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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS OSÓRIO JOSÉ FERREIRA MAT-201301728144 A RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DO PROFÍSSIONAL CONTÁBIL RIO DE JANEIRO CAMPUS NOVA IGUAÇU - RJ 2017 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS OSÓRIO JOSÉ FERREIRA MAT. 201301728144 A RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DO PROFÍSSIONAL CONTÁBIL Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Estácio de Sá UNESA, como requisito parcial para obtenção do titulo de bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Arievaldo Alves de Lima. RIO DE JANEIRO CAMPUS NOVA IGUAÇU - RJ 2017 DEDICATÓRIA Levo comigo a curiosidade em buscar o conteúdo individual de cada um, pois a essência de todos, reunidas a um observador que procura filtrar detalhes nas informações conduz a evolução no campo social, do conhecimento e humano, portanto, agradeço a todos os professores, familiares, amigos e colaboradores indiretos, ou seja, ilustres autores que busquei pesquisar e que para mim foram como um apoio na minha evolução humana, pois segundo Albert Einstein “O homem erudito é um descobridor de fatos que já existem - mas o homem sábio é um criador de valores que não existem e que ele faz existir”. Albert Einstein - Citação / Frase - Citador. O.J.Ferreira AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus amigos e Familiares a todo Corpo Docente de Ciências Contábeis EAD-UNESA, Agradeço “A DEUS” e aos amigos que compartilhei no Ensino EAD-UNESA (que não foram poucos) pelos quais aprendi a ter carinho mesmo a distancia. O.J.Ferreira TERMO DE APROVAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS A RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DO PROFÍSSIONAL CONTÁBIL Por Osório José Ferreira Os presentes artigos cientifico intitulado A RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DO PROFÍSSIONAL CONTÁBIL foi aprovado em _____ de _______de 20__ , como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade Estácio de Sá, tendo sido aprovado com a nota ___ ( ). Cidade Nova Iguaçu , RJ , _____de __________20XX NOME DO ALUNO (A) Osório José Ferreira –MAT 201301728144 NOME DO COORDENADOR (A) DO CURSO SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................1 1.1 APRESENTAÇÃO..........................................................................................................1 1.2 PROBLEMÁTICA E JUSTIFICATIVA.........................................................................2 1.3 RELEVÂNCIA E ORIGINALIDADE............................................................................3 1.4 OBJETIVOS....................................................................................................................4 1.4.1 OBJETIVO ESPECIFICO...............................................................................................4 1.5 CARÁTER E PREMISSA DA PESQUISA....................................................................5 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................6 2.1 QUALIFICAÇÕES DO PROFISSIONAL CONTÁBIL E A COMPETITIVIDADE..7 2.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE..........................................8 2.2 1 A LEGISLAÇÃO E OS ÓRGÃOS FISCALIZADORES.............................................11 2.2.2 A LEGISLAÇÃO E A RESPONSABILIDADE DO CONTABILISTA......................12 3. RESPONSABILIDADE CIVIL COMO FUNÇÃO REPARADORA.........................12 3.1 A RESPONSABILIDADE CIVIL / CRIMINAL.........................................................13 3.2 ARESPONSABILIDADE SUBJETIVA......................................................................13 3.3. A RESPONSABILIDADE PENAL NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL...................15 3.3.1 CRIMES ESPECÍFICOS QUANTO A ATIVIDADE CONTÁBIL 15 3.3.2 C0NDUTA ILÍCITA DO CONTADOR EM COAUTORIA.......................................16 4 CRIMES FALIMENTARES........................................................................................17 5 PRINCIPAIS ESCÂNDALOS CONTÁBEIS CÍVEIS E PENAIS.............................18 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................21 REFERÊNCIAS .........................................................................................................22 A RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DO PROFÍSSIONAL CONTÁBIL 1Aluno: Osório José Ferreira 2Orientador: Prof. Arievaldo Alves de Lima RESUMO O objetivo geral estabelecido neste estudo vem justamente revelar o imenso grau de risco que envolve o Contador por se tratar de uma das figuras mais importantes na estrutura de uma empresa, pois cada contratação, tomada de decisão, planejamento estratégico ou investimento feito por uma companhia envolve, necessariamente, a atuação de um profissional de contabilidade. Para tal pesquisaremos alem de conteúdos bibliográficos, leis, decisões judiciais e assim desenvolver um parâmetro das procedibilidades que visam demonstrar os riscos iminentes que acarreta a empresa a inobservância pelo contador do Novo Código Civil (Lei nº 10.406/02), e o Código Penal (Lei nº 10.268/01),onde a responsabilidade do profissional contábil é: moral (valores pessoais); social (bem estar coletivo); ética (o bem da corporação); civil (direito individual, indenização por dano); penal (ordem pública); e, filosófica (notória sabedoria, transcendem o conhecimento contábil); bem como os Princípios Fundamentais de Contabilidade, aprovados pela Resolução do CFC n.º 750 de 29 de dezembro de 1993 com as Normas Brasileiras de Contabilidade, a escrituração fiscal e contábil, a elaboração dos livros obrigatórios, a elaboração das demonstrações contábeis dos clientes da empresa, o código de Ética profissional do contador aprovado pelo CFC, por meio da Resolução nº 803 de 10/10/96, o qual contempla a crescente preocupação da classe contábil e assim justificar esse trabalho de pesquisa , por ser um assunto de crescente interesse no meio jurídico e contábil, inserido em seu contexto a conduta do profissional e a necessidade da contabilidade para com o social.Palavras-chave: Responsabilidade civil e penal do profissional contábil 1 Aluno: Osório José Ferreira matricula 201301728144, Concludente do Curso Bacharel em Ciências Contábeis EAD - Universidade Estácio de Sá, Campus Nova Iguaçu-RJ, - Formação acadêmica –Bacharel em Direito –Pós- graduado em direito Penal e Processo penal-Pós-graduado em Docência do Ensino Superior- Didática do Ensino Superior - UNESA. 