Buscar

Trabalho de Recurso Penal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEORIA GERAL DOS RECURSOS
Fundamento Constitucional do Recurso: Trata-se de garantia individual do duplo grau de jurisdição, prevista implicitamente na Constituição Federal, voltada a assegurar que as decisões proferidas pelos órgãos de primeiro grau do Poder Judiciário não sejam únicas, mas submetida a um juízo de reavaliação por instância superior.
Conceito: O recurso é o meio voluntário destinado à impugnação das decisões, afigurando-se como remédio de combate a determinado provimento, dentro da mesma relação jurídica processual, propiciando a sua reanalise. Trata- se de exercício de direito protestativo, consubstanciado em um ônus processual, que pode ser utilizado antes da preclusão e na mesma relação processual, apto a propiciar a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração da decisão.
Características:
O recurso é providência voluntária, razão pela qual não tem natureza recursal as hipóteses de reexame necessário de determinadas decisões pelo tribunal.
O recurso é admitido dentro da mesma relação jurídica processual, o que retira da condição de recurso as ações autônomas de impugnação, como o habeas corpus, o mandado de segurança e a revisão criminal.
O recurso é um desdobramento ou continuidade da relação iniciada em primeiro grau, revelando a sua natureza.
Tem como finalidade a invalidação, a integração, o esclarecimento ou a reforma da decisão impugnada.
OBS: O duplo grau de jurisdição não é princípio sufragado na CF/88, existem processos penais onde esse duplo grau de jurisdição inexiste, tais como aqueles de competência originária do STF.
A garantia do devido processo legal e a enunciação que preconiza que “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” (art. 5º, LV, CF), não induzem a existência do princípio do duplo grau de jurisdição a nível constitucional.
Princípios: 
Princípio da voluntariedade: o recurso é um ato processual decorrente da manifestação de vontade da parte que queira ver reformada ou anulada uma decisão.
O art. 547, CPP, dispõe que “os recursos serão voluntários”. O recurso é um ato processual volitivo. Daí o recurso ser um ônus processual: não há obrigatoriedade de recorrer, porém, se não exercida essa faculdade, a parte sucumbente pode sofrer consequências a ela desfavoráveis.
Sob outra vertente, o art. 547, CPP, menciona a figura do impropriamente denominado “recurso de ofício”, também denominado de “remessa necessária”, “duplo grau de jurisdição obrigatório” ou “reexame necessário”. Ao invés de recurso, o reexame obrigatório é condição estabelecida legalmente para o trânsito em julgado da sentença ou decisão.
Princípio da taxatividade: para que seja possível o manejo de um recurso, é preciso que o ordenamento jurídico o preveja expressamente. Não se admite recurso inominado ou recurso de improvido. A previsão legal é condição necessária para que a decisão seja recorrível, e para que o recurso existia. Podendo ser utilizada a aplicação analógica e a extensiva das normas processuais penais, como dispõe o art. 3º, CPP. Daí ser admissível a interposição de recurso em sentido estrito contra decisão que rejeita o pedido de aditamento da denúncia, mesmo que a hipótese não esteja incluída no rol do art. 581, CPP, mas é desprendida a partir do enunciado que prevê o manejo desse meio recursal contra decisão que rejeita a denúncia.
Princípio da unirrecorribilidade: também denominado de princípio da singularidade ou princípio da unicidade. Este princípio expressa que a parte não pode manejar mais de um recurso para apreciar a mesma decisão. A concomitância de recurso pode ser possível quando a sentença aprecie ao mesmo tempo questões distintas. Com efeito, excepcionalmente uma mesma decisão pode comportar mais de um recurso. É o que ocorre, por exemplo, com a possibilidade do manejo simultâneo do recurso especial ao STJ e do extraordinário ao STF, quando a mesma decisão ofenda a constituição e a legislação infraconstitucional.
Princípio da fungibilidade recursal: não havendo erro grosseiro e má-fé na interposição de um recurso equivocado, e atendido o prazo limite (tempestividaade) do recurso que seria cabível, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro. Nesse caso, o juiz tomando ciência da impropriedade de uma impugnação recursal por motivo plausível, deve mandar processá-la em conformidade com o rito do recurso que seria cabível, tal como prevê o P.U, art. 579, CPP.
