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Cultivo de Pinus: Guia Básico

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CULTIVO DE PINUS 
GUIA DE ORIENTAÇÕES BÁSICAS SOBRE O CULTIVO 
 
 
 
Espécies de Pinus são plantadas em todo mundo, e valorizadas pelas 
seguintes características: 
a) madeira de cor clara, variando de branca a amarelada; 
b) madeira de fibra longa, apropriada para fabricação de papel de 
alta resistência para embalagens, papel de imprensa e outros tipos de papel; 
c) possibilidade de extração de resina, em escala comercial, em 
algumas espécies; 
d) rusticidade e tolerância, possibilitando o plantio em solos marginais 
para agricultura e, assim, agregar valor à terra com a produção adicional de 
madeira, formação de cobertura protetora do solo e reconstituição de 
ambiente propício à recomposição expontânea da vegetação nativa em 
ambientes degradados; 
e) valor ornamental para arborizações e paisagismo. 
No Brasil, os pinus vêm sendo plantados há mais de um século, tendo 
sido, inicialmente, introduzidos para fins ornamentais. Somente a partir de 1950 
é que foram plantadas em escala comercial para produção de madeira. O 
principal uso deles é como fonte de matéria-prima para as indústrias de 
madeira serrada e laminada, chapas, resina, celulose e papel. O 
estabelecimento e o manejo de florestas plantadas com pinus vem 
possibilitando o abastecimento de madeira que, anteriormente, era suprido 
com a exploração do pinheiro brasileiro. Assim, essa prática estabeleceu-se 
como uma importante aliada dos ecossistemas florestais nativos pois vem 
suprindo uma parcela cada vez maior da necessidade atual de madeira. 
 
 
1. APRESENTAÇÃO 
 
Espécies de Pinus vêm sendo plantadas, em escala comercial, no Brasil, 
há mais de 30 anos. Inicialmente, os plantios mais extensos foram 
estabelecidos nas Regiões Sul e Sudeste, com as espécies P. taeda para 
produção de matéria-prima para as indústrias de celulose e papel e P. elliottii 
para madeira serrada e extração de resina. Atualmente, com a introdução 
de diversas espécies, principalmente das regiões tropicais, a produção de 
madeira de Pinus tornou-se viável em todo o Brasil, constituindo uma 
importante fonte de madeira para usos gerais, englobando a fabricação de 
celulose e papel, lâminas e chapas de diversos tipos, madeira serrada para fins 
estruturais, confecção de embalagens, móveis e marcenaria em geral. 
A grande versatilidade das espécies para crescer e produzir madeira 
em variados tipos de ambiente, bem como a multiplicidade de usos da sua 
madeira possibilita a geração desse recurso natural em todo o território 
nacional, em substituição às madeiras de espécies nativas. O desenvolvimento 
da tecnologia de utilização da madeira de pínus e a ampliação das 
alternativas de uso tornaram essas espécies cada vez mais demandadas no 
setor florestal. Em decorrência disso, vem aumentando o número de 
produtores, especialmente pequenos e médios proprietários rurais, interessados 
no plantio e manejo de Pinus, em busca de dados técnicos para plantio, 
manejo e viabilização do agronegócio com estas espécies. Este trabalho foi 
elaborado na tentativa de suprir as informações básicas necessárias aos 
produtores, visando elevar a cultura de pínus como alternativa estratégica e 
rentável nos setores florestal e agroflorestal brasileiro. 
 
Moacir J. S. Medrado 
Chefe Geral da Embrapa Florestas 
 
 
2. ESPÉCIES DE PINNUS 
 
As espécies de Pinus que se destacaram, inicialmente, na silvicultura 
brasileira, foram P. elliottii e P.taeda, introduzidas dos Estados Unidos, visto que 
as atividades com florestas plantadas eram restritas às Regiões Sul e Sudeste. A 
partir dos anos 60, iniciaram-se as experimentações com espécies tropicais 
como P. caribaea, P.oocarpa, P. tecunumanii, P. maximinoi e P. patula 
possibilitando a expansão da cultura de Pinus em todo o Brasil, usando-se a 
espécie adequada para cada região ecológica. 
A partir dos anos 80, experimentos com amostras de uma ampla 
variedade de procedências das espécies já conhecidas, bem como de 
espécies tropicais possibilitou a ampliação de opções de espécies e o 
potencial econômico desses Pinus em plantios comerciais. Espécies como P. 
maximinoi, P. chiapensis e P. greggii poderão, brevemente, ser incorporadas, 
operacionalmente, como produtoras de madeira, assim que estudos de 
produtividade e adaptação das diferentes procedências chegarem à 
maturidade e os povoamentos entrarem em fase de produção de sementes. 
 
3. PREPARO DA AREA 
Para se estabelecer um plantio de Pinus por mudas, devem ser 
consideradas várias situações na tomada de decisão sobre o preparo da 
área. Um dos fatores que mais influenciam no crescimento do Pinus é a 
profundidade efetiva do solo. Mesmo sendo árvores que atingem grandes 
dimensões, poucas raízes são encontradas a mais de 60 cm de profundidade. 
Assim, se o plantio for em áreas que eram anteriormente utilizadas com cultivos 
agrícolas mecanizados, é recomendável preparar o solo com subsolador pois 
é provável que ele esteja compactado. O mesmo procedimento deve ser 
adotado em áreas com solos pedregosos na superfície e com profundidade 
efetiva maior que 50 cm. 
Em áreas previamente utilizadas com pastagem, a profundidade da 
subsolagem pode ser reduzida, uma vez que a compactação, decorrente de 
pisoteio, é superficial. Nestes casos, o mais importante é o controle das 
gramíneas, durante o primeiro ano do plantio. 
Em áreas de plantio de segundo ciclo de Pinus, o preparo do solo será 
necessário somente se a colheita e a retirada da madeira tiverem sido 
mecanizadas pois estas operações sempre causam compactação do solo. 
Quanto maior o teor de umidade no solo, mais profunda e mais severa serão 
os efeitos desses equipamentos na compactação do solo. 
 
4. DOENÇAS 
O pínus pode ser atacado por patógenos, principalmente fungos, 
desde a fase de viveiro até em plantios adultos. Os principais problemas de 
doenças em pínus são: tombamento de mudas; podridão-de-raiz; mofo-cinzento; 
queima de mudas por Sphaeropsis; armilariose; queima de acículas por 
Cylindrocladium; seca de ponteiros e morte de árvores por Sphaeropsis; ausência de 
micorrizas; fumagina; afogamento do coleto; enovelamento de raízes; geadas; 
descargas elétricas e; granizo. 
 
4.1 Tombamento de mudas 
 
Sintomas e sinais 
Lesão necrótica na região do colo da plântula; murcha, enrolamento e 
secamento de cotilédones; tombamento de plântulas em reboleira e morte. 
 
Causas 
Ataque dos fungos dos gêneros Cylindrocladium, Fusarium, 
Phytophthora, Pythium e Rhizoctonia na fase de germinação, destruindo as 
plântulas; uso de substratos contaminados por fungos de solo; condições de 
alta umidade no viveiro 
Controle 
a) Cultural: 
a.1) usar sementes, substrato e água de irrigação livres de patógenos; 
a.2) adotar substratos com boa drenagem; 
a.3) semear diretamente em tubetes suspensos; 
a.4) evitar sombreamento excessivo das mudas; 
a.5) ralear as plântulas o mais cedo possível; 
a.6) selecionar e descartar plantas doentes e mortas; 
a.7) retirar recipientes sem mudas, com mudas mortas e com plantas de 
folhas caídas e senescentes; 
a.8) aplicar adubação equilibrada nas mudas; 
a.9) usar sistema de irrigação adequado. 
 
b) Químico - fumigar o substrato com produtos de amplo espectro e aplicar 
fungicidas; 
c) Físico - desinfestar o substrato com calor (vapor, água quente ou 
solarização); 
d) Biológico - usar linhagens ou espécies de agentes de controle biológico. 
 