2 Orientador-professor Arievaldo Alves de Lima- Universidade Estácio de Sá. SUMMARY The general objective established in this study is precisely to reveal the immense degree of risk that the Accountant involves because it is one of the most important figures in the structure of a company, since each contracting, decision making, strategic planning or investment made by a company involves, necessarily, the performance of an accounting professional. In order to do this, we will research bibliographical contents, laws, and judicial decisions and thus develop a parameter of the procedures that aim to demonstrate the imminent risks that the company entails by the accountant of the New Civil Code (Law 10406/02) and the Penal Code ( Law No. 10.268 / 01), where the responsibility of the accounting professional is: moral (personal values); social (collective welfare); ethics (the good of the corporation); civil (individual right, damages); criminal (public order); and, philosophical (notorious wisdom, transcend account knowledge); as well as the Fundamental Accounting Principles, approved by CFC Resolution No. 750 of December 29, 1993, with the Brazilian Accounting Standards, fiscal and accounting bookkeeping, preparation of mandatory books, preparation of financial statements of clients of the Code of Professional Ethics of the accountant approved by the CFC, through Resolution no. 803 of 10/10/96, which contemplates the growing concern of the accounting class and thus justify this research work, since it is a subject of growing interest in the legal and accounting environment, inserted in its context the professional's conduct and the need of accounting for the social. Keywords: civil and criminal liability of the accounting professional 1 1 INTRODUÇÃO A profissão na área contábil nos dias atuais assume um novo perfil atribuindo mais responsabilidade para os profissionais da área.Trataremos, portanto nesse estudo como objetivo principal, da Responsabilidade do profissional Contábil no sentido jurídico dentro da esfera cível e penal. Para isso como parâmetro inicial inerente à conceituação, como fator preponderante observamos em GONÇALVES (2011) que: A responsabilidade distingue-se da obrigação, sendo esta um dever jurídico originário oriundo da vontade humana (os contratos, as declarações unilaterais de vontade, e os atos ilícitos) ou da vontade do Estado através da lei, devendo ser cumprida espontaneamente pelo devedor; aquela é um dever jurídico sucessivo que nasce do descumprimento de uma obrigação, através da violação do dever jurídico originário, surgindo para o devedor o dever de compor o prejuízo causado pelo não cumprimento da obrigação. Segundo o que entendemos da abordagem inicial podemos então conceituar a palavra responsabilidade como a obrigação de responder pelas ações próprias ou dos outros é fazer a coisa certa e legal, respeitando as normas e procedimentos, os processos, os limites e as pessoas neles envolvidas. Desta forma, uma pessoa que seja considerada responsável por uma situação ou por alguma coisa, terá que responder se alguma coisa corre de forma desastrosa; principalmente por entendermos ser a Contabilidade um eficiente instrumento pelo qual a administração de uma empresa recebe dados relevantes para a tomada de decisões. Ela coleta todos os dados da parte financeira da organização, registra-os e resume estas informações em forma de relatórios, o que facilita a planejar os próximos passos do negócio. Através dela, a empresa consegue controlar o valor dos seus ativos, passivos, receitas e despesas, além da produtividade e da lucratividade do seu trabalho devendo o profissional contábil proceder de maneira responsável na execução dos procedimentos a serem adotados conforme preestabelecido nas regras legais. 1.1 APRESENTAÇÃO Etimologicamente, no dizer de Stolze e Pamplona (2006, pag. 2 e 3), A palavra ‘responsabilidade’ tem sua origem no verbo latino respondere, significando a obrigação que alguém tem de assumir com as consequências jurídicas de sua atividade, contendo, ainda, a raiz latina de spondeo, fórmula através da qual se vinculava, no Direito romano, o devedor nos contratos verbais. 2 Expressa o autor que, quando falamos que alguém é responsável ou tem responsabilidade sobre alguma coisa, significa que essa pessoa tem condições de pensar sobre seus atos, ou quando começamos uma atividade, seja ela qual for e somos os responsáveis, devemos saber que as consequências de tudo aquilo que resulte dessa atividade, tanto as coisas boas como as coisas ruins, são de nossa inteira responsabilidade e, portanto devemos ser entendedores e conscientes que a responsabilidade não é algo que podemos ter como simples, fácil; devemos analisar cada um de nossos atos se pretendermos cumprir nossas tarefas e deveres a cada dia, pois a responsabilidade, além de estar relacionada diretamente com a consequência de nossos atos, está devidamente associada aos princípios sociais a partir dos quais tomamos as devidas motivações para exercer o livre arbítrio e atuar em conformidade com a sua responsabilidade . Entendemos então após nos atermos a esse estudo que como profissional da Contabilidade o individuo deve manter um liame com sua responsabilidade e assim atuar com nobreza tanto no aspecto social, profissional e do saber contábil, e assim o fazendo consequentemente evitara as cobranças tanto na esfera civil ou penal. 1.2 PROBLEMÁTICA E JUSTIFICATIVA Partindo dessa premissa estaremos nesse estudo como objetivo central, abordando a responsabilidade civil e penal inerente as implicações civis e criminais de uma função tão importante e complexa como a do profissional da contabilidade, alem do que determina o código de ética (RESOLUÇÃO CFC Nº 803/96), a responsabilidade civil de acordo com o Novo Código Civil (Lei nº 10.406/02), e penal conforme Código Penal (Lei nº 10.268/01), deixando como enfoque os riscos inerentes ao profissional contábil como pessoa física e jurídica, demonstrando como as atividades desenvolvidas por este profissional devem estar de acordo com as legislações que orienta essa profissão. Para Silva (2008, pag. 749), a responsabilidade revela o dever jurídico, em que se coloca a pessoa, seja em virtude do contrato, seja em face de fato ou omissão a que deu causa, para satisfazer a prestação convencionada ou arcar com as sanções legais cominadas à conduta danosa. Dessa forma, acrescenta o autor que a responsabilidade jurídica abrange a responsabilidade civil e a criminal, diz que a responsabilidade penal, pressupõe uma turbação social, isto é, uma lesão para com a ordem da sociedade, acarretando um dano social determinado pela violação da norma penal, tendendo, portanto, à punição, ou seja, ao 3 cumprimento da pena estabelecida na lei penal, aquela requer prejuízo à terceiro, particular ou Estado. Conforme Gonçalves (2012, pag.561); “A diferença entre responsabilidade civil e criminal está em que essa impõe o cumprimento da pena estabelecida em lei, enquanto aquelaacarreta a indenização do dano causado”; uma vez que; a responsabilidade tem por significado assumir o pagamento ao qual o indivíduo se obrigou ou do ato que praticou. Assim sendo, entenderemos que as duas responsabilidades poderão ser de fato, independentemente investigadas, haja vista o fato de na esfera criminal ser julgado em seu aspecto social enquanto que na esfera civil, o mesmo é obrigado a reparar o dano gerando dessa maneira o dever de indenizar. 