
3. Desafios da Gestão no Terceiro Setor
Administrar uma empresa em um mercado altamente competitivo e com constantes 
mudanças tecnológicas não é uma tarefa fácil. O administrador precisa saber administrar 
a equipe, as finanças, a comunicação com a sociedade, obter os insumos adequados e 
garantir a distribuição dos produtos ou serviços àqueles que os demandam. 
Administrar uma instituição sem fins lucrativos pode ser ainda mais difícil, pois estas 
organizações, muitas vezes, não apresentam estrutura adequada em termos de recursos 
financeiros, materiais e de pessoal.
Segundo Camargo (2001), o Brasil apresenta grande diversidade de demandas sociais 
e ambientais, de acordo com a peculiaridade de cada região ou população, o que exige dos 
gestores um conhecimento mais aprofundado destas realidades, para que seja possível 
atender bem às necessidades encontradas. 
O autor aponta outro fator relevante nesta análise: há um crescimento considerável 
no número de organizações que surgiram nas últimas décadas. Este crescimento, muitas 
vezes, ocorreu de forma desordenada e, assim, gerou instabilidade na confiança por parte 
das empresas doadoras.
As organizações sem fins lucrativos oferecem dificuldades particulares aos gestores, 
especialmente porque se espera deles que administrem com eficácia e, ao mesmo tempo, 
que lutem pelos ideais e valores da causa defendida pela organização. A dificuldade é 
acrescida quando se refere aos recursos humanos, uma vez que parte da força de trabalho 
está empregada, enquanto outros trabalham voluntariamente.
13Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
As organizações sem fins lucrativos oferecem desafios específicos aos gestores:
Os problemas de gerenciamento, segundo Cazzolato (2009), envolvem a qualidade 
e quantidade de pessoas e de recursos menores, além disso, a performance de uma 
organização com objetivos sociais é difícil de ser mensurada por lidar com questões 
intangíveis, como mudanças sociais, comportamento e melhoria da qualidade de vida.
Outra dificuldade que, segundo Mendonça (2004), chama a atenção é a insatisfação 
por parte das empresas privadas doadoras, quando se relacionam com organizações do 
Terceiro Setor, especialmente as ONGs.
Ainda existe muito amadorismo na gestão das ONGs, o que pode ameaçar a 
confiabilidade dos doadores quanto à utilização de recursos. 
Limitação de recursos
Diversidade de demandas 
sociais e ambientais
Crescimento desordenado 
de organizações não 
governamentais
Demanda por eficácia e 
por fidelidade a ideais
Trabalho voluntário X 
trabalho remunerado
14Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Encontram-se muitas organizações com estrutura deficitária e sem o adequado 
planejamento e controle de recursos, ocorrendo casos de desperdício ou mesmo de desvios 
financeiros que ameaçam gravemente a credibilidade e a reputação destas organizações 
e põe em questão a própria viabilidade do Terceiro Setor.
Muitas vezes, os doadores não dispõem de informações sobre como e onde os 
recursos doados são aplicados. Quando não se medem os resultados alcançados, isso 
pode gerar desmotivação por parte do doador — que tende a pensar que sua doação não 
foi suficiente ou não foi devidamente utilizada. 
Entretanto, alguns fatores acabaram contribuindo para que as organizações do Terceiro 
Setor evoluíssem na utilização de mecanismos mais eficientes de gestão para lidarcom 
estes problemas.
Como você pode perceber, o amadorismo na gestão das 
ONGs é um dos principais desafios a serem enfrentados pelo 
Terceiro Setor.
Ao analisar o histórico de existência das 
organizações do Terceiro Setor, é possível 
perceber que elas, inicialmente, possuíam 
caráter assistencialista, isto é, nasciam de 
grupos religiosos e atendiam uma pequena 
parcela da população, com o intuito de 
ajudar aqueles que viviam em regiões mais 
próximas. Para responder a necessidades 
emergenciais, muitas vezes estas 
organizações não tiveram possibilidades de 
agir de forma planejada.
Porém, com o passar dos anos, estas 
organizações foram buscando aperfeiçoar 
sua administração, de modo a captar e 
utilizar melhor os recursos, oferecendo à 
sociedade os resultados a que se propõem.
15Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Tendo em vista o volume de recursos que hoje se destina ao terceiro setor e as grandes 
responsabilidades que este setor vem assumindo perante à sociedade, a necessidade de 
obter melhores resultados em suas ações se tornou premente (CAMARGO, 2001). Daí 
o importante apoio que as ferramentas de gestão podem dar a quem está à frente das 
organizações do Terceiro Setor.