4.2 Podridão-de-raiz 
 
Sintomas e sinais 
Murcha e morte de mudas; lesões necróticas em raízes 
Causas 
Ataque dos fungos Cylindrocladium sp. e Fusarium sp. 
Controle 
As mesmas recomendaçõesdadas para tombamento e evitar o plantio 
de mudas infectadas com a doença em viveiro. 
Mofo cinzento 
 
Sintomas e sinais 
Enrolamento de folhas, seca e queda das mesmas; formação de mofo 
acinzentado sobre as plantas afetadas. 
Causas 
Ataque do fungo Botrytiscinerea logo após a ocorrência de queima 
pela geada em brotos jovens de mudas. 
Controle 
As mesmas recomendações dadas para tombamento 
 
Queima de mudas por Sphaeropsis 
 
Sintomas e sinais 
Murcha e secamento de gemas 
Causas 
Ataque do fungo Sphaeropsissapinea (ex-Diplodia pinea) 
Controle 
As mesmas recomendações dadas para tombamento 
 
Armilariose 
Sintomas e sinais 
Amarelecimento geral da copa seguido de murcha, bronzeamento e 
seca das acículas; apodrecimento de raízes; colonização da entre-casca de 
raízes e colo por uma trama micelial espessa; produção de cogumelos do 
patógeno em árvores mortas. 
Causas 
Ataque do fungo Armillaria sp. 
Controle 
Remover restos vegetais de áreas recém-desmatadas durante o 
preparo do solo para plantio; evitar o plantio de mudas passadas ou com 
sistema radicular enovelado; plantar espécies suscetíveis em áreas isentas do 
patógeno ou já cultivadas com espécies agrícolas não hospedeiras do fungo; 
possibilidade de uso de controle biológico. 
Queima de acículas por Cylindrocladium 
Sintomas e sinais 
Formação de lesões de cor marron-avermelhada, que estrangulam a 
acícula; copa com aparência de chamuscada por fogo. 
Causas 
Ataque do fungo Cylindrocladiumpteridis 
Controle 
Plantio de espécies resistentes 
 
Seca de ponteiros e morte de árvores por Sphaeropsis 
Sintomas e sinais 
Lesões deprimidas com exsudação de resina na base de ponteiros; encurvamento, seca e 
morte de ponteiros; lesões resinosas e pequenos cancros em tronco de árvores jovens; morte de 
árvores injuriadas; colonização e azulamento da madeira. 
Causas 
Ataque do fungo Sphaeropsissapinea (ex-Diplodia pinea) 
Controle 
Plantar espécies ou procedências resistentes; efetuar manejo adequado dos plantios (desrama 
e desbaste); secar e processar, prontamente, a madeira após a derrubada da árvore ou usar 
produtos químicos (caso do azulamento da madeira). 
 
 
 
Ausência de micorrizas 
Sintomas e sinais 
Desenvolvimento lento de mudas e de árvores jovens 
Causas 
Ausência de fungos ectomicorrízicos no sistema radicular das plantas 
Controle 
Inocular os substratos com cama de acículas coletada de plantios 
adultos com presença dos fungos. 
 
4.9 Fumagina 
Sintomas e sinais 
Crescimento de fungos, de coloração escura, sobre acículas e hastes 
de mudas e árvores jovens; diminuição dos processos de fotossíntese, 
respiração e transpiração da planta. 
Causas 
Desenvolvimento de fungos sobre substâncias excretadas por pulgões 
Controle 
Controle dos pulgões 
 
4.10 Afogamento do coleto 
Sintomas e sinais 
Intumescimento do colo; plantas pouco desenvolvidas; seca e morte de 
plantas. 
Causas 
Enterrio de parte do caule das mudas; aterramento da muda no 
campo, decorrente de descuido nos tratos culturais ou enxurrada. 
Controle 
Cuidados no plantio e no preparo de solo para evitar o afogamento. 
 
4.11 Enovelamento de raízes 
Sintomas e sinais 
Plantas pouco desenvolvidas; seca e morte de plantas 
Causas 
Plantio de mudas com sistema radicular enovelado; entortamento de 
raízes na ocasião do plantio. 
Controle 
Evitar o uso de mudas passadas e com raízes enoveladas; evitar o 
entortamento de raízes durante o plantio. 
4.12 Ocasionada por geada 
Sintomas e sinais 
Desde queima de ponteiros até a perda total da copa; queima e 
bronzeamento das acículas; morte de mudas e árvores jovens. 
Causas 
Declínio brusco da temperatura ambiente e congelamento, com ou 
sem formação de crosta de gelo sobre a planta. 
Controle 
Proteger as mudas em viveiros; usar espécies ou procedências 
tolerantes ou resistentes. 
1. Descargas elétricas 
Sintomas e sinais 
Queima e quebra de ramos; fendilhamento da casca e do lenho; 
explosão do tronco e da árvore; morte de árvores. 
Causas 
Descargas elétrica (raios) 
Controle 
Somente registrar e acompanhar as ocorrências para não confundir 
com sintomas decorrentes de outros agentes. 
 
Granizo 
Sintomas e sinais 
Desfolhamento e descascamento de ramos, hastes e árvores; 
surgimento de pequenos cancros em ramos e hastes; seca de ramos e morte 
de árvores. 
Causas 
Precipitação de granizo ou chuva de pedra 
Controle 
Como o problema decorre de evento climático ocasional e localizado, 
não existe meio de ser evitado. 
 
 
5. PRAGAS 
Aspectos gerais 
O pínus pode ser atacado por diveras pragas, destacando-se dentre 
ela, as seguintes: formigas, vespa-da-madeira e pulgões. 
 
Formigas cortadeiras 
As saúvas(Atta spp.) e os quenquéns(Acromyrmex spp.) são herbívoros 
dominantes na Região Neotropical, consumindo mais vegetação do que 
qualquer outro grupo animal, incluindo-se os mamíferos. Elas atacam quase 
todas as espécies de plantas cultivadas, podendo causar desfolha total e até 
a morte, tanto de mudas quanto de árvores adultas. Os maiores prejuízos 
ocorrem nos dois primeiros anos após o plantio, podendo causar a 
mortalidade das plantas. 
Reconhecimento 
A identificação das formigas é baseada na forma das operárias: 
As operárias da saúva variam de tamanho, de 12 a 15 mm de 
comprimento, apresentam três pares de espinhos dorsais e seus ninhos podem 
atingir profundidades de mais de 5 m, sendo caracterizados, externamente, 
pelo monte de terra solta. 
As operárias da quenquém, com 8 a 10 mm de comprimento, 
apresentam cinco pares de espinhos no tórax. Seus ninhos, geralmente, não 
apresentam terra solta aparente. 
O monitoramento do ataque de formigas requer observações 
constantes das colônias e dos prejuízos causados. O controle das formigas 
cortadeiras deve ser feito antes do preparo do solo para o plantio pois o 
revolvimento do solo, no caso de quenquéns, poderá multiplicar o número de 
colônias. 
O manejo integrado de formigas cortadeiras pode ser implementado 
mediante controle mecânico ou químico. 
 