Princípio da vedação da reformatio in pejus: proibição de mudança para pior da situação jurídica do recorrente, em virtude de decisão superveniente que reforme o julgado recorrido. Tanto na reformatio in pejus direta (defesa recorre) como na indireta (tribunal anula decisão anterior, e o órgão a quo tem que proferir nova decisão) não pode haver a reformatio in pejus. E quando o júri for anulado, e no novo júri houver reconhecimento de qualificadora que não havia sido reconhecida no júri anterior, o STF entendeu o acusado não pode vir a ser condenado a pena maior do que a imposta na sentença anulada, ainda que com base em circunstância não ventilada no julgamento anterior.
RECURSOS EM ESPÉCIES
Recurso em sentido estrito:
Conceito: É o recurso cabível para impugnar as decisões interlocutórias do magistrado, expressamente previstas em lei. Embora essa seja a regra, o Código de Processo Penal terminou por criar exceções. 
Cabimento: Art. 581, CPP.
Revogados desde o adventos da lei de execução penal, agora entra-se com agravo em execução nesses casos: XII – que conceder, negar ou revogar livramento condicional; XVII – que decidir sobre a unificação de penas; XIX – que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; XX – que impuser medida de segurança por transgressão de outra; XXI – que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do Art. 774; XXII – que revogar a medida de segurança; XXIII – que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação.
Art. 197, LEP: Das decisões proferidas pelo juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
XXIV – que converter a multa em detenção ou em prisão simples – Foi revogada a possibilidade que previa a conversão da multa em pena privativa de liberdade.
IV – Pronunciar ou impronunciar o réu – Alterado pela lei 11.689/08, antes dela cabia RESE na pronuncia e na impronuncia do réu, agora só cabe na pronuncia, na impronuncia caberá apelação.
I – Não receber a denúncia ou a queixa – Quanto à rejeição (não recebimento) da peça acusatória, vale lembrar da Súm. 707, STF que averba “constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo”. Já nos juizados especiais criminais, a rejeição da inicial acusatória desafia o recurso de apelação. Súm. 709, STF: Acórdão que provê o Recurso Contra a Rejeição da Denúncia – Validade como Recebimento. Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
 II – Concluir pela incompetência do juízo – São as decisões comumente chamadas de declinatórias de competência, quando o magistrado, ex ofício, entende que não tem atribuição para atuar no caso.
III – Julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição – Refere-se as exceções de incompetência de juízo, de litispendência, de ilegitimidade de parte e de coisa julgada. O RESE é cabível quando o juiz julga procedente as exceções, salvo a de suspeição. Existe essa exceção, pois se o próprio juiz está afirmando ser suspeito não cabe a parte exigir que ele atue no processo. São irrecorríveis as decisões que rejeitam exceções.
 Prazo e processamento:
O prazo para interposição é de cinco dias, exceto na hipótese de inclusão ou exclusão de jurado da lista geral, cujo prazo é de vinte dias, contadosda data da publicação definitiva da referida lista.
Apelação:
Conceito de Apelação: Cuida-se de recurso contra decisões definitivas, que julgam extinto o processo, apreciando ou não o mérito, devolvendo ao tribunal amplo conhecimento da matéria. Essa seria, a nosso ver, a melhor maneira de conceituar a apelação, embora o Código de Processo Penal tenha preferido considerá-la como o recurso contra as sentenças definitivas, de condenação ou absolvição, e contra as decisões definitivas ou com força de definitivas, não abrangidas pelo recurso em sentido estrito. 
Cabimento: Vai atacar decisão que adentra o mérito.
Exceções (não precisa atingir o mérito): Impronúncia e absolvição sumária do júri.
Cabe quando for:
 Sentença;
Decisão com força terminativa (vai dar fim a um processo incidente – causa prejudicial ou não, ocorre independente da ação principal).
Art. 593, CPP – Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
I – Das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;
II – Das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
c) houver erro (critérios objetivos) ou injustiça (circunstâncias subjetivas) no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. há Relativização do princípio da soberania dos veredictos: a consequência do provimento do recurso é a apresentação de novo júri e não de mudança da decisão pelo órgão colegiado, pois fere o princípio da soberania dos veredictos.