1.3 RELEVÂNCIA E ORIGINALIDADE Passaremos então nessa abordagem entender que a Responsabilidade Civil tem uma função reparadora ou indenizatória e também garante segurança ao lesado. De acordo com o Novo Código Civil (Lei nº 10.406/02), a responsabilidade do profissional contábil é: moral (valores pessoais); social (bem estar coletivo); ética (o bem da corporação); civil (direito individual indenização por dano). A responsabilidade penal, conforme Código Penal (Lei nº 10.268/01) vem em complemento como parâmetro especifico manter a ordem pública; busca a reparação dos danos sociais, como forma de punir o ato ilícito ocorrendo à reparação ou punição do agente causador do dano que venha a atingir a Sociedade ou a um indivíduo. Ressalta-se que, em virtude da aludida lei, (Lei nº 10.268/01), para a verificação da efetiva ocorrência da responsabilização civil ou penal do contador, há de se observar três requisitos preliminares, quais sejam: O primeiro: a conduta antijurídica, ou seja, a conduta do ofensor, que revele ilicitude, a antijuridicidade é a relação de contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico, não basta, para a ocorrência de um crime, que o fato seja típico (previsto em lei), é necessário também que seja antijurídico, ou seja, contrário à lei penal, que viole bens jurídicos protegidos pelo ordenamento jurídico.O segundo: o prejuízo, ou seja, a existência de um dano o resultado danoso, gerando dessa maneira o dever de indenizar.O terceiro, o nexo de causalidade, ou seja, a existência de um dano e a relação de causalidade entre a conduta e o dano. 4 1.4. OBJETIVOS Para isso aplicaremos uma formulação clara, pois o tema em questão e os motivos que justificam a escolha geral do artigo tem o propósito de evidenciar que a profissão contábil é uma das profissões mais normatizadas, por esse motivo os profissionais contábeis devem proceder nas suas obrigações com grande conhecimento da aplicabilidade da legislação que norteia a sua profissão cumprir com zelo o seu dever, ou caso contrario assumir as consequências provenientes de seus atos, ou seja, as penalidades que lhes será imputada, pois o profissional contábil por sua formação tem se tornado um elemento de referencia na sociedade, influenciando positivamente o meio onde atua; haja vista que a sociedade em seu conjunto espera que este atue com integridade, objetividade e independência, que seus serviços sejam desempenhados com competência, diligencia e descrição e que a Ética seja um princípio fundamental religiosamente lembrado para que o contador tenha uma postura séria e que faça o seu trabalho com convicção e isenção. Para LISBOA (2014), o papel do contabilista é suprir, com as informações desejadas cada um desses usuários, na medida de suas necessidades, sem buscar o beneficio ou o privilegio de qualquer um em particular. Para alcançar o objetivo que dele se espera, o contabilista necessita estabelecer em seu comportamento determinadas condições e características. 1.4.1 OBJETIVO ESPECÍFICO Nada obstante, teremos como objetivo especifico delinear que, em qualquer que seja a situação, o profissional deve buscar sempre refúgio no Código de Ética Profissional e na ética de modo geral. Código de Ética Profissional do Contador RESOLUÇÃO CFC Nº 803/96 Art. 2º São deveres do Profissional da Contabilidade: (Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)I – exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada toda a legislação vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais; (Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010). Deixaremos claro em nossos estudos que ao firmar o contrato de prestação de serviço, a responsabilidade passa a ter começo e fim, pois a existência de um contrato formal 5 veiculado bilateralmente; faz mister a delimitação do período , serviços a serem prestados e das atribuições e responsabilidades do profissional da contabilidade, como também, da empresa. O contrato de prestação de serviços deve estar em conformidade com a Resolução 987/03 art.2.º identificando as partes contratantes, deve constar a relação dos serviços a serem prestados, tempo de duração com cláusula rescisória caso uma das partes não cumpra o combinado, os honorários e prazos a serem pagos, e as responsabilidades e assinaturas das partes contratantes. RESOLUÇÃO CFC Nº 987/03 - Regulamenta a obrigatoriedade do contrato de prestação de serviços contábeis e dá outras providências. Art. 1.º O contabilista ou a organização contábil deverá manter contrato por escrito de prestação de serviços. Parágrafo único. O contrato escrito tem por finalidade comprovar os limites e a extensão da responsabilidade técnica, permitindo a segurança das partes e o regular desempenho das obrigações assumidas. 1.5 CARÁTER E PREMISSA DA PESQUÍSA Trataremos o estudo como uma pesquisa descritiva que Segundo Gil (1999, p. 45), aborda a descrição e características ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Dos resultados obtidos no trabalho, apresentado de forma objetiva e concisa, iremos entender que o contador tem mais responsabilidade do que se pode imaginar, pois este precisa estar sempre atento às mudanças nas legislações e normas quando na execução dos serviços contábeis sob sua responsabilidade, bem como às datas e obrigações fiscais, as mudanças constantes das leis Federais, Estaduais e Municipais, que exigem cada vez mais atualização profissional, capacitação, treinamento, e responsabilidade das Empresas de Serviços Contábeis. A abordagem do problema se caracteriza como qualitativa, por analisar a interação entre as variáveis que envolvem o profissional contábil e conforme Richardson (1999, p.80) “contribui no processo de mudança de determinado grupo e possibilita, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos”. Quantos aos procedimentos técnicos, trataremos como uma pesquisa bibliográfica e estudo de casos, desenvolvida a partir de matérias específicas elaboradas constituídas de livros e artigos científicos, sites da internet, pois o objetivo principal será demonstrar os riscos e penalidades que esse profissional poderá incorrer caso não se adapte a legislação que norteia a profissão contábil. 6 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para melhor denotar a essência natural da nossa pesquisa alinharemos aos nossos estudos como parâmetro primordial o processo evolutivo da contabilidade visualizando em IUDÍCIBUS (2010), que ao longo da história pode-se perceber que, em cada época, a contabilidade procurou ou tem procurado gerar informações que pudessem atender aos requisitos dos usuários. O proeminente professor universitário e conferencista internacional de Contabilidade em sua obra afirma que: a contabilidade é tão remota quanto o homem que pensa e conta, pois a sua necessidade de acompanhar a evolução dos patrimônios foio grande motivo para o seu desenvolvimento, esclarece também que a Contabilidade é tão antiga quanto à origem do Homo Sapiens, e que alguns historiadores creditam os primeiros sinais objetivos da existência da contabilidade há aproximadamente 2.000 anos A.C. alem disso continua o autor; Outros historiadores determinam que até antes da era Cristã, surgiram diversos registros de transações contábeis na China, Egito, Assíria, Fenícia, Pérsia etc., claro que de forma rudimentar uma vez que, o homem a partir do momento que teve a necessidade de tomar conta do seu patrimônio, utilizou-se de mecanismos rudimentares como fichas de barro e depois de argila, para, mais adiante, utilizar-se de contas. Afirma ainda que no início, era o homem tentando resolver problemas práticos do controle de seu patrimônio ao longo do tempo, passou dessa simplicidade para o desenvolvimento de uma ciência e que na idade medieval, houve certo aperfeiçoamento, por causa das atividades comerciais; na idade moderna, o surgimento das escolas do pensamento contábil, todas provenientes da Europa. Conforme IUDÌCIBUS (2010) a chamada Escola Europeia alcançou seu momento de glória, principalmente com a Italiana; porém, por ter uma natureza bastante teórica, fez com que houvesse a ascensão mais adiante