VESPA-DA-MADEIRA 
A vespa-da-madeira (Sirex noctilio) é um inseto originário da Europa, 
Ásia e norte da África e,no Brasil, atingiu, aproximadamente 350.000 ha de 
Pinus taeda nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, até o 
ano 2002. As iniciativas para o controle desta praga, no Brasil, foram tomadas 
pela Embrapa Florestas, com estudos bioecológicos desse inseto. Os danos 
provocados são severos, podendo acarretar prejuízo estimado em U$6,6 
milhões anuais. 
Os insetos adultos variam de 1,0 a 3,5 cm de comprimento, apresentam 
coloração azul escura metálica; os machos apresentam partes alaranjadas 
em seu corpo e as fêmeas, ovipositor em forma de ferrão de até 2 cm de 
comprimento, partindo do abdômen. 
As larvas de S. noctilio apresentam coloração geral branca, formato 
cilíndrico, fortes mandíbulas denteadas e um espinho supra-anal. As pupas são 
de cor branca e apresentam tegumento fino e transparente. 
Durante a postura, além dos ovos, a fêmea introduz na árvore os 
esporos de um fungo simbionte, Amylostereum areolatum e uma 
mucosecreção. O fungo e o muco, juntos, são tóxicos à planta, causando 
clorose nas acículas. 
As larvas eclodem cerca de 20 dias após a postura e logo iniciam a sua 
alimentação, construindo galerias no interior da madeira. A secreção salivar e 
os nutrientes são ingeridos e os fragmentos de madeira, em forma de 
serragem, são regurgitados e depositados em forma compacta, obstruindo as 
galerias. 
Na fase de transformaçãoem pupa, as larvas dirigem-se para próximo à 
casca. Na maioria dos casos, o ciclo biológico dura um ano. Entretanto, em 
árvores muito estressadas ou quando o ataque ocorre em uma bifurcação, 
pode ocorrer um ciclo curto, de 3 a 4 meses. 
As árvores atacadas pela vespa-da-madeira apresentam os seguintes 
sintomas: 
respingos de resina que surgem das perfurações feitas pelas fêmeas 
para depositar seus ovos; em alguns casos observa-se o escorrimento de 
resina; 
amarelecimento da copa após o ataque, variando desde um tom 
amarelado, em um estágio inicial, passando pelo marron-avermelhado e 
seca, até a queda das acículas; 
orifícios de emergência facilmente visíveis na casca, por onde os 
adultos emergem; 
manchas azuladas em forma radial na madeira atacada, causadas por 
um fungo secundário, Botryodiplodia; 
galerias no interior da madeira, construídas pelas larvas. 
A vespa-da-madeira é atraída para árvores estressadas que 
apresentam condições ideais para o desenvolvimento das suas larvas. As 
preferidas são as árvores de menor diâmetro e as dominadas. 
O dano principal é provocado na ocasião da postura. O fungo e o 
muco injetados desencadeiam várias reações nas árvores, culminando com a 
sua morte. A madeira das árvores atacadas torna-se imprópria para uso. 
O ataque da vespa-da-madeira ocorre, geralmente, da segunda 
quinzena de outubro até a primeira quinzena de janeiro. A partir do mês de 
março, grande parte das árvores já apresenta os sintomas de ataque. 
2. Medidas preventivas contra a vespa-da-madeira 
A vespa-da-madeira é, essencialmente, uma praga secundária e a 
prevenção contra ela pode ser feita mediante vigilância e tratos silviculturais. 
Assim, é importante a observação das seguintes recomendações: 
• desbastar os povoamentos de Pinus nas épocas adequadas para 
evitar a ocorrência de plantas estressadas; 
• remover do povoamento as árvores mortas, dominadas, bifurcadas, 
doentes e danificadas, bem como restos de poda e desbaste com 
diâmetro maior que 5 cm; 
• intensificar o manejo em sítios de baixa qualidade, onde haja solos 
rasos e pedregosos; 
• não efetuar poda e desbaste dois meses antes e durante o período 
de revoada (segunda quinzena de outubro à primeira quinzena de 
janeiro); 
• evitar o plantio em áreas declivosas, onde seja difícil realizar tratos 
silviculturais; 
• tomar medidas de prevenção e controle de incêndios florestais; 
• treinar empregados rurais, de serrarias e de transporte de madeira 
na identificação da praga; 
• manter e intensificar a vigilância de rotina; 
O transporte de madeira das regiões infestadas para outras aumenta a 
probabilidade de dispersão do inseto. Assim, as medidas de quarentena são 
importantes. 
O monitoramento da vespa-da-madeira é realizado instalando-se 
árvores-armadilha. Como a vespa é atraída para árvores estressadas, aplica-
se herbicida para promover esse estressamento, tornando-as atrativas ao 
inseto. Isso facilita a detecção precoce da praga, auxiliando na tomada de 
medidas rápidas como a liberação de inimigos naturais. As árvores-armadilha 
devem ser instaladas em povoamentos com nível de ataque de até 1%. Em 
áreas com níveis maiores que este, deve-se interromper a instalação das 
árvores-armadilha e investir mais nas medidas de controle. 
 