Segundo Mendonça (2009), a forma de administração das ONGs também acabou 
sendo influenciada pela colaboração de agências de cooperação internacional, que 
aportaram nos países em desenvolvimento trazendo colaboração financeira e também 
modelos de gestão vindos dos países desenvolvidos. 
Este tipo de agência fomenta o intercâmbio de experiências bem-sucedidas e de 
conhecimento científico, tecnológico e cultural, bem como apoio financeiro, mediante a 
implementação de programas e projetos com organizações de outros países.
As agências influenciam no modelo e na cultura organizacional das organizações do 
Terceiro Setor, em especial as ONGS, ao fazerem uma avaliação das estratégias e dos 
objetivos dessas organizações no momento de negociar a cooperação. Além de exigirem 
determinados resultados, exercem uma série de controles para conceder, por exemplo, 
financiamentos.
16Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Esse quadro ficou ainda mais acentuado a partir do final da década de 80, quando as 
agências de cooperação começaram a reduzir a liberação de financiamento institucional 
— que dava à instituição a liberdade de decidir sobre a aplicação dos recursos — e a 
oferecer o financiamento por projetos, vinculando os gastos a objetivos e metas previamente 
acertados. Com os projetos e a cobrança das agências por resultados, a cultura pragmática 
ganha espaço nas ONGs (MENDONÇA, 2009).
Neste cenário, cresceu a demanda pela profissionalização das ONGs, fazendo crescer 
o interesse por profissionais especializados em lugar do militante romântico — cheio de 
ideais, porém despreparado para gerir e liderar uma organização.
Acesse o Recurso Multimídia e conheça algumas 
agencias de cooperação internacionais.
Conteúdo On-line
O profissionalismo alterou o perfil da “mão de obra” das ONGs: aos velhos ativistas 
juntam-se profissionais com experiência de atuação em empresas estatais e privadas. Com 
o Terceiro Setor em expansão, as ONGs passam a ser vistas não só por sua contribuição 
social, mas também como um mercado de trabalho promissor.
17Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Alguns fatores importantes que têm levado as organizações do Terceiro Setor a 
buscarem melhores formas de gestão:
Crescem as demandas sociais no 
país e, consequentemente, aumenta 
a importância do Terceiro Setor.
No contexto internacional, as agências 
de cooperação colocam novas exigências 
quanto aos resultados que devem ser obtidos 
pelas organizações do Terceiro Setor.
4. Estratégias de Gestão para o Terceiro Setor
Para que se possa ter uma gestão adequada a este perfil organizacional, é preciso 
entender, em primeiro lugar, que existe uma grande diferença entre:
Empresa privada com 
fins lucrativos.
Organização do 
Terceiro Setor.
Segundo Cazzolato (2009), a primeira visa o lucro e o crescimento no mercado, 
podendo apresentar novos produtos e/ou serviços, aumentando a necessidade de seus 
consumidores adquirirem aquilo que produz.
18Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
A organização do Terceiro Setor, por sua vez, busca atender às necessidades da 
sociedade e não necessariamente de consumidores. Ela visa melhorar as condições de 
vida, trabalhando em prol da comunidade e não do mercado. Ao contrário das empresas, 
as organizações do Terceiro Setor lutam para que não precisem mais existir pois, quando 
isso ocorrer, poderá ser um sinal de melhoria nas condições da sociedade.
Porém, quando se diz a palavra gestão, isto significa dispor de uma orientação sobre 
como serão atingidos os objetivos organizacionais, a partir dos recursos humanos e 
estruturais que se possui para tal finalidade.
Para Tenório (2002), a gestão possui basicamente quatro funções específicas, seja 
ela voltada para uma empresa ou para uma organização sem fins lucrativos:
A primeira função é o planejamento, 
que envolve determinar os 
objetivos organizacionais e o 
modo como eles serão atingidos, 
em um certo período de tempo.
A segunda é a organização, 
que permite ao gestor atribuir 
responsabilidades e tarefas 
aos colaboradores, agrupando 
pessoas e recursos de acordo 
com a função de cada um, sempre 
visando atingir os objetivos 
determinados no planejamento.
A terceira função é a direção, 
ligada à capacidade do gestor 
de obter o melhor das pessoas, 
motivando sua equipe a 
cumprir suas atividades.
A quarta função é o controle, 
momento em que o gestor 
compara o resultado obtido 
àquilo que foi proposto no 
planejamento, a fim de detectar 
possíveis erros e corrigi-los.