da Escola Norte-Americana, baseada na prática e criada pelos profissionais e que na era mercantilista, provavelmente no século XIII ou XIV, na Itália floresceu a Contabilidade, isto nas cidades de Veneza, Florença e Pisa. Essas cidades, entre outras, fervilhavam de atividade mercantil, econômica e cultural, então foi nesse período, por volta de 1494, que o frei franciscano chamado Luca Pacioli escreveu seu famoso livro Tractatus de Computis et Scripturis, que descrevia o sistema de partidas dobradas, e apresentava o raciocínio em que buscavam os lançamentos contábeis, onde que para todo crédito há um débito. Segundo o autor na era mercantilista, mas precisamente entre os séculos XIII e XIV começam a florescer no norte da Itália centros de comércio e, paralelamente a essa 7 expansão comercial surgem os primeiros registros contábeis pelo método das partidas dobradas. Esse método desenvolvido pelo Frei Luca Pacioli provoca uma revolução na forma de controle e escrituração, especialmente por reconhecer na contabilidade de cada uma das entidades envolvidas, as relações de débito e crédito, ou em outra ótica, as fontes e as aplicações de recursos. Com a disseminação do conhecimento da contabilidade e as pesquisas feitas em torno dela, principalmente, após a obra de Luca Pacioli, começou a ser criado um arcabouço teórico capaz de fundamentar em ciência o que nós escolhemos hoje como profissão. SÁ (Atlas 2010) realça em complemento que o Brasil não possuía uma escola de pensamento contábil, mas inicialmente a nossa contabilidade foi baseada no método italiano e posteriormente migrou-se para o método norte-americano, na qual persiste até os dias atuais. Na primeira fase, esclarece o autor que foi utilizado o método italiano, cuja época vai de 1915 a 1964 contando com ilustres autores, como: Carlos de Carvalho, Francisco D`Auria e Frederico Herrmann Júnior e que atualmente, são poucos os autores que seguem a corrente de pensamento italiano. Dentro deste contexto, conforme FRANCO, (1992), estuda-se a teoria da contabilidade com a finalidade de se obter subsídios suficientes para a aplicação do conhecimento prático no processo contábil. Sem o embasamento teórico, a contabilidade perderia seu foco, principalmente porque as demonstrações contábeis não atenderiam a padrões, tanto dos usuários quanto das normas contábeis. Em resumo, a Contabilidade abrange um conjunto de técnicas para controlar o patrimônio das organizações mediante a aplicação do seu grupo de princípios, técnicas, normas e procedimentos próprios, medindo, interpretando e informando os fatos contábeis aos donos das empresas. 2.1 QUALIFICAÇÕES DO PROFISSIONAL CONTÁBIL E A COMPETITIVIDADE. Entendemos então que caso o contabilista não seja capacitado para exercer sua atividade e não procurar aumentar seu conhecimento, bem como não estiver preocupado em se reciclar e se atualizar, não agir em conformidade com as regras relativas à sua profissão, sofrerão penalizações decorrentes de seus atos e consequentemente estarão diante da imensa legislação que deve ser observada para o desempenho da profissão contábil. As universidades 8 têm um papel fundamental e precisam perceber que são elas as responsáveis pela mão de obra qualificada absorvida pelas empresas. Assim, elas existem, também, para ajudar o mercado na formação de profissionais e para assegurar a estes mesmos profissionais um patamar de empregabilidade suficiente para enfrentar a onda de competitividade e desemprego que assola as economias do mundo inteiro. De acordo com Echeverria (2000, p. 88), “[...] onde houver uma empresa, haverá um contador. Seja na sua criação, ou no acompanhamento de seu desenvolvimento, a empresa obrigatoriamente contará com este profissional.” A empresa necessita dos serviços prestados pelo profissional contábil; da mesma forma, a empresa é o campo de trabalho do contador. Nessa relação de dependência recíproca, o contador contribui muito para o bom andamento das atividades da empresa, subsidiando o empresário através da prestação de informações vitais para a tomada de decisões importantes. Para isso deve estar bem informado e renovando seus conhecimentos através de estudos pertinentes a sua profissão e estudos relacionados às empresas atendo-se a representação dos conceitos da contabilidade que guiam a prática profissional como seus princípios fundamentais , de suma importância pois representam o núcleo central da própria contabilidade , porém não devem, de forma alguma, serem confundidos com objetivo da contabilidade, que é estudar o patrimônio. Eles existem para nortear e direcionar o pensamento crítico e lógico contábil e, por isso, são importantes para a classe, por regrar e guiar, nas mais diversas situações, o procedimento profissional. Ressalta-se, por fim, que o descumprimento de algum princípio torna a contabilidade falha e sua informação com pouca utilidade, afetando a demonstração da realidade patrimonial e, dessa forma, influenciando tendenciosamente os usuários da informação contábil o que podemos considerar que os Princípios são os guardiões da uniformidade profissional. Podemos dizer é que a contabilidade é governada por um conjunto de leis de formação, os Princípios da contabilidade, servem para facilitar a utilização da contabilidade no dia a dia. 2.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE A Resolução 750 do Conselho Federal de Contabilidade de 29.12.1993, publicada no D.O.U. de 31.12.1993 (alterada pela Resolução CFC nº 1.282/10) , estabeleceu a obrigatoriedade no exercício da profissão contábil da observância dos Princípios de Contabilidade. RESOLUÇÃO 750 (C F C 1993) Os princípios constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância, estão obrigatoriamente presentes na formulação das Normas Brasileiras de Contabilidade, verdadeiros pilares do sistema de normas, que estabelecerá regras sobre a 9 apreensão, o registro, relato, demonstração e análise das variações sofridas pelo patrimônio, buscando descobrir suas causas, de forma a possibilitar a feitura de prospecções sobre a Entidade e não podem sofrer qualquer restrição na sua observância. DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA Resolução CFC nº 750-93, de 29 de Dezembrode 1993. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (PFC) os enunciados por esta Resolução. § 1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). § 2º Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. CAPÍTULO II DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. Fonte WWW.contabeis 2000.vila.bol.com.br. Os princípios fazem com que já de inicio se tenha uma visão bem ampla da contabilidade em si: Art. 3º São Princípios da Contabilidade; Art.4º Principio da Entidade reconhece o patrimônio como o objeto da contabilidade; Art.5º Principio da Continuidade são as diferenças, as situações pelas quais passam o patrimônio. A continuidade da contabilidade é um aspecto a ser observado cuidadosamente para que se tenha um controle da situação. Art.6º Principio da Oportunidade se refere ao mesmo tempo, a um todo e a cada fase do patrimônio, determinando o que deve ser feito de imediato independente do que possa ocorrer. Art.7º Principio do valor original, utiliza e mantém atualizado o valor de entrada. *Art.8º principio da Atualização monetária foi revogado pela resolução CFC nº 1282\10 Art.9º Principio da Competência tem o objetivo