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Amálgama Amálgama Amálgama O amálgama de prata é um material restaurador de uso direto. Mas, em virtude do desenvolvimento da odontologia adesiva, o seu uso reduziu de maneira considerável. O amálgama é uma mistura de materiais diferentes que formam um todo. Ela é uma liga metálica que contém mercúrio. Mas, nessa liga, você já não consegue fazer a identificação dos componentes, uma vez que ela está formada, então uma mistura heterogênea. E essa mistura vem justamente a partir de um metal líquido (mercúrio), que é um material que se encontra no estado líquido em temperatura ambiente e que reage com diferentes metais para formar uma liga que apresentará uma consistência plástica que permite a adaptação do material aos preparos cavitários retentivos com uma leve pressão. A liga de metais no estado sólido é composta basicamente por prata (Ag), Estanho (Sn) e Cobre (Cu). As ligas de Prata e Estanho são frágeis e sua trituração é difícil. A adição do cobre aumenta a dureza e a resistência da liga prata/estanho. Algumas ligas podem ainda conter Zinco (Zn), que atua como um antioxidante. Ligas sem zinco são mais frágeis e deixam o amálgama com menor plasticidade, fato que vai interferir em algumas etapas do procedimento restaurador. O gálio (Ga), é um material que também é encontrado no estado líquido à temperatura ambiente e ele foi considerado como um substituto do mercúrio na composição dos amálgamas e pode ser triturado com ligas que tenham alto conteúdo de cobre. Entretanto, as ligas com Ga apresentam maior corrosão e uma maior magnitude de expansão de presa, fato que pode reproduzir um maior risco de fraturas e rachaduras na estrutura dentária. Constituintes básicos: Prata (Ag): 40 – 70% Resistência mecânica Fase γ (Ag3Sn) Brilho Estanho (Sn): 17 – 30% Escoamento Expansão de presa Cobre (Cu): 2 – 40% Facilitar a amalgamação ; e reduzir expansão de Zinco (Zn): 0 – 2% presa da prata; Índio (In): 0 – 10% Paládio (Pd): 0 – 7% Aumento da dureza e Mercúrio (Hg): 0 – 3% resistência mecânica, diminui o escoamento e corrosão Vantagens do amálgama: - Custo relativamente baixo - Área de grandes esforços mastigatórios - Facilidade de manipulação - Boas propriedades físicas - Boa resistência ao desgaste - Baixa sensibilidade técnica - Capacidade de auto-selamento - Longevidade clínica Desvantagens: - Aspecto metálico - Ação galvânica - Defeitos marginais - Não reforça a estrutura dental enfraquecida - Processo de descarte no lixo químico Classificação das ligas: A liga de metais que se apresenta em pó, pode ser classificada de acordo com aa configuração física ou suas partículas. Formas das partículas: Esféricas: - Demandam uma menor resistência para condensação do amálgama nos preparos cavitários em comparação aquelas ligas com partículas de limalha e misturadas. - Demandam menor quantidade de mercúrio para amalgamação porque apresentam menor área de superfície por volume em comparação às demais ligas. - São difíceis de compactar em virtude do seu maior escoamento. - Restauração classe II com ligas esféricas são complicadas. O mercúrio é um material reconhecidamente tóxico. A sua apresentação é na forma de metal, como íon inorgânico ou como componente da fase prata (mercúrio ou em uma das suas formas orgânicas como metil ou etil mercúrio). O mercúrio penetra no organismo através da pele ou como vapor através dos pulmões. A principal forma de entrada pelo organismo é pela inalação. Quando ingerido é pouco absorvido. Inúmeros estudos foram realizados para descobrir se restaurações de amálgama podem trazer prejuízos à saúde, tanto dos pacientes quanto dos dentistas. Mas, não existem dados que provem que o mercúrio liberado do amálgama dentário faça mal. Classificação das ligas: O cobre é o principal fator de diferenciação. Ligas de baixo teor de cobre: Se apresentam normalmente na forma de