Medidas de controle após a detecção da vespa-da-madeira 
O monitoramento aéro-expedito é uma técnica muito eficiente, usada, 
rotineiramente, nos Estados Unidos, no monitoramento de danos causados por 
pragas e doenças em florestas. Esta técnica, agora disponível no Brasil, através 
da Embrapa Florestas, auxilia no monitoramento da vespa-da-madeira. 
O controle biológico da vespa-da-madeira é feito utilizando-se o 
nematóide Deladenus siricidicola e os parasitóides Ibalia leucospoides, 
Megarhyssa nortoni e Rhyssa persuasoria. 
O nematóide é o principal inimigo natural da vespa-da-madeira. Ele é 
criado, massalmente, no laboratório da Embrapa Florestas. Ele parasita as 
larvas da vespa-da-madeira e se instala no aparelho reprodutor de machos e 
das fêmeas da vespa-da-madeira. Assim, uma fêmea parasitada, ao emergir, 
faz posturas em outras árvores mas seus ovos estarão inférteis, podendo conter 
de 100 a 200 nematóides cada um. 
Para o controle biológico, os nematóides são inoculados em tronco de 
árvores atacadas para que infectem as larvas da vespa-da-madeira que 
estiverem nesse tronco. A quantidade de troncos a serem inoculados é 
determinada após um levantamento da intensidade de ataque. 
A vespa-da-madeira pode ser controlada mediante uso de parasitóides 
que são, também espécies da vespas. As fêmeas perfuram a madeira, com o 
seu ovipositor, até encontrar uma larva da vespa-da-madeira que recebe 
uma picada e é paralisada. Um ovo é colocado sobre a larva hospedeira e, 
quando eclode, sua larva inicia a alimentação sobre o corpo do hospedeiro, 
destruindo-o totalmente. As espécies utilizadas como parasitóides são Rhyssa 
persuasoria e Megarhyssa nortoni. Após atacarem as larvas da vespa-da-
madeira, as larvas de Rhyssa e de Megarhyssa permanecem nas galerias 
construídas pelas larvas da vespa-da-madeira. 
Rhyssa persuasoria que é uma espécie de vespa, de corpo preto, com 
manchas brancas localizadas na cabeça, tórax e abdômen. As pernas são de 
cor marron-avermelhada e as antenas totalmente pretas. O comprimento do 
corpo varia de 9 mm a 35 mm. As fêmeas apresentam ovipositor ligeiramente 
mais longo que o corpo. O abdômen do macho é alongado e levemente 
alargado na região posterior; 
Megarhyssa nortoni, também, uma vespa, de coloração marrom, preta 
e amarela, com uma fileira de manchas ovais ao longo de cada lado do 
abdômen. O comprimento do corpo varia de 15 a 45 mm, com pernas 
amarelas ou levemente marrons e antenas pretas. As fêmeas apresentam 
ovipositor semelhante ao de R. persuasoria. No entanto, de comprimento duas 
vezes maior que o comprimento do corpo. O abdômen do macho é 
geralmente longo e estreito mas, nos espécimens muito pequenos, este é 
levemente alargado; 
Ibalia leucospoides, também, é uma espécie de vespa, cujas fêmeas 
adultas, de tamanho variando de 7 a 14 mm, apresentam cabeça preta com 
antenas quase tão longas quanto o abdômen. Seu tórax é preto e alongado. 
As asas apresentam coloração cinza e as pernas escuras, tendendo para 
cores avermelhadas. O abdômen, em vista dorsal, é semelhante a uma 
lâmina. A principal distinção nos machos, que medem entre 6,5 mm a 12 mm 
de comprimento, está no abdômen. Este, em vista lateral, apresenta um 
contorno distinto, com a porção posterior menos aguda. Este parasitóide é um 
endoparasitóide que coloca os ovos em larvas da vespa-da-madeira de 
primeiro e segundo estágios de desenvolvimento. Ele passa por quatro estágios 
de desenvolvimento larval, sendo três dentro das larvas da vespa e o último, 
externamente, quando saem da larva, destruindo-a. Nesta fase, permanecem 
nas galerias construídas pela vespa-da-madeira para empupar próximo à 
casca e emergir, normalmente, um ano após a postura. 
3. PULGÕES 
Cinara pinivora e Cinara atlantica – pulgões do Pinus 
Os pulgões (Cinara spp.) são pequenos insetos sugadores, 
exclusivamente fitófagos, que causam danos diretos, pela sucção da seiva e, 
algumas espécies, pela injeção de saliva tóxica. Esses insetos ocorrem em 
coníferas, encontrando-se distribuídos por várias regiões do mundo. As 
espécies C. pinivora e C. atlantica atacam somente os Pinus. Elas sãonativas 
da América do Norte, de onde foram introduzidas, estão presentes nos estados 
do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, de 
onde poderão se dispersar por todos os plantios de Pinus no Brasil.C. pinivora 
tem sido encontrada atacando Pinus taeda e P. elliottii e, raramente, as 
espécies tropicais. No entanto, C. atlantica ataca, também, as espécies de 
pínus tropicais. 
Os pulgões atacam as brotações, os ramos, o caule e as raízes dos 
pínus. Eles apresentam características que, geralmente, os tornam praga de 
importância econômica, tais como: 
polimorfismo, com presença de formas sem asas e aladas; 
formas de reprodução: a) assexuada, através da partenogenia, na qual 
as fêmeas vivíparas dão origem a formas jovens (ninfas), sem a passagem pelo 
estágio de ovo; e b) sexuada que, em regiões temperadas, ocorre no final do 
outono e no início do inverno, dando origem a machos e fêmeas ovíparas; 
alta fecundidade e alta velocidade de reprodução, com ciclo de 12 
dias desde a fase de ninfa até adulto e cada fêmea vive cerca de 27 dias, 
podendo gerar, em média, 44 ninfas. 
Embora similares, Cinara pinivora e C. atlantica apresentam algumas 
características distintas. A mais marcante é a forma dos sifúnculos, estrutura de 
coloração escura, localizada no abdomen, uma em cada lado do corpo. Em 
C. pinivora, ele apresenta uma base menor e o formato assemelha-se a um 
cone. Em C. atlantica, o sifúnculo é achatado, com a base mais larga, 
assemelhando-se a um "ovo frito". A diferenciação do sifúnculo é mais 
facilmente visível em insetos adultos. 
Os pulgões ocorrem em maiores populações entre o outono e o 
inverno. Entretanto, C. atlantica é encontrada, também, na primavera e no 
verão. Normalmente, em Pinus tropicais, ocorre maior incidência desta 
espécie quando a temperatura é mais alta. 
Os pulgões se alimentam em colônias localizadas nos brotos, ramos, 
caule e nas raízes. Onde há alternância de períodos secos e úmidos, os 
pulgões são mais abundantes em períodos secos. Os ataques mais intensos e 
com danos severos ocorrem em mudas e em plantios novos. As árvores 
atacadas pelos pulgões podem apresentar os seguintes sintomas: 
• clorose; 
• deformação e queda prematura das acículas; 
• redução significativa do crescimento em diâmetro e altura da planta; 
• entortamento do fuste; 
• seca dos brotos e superbrotação devido à destruição do broto apical; 
• presença de um fungo, denominado fumagina, de coloração escura, que 
se desenvolve sobre a substância açucarada ("honeydew") produzida 
pelos pulgões. Este fungo recobre os ramos e a folhagem, interferindo no 
desenvolvimento da planta; 
• associação com formigas que se alimentam do "honeydew" e protegem os 
pulgões de seus inimigos naturais; 
• seca progressiva dos ramos e, eventualmente, a morte das plantas 
infestadas; 
• desaciculação e distúrbio no crescimento, assim como redução da 
resistência ao ataque de outros insetos ou patógenos. 
Os pulgões são atacados por predadores que incluem as joaninhas, as 
moscas, o bicho lixeiro e outros insetos. Contudo, estes predadores são de 
baixa eficiência no controle dos pulgões, por não serem específicos para C. 
pinivora e C. atlantica e por ocorrem em populações pequenas durante o 
inverno (período em que a população de pulgões é maior). Existem, também, 
alguns inimigos naturais específicos como as pequenas vespas que parasitam 
as ninfas dos pulgões. 
 
6. SISTEMAS DE PLANTIO 
A operação de plantio é formada de várias ações e constitui uma das 
etapas mais importantes para o sucesso do estabelecimento de florestas 
plantadas. O sistema de plantio mais adequado é definido com base no objetivo 
do empreendimento e nos usos a que se destinarão os produtos da floresta. O 
sucesso desse empreendimento depende de decisões e ações cuidadosas nas 
diversas etapas de sua implementação como a escolha e a limpeza da área, o 
espaçamento, o controle de pragas e doenças, a definição do método de plantio 
e os tratos culturais. 
 
