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Gerenciamento de resíduos sólidos

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Construção Civil: gerenciamento de resíduos sólidos
A Construção Civil é reconhecida como uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social, e, por outro lado, comporta-se, ainda, como grande geradora de impactos ambientais, quer seja pelo consumo de recursos naturais, pela modificação da paisagem ou pela geração de resíduos. O setor tem um grande desafio: como conciliar uma atividade produtiva desta magnitude com as condições que conduzam a um desenvolvimento sustentável consciente, menos agressivo ao meio ambiente? É uma pergunta, embora antiga, ainda sem respostas satisfatórias. Sem dúvida, por ser uma questão bastante complexa, requer grandes mudanças culturais e ampla conscientização.
O consumo de materiais pela construção civil nas cidades é pulverizado. Cerca de 75% dos resíduos gerados pela construção nos municípios provêm de eventos informais (obras de construção, reformas e demoli- ções, geralmente realizadas pelos próprios usuários dos imóveis). O poder público municipal deve exercer um papel fundamental para disciplinar o fluxo dos resíduos, utilizando instrumentos para regular especialmente a geração de resíduos provenientes dos eventos informais. A falta de efetividade ou, em alguns casos, a inexistência de políticas públicas que disciplinam e ordenam os fluxos da destinação dos resíduos da construção civil nas cidades, associada ao descompromisso dos geradores no manejo e, principalmente, na destinação dos resíduos, provocam os seguintes impactos ambientais: 
• degradação das áreas de manancial e de proteção permanente; 
• proliferação de agentes transmissores de doenças ;
 • assoreamento de rios e córregos 
• obstrução dos sistemas de drenagem, tais como piscinões, galerias, sarjetas, etc.
 • ocupação de vias e logradouros públicos por resíduos, com prejuízo à circulação de pessoas e veículos, além da própria degradação da paisagem urbana; 
• existência e acúmulo de resíduos que podem gerar risco por sua periculosidade. 
Diante da situação caótica de disposição dos resíduos nas cidades, o poder público municipal atua, frequentemente, com medidas paliativas, realizando serviços de coleta e arcando com os custos do transporte e da disposição final. Tal prática não soluciona definitivamente o problema de limpeza urbana por não conseguir a remoção da totalidade dos resíduos. Ao contrário, incentiva a continuidade da disposição irregular nos locais atendidos pela limpeza pública da administração municipal. Estudos realizados em alguns municípios apontam que os resíduos da construção formal têm uma participação entre 15% e 30% na massa dos resíduos da construção e demolição. Embora representem uma parcela menor em relação à construção informal, os resíduos provenientes da construção formal podem ser destinados da mesma maneira, ou seja, desordenadamente, causando impactos ambientais significativos e expondo a atividade da construção empresarial a riscos de autuações e penalidades decorrentes da responsabilização por crime ambiental (dispor resíduos sólidos em desacordo com a legislação é considerado crime ambiental)
Gestão no Canteiro de Obras 
A questão do gerenciamento de resíduos está intimamente associada ao problema do desperdício de materiais e mão-de-obra na execução dos empreendimentos. A preocupação expressa, inclusive na Resolução CONAMA nº 307, com a não-geração dos resíduos deve estar presente na implantação e consolidação do programa de gestão de resíduos. Em relação à não-geração dos resíduos, há importantes contribuições propiciadas por projetos e sistemas construtivos racionalizados e também por práticas de gestão da qualidade já consolidadas. A gestão nos canteiros contribui muito para não gerar resíduos, considerando que:
 I - o canteiro fica mais organizado e mais limpo;
 II - haverá a triagem de resíduos, impedindo sua mistura com insumos; 
Nos últimos anos, a construção civil brasileira vem aumentando sua participação na economia nacional. Cerca de 15% do PIB brasileiro é do setor da construção, o que o torna um dos mais importantes ramos de produção do país. Nas últimas décadas, os resíduos de construção e de demolição (RCD) vêm recebendo atenção crescente por parte de construtores e pesquisadores em todo o mundo.
O gerenciamento dos resíduos da construção civil tem por intuito assegurar a correta gestão dos resíduos durante as atividades cotidianas de execução das obras e dos serviços de engenharia. Ele se fundamenta essencialmente nas estratégias de não geração, minimização, reutilização, reciclagem e descarte adequado dos resíduos sólidos, primando pelas estratégias de redução da geração de resíduos na fonte.
Esse assunto vem ganhando importância e destaque no cenário nacional, especialmente pela aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010, que regulamentou o setor, impondo diversas obrigações aos governantes e às corporações, buscando sempre a qualidade produtiva, da segurança e
ambiental em todas as obras. Assim, o gerenciamento de resíduos deve atuar como um conjunto de ações operacionais que buscam minimizar a geração de resíduos em um empreendimento ou atividade.
Usualmente estruturado por meio de um programa ou plano, costuma abranger conteúdos relacionados a seu planejamento, delimitação e delegação de responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos (materiais humanos, financeiros, temporais etc.), atividades de capacitação e treinamento, diagnóstico e/ou prognóstico de resíduos.
Embora nem todo resíduo de construção e de demolição possa ser entendido como um resíduo sólido (tais como esgotos domésticos, efluentes líquidos e gasosos etc.), é comum estabelecer práticas análogas às adotadas no gerenciamento dos resíduos sólidos nesses casos.