de decidir quando as alterações patrimoniais vão aumentar ou diminuir o patrimônio liquido. Art.10ºPrincipio da Prudência reforça as necessidades de apresentar informações que reflitam o patrimônio liquido, gera precauções por parte do contador, impõe escolha da hipótese de que resulte menos PL. Resolução CFC nº 750-93, de 29 de Dezembro de 1993. Fonte www.contabeis 2000.vila.bol.com.br. Acesso em 15 de setembro de 2017. No Brasil, desde que a Lei nº 6.404/1976 (Lei das SA) os incluiu como matéria legislativa a ser observada pelos agentes do mercado de capitais, os princípios são objeto dos órgãos reguladores oficiais. (Resolução do CFC nº 750/1993 ) O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) definiu uma primeira versão em 1981, seguida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que emitiu uma deliberação em 1986 (Deliberação 29/1986), classificando-os em postulados, princípios propriamente ditos e convenções. Em 1993, 10 (Resolução do CFC nº 750), ambas as entidades acordaram em declarar "Os princípios da Contabilidade", o que não significa que são mais importantes do que os outros ou que existam somente os sete definidos pela norma profissional citada. Em 2008, a Deliberação 29/1986 da CVM foi revogada pela Deliberação nº 539/2008, que não mais os classifica em postulados, princípios e convenções, e sim a separá-los em Pressupostos Básicos e Características Qualitativas. Após esta data ocorreram novas atualizações. (Fonte www.contabeis 2000.vila.bol.com.br. ) Os Princípios da Contabilidade podem ser observados no exercício da profissão contábil e constituem condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). Além disso, na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade às situações concretas, a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. A Resolução do CFC nº 750/1993 define os Princípios, que estão revestidos de universalidade e generalidade, elementos que caracterizam o conhecimento científico, justamente com a certeza, o método e a busca das causas primeiras. A escrituração contábil (ITG 2000) deve ser realizada com observância aos Princípios de Contabilidade o nível de detalhamento da escrituração contábil deve estar alinhado às necessidades de informação de seus usuários. Nesse sentido, esta Interpretação não estabelece o nível de detalhe ou mesmo sugere um plano de contas a ser observado. O detalhamento dos registros contábeis é diretamente proporcional à complexidade das operações da entidade e dos requisitos de informação a ela aplicáveis e, exceto nos casos em que uma autoridade reguladora assim o requeira, não devem necessariamente observar um padrão pré-definido. O código civil estabelece que o diário seja o livro obrigatório da contabilidade. Entretanto, o livro razão, os livros fiscais, dentre outros, são igualmente exigidos através de legislação específica no campo tributário, legislação da sociedade anônima, legislação trabalhista e previdenciária, legislação de tributos estaduais e municipais. O diário como livro contábil, pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico, lembrando que de acordo com o artigo 1.181, salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, deve ser autenticado no Registro Público de Empresas Mercantis. Para que esta autenticação possa ser efetivada é indispensável que o empresário ou a sociedade empresária estejam devidamente inscritos na Junta Comercial. Os livros não obrigatórios podem também ser autenticados. 11 A responsabilidade pela escrituração é do contabilista legalmente habilitado, ou seja, o contador ou o técnico em contabilidade registrado no Conselho Regional de Contabilidade do Estado em que se localiza a empresa. 2.2.2 A LEGISLAÇÃO E OS ÓRGÃOS FISCALIZADORES Através do Decreto-Lei n.º 9.295 de 27 de maio de 1946, (Legislação da Profissão Contábil. Brasília: CFC, 2003) foram criados o Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais de Contabilidade os quais definem as atribuições do Contador e dá outras providências. Os CFC’s e os CRC’s foram criados para atender aos profissionais contábeis a fim de registrar, fiscalizar e valorizar a profissão de suma importância para sociedade e concomitantemente para a economia. Etimologicamente Contabilista designa a grande classe contábil, formada pelas categorias dos Contadores (bacharéis em Ciências Contábeis) e Técnicos em Contabilidade (formados em cursos técnicos), que exercem suas prerrogativas profissionais. Seus ordenamentos foram estabelecidos pelo Decreto Lei n.º 9.295 de 27 de maio de 1946 que criou o CFC e define as atribuições do contador e do técnico em contabilidade. Com sede no Distrito Federal, no qual os CRC’s ficam subordinados, é constituído por nove membros brasileiros, com habilitação profissional e obedecerá ao art.1.º do Decreto-Lei n.º 1.040, de 21/10/1969, que dispõe: o Conselho Federal de Contabilidade será composto por até 15 (quinze) membros, e por igual número de suplentes. Conforme Decreto-Lei n.º 9.295 no seu art. 6.º: tem como foco organizar o seu regimento interno; aprovar os regimentos internos organizados pelos CRC’s, modificando o que for necessário; tomar conhecimento de quaisquer dúvidas dos CRC’s e solucioná-las; decidir em última instância, os recursos de penalidade imposta pelos CRC’s; e, publicar o relatório anual de seus trabalhos, onde deverá constar a relação de todos os profissionais registrados. Em suma o Conselho Regional de Contabilidade (CRC) é uma associação de Classe profissional brasileira formado por contadores eleitos em cada estado e no Distrito Federal por Contadorese Técnicos Contábil. É responsável pelo registro e fiscalização do exercício da profissão contábil no Brasil juntamente com o Conselho Federal de Contabilidade. 12 2.2.3 A LEGISLAÇÃO E A RESPONSABILIDADE DO CONTABILISTA. Com a entrada do novo Código Civil através da Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (BRASIL, 2002), a responsabilidade do contabilista foi severamente ampliada. Em vigor a partir do dia 11 de janeiro de 2003, Inclusive sujeitando o profissional contábil a responder, pessoal e solidariamente, perante a empresa e terceiros, inclusive com o patrimônio pessoal, assim, considerando que a profissão contábil é uma das profissões mais normatizadas torna-se necessário que o profissional contábil seja devidamente capacitado ao exercício da mesma, possua notório saber e detenha grande conhecimento da aplicabilidade da legislação que norteia a sua profissão, bem como dos riscos e penalidades que está sujeito no dia-a-dia no exercício desta. Ao todo são 18 artigos do Novo Código Civil definindo á responsabilidades do contabilista. Com o Art. 1.177 em seu parágrafo único estabelecem que "No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente responsáveis perante os preponentes pelos atos culposos; e perante terceiros, solidariamente com os preponentes, pelos atos dolosos.", no entanto, quem é o preposto (contabilista), o que pode acarretar diferentes interpretações da lei vista não ser obrigatória à contratação de profissional para a execução de serviços contábeis, mas conclui-se, desde o princípio tratar-se de contabilista. 