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458 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EXECUTIVO Fabiana Antunes Machado1 Dirce Aparecida Folleto de Moraes 2 Resumo O presente estudo tem como objetivo geral compreender se as práticas avaliativas vivenciadas no curso de Secretariado Executivo favorecem a regulação das aprendizagens dos alunos, bem como se colaboram na formação deste como futuro profissional. Como objetivos específicos pretende-se identificar a perspectiva avaliativa vivenciada no curso de secretariado executivo da Universidade Estadual de Londrina, verificar se a prática avaliativa vivenciada no curso favorece a autorregulação dos discentes, apontar os limites e possibilidades na consecussão de uma prática avaliativa que colabore na formação do discente. Para o desenvolvimento deste estudo, utilizou-se como metodologia de pesquisa pressupostos da abordagem qualitativa na modalidade de estudo de caso. A pesquisa bilbiográfica, a análise do Projeto Pedagógico do curso o questionário e a entrevista semi-estruturada compõem o conjunto de procedimentos investigativos. O público alvo serão os discentes da quarta série do curso de Secretariado Executivo da Universidade Estadual de Londrina. Este estudo está iniciando e espera-se que com a realização deste seja possível contribuir com o repensar da organização do curso e das práticas docentes e discentes com relação ao processo avaliativo em uma perspectiva formativa. Palavras-chave: regulação da aprendizagem, secretariado executivo, avaliação da aprendizagem. Introdução: O tema avaliação da aprendizagem tem sido muito discutido por teóricos e pesquisadores com o propósito de que docentes e discentes entendam 1 Estudante do curso de Especialização em Docência na Educação Superior – Universidade Estadual de Londrina-Pr. - e-mail: fabi.antunes2908@gmail.com 2 Mestre em Educação, Docente da Universidade Estadual de Londrina-Pr- e-mail: dircemoraes2007@gmail.com 459 que, mais do que medir um conhecimento e atribuir uma nota, a avaliação tem “[...] o objetivo legítimo de contribuir para o êxito do ensino, isto é, para a construção desses saberes e competências pelos alunos” (HADJI, 2001, p.15). No entanto, muitas vezes ocorre um entendimento e uma prática equivocados com relação a avaliação da aprendizagem e esta não cumpre sua tarefa de regular o ensino e aprendizagem, justamente pela falta de entendimento sobre o significado da avaliação e suas funções. A avaliação tem o compromisso de [...] mapear para compreender o caminho transcorrido e tracejar aquele que está por vir. Para tanto, é preciso saber - com clareza - o que se almeja. O professor, ao ter claro os objetivos de ensino a serem consubstanciados em aprendizagens, compromete -se com o processo e não só com o resultados. [...] (MORAES, 2008, p. 54). Percebe-se que no contexto escola a avaliação desempenha um papel intrínseco para a qualidade do ensino e a construção do conhecimento dos alunos. É notório que avaliar a aprendizagem dos alunos numa instituição de ensino, é um recurso importante para identificar se a proposta pedagógica proposta pelo professor foi alcançada. Mas isso nem sempre é alcançado. Adequar a avaliação às necessidades da prática pedagógica, bem como torná-la uma ferramenta auxiliar na superação das dificuldades e na proposição de estratégias mais efetivas, torna-se um grande desafio e este ganha intensidade ao tratar-se da educação superior, tendo em vista todas as suas peculiaridades. Diante disso surge o questionamento: As práticas avaliativas vivenciadas no curso de Secretariado Executivo tem favorecido a regulação das aprendizagens e colaborado na formação do aluno? Quais os limites e as possibilidades para se concretizar uma avaliação formativa no curso? Assim, na tentativa de responder ao questionamento foi delineado o seguinte objetivo geral: compreender se as práticas avaliativas vivenciadas no curso de Secretariado Executivo favorecem a regulação das aprendizagens dos alunos, bem como se estas colaboram na formação deste como futuro profissional. Como objetivos específicos pretende -se identificar a perspectiva avaliativa vivenciada no curso de secretariado executivo da Universidade Estadual de 460 Londrina, verificar se a prática avaliativa vivenciada no curso favorece a autorregulação dos discentes bem como, apontar os limites e possibilidadades na consecussão de uma prática avaliativa que colabore na formação dos futuros profissionais. Metodologia Vale notar que para um trabalho atender os objetivos propostos é fundamental o conhecimento do que deseja pesquisar, para tal é importante conhecer/entender o significado de pesquisa. De acordo com Gil (2008, p.17) “[...] pode se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos [...]”