limalha. Ligas de fase dispersa= limalha e esféricas Ligas de alto teor de cobre: Ligas de composição única= esféricas Ligas de baixo teor de cobre: Trata-se de uma reação de cristalização mais simplificada, porém, um material de qualidade inferior do ponto de vista mecânico. Ag3Sn + Hg Ag3Sn + Ag2Hg3 + Sn8Hg Fase Y Y Y1 Y2 Obs: Y = Gama Nós temos a fase gama representada pela ligação entre Prata e Estanho que reagirá com mercúrio (metal na forma líquida) e os produtos dessa reação serão a própria fase gama não reagente e a formação de outras duas fases, a fase Y1(reação entre a prata e o mercúrio) e s fase Y2 (reação entre estanho e mercúrio). Normalmente uma proporção de mercúrio x liga de 1:1. Então, 50% de mercúrio e 50% de liga fase Y (Ag e Sn). Então forma-se a fase Y1 mais resistente e a Y2 , o calcanhar de Aquiles dessa reação e da restauração, na medida que a fase Y2 é 5 vezes mais fracaque a fase Y1 e 8 vezes mais fraca que a Y e, portanto, mais propensa à corrosão. Dessa forma, temos um problema, eliminar a fase Y2, que não é desejável. E aí surgem as ligas com alto teor de cobre, cuja quantidade de cobre deve ser maior do que 6% em peso de todo o material. Esta liga, conforme já comentamos, pode ser dividida em liga de fase dispersa e liga de composição única. Fase dispersa (limalha e esféricas): Ag3Sn + Ag3Cu2 + Hg Ag3Sn +Ag2Hg3 + Sn8Hg + Ag3Cu2 Fase Y Dispersa Mercúrio Y Y1 Y2 Fase Dispersa Nós temos a mesma fase gama, a presença de uma fase dispersa, onde temos a prata em reação com o cobre e ambas reagirão com o mercúrio. O produto dessa reação será a geração da própria fase gama não reagente, as mesmas fases Y1 e Y2 presentes nas ligas de baixo teor de cobre e a mesma fase dispersa. Mas, no que adianta a inserção da fase dispersa na medida que ela continuou não reagente? A diferença está na reação secundária que envolverá as fases Y2 e fase dispersa, uma vez presentes na mistura, estas duas fases reagem formando mais fase Y1, adequada do ponto de vista de resistência à compressão e à corrosão e a chamada fase N composta por cobre e estanho, mas que tem a capacidade de produzir mais fase Y1 em reação com mercúrio. Sn8Hg + Ag3Cu2 Ag2Hg3 + Cu6Sn5 Y2 Dispersa Y1 N Eliminação da fase Y2 a partir de 11,8% de cobre. Composição única (Esféricas) Ag3Sn + CuSn +Hg Ag2Hg3 + Cu6Sn5 + Ag3Sn + Cu3Sn Y ε Y1 NY ε Obs: ε = ÉPSILON Veja que nesta reação não houve a formação de fase Y2, o que é um ganho do ponto de vista de eficácia e em especial resistência à compressão e resistência à corrosão associados a esta fase. Propriedades do amálgama: - Contração X Expansão: Toda liga de amálgama exibe em determinados momentos uma contração e em outros expansão. Contração excessiva: desadaptação marginal e infiltração, facilitando a ocorrência de cáries. Expansão excessiva: sensibilidade pós-operatória (maior pressão) e protrusão da restauração. Obs: Quanto menos mercúrio, maior a contração dessa liga. Se eu aumento o tempo de trituração, eu diminuo a quantidade de mercúrio. Quanto mais mercúrio, maior a expansão. Expansão tardia: Ocorre se houver umidade, como a saliva. Geralmente ocorre no dia seguinte. Resistência à compressão: Quanto menos mercúrio, mais porosa será a superfície e mais propensa à corrosão. Quanto mais mercúrio, maior a formação de fase Y2 (menor resistência). Creep ou escoamento: É uma deformação plástica, lenta e sob pressão. Essa deformação é encontrada com mais frequência nas ligas com baixo teor de cobre. Corrosão: - Podemos eliminá-la, eliminando a fase Y2; - Quanto maior a corrosão, menor será a resistência e maior a propensão à manchamento. Convencionais X Alto teor de cobre Valamento marginal Valamento marginal “Creep” “Creep” Corrosão Corrosão Resistência à compressão Resistência à compressão Fase Y2 Fase Y2 Vídeo aula: https://www.youtube.com/watch?v=PWTlPSgbtlo 6 7
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