3 RESPONSABILIDADE CIVIL COMO FUNÇÃO REPARADORA De acordo com o Novo Código Civil (Lei nº 10.406/02) a Responsabilidade Civil tem uma função reparadora ou indenizatória e também garante segurança ao lesado, quanto a sua natureza a responsabilidade pode ser normal, civil ou criminal. De acordo com Código Penal (Lei nº 10.268/01), a responsabilidade do profissional contábil é: moral (valores pessoais); social (bem estar coletivo); ética (o bem da corporação); civil (direito individual indenização por dano); penal (ordem pública); e, filosófica (notórias sabedorias transcendem o conhecimento contábil). A Responsabilidade civil Resulta da prática de infração a um dever, seja ele legal ou contratual, resultando em dano a terceiro. Segundo Oliveira (2005, p.37), a responsabilidade civil abrange tanto a obrigação de reparar danos decorrentes de inadimplência, de má execução ou de atraso no cumprimento de obrigações e violação de outros direitos alheios. O interesse é diretamente do prejudicado em recompor seu patrimônio privado lesado. 13 3.1 A RESPONSABILIDADE CIVIL X CRIMINAL Como o objetivo é expor de forma clara e simples as principais diferenças entre a responsabilidade civil e a responsabilidade penal, ocorre que, apesar de possuírem o mesmo fundamento: “a reparação”, elas incidem de maneira diferente uma vez que estão em esferas jurídicas diferentes. Se nos ativer ao art. 935 do Código Civil veremos que esse estabelece que: A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. “No exercício de suas funções, o contabilista pode violar preceitos legais de modo voluntário ou involuntário.” Dessa forma, da prática do ato, decorre a responsabilidade do agente. O art. 1.177 CC vem ressaltar que a responsabilidade dos profissionais de contabilidade é direta, pessoal e solidária no caso de prática de atos dolosos. Como exemplo, é válido considerar um balanço realizado pelo contador cujos erros técnicos acabem gerando prejuízos a seu cliente. Pelo prazo de cinco anos, a partir do conhecimento do fato, pode ser exigido do contador a reparação dos danos causados. Contadores são pessoalmente responsáveis pelos atos culposos junto aos clientes e pelos atos dolosos perante terceiros, solidariamente com o cliente. Há ainda a responsabilidade administrativa, no caso de envolver um agente público no exercício da função, como v.g. (por exemplo) o perito judicial, e a responsabilidade penal, quando os atos do agente repercutam na seara penal, enquadrando-se como crime ou contravenção. Nesta, diferente da civil, o interesse protegido é público (violação direta da ordem social) e a consequência do dano é a pena. Assim, o foco desta é a pessoa; daquela, o dano. 3.2 A RESPONSABILIDADE SUBJETIVA Há ainda a responsabilidade subjetiva (necessita-se provar o dolo ou culpa do agente) e objetiva (deve-se apenas provar a conduta, o dano e o nexo causal entre ambos). No direito penal, não se aceita a responsabilidade objetiva; é mister que se prove o dolo ou a 14 culpa do agente. Aplica-se, de forma absoluta, a teoria da responsabilidade subjetiva no direito penal. Em regra, aplica-se também no direito civil. Conforme o artigo 186 do NCC, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. O art. 927 dispõe que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. O juiz poderá aplicar ainda multa sobre o valor da causa, no caso de dano por perito contábil (art. 424/CPC). E para reparar o dano que o perito causou, pode o juiz aplicar um percentual sobre o valor da causa, a título de multa, em decorrência do possível prejuízo a ser reparado, CPC art. 424, este artigo é específico para o perito. (Novo Código Civil (Lei 10.406/2003). Excepcionando a regra do CDC, a responsabilidade dos profissionais liberais é subjetiva. Arts. 14 e 18. c/c o art. 927 do código Civil. Art. 14: O fornecedor de serviços responde independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. (…) § 4º: A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. Enfim, deve-se comprovar dano, ação, nexo causal e dolo ou culpa do agente causador do dano. (Código do Consumidor (Lei 8.078/90). O Novo Código Civil trouxe capítulo referente ao “direito da empresa”, no qual trata sobre a responsabilidade civil do contador juntos às sociedades empresárias. “Entre os artigos do Código que norteiam o exercício contábil, um dos mais importantes para a área é o de número 1.177, que trata da responsabilidade civil do contador”. Ao produzir balanços, por exemplo, caso o erro cometido tenha sido praticado por imperícia, o contador responderá diretamente a quem solicitou o serviço. A situação evolui para processo penal se ficar provado que o profissional tinha conhecimento do erro ao divulgar o balanço. Neste caso, ele responderá à Justiça, assim como às outras entidades envolvidas.” Seria simplório abordar as implicações criminais de uma função tão importante e complexa como a do profissional da contabilidade. Há várias legislações a serem analisadas, como por exemplo: Código Penal, Lei 8.137/90 (crimes fiscais), Lei 11.101/2005 (Nova Lei de Falências) e Lei 7.492 (crimes contra o sistema financeiro nacional ) 15 3.3 A RESPONSABILIDADE PENAL NO EXERCÍCIO PROFISSIONALVejamos, então, até que ponto vai sua responsabilidade penal do contador no exercício profissional. A Responsabilidade penal do contador resulta alem de outras a falsificação ou alteração de documentos, incluindo aí os livros mercantis, constitui crime previsto no Código Penal. Uma declaração falsa em documento contábil com obrigações da empresa perante a Previdência Social é um bom exemplo, da mesma forma quando envolve folha de pagamento ou carteiras de trabalho. Já perante a lei de falências, informações inexatas no balanço, omissão de lançamento na escrituração contábil e dados apagados em sistemas informatizados são crimes que podem resultar até em seis anos de reclusão do contador. Lei 11.101(2001). 3.3.1 CRIMES ESPECÍFICOS QUANTO A ATIVIDADE CONTÁBIL. Falaremos inicialmente do Decreto 5.844 de 1943, mas sua validade permanece, determinando que o contador seja responsabilizado, junto do contribuinte, por atos de falsidade em documentos por ele assinados e por irregularidades de escrituração cujo objetivo é fraudar impostos. Outra contribuição importante vem da Lei nº8137 , publicada no final de 1990, que define crimes contra a ordem tributária. Suprimir ou reduzir tributo, omitir informações, prestar declaração falsa, fraudar a fiscalização tributária e falsificar nota fiscal são algumas das ações que podem render até cinco anos de prisão e multa ao profissional da contabilidade. Haja vista as implicações da conduta abrangem amplos setores do Estado, economia e sociedade. O produto de seu ofício está nas informações contábeis, balanços, peças contábeis assinadas, que ditará o destino de investimentos, conduzirá a vida de empresas e será prova do papel social e tributário desta junto aos entes federativos. A Responsabilidade do Contabilista além das mensuradas, podem ser também contratual quando da violação direta das normas do contrato e extracontratual na violação do ordenamento jurídico. Entre os artigos do Código que norteiam o exercício contábil, um dos mais importantes para a área é o artigo 1.177, que trata da responsabilidade civil do contador. 