Acesse o Recurso Multimídia e assista ao vídeo e 
acompanhe os resultados de uma gestão eficaz, eficiente e 
efetiva.
Conteúdo On-line
19Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Para se avaliar o processo administrativo e as funções gerenciais, são necessários 
três tipos de medidas: eficiência, eficácia e efetividade (TENÓRIO, 2002).
• Eficiência é a melhor forma de fazer algo com os recursos disponíveis. Deste modo, 
o gestor será eficiente na medida em que souber administrar da melhor maneira 
possível a relação entre os recursos disponíveis e as tarefas a serem realizadas. 
• Eficácia é fazer o que deve ser feito, isto é, cumprir o objetivo determinado. Está 
intimamente ligada ao objetivo proposto, independente de como administrou seus 
recursos. O importante, neste caso, é cumprir a meta, atingir o resultado. 
• Efetividade é a capacidade de atender às expectativas da sociedade, envolvendo 
algo mais genérico e abrangente, o que implica o conhecimento real daquilo que a 
sociedade demanda para atendê-la melhor.
Também é importante que o gestor faça análise de ambientes, interno e externo à 
organização, de modo que possa detectar pontos fortes e pontos fracos, oportunidades e 
ameaças, respectivamente. 
Tenório (2002) aponta a necessidade de se definir o planejamento estratégico, seus 
objetivos, estratégias, programas, projetos e atividades. Essas ações fazem parte do dia a 
dia da gestão organizacional, inclusive das organizações do Terceiro Setor.
Muitas mudanças devem acontecer para que a gestão das organizações do Terceiro 
Setor se desenvolva de maneira ainda mais eficiente, eficaz e efetiva.
O amadorismo e a deficiência nas estruturas administrativas 
devem ser substituídos por lideranças devidamente preparadas, 
que tenham conhecimentos de Administração e, com isso, 
direcionem a organização rumo aos seus objetivos sociais 
propostos.
Importante
20Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
Neste conteúdo tomamos conhecimento de duas importantes leisque definem o marco 
regulatório do Terceiro Setor: a Lei 9.790/99 e a Lei 13.019/2014.
Deste modo, observamos quais organizações podem se qualificar como OSCIPs e 
quais estão excluídas, quais são os objetivos sociais das OSCIPs e o que significa não 
possuir finalidade lucrativa. 
Também observamos as exigências legais colocadas para o relacionamento entre as 
organizações sem fins lucrativos e a Administração Pública.
Acompanhamos os dados que indicam o crescimento do Terceiro Setor no Brasil e no 
mundo e identificamos os fatores que tornam cada vez mais necessária uma gestão mais 
bem preparada das organização que nele atuam.
Por fim, tratamos das ferramentas de planejamento, organização, direção e controle, 
que objetivam garantir uma gestão eficiente, eficaz e efetiva das organizações.
21Gestão no Terceiro Setor: Perspectivas e Desafios
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS (abong). 
(2007). ONGS: repensando suas práticas de gestão. Disponível em: http://www.abong.org.
br/download.php?id=30
CAMARGO, M. F. et al. Gestão do Terceiro setor no brasil: estratégias de captação de 
recursos para organizações sem fins lucrativos. São Paulo: Futura, 2001.
CAVALCANTE, Marcio André Lopes. Resumo esquematizado sobre a LEI 13.019/2014. 
Disponível em: www.apaerj.org.br/arquivo.phtml?a=24996.
CAZZOLATO, Nara Katsurayama. As dificuldades de gestão das organizações não-
governamentais. Revista da Faculdade de Administração e Economia. V. 1, n.1, 2009.
INSTITUTO PROBONO. Manual do terceiro setor. Disponível em: http://www.abong.org.
br/final/download/manualdoterceirosetor.pdf
MENDONÇA, Patrícia Maria. Desafios e Dilemas das ONGs na Cooperação 
Internacional: Uma Análise da Realidade Brasileira. Revista Gestão.Org, v.7, n. 1, Jan./
Abril 2009.
OBSERVATÓRIO DO TERCEIRO SETOR. http://observatorioterceirosetor.org.br/
Pesquisa fasfil 2010. Fundações e associações privadas sem fins lucrativos no 
Brasil. IBGE/IPEA, 2012. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Fundacoes_Privadas_e_
Associacoes/2010/fasfil.pdf
TENÓRIO, F. G. (org.). Gestão de ONGs: principais funções gerenciais. Rio de Janeiro: 
Editora FGV, 2002.

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