Prazo e processamento:
Sua interposição é feita no juízo a quo, no prazo de 5 dias, para o juiz que prolatou a sentença. E 8 dias para o oferecimento das razões pelo juízo ad quem. 3 dias para contravenções penais.
Art. 798, CPP – Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. § 1º – Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
Súm. 710, STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.
Art. 576, CPP – O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
Efeitos: Só possui o efeito devolutivo – “tantum devolutum quantum apelatum”.
Embargos infringentes ou de nulidade:
É o recurso privativo da defesa, estabelecido no art. 609, CPP. Visa o reexame de decisões não unânimes proferidas em segunda instância e desfavoráveis ao acusado, a serem apreciados no âmbito do próprio tribunal julgador. Sendo o desacordo parcial, os embargos somente poderão versar em relação a matéria objeto da divergência.
EX: João furtou mercadorias no valor de R$ 150,00. Em primeira instância foi condenado a 3 anos em regime semiaberto. Entrando com uma apelação que caiu na primeira câmara criminal do TJ-CE, sendo julgado por 3 desembargadores, porém, 2 desses entenderam que deveria ser regime semiaberto e 1 deles que deveria ser aberto.
Assim, a decisão foi desfavorável ao réu, cabendo embargos infringentes, pois houve divergência quanto ao regime.
Prazo: 10 dias.
Embargos declaratórios:
O CPP prevê dois recursos que, em essência, se equivalem. O primeiro é conhecido por “embarguinhos”, previsto no art. 382, CPP, que estatui que “qualquer das partes poderá, no prazo de dois dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão”. Esse nome é criação doutrinária e forense dado aos “embargos de declaração “opostos perante o juiz de primeiro grau, com o fim de diferencia-los dos “embargos de declaração” manejáveis no âmbito dos tribunais (art. 620, CPP). 
Sua interposição é feita mediante dirigida ao mesmo órgão que proferiu decisão a qual se atribua ambiguidade, contradição, omissão ou obscuridade. Não se destinam os embargos à modificação do julgado, razão pela qual ele não é dotado de efeito regressivo. Os embargos declaratórios são dotados de efeito devolutivo, porque devolvem ao mesmo órgão prolator a matéria impugnada, embora de forma restrita aos seus fundamentos.
Ambígua = admite mais de uma interpretação.
Obscura = não tem clareza na sua redação.
Contraditória = possuí colidência em 2 afirmações.
Omissa = deixou de dizer algo indispensável.
 
Agravo em execução:
O art. 197, L. 7.210/84, determina: “Das decisões proferidas pelo juiz” das execuções penais, que causem prejuízo à acusação ou à defesa, “caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo”. O agravo em execução é interposto das decisões prolatadas na execução penal, significando dizer que serão decisões emitidas depois de transitada em julgado sentença condenatória ou absolutória imprópria (que implica medida de segurança, embora julgue improcedente a pretensão punitiva estatal). A matéria fica assim uniformizada com a previsão de um recurso geral e amplo para combate das decisões do juízo das execuções. Deve ser interposto por petição ou por termo nos autos, no prazo de 5 dias (art. 568, CPP). É recomendável que a petição e/ou termo nos autos venham acompanhados das razões recursais. Havendo interposição sem as razões recursais, o juiz deve adotar o rito do recurso em sentido estrito, intimando o agravante para oferecê-las em dois dias (art. 588, CPP) e, seguidamente, o agravado, em igual prazo. A legitimidade para interposição é do MP ou da defesa (art. 195, LEP). Será admitido contra toda e qualquer decisão proferida pelo juiz no processo de execução penal. Possuí efeito devolutivo. O efeito regressivo, todavia, tem cabimento, podendo o magistrado se retratar da decisão antes proferida. Segue o rito do recurso em sentido estrito. Quanto à o efeito suspensivo, para Renato Brasileiro há sim a possibilidade de ser pedido, de acordo com a lei 12.012 em seu art. 5º. Já para jurisprudência do STJ não há possibilidade de haver efeito suspensivo.