MÉTODOS DE PLANTIO 
O plantio de pínus pode ser manual, mecanizado ou semi-mecanizado. O 
método mais apropriado depende da topografia da área, bem como da 
disponibilidade de recursos financeiros, mão-de-obra e de equipamentos 
adequados. Os métodos mecanizado e o semi-mecanizado podem ser aplicados 
em locais com topografia plana, onde se possa usar plantadoras tracionadas por 
tratores. As plantadoras, normalmente, fazem o sulcamento, a distribuição do 
adubo e efetivam o plantio. No sistema semi-mecanizado, somente as operações 
de preparo de solo e os tratos culturais são mecanizados e o plantio em si é 
manual. O plantio manual é recomendado em áreas declivosas ou em situações 
onde, mesmo em áreas planas, não e´ viável o uso de máquinas agrícolas devido 
à presença de obstáculos como rochas, tocos ou outras culturas. 
7. ADUBAÇÃO 
Os principais fatores que interferem no crescimento das árvores de Pinus, 
no Brasil, são a qualidade do material genético e as condições de solo onde é 
plantado. Geralmente, são utilizados solos de baixa fertilidade natural, o que, 
de certa forma, afeta a produtividade. Para se evitar isso, são necessárias 
correções com aplicação de fertilizantes. Avaliações nutricionais nesses 
plantios são importantes para se fazer recomendações de fertilizantes. O 
conhecimento das deficiências possibilita indicar os nutrientes que devem ser 
aplicados e, com isto, propicia melhor aproveitamento dos nutrientes pelas 
árvores. 
Os solos destinados ao plantio de Pinus, nas pequenas propriedades 
rurais, são, normalmente, os de baixa fertilidade natural ou os que não servem 
para cultivos agrícolas. Embora a adubação do Pinus não seja uma prática 
normalmente utilizada no Brasil, existem situações em que ela é necessária 
para que as árvores sejam produtivas. 
Os nutrientes mais freqüentemente utilizados nas adubações minerais 
para espécies florestais são o N, P, K e, com menor freqüência, B e Zn. Em 
plantações florestais, é comum o uso de adubo simples, formado por apenas 
um composto químico. Neste caso, são utilizados: 
Sulfato de amônio e uréia, como fontes de nitrogênio; 
Superfosfato simples, superfosfato triplo e fosfato natural, como fontes 
de fósforo; 
Cloreto de potássio e sulfato de potássio, como fontes de potássio; ou 
Bórax, como fonte de boro. 
A formulação do fertilizante varia de uma região para outra e com a 
cultura em que será aplicada. De maneira geral, o fósforo é aplicado em 
maior quantidade do que os demais elementos, por estar presente em menor 
concentração no solo. 
Para se obter os melhores resultados com o uso de fertilizantes contendo 
NPK, o adubo deve ser aplicado o mais próximo possível da muda, para 
garantir o aproveitamento, sem causar danos às raízes. Deve-se tomar o 
cuidado de misturar bem o fertilizante com a terra, para evitar danos e até 
morte da muda devido à concentração salina. O ideal é esperar pelo menos 
um dia após a aplicação do adubo antes de efetuar o plantio, principalmente 
quando a adubação e o plantio são feitos na mesma cova. 
Existem diferentes formas de se aplicar o adubo: 
• no fundo do sulco: distribuído no fundo do sulco de plantio, aberto pelo 
sulcador, ou outro implemento; 
• na cova de plantio: colocado no fundo da cova, antes do plantio, bem 
misturado com a terra para evitar danos à raiz das mudas; 
• em cobertura: aproximadamente três meses após o plantio. Normalmente, 
colocado ao lado da planta, em faixas ou em coroa. Esta forma é utilizada 
para aplicar o N e o K, elementos que se perdem facilmente por 
volatilização e lixiviação. 
Não existe recomendação de adubação baseada apenas nas análises 
de solo, nem especifica para cada espécie florestal nos diferentes tipos de 
solo. De maneira geral, a adubação é feita para suprir os elementos nutrientes 
que estejam em níveis menores queos críticos no solo. 
Com base nos diagnósticos de cada sítio e os níveis críticos 
estabelecidos, são recomendadas as formulações de abubação para culturas 
de Pinus. As quantidades de adubo sugeridas foram estimadas com base em 
um plantio no espaçamento 3 m x 2 m, o que representa uma população de 
1.666 árvores/ha. 
A aplicação de resíduos orgânicos em plantios florestais é prática 
recente. Por conterem quantidades limitadas de nutrientes minerais, esses 
resíduos não substituem a adubação mineral. O benefício adicional destes 
resíduos é que incorporam a matéria orgânica e favorecem a ação de 
microorganismos no solo. Estes são importantes no processo de decomposição 
da serapilheira depositada pelas árvores durante o ciclo. Assim, caso haja 
disponibilidade de resíduos, estes devem ser utilizados, devidamente 
compostados, pois potencializam os efeitos da adubação mineral. 
Os resíduos orgânicos para aplicação em plantios de pínus podem ser 
lixo e lodo urbanos, resíduos agrícolas e de algumas atividades industriais. Os 
tipos normalmente utilizados são cinza, resíduos de celulose, resíduos orgânicos 
urbanos e estercos. Os resíduos só devem ser utilizados após devidamente 
curtidos e livres de contaminantes químicos e biológicos. 
Recomenda-se utilizar os resíduos orgânicos compostos nas dosagens 
de 6 até 12 kg/planta. Esses devem ser distribuídos em faixas de 2 m a 3 m ao 
longo da linha de plantio ou na projeção da copa das árvores. Essa operação 
deve ser realizada 6 meses após o plantio e repetida, anualmente ou, pelo 
menos quando as árvores estiverem com 2 anos de idade. Após a aplicação, 
recomenda-se a incorporação superficial do resíduo para que este tenha 
maior efeito. Recomenda-se, ainda, incorporá-lo até uma profundidade de 5 
cm para que o sistema radicular das árvores não seja afetado. 
MANEJO 
Pinus taeda é uma espécie amplamente utilizada em plantações 
florestais nos planaltos da Região Sul do Brasil. Durante a década de 90, nessa 
região, plantações de P. taeda foram estabelecidas, também, em pequenas 
propriedades rurais. Estas florestas têm sido importante fonte de matéria-prima. 
O manejo de plantações de Pinus pode ser examinado segundo as seguintes 
vertentes básicas: 
 
• plantações em pequenas propriedades rurais – em que os componentes 
florestais são um complemento da sua atividade produtiva e o proprietário 
busca a maximização do retorno desse empreendimento; e 
• plantações em grandes empreendimentos – nas quais grandes extensões 
de terra, dedicadas aos plantios florestais, são propriedades de empresas, 
muitas vezes, proprietárias, também, de indústrias processadoras de 
madeira. Esta particularidade faz com que a prioridade seja o 
abastecimento da indústria e não, necessariamente, na obtenção do 
máximo retorno monetário ao investimento na floresta. Para os grandes 
empreendimentos, pode-se usar modelos matemáticos de otimização do 
manejo (em especial, os modelos de "programação linear"). 
 