16 Ao produzir balanços, por exemplo, caso o erro cometido tenha sido praticado por imperícia, o contador responderá diretamente a quem solicitou o serviço, evoluído para processo penal se ficar provado que o profissional tinha conhecimento do erro ao divulgar o balanço. Neste caso, ele responderá à Justiça, assim como às outras entidades envolvidas. “Veremos que mais do que crimes específicos conforme análise na lei em questão quanto à atividade do contador, há uma imensa responsabilidade deste profissional em coautoria ou participação em variados crimes”. Falso Testemunho ou Falsa Perícia (Perjúrio). Art. 342 do CP (DL 2.848/1940), inseridos no capítulo “Dos Crimes contra a Administração da Justiça”, alterado pela Lei 10.268/2001. Falso testemunho ou falsa perícia “Art. 342”. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001). “Pena - reclusão, de um a três anos, e multa”. § 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) § 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001). O profissional da contabilidade deixou de ser escriturário e passou a ser contador, portanto isso lhes atribui a pensar e agir como tal. Desse modo e de suma importância estar sempre orientado por princípios éticos e de respeito aos colegas e às leis e com boa conduta moral como um dever absoluto, cabendo-lhes a responsabilidade de orientar seus clientes, especialmente aos pequenos empresários, quanto ao ato de falsidade em documento e as consequências ocorrentes do ato caso persista em insistir praticar. 3.3.2 C0NDUTA ILÍCITA DO CONTADOR EM COAUTORIA A Lei 8.137/90 no seu art. 11 diz que “Quem”, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade; portanto, não há dúvida de que aqui também poderá estar enquadrada a conduta ilícita do contador, no mínimo em coautoria e, principalmente, porque boa parte das condutas dos arts. 1° e 2° são típicas de sua função. Sujeito passivo: Estado (Fazenda Pública). 17 Lei 8.137/90 Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas. I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; III - falsificar ou alterar nota fiscal fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável; IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Excludente de ilicitude (art. 23 do CP): não poderá o alegar o contador que cumpria ordens de seu patrão ou tomador dos serviços, pois sonegar não significa “estrito cumprimento de dever legal, nem muito menos exercício regular de direito”. O STJ já decidiu, de forma contundente, que responde pelo crime de sonegação fiscal: “Contador e o procurador da empresa que, inobstante ter conhecimento da existência de simulação, fez a escrituração e o controle contábil respectivo e assinou, em nome da pessoa jurídica, guia de informação e apuração do ICM, durante o tempo em que durou a fraude”. 4. CRIMES FALIMENTARES A Nova Lei de Falências e Recuperação Judicial (Lei 11.101/2005) ampliou a responsabilidade penal do contador, por crimes falimentares ao dispor: LEI 11.101/2005 Fraude a credores. Art. 168. Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperação extrajudicial, ato fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, com o fim de obter ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem. Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Haverá aumento de penal (1/6 a 1/3) se o agente: I – elabora escrituração contábil ou balanço com dados inexatos; II – omite, na escrituração contábil ou no balanço, lançamento que deles deveria constar, ou altera escrituração ou balanço verdadeiro; III – destrói, apaga ou corrompe dados contábeis ou negociais armazenados em computador ou sistema informatizado; IV – simula a composição do capital social; V – destrói oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os documentos de escrituração contábil obrigatórios. b) Contabilidade paralela. A pena do crime do art. 168 é aumentada de 1/3 (um terço) até metade se o devedor manteve ou movimentou recursos ou valores paralelamente à contabilidade exigida pela legislação. Concurso de pessoas. 18Nas mesmas penas incidem os contadores, técnicos contábeis, auditores e outros profissionais que, de qualquer modo, concorrerem para as condutas criminosas descritas no artigo, 168 na medida de sua culpabilidade. Redução ou substituição da pena. Tratando-se de falência de microempresa ou de empresa de pequeno porte, e não se constatando prática habitual de condutas fraudulentas por parte do falido, 8 poderá o juiz reduzir a pena de reclusão de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) ou substituí-la pelas penas restritivas de direitos, pelas de perda de bens e valores ou pelas de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas. Violação de sigilo empresarial. Art. 169. Violar, explorar ou divulgar, sem justa causa, sigilo empresarial ou dados confidenciais sobre operações ou serviços, contribuindo para a condução do devedor a estado de inviabilidade econômica ou financeira: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Deixar o contador de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios: Omissão dos documentos contábeis obrigatórios. Art. 178. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. Apenas neste caso, haverá a possibilidade de aplicar-se a suspensão condicional do processo. 5 PRINCIPAIS ESCÂNDALOS CONTÁBEIS CÍVEIS E PENAIS. Com o propósito de evidenciarmos melhor a responsabilidade cível e penal do contabilista a partir de fatos reais, exibiremos os principais escândalos contábeis, a partir das fraudes corporativas ocorridas, nos últimos anos, para melhor entendimento. 1- O Caso Enron – EUA (2001) – Era a sétima maior empresa dos Estados Unidos e uma das maiores companhias do setor de energia do mundo, com negócios em mais de 40 países, pediu concordata. Após dez dias. O Congresso americano iniciou uma análise sobre a quebra do grupo, que apresentava em seu balanço uma dívida de US$ 22 bilhões de dólares. No Brasil, na mesma época, a organização tinha participações no Gasoduto Brasil-Bolívia, na Usina Termoelétrica de Cuiabá, na Eletrobolt, na Gaspart, na CEG/CEGRio e na Elektro Eletricidade e Serviços. 19 O Economista Kenneth Lay fundou em 1984 a Enron, localizada em Houston, no Texas; foi uma das maiores empresas beneficiadas pela desregulamentação do mercado de energia dos Estados Unidos e pela alta de preços em 2000, quando o custo de energia no mercado atacadista americano subiu de US$ 32 para US$ 317. Sempre houve falta de divulgação das informações financeiras sobre a companhia; essa pratica era difundida pelo próprio Lay, então presidente da Enron, junto aos funcionários. Isso não atrapalhava o mercado americano, porque suas ações se traduziam em lucro Houston. Detentora de um faturamento anual de US$ 100 bilhões, a Enron valia US$ 64 bilhões em janeiro de 2001. Uma das maiores companhias de auditoria e consultoria do mundo, a Arthur Andersen, era a responsável por conferir a contabilidade da Enron. Durante o processo de falência da Enron, a Arthur Andersen foi arrolada pelo Departamento de Justiça norte- americano depois de ficar provado que havia autorizado a destruição de papéis referentes aos contratos de parcerias em prestações de serviço, usados pelo grupo para esconder as dividas e inflar os lucros. A empresa admitiu ter inflado os lucros em aproximadamente US$ 600 milhões em quatro anos. Assim, se inicia o maior escândalo financeiro na história recente dos Estados Unidos, que teve repercussão mundial. 