Isso se deve principalmente ao fato de que o gerenciamento de resíduos sólidos, especialmente na indústria, acha-se em grande desenvolvimento devido ao tempo que se encontra disponível.
Geração de Resíduos na Construção Civil
Blocos de concreto, blocos cerâmicos, argamassas, outros componentes cerâmicos, concreto, tijolos e assemelhados; madeira; plásticos (sacaria de embalagens, aparas de tubulações etc.); papelão (sacos e caixas de embalagens dos insumos; utilizados durante a obra) e papéis (escritório); metal (ferro, aço, fiação revestida, arame etc.); serragem; gesso de revestimento, placas acartonadas e artefatos; telas de fachada e de proteção; EPS-poliestireno expandido (isopor); restos de tintas, vernizes; resíduos perigosos presentes em embalagens plásticas e de metal, instrumentos de aplicação como broxas, pincéis, trinchas e outros materiais auxiliares como panos, trapos, estopas são alguns exemplos de resíduos gerados na construção civil.
Entulho é o conjunto de fragmentos ou restos de tijolo, concreto, argamassa, aço e madeira, provenientes do desperdício na construção, reforma e/ou demolição de estruturas, como prédios, residências e pontes.
Os resíduos encontrados predominantemente no entulho, que são recicláveis para a produção de agregados, pertencem a três grupos:
Grupo I – Materiais compostos de cimento, cal, areia e brita: concretos, argamassa, blocos de concreto.
Grupo II– Materiais cerâmicos: telhas, manilhas, tijolos, azulejos.
Grupo III– Materiais não-recicláveis: solo, metal, madeira, papel, plástico, matéria orgânica, vidro e isopor.
Desses materiais, alguns são passíveis de serem selecionados e encaminhados para outros usos. Assim, embalagens de papel e papelão, madeira e mesmo vidro e metal podem ser recolhidos para reutilização ou reciclagem.
Reciclagem de Resíduos na Construção Civil
O mercado de RCD ainda é pouco conhecido e utilizado no Brasil. Reciclagem de entulho significa a transformação e reaproveitamento de materiais descartados e que são utilizados na construção civil em um novo produto.
Aproximadamente 90%  dos entulhos descartados podem ser reaproveitados. Todos os entulhos inertes da construção civil, já reciclados podem ser utilizados em blocos, tijolos, concretos não estruturais,argamassas e outros materiais.
O presidente da Abrecon, Gilberto Meirelles, em entrevista a revista PINI Web (2012), constata que, nos últimos anos, houve umaevolução real das soluções de destinação e reciclagem dos materiais, tanto de demolição como dos canteiros. Há um novo mercado de fornecimento de insumos resultantes da reciclagem, que chegam a ter preços 35% menores do que um produto original, outra boa prática é deslocar um britador móvel para o canteiro que, depois de separar o concreto do entulho, tritura o material. Esse concreto pode ser reutilizado na própria obra como pedra ou areia, dependendo do tipo de equipamentoutilizado. Quando a obra não consome todo o material reciclado que gerou, o restante é comercializado.
Já os itens que as empresas de construção retiram intactos de uma edificação são comercializados por lojas especializadas em produtos de demolição.
Benefícios da Reciclagem
A reciclagem do entulho visa a sustentabilidade, poupando florestas, reduzindo a extração de pedras de pedreiras sob arbustos e grandes áreas verdes, poupa nossas águas, evitando que o entulho seja descartado em rios, riachos, represas e mares e ainda gera trabalho e renda.
Pelo significativo consumo de água, energia, madeira e matéria-prima de origem mineral, o setor da construção civil é alvo da procura por selos verdes, agregando tecnologias para evitar o desperdício de recursos naturais e o descarte de resíduos.Obras que seguem princípios ambientais atestados pelo selo custam 5% mais caro. Mas, além da redução de custos após a construção, a valorização do empreendimento para revenda é de até 20%, de acordo com dados do sistema de certificação Leed.
CONCLUSÃO
A construção civil é de extrema importância para o crescimento econômico e social do país, ocasionando impactos ambientais na geração de resíduos e na extração excessiva de matéria prima.
As exigências da sociedade, são cada vez maiores para a melhoria e manutenção das condições ambientais, o que exige do Estado e da iniciativa privada medidas que possibilitem compatibilizar o desenvolvimento às limitações da exploração dos recursos naturais.
Uma das soluções para os problemas relacionados aos resíduos sólidos da construção civil e à limpeza urbana é a reciclagem do entulho, que além de diminuir a extração de materiais da natureza fazendo com que a obra dê mais lucros, ainda gera menos resíduos, o que também diminui os gastos com a disposição final dos resíduos que não puderem ser reciclados.
Bibliografia : https://www.ecodebate.com.br/2013/12/02/gerenciamento-e-reciclagem-dos-residuos-solidos-na-construcao-civil-por-elaine-cristina-barbosa-domingos-da-silva/ ( Acesso em 17/10/16)
http://www.cuiaba.mt.gov.br/upload/arquivo/Manual_Residuos_Solidos.pdf (Acesso em 17/10/16)

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