Dependendo do objetivo com que é produzida a madeira, devem ser 
tomadas decisões importantes como o espaçamento inicial, os regimes de 
desbastes e de podas e a idade para o corte final. Os objetivos finais da 
madeira podem ser para: 
• produção de fibras ou biomassa, que requer toras de pequenas dimensões 
para indústrias de celulose e papel, chapas de partículas de madeira 
aglomerada, de fibras e similares; 
• processamento mecânico, que requer toras de grandes dimensões, para 
processamento em serrarias e laminadoras. 
As plantações de pínus devem ser estabelecidas, preferencialmente, 
em: 
• áreas com declividade inferior a 25 graus para se obter maior eficiência e 
menor custo nas operações de plantio, manutenção e cortes; 
• áreas próximas a estradas e ao mercado para reduzir os custos de 
transporte; 
• solos de melhor qualidade possível para maximizar o retorno monetário. 
Para produzir a maior quantidade de madeira no menor número de 
árvores possível, deve-se adotar um espaçamento inicial amplo, com 
densidade de 1.100 a 1.300 árvores por hectare. Para tanto, recomenda-se 
adotar o espaçamento de 2,50 m x 3,00 m (1.333 mudas/ha). 
Recomenda-se realizar dois a três desbastes, ou cortes intermediários, 
durante a rotação, removendo cerca de 40% das árvores em cada operação, 
nas idades aproximadas de 10, 14 e 18 anos. 
Na produção de madeira para processamento mecânico, recomenda-
se efetuar a poda ou desrama, das árvores. Devem ser podados os ramos 
verdes, em duas operações, às idades de 4 e 7 anos. A primeira operação 
deve ser realizada no final do inverno, até uma altura de 2,70 m a 3,00 m. A 
segunda deve ser feita até uma altura de 6,00 m a 7,00 m. 
Pode-se realizar podas até maiores alturas mas o custo da operação 
será maior. O propósito da poda é a produção de tora com cerca de 6,00 m a 
7,00 m de comprimento, com um cilindro central nodoso de 
aproximadamente 10 cm de diâmetro. 
As empresas que produzem madeira para biomassa para 
processamento industrial (por exemplo, as de celulose e papel) têm adotado 
uma rotação entre 18 e 20 anos. Na produção de madeira para 
processamento mecânico, pode-se considerar, em princípio, uma rotação 
entre 20 e 25 anos. Em qualquer caso, uma análise das condições de mercado 
(preços, demanda, perspectivas futuras) poderá indicar a rotação mais 
apropriada. 
O uso de modelos matemáticos, como suporte ao processo de tomada 
de decisões gerenciais, tem se tornado bastante intenso no Sul do Brasil. 
Estimativas de produção de madeira podem ser obtidas por meio de um 
simulador ou modelos de crescimento e de produção. Com este propósito, a 
Embrapa Florestas disponibilizou um software denominado SisPinus. 
 
8. IMPORTANCIA SOCIO-ECONOMICA E AMBIENTAL 
O setor florestal brasileiro contribui com 3% no PIB, um milhão de 
empregos diretos e indiretos, envolve mais de 600 municípios e tem um forte 
apelo social como atividade ambientalmente adequada para a conservação 
dos solos, dos animais e da água. Medidas com preocupações na área 
ambiental são implementadas tanto por parte do governo quanto de 
empresas que buscam, em parcerias, proteger áreas de mananciais, 
reservatórios de água e outras que tenham como objetivo formar uma 
consciência ecológica. A consciência ambiental, bem como a produção 
sustentável de florestas plantadas, faz parte desse contexto. 
No ano 2000, a demanda nacional por madeira chegou a 150 milhões 
de metros cúbicos. Para o ano 2010, espera-se um crescimento até 240 
milhões de metros cúbicos. Neste quadro, inclui-se a participação 
fundamental dos povoamentos de Pinus. Com a evolução de sua produção, 
os principais usos da matéria prima estão sendo direcionados para o 
processamento industrial em serrarias, laminadoras, fábricas de chapas e para 
indústrias de celulose e papel. 
Na década de 50, o governo estimulou o investimento na indústria de 
papel e celulose. Com isso, plantios de Pinus passaram a ser implementados 
com o objetivo de suprir a matéria-prima, em substituição à madeira de 
araucária. Para atender a crescente demanda de papel e celulose pelo setor 
industrial, foi instituído, em meados dos anos 60, o incentivo fiscal para plantio 
de florestas. Esse incentivo vigorou por 20 anos e, a partir de então, os plantios, 
praticamente, cessaram, exceto nas rotinas das empresas verticalizadas como 
do setor de celulose e papel. 
Os Pinus, dado o seu rápido crescimento e boa qualidade da madeira, 
é muito usado em vários segmentos industriais, gerando uma diversidade de 
produtos. Em 1999, os plantios de Pinus abrangiam uma área estimada em 1,94 
milhões de hectares, concentrados nos estados do Paraná(33,9%), Santa 
Catarina (17,3%), Bahia (13,0%) e São Paulo (11,0%). 
Segundo dados do Censo Agropecuário de 1995/96, os principais 
plantios se concentravam em áreas maiores que 1.000 ha, destacando-se o 
Paraná com 71%, Santa Catarina 54%, São Paulo, 69% e Minas Gerais 83%. 
Plantios em áreas menores que 50 ha são inexpressivos. Aproximadamente 70% 
das áreas plantadas são de empreendimentos verticalizados, 
predominantemente do segmento de papel e celulose, mostrando a 
preocupação destas em garantir a matéria prima para sua planta industrial. 
Os plantios anuais de Pinus, estabelecidos pelas empresas ligadas à 
Associação Brasileira de Papel e Celulose (Bracelpa), no período de 1991 a 
1998, variaram, anualmente, tendo atingido as maiores extensões no período 
de 1993 a 1996. 
O segmento industrial de papel e celulose passou a utilizar, de forma 
mais intensiva, sementes provenientes de povoamentos melhorados, obtendo, 
assim, ganhos de produtividade. Atualmente, a produtividade dos 
povoamentos de Pinus varia de 25 a 35 m³/ha.ano, dependendo do tipo de 
solo e do manejo aplicado. 
A produção florestal com Pinus está bem desenvolvida no Sul do Brasil, 
onde existe uma área estimada em 1,8 milhões de hectares. O sistema de 
produção predominante preconiza uma rotação maior que 21 anos. São 
plantadas, inicialmente, 1.667 árvores/ha, Nas idades de 8 e 12 anos são 
efetuados, respectivamente, o primeiro e segundo desbastes. Isto significa 
uma redução no número de plantas, em média, de 40% no primeiro e 30% do 
remanescente no segundo desbaste. O corte final é feito após a idade de 21 
anos, quando restam, em média, 500 árvores/ha. Nesse período, é possível 
obter uma produção média de 50 até 70 m3 aos 8 anos, 70 a 120 m3 aos 12 
anos e, aos 21 anos, a produção deve ultrapassar 450 m3. Isto significa, em 
média, uma produção maior que 30 m3/ha.ano. 
 