2- Contador envolvido em fraude fiscal Brasil- Operação Ábaco –Policia Federal (2008)- Um contador de Piúma, no Sul do estado, foi preso na manhã desta quarta- feira (7) por fraude fiscal. Ele é suspeito de fazer declarações de imposto de renda com recibos médicos falsos que tinham até assinaturas de pessoas mortas. Em cinco anos, o acusado teria sonegado mais de R$ 2 milhões. O delegado da Receita Federal fez uma apresentação da Operação Ábaco, que deteve o contador. A polícia não divulgou o nome do acusado. A operação envolveu a Receita, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Segundo a PF, o acusado teria ajudado centenas de contribuintes a sonegar R$ 2,3 milhões, entre 2008 e 2012, com o uso de recibos médicos falsos. Os recibos eram assinados no nome de 18 supostos profissionais de saúde, de Piúma, Rio Novo do Sul e também de Vila Velha. Cinco deles já morreram há anos e outros oito nem médicos são, segundo as investigações. De acordo com o delegado da Receita Federal, Ivon Pontes Schayder, as pessoas que supostamente assinavam os recibos médicos falsos eram funcionários públicos, comerciantes e até agricultores. 20 O contador suspeito foi levado para o presídio de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, e segundo a PF, já confessou o crime. Ele foi indiciado por falsidade ideológica, falsificação de documento público e fraude fiscal. A pena passa dos cinco anos de prisão. As investigações continuam para saber exatamente qual a participação das pessoas, médicas ou não, que teriam assinado os recibos. É provável que o suspeito tenha feito declarações fraudulentas também este ano, o que ainda será investigado. O que confirmou a suspeita foi o excesso de declarações com recibos médicos feitas do computador do suspeito. 27% das declarações de Piúma vieram dele. O contador é de Piúma, mas não está descartada a possibilidade da fraude ter acontecido em outros municípios. Todos os contribuintes que foram beneficiados pelas fraudes deverão agora pagar o imposto devido, corrigido, as multas a serem aplicadas pela Receita Federal e ainda podem sofrer processo penal, por crime tributário. O delegado da Polícia Federal Rodrigo de Lucca informou que o contador foi indiciado por praticar crime contra a ordem tributária, por falsidade ideológica e sonegação fiscal. Ele poderá ser indiciado, ainda, por formação de quadrilha, caso seja comprovado que outros profissionais participavam do esquema. Os profissionais responsáveis pela emissão de falsos recibos e contribuintes que utilizaram esses recibos em suas deduções também podem ser penalizados criminalmente. O nome da operação, Ábaco, é uma referência a um dos primeiros instrumentos usados para realizar contas, que, apesar de antigo, ainda é usado nos dias de hoje na Ásia e para ensinar operações matemáticas em algumas escolas do ocidente. 3- Polícia Federal prende contador acusado de fraude em Feira de Santana. Operação Onça Preta - Os contadores que foram presos são de Feira de Santana e Jequié. Manoel Luiz Coutinho Machado chamou a atenção para o conhecimento dos acusados, que eram professores universitários e que demonstravam conhecimento dos mecanismos da restituição do Imposto de Renda. “Tinha um conhecimento muito grande e trabalhavam para prefeituras e inclusive com acesso as certificações digitais que gozam de credibilidade e que dificilmente seriam detectadas”, alertou. O delgado da Polícia Federal, Fábio Muniz, disse que alguns documentos importantes foram apreendidos na Operação Onça Preta e que tudo indica que mais pessoas estariam envolvidas no esquema fraudulento. Por motivo de segurança, o delegado não revelou a identidade do contador preso em Feira de Santana. A Operação cumpriu quatro mandatos de condução coercitiva, em Feira, Jequié e Fortaleza (CE). Segundo a PF, a ação tem como objetivo de desarticular quadrilha acusada de fraudar declarações do ImpostoSobre a Renda da Pessoa Física. 21 CONSIDERAÇÕES FINAIS A conclusão a que chegamos ao presente artigo é que as Responsabilidades atribuídas à classe contábil devem ser vistas como uma preocupação a mais da enorme necessidade de uma interpretação precisas das normas, pois, em todas as situações possíveis, sujeitam-se as ações na Justiça Cível e na Justiça Criminal em especial pela inobservância do Código Civil que trata da responsabilidade civil do contabilista. Tratamos em todo o tema com uma pesquisa descritiva que conforme sabemos Segundo Gil (1999, p. 45) aborda a descrição e características ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Dos resultados obtidos no trabalho, apresentado de forma objetiva e concisa, entendemos que o contador tem mais responsabilidade do que se pode imaginar, é preciso estar atento às mudanças da legislação e normas dos serviços executados, bem como às datas e obrigações fiscais, as mudanças constantes das leis Federais, Estaduais e Municipais, pois estão exigindo cada vez mais treinamento, trabalho e responsabilidade das Empresas de Serviços Contábeis. A abordagem do problema se caracteriza como qualitativa, por analisar a interação entre as variáveis que envolvem o profissional contábil e conforme Richardson (1999, p.80) “contribui no processo de mudança de determinado grupo e possibilita, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos”. Quantos aos procedimentos técnicos, tratamos como uma pesquisa bibliográfica e estudo de caso, desenvolvida a partir de matérias específicas elaboradas constituídas de livros produzidos por diversos autores, como também revistas e artigos científicos em loco na internet, haja vista o objetivo principal fora de exteriorizar os riscos e penalidades que esse profissional está sujeitos caso não se adapte as legislações que norteiam a profissão contábil. Para Echeverria (2000, p. 88), “[...] onde houver uma empresa, haverá um contador. Seja na sua criação, ou no acompanhamento de seu desenvolvimento, a empresa obrigatoriamente contará com este profissional”. Comprovamos que a lei não é o texto, mas o contexto; obrigações e normas a serem seguidas pelo profissional contábil podem destacar algumas obrigações que pela falta de seu cumprimento, acarretará em multas e penalidades para a empresa ou para o profissional responsável pela contabilidade desta empresa. 22 Demonstramos que devido à quantidade de penalidades imputadas o profissional contábil deve em principio conforme o Código de Ética Profissional do Contador, (RESOLUÇÃO CFC Nº 803/1996) exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo de dignidade e independências profissionais; conforme preconiza o art. 2º (Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010) inciso I, pois a nobreza do exercício profissional exige um comportamento qualitativo. E finalmente concluímos que a perfeição dos serviços, aliadas à atenção e responsabilidade, constituem-se deveres fundamentais do contabilista, primando à honestidade, sem subestimar as outras características. É essencial ser honesto, pois também é reflexo qualitativo da conduta moral. Obviamente que a legislação deve ser cumprida, pois se ninguém pode alegar o desconhecimento da lei, o Contabilista deve sempre estar atualizado em relação à legislação que regem o patrimônio das pessoas jurídicas (empresas) e físicas, bem como as datas e prazos das obrigações fiscais e a interpretação correta dos dados coletados, para assim adotar os procedimentos necessários para o crescimento da empresa ou instituição sob o seu oficio. REFERÊNCIAS ____________Contabilidade e fraude contábil, onde estamos errando? 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