 
 
Recurso especial e extraordinário:
São impugnações previstas na CF. O recurso especial é processado e julgado pelo STJ e o recurso extraordinário pelo STF. O recurso especial terá lugar quando for alegada violação de direito infraconstitucional e o recurso extraordinário quando a afirmação se relacionar com afronta à constituição. São recursos de fundamentação vinculada.
Art. 105, CF – Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal – Ato de governo local = natureza política; Lei federal = produzida pelo Congresso Nacional
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal – Uniformização de jurisprudência.
Regras do Recurso Especial:
As decisões devem ter superado as vias ordinárias (devem ter sido interpostos todos os recursos possíveis);
As decisões devem ter sido proferidas por tribunais diversos;
O entendimento apontado como divergente não tenha sido superado na jurisprudência dos tribunais superiores à Súm. 83, STJ: Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida.
As decisões divergente devem vir comprovadamente por certidão, por alguma publicação devendo ser transcritos os trechos em que sejam demonstrados os posicionamentos divergentes à Art. 26, P.U, L. 8.038/90: Os recursos extraordinário e especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos no prazo comum de quinze dias, perante o Presidente do Tribunal recorrido, em petições distintas que conterão: I – exposiçãodo fato e do direito; II – a demonstração do cabimento do recurso interposto; III – as razões do pedido de reforma da decisão recorrido. Parágrafo único – Quando o recurso se fundar em dissídio entre a interpretação da lei federal adotada pelo julgado recorrido e a que lhe haja dado outro Tribunal, o recorrente fará a prova da divergência mediante certidão, ou indicação do número e da página do jornal oficial, ou do repertório autorizado de jurisprudência, que o houver publicado.
Não cabe o Resp para simples reexame de matéria de prova – Súm. 7, STJ: A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.
Art. 102 – Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
Julgar mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição;
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Repercussão geral (RE): O §3º, art. 102, CF impõe que o recorrente demonstre a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.
 
Art. 543-A, CPC: O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral, nos termos deste artigo.
§ 1º Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa.
§ 2º O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a existência da repercussão geral.
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal.
Pré-questionamento: A praxe forense tem exigido, ainda, o pré-questionamento, que consiste no efetivo debate da matéria objeto do recurso especial ou extraordinário durante o processamento da causa, como verdadeiro requisito de admissibilidade recursal.
Prazo: Art. 26, P.U, L. 8.038/90: Os recursos extraordinário e especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos no prazo comum de quinze dias, perante o Presidente do Tribunal recorrido, em petições distintas que conterão: I – exposição do fato e do direito; II – a demonstração do cabimento do recurso interposto; III – as razões do pedido de reforma da decisão recorrido.
 
Processamento: Interposto o recurso (especial ou extraordinário), o presidente do tribunal a quo notificará o recorrido para apresentar contrarrazões, em 15 dias. Após, será dada vista ao MP que atua junto ao tribunal, para exarar parecer, limitado este às condições de admissibilidade. Possuindo apenas efeito devolutivo. Encerrados os prazos de instrução do recurso perante o tribunal a quo, serão os autos conclusos para admissão ou não do recurso, no lapso de 5 dias; admitindo o recurso, os autos serão remetidos ao STJ ou STF, conforme o caso, e distribuídos a uma relator para julgamento monocrático ou por órgão plenário ou fracionário; havendo interposição simultânea de REsp e RE, com admissão de ambos, os autos serão imediatamente remetidos ao STJ, seguindo ao STF para apreciação do RE, se este não estiver prejudicado; na hipótese de o relator do recurso especial considerar que o recurso extraordinário é prejudicial daquele, sobrestará o seu julgamento e remeterá os autos os STF para julgar o extraordinário, podendo, no entanto, o relator do extraordinário, devolver os autos ao STJ por reputar ausente tal prejudicial idade. Caso sejam denegados, caberá agravo de instrumento no prazo de 5 dias.
 OBS: Pode-se entrar simultaneamente com o RE e o REsp, desde que tratem de mesma matéria, no mesmo prazo comum.
 Súm. 640, STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal.
Bibliografia
Manual de Processo Penal e Execução Penal – Guilherme de Souza Nucci, 2015 – 12ª Ed. 
Direito Processual Penal – Vol II -  Francisco Dirceu Barros 
Curso de Processo Penal – Eugênio Pacelli – 17ª Ed.

Outros materiais