9. COEFICIENTES TÉCNICOS E CUSTOS 
No primeiro desbaste de Pinus, aos 8 anos, pode-se obter uma receita 
de R$ 350,00 a R$ 600,00/ha, oriunda da comercialização da matéria prima. 
Esses recursos auxiliam na amortização das despesas de manutenção dos 
povoamentos. No segundo desbaste, aos 12 anos, haverá uma entrada 
adicional de renda em torno de R$ 1.618,00/ha. Este valor está associado ao 
preço da madeira, em média, de R$ 15,00/m3, posto fábrica. No corte final, 
aos 21 anos, obtém-se uma renda de R$ 12.451,23/ha, ao preço médio de R$ 
28,00/m3, livre de impostos. Assim, a receita total da venda da madeira, no 
período de 21 anos, é estimado em R$ 15.451,00/ha. 
O sistema de preparo de solo, no primeiro ano, despende R$ 225,46/ha 
para enleirar, aplicar herbicidas e subsolar. Os custos de plantio, que envolvem 
a compra ou a produção de mudas, mão-de-obra, e controle de formigas, 
correspondem a R$ 232,23/ha. Por sua vez, o custo dos tratos culturais, que 
incluem a aplicação de herbicidas, a manutenção de aceiros contra fogo e o 
controle de formigas, é estimado em R$ 1.320,20/ha. O custo da terra, nesse 
período, é estimado em R$ 1.998,50/ha. 
Para o sistema de produção de Pinus, em discussão, não estão sendo 
considerados os custos de administração das empresas. Todavia, por envolver 
grandes áreas, isso representa 2% a 3% dos custos totais da produção. 
Verificam-se variações nos custos de produção de Pinus, dependendo do 
destino da matéria prima. 
Os preços da madeira se diferenciam, dependendo da forma de 
aproveitamento da matéria-prima. Por exemplo, o metro cúbico de Pinus 
pode custar R$ 4,00/m3, se for para energia e celulose, até R$ 30,00 a 70,00/m3, 
dependendo da qualidade da tora, para serraria e laminação. 
No aspecto do manejo florestal, em uma área de 1 ha, plantada com 
1.667 árvores, se produz 52 m3 (600 árvores) no primeiro desbaste, aos 8 anos se 
for removida uma em cada três linhas. No segundo desbaste, aos 12 anos, 
retiram-se, aproximadamente, 500 árvores que podem chegar a 72 m3. No 
corte final, aos 21 anos, colhem-se 480 m3 (500 árvores). Nesse modelo, a 
distribuição da matéria-prima destinada aos diferentes segmentos industriais 
varia conforme a idade do povoamento. 
Mas, a maioria dos compradores de toras de Pinus não tem elasticidade 
operacional suficiente que lhe permita dar destinação diferenciada à matéria-
prima. Isso faz com que paguem, pelo "blend", um preço determinado pela 
combinação dos preços das diferentes categorias. Assim, toras de Pinus 
vendidas no 8o. ano têm um preço médio de R$ 5,00/m3, que é equivalente 
ao valor pago pela matéria-prima predominante para energia e celulose. Aos 
12 anos, a ponderação das proporções de matéria-prima para serraria, 
energia e celulose determina um preço médio em torno de R$ 15,00/m3. Aos 
21 anos, quando a maioria (92%) das toras são de grandes dimensões e 
apropriada para laminação e madeira serrada, o preço estimado é R$ 
28,00/m3. 
No comércio mundial de produtos florestais, a participação brasileira 
não ultrapassa 2%, considerando-se os dados agregados de diferentes 
espécies. O Brasil ocupa o 11o. lugar no comércio de papel (2,2% de 
participação), 7o. lugar (4,2%) de celulose, 5o. lugar (4,3%) de madeira 
serrada, 2,9% de compensados, 3% de painéis reconstituídos e 11,1% de 
chapas duras. 
Em decorrência da interrupção no ritmo de plantios florestais, após 
meados dos anos 80, já está ocorrendo déficit de madeira de Pinus no 
mercado, estimado em aproximadamente 6 milhões de metros cúbicos, em 
2001. Esse déficit poderá chegar a 19 milhões de metros cúbicos em 2010 e 27 
milhões em 2020. O desequilíbrio entre a oferta e a demanda deverá resultar 
em um ajuste nos preços das toras para um patamar superior aos praticados 
atualmente. 
No período de 1995 a 2000, o aumento dos custos no processamento de 
papel e celulose foi de 37%, enquanto que na produção de toras para 
serrarias foi de 115% e, na produção de lâminas, 162%. Com base nisso, o 
aumento na produção de celulose deve ocorrer numa taxa anual de 5% no 
período de 2000 a 2005. Espera-se que a ampliação na produção nacional de 
celulose fique em torno de 3 milhões de toneladas até 2005. Há uma 
expectativa de incremento no consumo de madeira serrada, da ordem de 3% 
ao ano, oriunda de florestas nativas e de 5% de florestas plantadas. Porém, isso 
deverá ser ajustado à limitação na capacidade de oferta das florestas 
plantadas. Está previsto, também, um aumento na produção de MDF (chapas 
de fibra de média densidade) para 2005, equivalente a quatro vezes a 
produção de 1995. Por outro lado, a instalação de indústrias de OSB (chapas 
de fibras orientadas) aumentará a demanda de matéria-prima de florestas 
plantadas, principalmente Pinus. O aumento na produção de móveis, até 
2004, está estimado em 12%. Nesse segmento, há uma participação 
significativa da madeira de Pinus. A demanda de madeira de Pinus que, 
atualmente, é de 40 milhões de metros cúbicos, deverá crescer para 78 
milhões no ano 2020. 
 
10. SISTEMAS AGROFLORESTAIS 
Os plantios convencionais de Pinus formam densos maciços florestais, 
dispostos em espaçamentos regulares e, normalmente, com uma única 
espécie. Entretanto, existem outras formas de plantio, de maneira integrada 
com as atividades agrícola e pecuária ou, ainda, como prestadora de serviços 
como 
quebra-ventos, cercas vivas, proteção de animais, preservando o seu 
potencial para gerar produtos de valor econômicos. Nesses sistemas, 
normalmente, são usadas baixas densidades de plantio, em diferentes arranjos 
espaciais. 
Na produção de madeira para celulose, o espaçamento normalmente 
usado é de 3 m x 2 m, correspondendo a 1.667 árvores/ha e o povoamento é 
conduzido sem desbaste. Sob este tipo de manejo, há limitaçãode luz para o 
crescimento de pastagens no sub-bosque. No entanto, um regime de manejo 
visando à diversificação produtos como toras finas nos desbastes e toras de 
grandes dimensões e de alto valor no final, para processamento mecânico, 
requererá desbastes até se chegar à densidade final de 250 árvores/ha. Esse 
processo visa não só reduzir a população para um número limitado de árvores 
de alta qualidade e, também, aumentar o espaço livre entre elas, bem como 
a luminosidade no sub-bosque, oferecendo oportunidades para o 
estabelecimento de sistemas de produção mistos, integrando as atividades 
agrícola, pastoril e florestal. 
Regimes de manejo caracterizados por espaçamentos iniciais amplos, 
desbastes precoces e pesados, e podas altas (4 a 5 m) produzem madeira de 
boa qualidade, com altos rendimentos econômicos. 
Plantios em linhas duplas ou triplas (1,5 m entre plantas e 3,0 m entre linhas), 
distanciadas entre si de 10 a 40 m, permitem a produção simultânea de 
madeira e alimentos, pois esta configuração possibilita desenvolver culturas 
agrícolas ou pastagens nas entre-linhas. 
Em áreas planas, recomenda-se direcionar as linhas de plantio no 
sentido leste-oeste para evitar o excesso de sombra para as culturas 
associadas. Em terrenos acidentados, pode-se plantar as árvores em curvas 
em nível. Essa prática é comum no noroeste do Paraná, com diferentes 
espécies de eucalipto 
e grevílea diretamente sobre os terraços construídos para estabilizar o solo. 
Uma desvantagem aparente da introdução do Pinus em pastagens é a 
necessidade de se isolar a área plantada, por um período de dois a três anos, 
para que os animais não causem danos às plantas. Uma alternativa é instalar 
cercas para proteger as mudas. Entretanto, não é o caso em situações em 
que a pastagem necessita de reforma e os animais são retirados da área para 
permitir essa operação. Em áreas onde a pastagem ainda não foi implantada 
pode-se associar a espécie florestal com culturas agrícolas nos primeiros anos. 
 
