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* DESENHOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS: DELINEAMENTOS E APLICAÇÕES Prof. Bruno Medrado Araújo * INTRODUÇÃO Epidemiologia Estudo da doença em populações (ROUQUAYROL & ALMEIDA FILHO, 2003) Determinantes Socioculturais Econômicos Ambientais Biológicos e genéticos Objeto de estudo da epidemiologia Coletividades * INTRODUÇÃO Objetivos da epidemiologia: 1. “descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações; 2. proporcionar dados essenciais para planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como estabelecer prioridades; 3. identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades”. (AIE, 1973) * INTRODUÇÃO Epidemiologia: Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, dano à saúde e seus eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de rotina em consonância com as políticas de promoção da saúde (Campos, 2006). * Principais desenhos de estudos epidemiológicos Observacionais Intervencionais O pesquisador participa da coleta de informação, mas não faz nenhum tipo de intervenção, simplesmente espera o desfecho O pesquisador tem papel ativo de determinar a intervenção e, desta forma, controlar partes da pesquisa (BENSEÑOR & LOTUFO, 2005; MOTTA, 2006) * TIPOS DE DESENHOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS Principais desenhos: 1. Estudo de Caso/Série de Casos (Descritivo) 2. Ecológico 3. Coorte 4. Caso-controle 5. Transversal 6. Ensaio Clínico Randomizado * TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS Exemplos clássicos: Estudo de Casos/Série de Casos relato de um caso ou mais com detalhes de características clínicas e laboratoriais. O exemplo original - descrição de série de casos de AIDS em homens jovens homossexuais e Sarcoma de Kaposi. * TIPOS DE DESENHOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS Estudos Ecológicos: avaliam correlações ou tendências baseadas em informações derivadas de outros grupos; áreas geográficas são geralmente as unidades de análise; servem para levantar hipóteses; são pesquisas estatísticas; Exemplo: associação entre álcool e Ca estômago * (GRIMES, 2002) * Estudos Observacionais Estudos observacionais analíticos Coorte Caso-controle Transversal Diferenciação fator de exposição (fator de risco) Presença da doença (BENSEÑOR & LOTUFO, 2005; PEREIRA, 2006) * Diferenciação de estudos Observacionais (PEREIRA, 2006) * Diferenciação de estudos Observacionais Diferenciações Seccional Longitudinal Quando existe uma só observação desta população Quando há pelo menos duas observações Retrospectivo Prospectivo Exposição e doença são mensuradas no curso da investigação Exposição e doença são mensurados após já terem ocorrido (FORATTINI, 1996; MEDRONHO et al., 2006) * Estudos Observacionais (FORATTINI, 1996; HULLEY et al., 2003; BENSEÑOR & LOTUFO 2005; MEDRONHO et al., 2006). * Estudos Observacionais (PEREIRA, 2006) Coorte: População População para estudo COM SEM Exposição Desfecho Desfecho Total SIM a b (a+b) NÃO c d (c+d) Total (a+c) (b+d) Análise dos Dados: Comparação da incidência dos desfechos. Cálculo do Risco Relativo (RR) e do Risco Atribuível (RA) a b c d * ESTUDO DE COORTE IAM Sedentarismo Sim 400 sim Não 80 1920 4600 não Total Total Taxa de IAM por mil 5000 2000 480 6520 7000 80 40 Exemplo: Investigação da associação de sedentarismo e Infarto agudo do miocárdio em adultos de meia idade COM SEM Exposição Desfecho Desfecho Total SIM a b (a+b) NÃO c d (c+d) Total (a+c) (b+d) * ESTUDO DE COORTE Risco Relativo (RR): RR = incidência de doença nos expostos _ incidência de doença nos não expostos RR = a/(a+b) _ = 400/5000 = 80 = 2,0 c/(c+d) 80/2000 40 RR = 1 não há associação entre exposição e doença RR > 1 associação entre exposição e doença é possivelmente causal RR < 1 associação entre exposição e desfecho é possivelmente de proteção * ESTUDO DE COORTE Risco Atribuível (RA) É a incidência adicional do desfecho (doença) relacionada à exposição, ou seja, o risco atribuível à exposição. RA = incidência incidência a _ c_ de desfechos – de desfechos = (a+b) (c+d) nos expostos nos não expostos RA = 400_ _ 80_ = 80_ _ 40_ = 40 5000 2000 1000 1000 ou seja, o risco atribuível ao sedentarismo é de 40 óbitos por 1000 sedentários * Estudos Observacionais Caso-controle: (PEREIRA, 2006) População Análise dos Dados: Comparação das proporções de expostos nos dois grupos. Cálculo do Odds Ratio (OR) ou razão dos produtos cruzados a b c d * ESTUDO DE CASO-CONTROLE Deficiência Mental Sorologia (+) para Toxo Sim 45 sim (casos) Não 255 285 15 não (controle) Total 300 300 Exemplo: Investigação sobre associação entre toxoplasmose e debilidade mental em crianças COM sem Exposição Desfecho Desfecho Total SIM a b (a+b) não c d (c+d) Total (a+c) (b+d) * ESTUDO DE CASO-CONTROLE Análise: Comparar a frequência de expostos em casos X controle: frequência de expostos nos casos _ = a/(a+c) frequência de expostos nos controles b/(b+d) Se = 1, não há relação causa efeito Se > 1, a exposição pode ser causa contribuinte p/ doença Se < 1, a exposição pode ser causa protetora p/ doença No Exemplo: a/(a+c) = 45/300 = 45 = 3 (>1) b/(b+d) 15/300 15 * ESTUDO DE CASO-CONTROLE Odds Ratio (OR): Razão de Chances ou Razão dos Produtos Cruzados Quanto mais elevado o OR mais forte a associação de causa-efeito OR = a x d = 45 x 285 = 3,35 b x c 15 x 255 aponta para associação entre toxoplasmose e debilidade mental * a Estudos Observacionais Transversal: (MEDRONHO et al., 2006) Análise dos dados Razão de prevalência (Risco Relativo) Odds Ratio (OR) d c b * ESTUDO TRANSVERSAL Diarréia Sim 124 sim Não 20 380 276 não Total Total Taxa de prevalência (%) 400 400 144 656 800 31 5 18 Exemplo: Investigação da associação de desmame e diarréia em < 1 ano Desmame COM sem Exposição Desfecho Desfecho Total SIM a b (a+b) não c d (c+d) Total (a+c) (b+d) * ESTUDO TRANSVERSAL Análise: Razão de Prevalência (Risco Relativo): Prevalência da doença nos expostos _ = a/(a+b) Prevalência da doença nos não expostos c/(c+d) No Exemplo: 124/400 = 124 = 6,2 (>1) 20/400 20 O desmame parece ser fator de risco para a diarréia naquele dado momento na população * ESTUDO TRANSVERSAL Odds Ratio (OR): Quanto mais elevado o OR mais forte a associação de causa-efeito OR = a x d = 124 x 380 = 8,54 b x c 20 x 276 aponta para associação entre desmame e diarréia naquele dado momento na população * (ROUQUAYROL & ALMEIDA FILHO, 2003; HULLEY et al., 2003; THRUSFIELD, 2004) QUADRO 2 – Comparação entre vantagens e desvantagens dos estudos observacionais analíticos. * Estudos Observacionais População Amostra X (HULLEY et al., 2003; MEDRONHO et al., 2006) * Estudos Observacionais Amostragem: Disponibilidade de fatores humanos Qual o tamanho da amostra? Freqüência esperada da doença Precisão desejada para calcular a prevalência Estrutura da amostra (THRUSFIELD, 2004) * Amostragem Estrutura da amostra Amostras não Probabilísticas Amostras Probabilísticas Amostragem aleatória Simples Amostragem Sistemática Amostragem Estratificada Amostragem Conglomerado Amostras de conveniência Amostragem Consecutivas (HULLEY et al., 2003; THRUSFIELD, 2004) * Calculo tamanho da amostra n = 1,962 P (1 – P)/ d2 , onde: n = tamanho da amostra, P = Prevalência esperada, d = Precisão absoluta desejada. n cor = (N x n)/(N +n), onde n cor = tamanho da amostra corrigida, N =Tamanho da população em estudo, n = tamanho da amostra baseada em uma população infinita (obtida na fórmula anterior). Levar em consideração as perdas * TABELA 1 – Tamanho necessário da amostra para calcular a prevalência em uma grande população com os limites desejados de intervalos de confiança fixados. (THRUSFIELD, 2004) * Estudos Observacionais Questionários: Exposição Questionário Informações coletadas Medidas diretas Medidas indiretas Forma de aplicação Aplicado por entrevistador Auto-aplicado Apresentação das questões Questões fechadas Questões abertas Mistas (MEDRONHO et al. 2006) * Estudos Observacionais Estudo piloto: - Testar de forma definitiva os instrumentos como os questionários, quanto a viabilidade; Capacitar e testar pesquisadores de campo; Os resultados obtidos no estudo piloto poderão servir para embasar os cálculos relativo ao tamanho mínimo da amostra necessária . * Estudos Intervencionais (PEREIRA, 2006) Ensaio clínico randomizado: População População para estudo COM SEM Exposição Desfecho Desfecho Total SIM a b (a+b) NÃO c d (c+d) Total (a+c) (b+d) Análise dos Dados: Comparação da incidência dos efeitos. Cálculo do Risco Relativo (RR) a b c d *
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