. Para esta pesquisa será adotado pressupostos da abordagem qualitativa na modalidade de estudo de caso. A opção de realizar uma pesquisa qualitativa foi por esta possibilitar que o pesquisador também possa ser participante e tem como tarefas interpretar o contexto e compreender seus significados. Esta abordagem focaliza o processo e “[...] busca a interpretação no lugar da mensuração, a descoberta em lugar da constatação, valoriza a indução e assume que fatos e valores estão intimamente relacionados, tornando-se inaceitável uma postura neutra do pesquisador” (ANDRÉ, 2004, p. 17). A pesquisa tem como opção metodológica o estudo de caso por ser “[...] extremamente útil para conhecer os problemas e ajudar a entender a dinâmica da prática educativa” (ANDRÉ, 2004, p.50). A escolha justifica-se pelo caráter social e político que esta possibilita e a compreensão do comportamento e das experiências humanas e por entender que temos um caso a ser pesquisado: a avaliação da aprendizagem no curso de Secretariado Executivo como subsídio para a autorregulação e formação do profissional. Por ser uma modalidade preocupada com o entendimento do objeto pesquisado como único e singular o estudo de caso se configurou como a melhor opção. Os procedimentos eleitos para a coleta de informações nesta pesquisa serão: questionário, análise documental, entrevista semi-estruturada. Os dados coletados na pesquisa de campo serão registrados detalhadamente para que possam servir de análise sobre a temática em questão. O referencial teórico 461 construído, que será aprofundado, embasará as discussões sobre a temática. Referencial Teórico Avaliar a aprendizagem não é uma tarefa fácil, requer conhecimento, objetivos claramente definidos, seleção e uso adequado dos instrumentos para realizar uma coleta de informações sobre o desenvolvimento do aluno e a tomada de decisão a partir dos resultados obtidos, visando a superação dos obstáculos e o avanço no processo. Assim, entender o seu verdadeiro papel é de extrema necessidade no interior do contexto educativo para que esta tenha sentido e significado pedagógico e não seja apenas mais uma função burocrática a ser cumprida. No entanto, para que cumpra com suas reais finalidades, a avaliação “deve se pôr a serviço das aprendizagens o máximo possível” (HADJI, 2001, p.16). Só assim pode tornar-se um instrumento que ajude o professor a mapear as dificuldades e necessidades reais de seus alunos, bem como verificar os objetivos não atingidos e propor as melhoresintervenções ajudando-os entender seus erros e a autorregular-se. Esta perspectiva de avaliação é entendida por muitos teóricos (ALLAL, 1986; PERRENOUD, 1999; HADJI, 2001; ÁLVAREZ MENDEZ, 2002; JORBA e SANMARTÍ, 2003; FERNANDES, 2009; SANMARTÍ, 2009) como formativa, por ter como função primordial regular o processo de ensino e de aprendizagem. A autorregulação deve ser colocada em prática se o que se pretende é uma avaliação a serviço do ensino e da aprendizagem. O aluno, ao se autoavaliar, percebe seus erros e as causas destes e depois se autorregula, ou seja, encontra ou “constrói uma maneira pessoal para aprender que o ajude a melhorar progressivamente com a finalidade de chegar à autonomia” (SANMARTÍ, 2009, p. 127). Esta avaliação associa-se à função de acompanhamento por ter como propósito perceber se os objetivos foram ou não atingidos, se o aluno 462 dominou ou não o conhecimento em questão, tendo como característica principal ser “informativa”, pois vai possibilitar ao professor e ao aluno informações relevantes sobre seus progressos e suas permanências, indicando, em consequência, possibilidades de ação futura. Usar a avaliação como coleta dados para posteriores regulações do ensino e da aprendizagem é o caminho estabelecido pela avaliação formativa. Para que esta se concretize a partir deste entendimento se faz necessário refletir sobre o que é avaliar, como e quando se avalia, qual ou quais instrumentos são utilizados para coletar as informações sobre as aprendizagens dos alunos e, principalmente, o que é feito com essas informações após coletá-las. Referências ALLAL, Linda. Estratégias de avaliação formativa: concepções psicopedagógicas e modalidades de aplicação. In: ALLAL, Linda; CARDINET, Jean; PERRENOUD, Philippe. A avaliação formativa num ensino diferenciado. Coimbra: Livraria Almeida, 1986. p. 175-209. ÁLVAREZ MÉNDEZ, J. M. Avaliar para conhecer – examinar para excluir. Porto Alegre: ArtMed, 2002. ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Etnografia da prática escolar. 11. ed. Campinas, SP: Papirus, 2004. FERNANDES, Domingos. Avaliar para aprender: fundamentos, práticas e políticas. São Paulo: Editora UNESP, 2009. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo, Atlas, 2008. HADJI, Charles. A avaliação, as regras do jogo. Das intenções aos instrumentos. Porto: Porto Editora, 1994. . Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001. 463 JORBA, Jaume; SANMARTÍ, Neus. A função pedagógica da avaliação. In BALLESTAR, Margarita et al. Avaliação como apoio à aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 23-45. MORAES, Dirce Aparecida Folleto de. Avaliação Formativa: Re-Signficando a Prova no Cotidiano Escolar. 148 f. 2008. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Estadual de Londrina, Londrina. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Pedag ogia2/davformativa.pdf>. Acesso em: 26 de ago. 2013. PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999. SANMARTÍ, Neus. Avaliar para aprender. Porto Alegre: Artmed, 2009.
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