11. REGIME DE MENEJO DE PINNUS 
Os plantios de Pinus para produção de toras para laminação e serraria 
devem ser manejados para diminuir a competição entre árvores e estimular o 
crescimento em diâmetro. A aplicação de desbastes adequados e de 
desrama resultam em toras de melhor qualidade e valor, gerando maior renda 
ao produtor. 
As dimensões das toras para laminação e serraria variam de acordo 
com exigências específicas de cada indústria. Normalmente, elas são 
definidas pelo diâmetro da extremidade mais fina: 
Diâmetro mínimo Destino 
maior que 35 cm Laminação 
especial 
25 – 35 cm Laminação 
comum 
15 – 25 cm Serraria 
Veja um exemplo de regime de manejo de Pinus taeda, visando à 
produção de madeira para laminação e serraria, com um desbaste comercial 
tardio, que permite antecipar renda. As dimensões das toras são as 
especificadas acima, com 2,4 m de comprimento. 
Os desbastes mais cedo rendem maior volume de madeira para 
laminação especial na colheita final. O desbaste aos 18 anos não é 
recomendável por estar muito próximo da idade de corte final (22 anos). 
As estimativas de rentabilidade em Valor Presente Líquido anualizado 
com juros de 8% ao ano, auxiliam o produtor a decidir quanto à idade ideal 
para realizar o desbaste, levando-se em consideração os fatores como a 
necessidade de antecipar a renda, a rentabilidade total, a perspectiva de 
aumento do preço da madeira ao longo dos anos e as ofertas de mercado. 
Esse regime de manejo possibilita flexibilizar a idade do desbaste comercial 
sem perdas significativas na renda. Deve-se considerar, também, a 
possibilidade de alterar a idade de corte final, principalmente mantendo o 
povoamento por mais alguns anos, visando obter toras ainda mais grossas. 
 
12. CERTIFICAÇÃO DO MANEJO DE PLANTAÇÕES DE PINNUS NO BRASIL 
 
Introdução 
Conforme dispõe a Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT 
(Associação ..., 2002), denomina-se “certificação” ao conjunto de atividades 
desenvolvidas por um organismo independente de uma relação comercial 
(entre produtor e consumidor) com o objetivo de atestar publicamente, por 
escrito, que determinado produto, processo ou serviço está em conformidade 
com os requisitos especificados. Tais requisitos podem ser nacionais, 
estrangeiros ou internacionais. De outro lado, pode-se certificar produtos, 
como, por exemplo, utilizando-se das normas da série ISO-9000, ou processos, 
fazendo uso das normas da série ISO 14000 (e que dizem respeito aos Sistemas 
de Gestão Ambiental, SGA. 
 
Sistemas de certificação florestal 
A expressão Certificação Florestal, tão amplamente popularizada nos 
últimos anos, diz respeito à certificação das boas práticas de manejo florestal. 
O conceito aplica-se tanto para florestas plantadas como para florestas 
naturais (ou florestas nativas). Na atualidade, determinados mercados 
importadores, principalmente aqueles de países europeus, exigem que 
produtos florestais como papel, celulose ou madeira serrada e móveis sejam 
produzidos com madeira cujos meios de produção tenham sido certificados. O 
tema tem sido amplamente documentado, como, por exemplo, nas obras de 
Upton e Bass (1996), Viana et al. (1996) e Maser (1997). A essência do 
conteúdo técnico dos sistemas de certificação florestal diz respeito à noção 
de sustentabilidade, segundo suas dimensões econômica, social e ambiental. 
Existem diversos sistemas de certificação florestal já operacionalizados 
no planeta. Smerandi & Veríssimo (1999) e Azevedo & Freitas (2001), descrevem 
alguns efeitos positivos obtidos em resultado à adoção do sistema Forest 
Stewardship Council, FSC. Os procedimentos adotados por esse sistema de 
certificação (concebido originalmente para a certificação de florestas 
nativas) podem ser examinados em www.fsc.org.br e www.imaflora.org. Um 
exame do estudo documentado por Roxo (1999) também é pertinente, em 
especial no que diz respeito ao conteúdo normatizador de diferentes sistemas 
de certificação. No presente estudo, no entanto, a iniciativa brasileira 
denominada Abnt-Cerflor será brevemente examinada como segue. 
 
O sistema Abnt-Cerflor de certificação florestal 
Por uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Silvicultura, SBS, 
evidenciou-se, em 1991, a necessidade de que pudesse ser desenvolvido 
algum sistema nacional de certificação das “boas práticas de manejo 
florestal’. Garlipp (1995) indica as diversas vantagens que poderiam ser 
verificadas com o desenvolvimento de um “certificado” brasileiro. Já em 1993, 
a Embrapa Florestas engajou-se em parceria com a SBS, produzindo-se uma 
primeira aproximação de uma proposta de uma sistema de certificação que 
pudesse representar as condições brasileiras. Durante alguns anos o sistema 
proposto foi sendo aprimorado com a participação de diferentes “partes 
interessadas” como, por exemplo, instituições de ensino e pesquisa, empresas 
florestais e organizações não-governamentais. Em 1998 a proposta foi 
recepcionada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, Abnt. Após as 
devidas adequações o sistema Abnt-Cerflor foi finalmente materializado por 
meio da publicação, em fevereiro de 2002, das seguintes normas brasileiras: 
NBR 14789: Manejo Florestal - Princípios, critérios e indicadores para 
plantações florestais NBR 14790: Manejo Florestal - Cadeia de custódia 
NBR 14791: Diretrizes para Auditor Florestal - Princípios Gerais 
NBR 14792: Diretrizes para Auditor Florestal - Procedimentos de auditoria – 
Auditoria de manejo florestal 
NBR 14793: Diretrizes para auditoria florestal - Procedimentos de auditoria, 
Critérios de qualificação para auditores florestais.Informações detalhadas acerca destas normas podem ser obtidas 
consultando-se www.inmetro.gov.br, www.sbs.org.br e www.abnt.org.br. 
É oportuno mencionar que o sistema Abnt-Cerflor foi desenvolvido para 
possibilitar a certificação da sustentabilidade do manejo de plantações 
florestais (ou florestas plantadas, ou plantios florestais) estabelecidas com 
quaisquer espécies florestais, nativas ou exóticas. O sistema, aplica-se, 
portanto, também àquelas plantações estabelecidas com espécies de Pinus. 
A aplicação dos procedimentos de auditoria florestal (que devem ser 
observados na certificação pelo sistema Abnt-Cerflor), fundamenta-se na 
verificação de indicadores, no contexto de diversos critérios e que atendem a 
cinco princípios fundamentais, identificados como segue: 
Princípio 1. obediência à legislação; 
Princípio 2. Racionalidade no uso dos recursos florestais a curto, médio e longo 
prazos, em busca da sua sustentabilidade; 
Princípio 3. Zelo pela diversidade biológica; 
Princípio 4. Respeito às águas, ao solo e ao ar; 
Princípio 5. Desenvolvimento ambiental, econômico e social das regiões em 
que se insere a atividade florestal. 
 
13. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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FONTE: 
 
EMBRAPA FLORESTAS 
Sistemas de Produção, 5 
ISSN 1678-8281 Versão Eletrônica 
	APRESENTAÇÃO
	ESPÉCIES DE PINNUS
	PREPARO DA AREA
	DOENÇAS
	Tombamento de mudas
	Podridão-de-raiz
	Mofo cinzento
	Queima de mudas por Sphaeropsis
	Armilariose
	Queima de acículas por Cylindrocladium
	Ausência de micorrizas
	4.9 Fumagina
	4.10 Afogamento do coleto
	4.11 Enovelamento de raízes
	4.12 Ocasionada por geada
	Descargas elétricas
	Seca de ponteiros e morte de árvores por Sphaeropsis
	PRAGAS
	Medidas preventivas contra a vespa-da-madeira
	PULGÕES
	SISTEMAS DE PLANTIO
	ADUBAÇÃO
	IMPORTANCIA SOCIO-ECONOMICA E AMBIENTAL
	COEFICIENTES TÉCNICOS E CUSTOS
	SISTEMAS AGROFLORESTAIS
	REGIME DE MENEJO DE PINNUS
	CERTIFICAÇÃO DO MANEJO DE PLANTAÇÕES DE PINNUS NO BRASIL
	REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	FONTE:

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