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TRABALHO ANTROPOLOGIA
DOCENTE: DANIEL		DISCENTE: LIDIO MARTINS
A noção de cultura nas ciências sociais – CUCHE, Denys 
O autor em seu livro busca demonstrar as diversas definições de cultura, que esta é primordial para o entendimento da sociedade, bem como para a questão de diferenciação entre os povos, mostrando o homem como o produto ou um ser cultural em sua essência, deixando de ser um “ser” instintivo para ser um “ser” cultural.
	Entende o autor que esta reflexão se faz necessária segundo as ciências sociais, pois é necessário pensar a unidade da humanidade na diversidade, além dos termos biológicos, buscando a resposta sobre a diferença entre os povos, sociedades ou grupos, sendo que a cultura fornece esta capacidade do homem adaptar-se a seu meio devido suas funções humanas ligadas a suas necessidades fisiológicas que são informadas pela cultura.
	Buscando uma reconstrução da gênese da noção de cultura, o autor remota ao século XVIII em França, pois e neste tempo que o termo “Cultura”, adquire seu sentido moderno, referindo-se no contexto, tanto a “educação do espírito” quanto à “civilização”, mesmo no século XIX e em um contexto alemão o termo designa tudo que é “autêntico” e da uma contribuição para o crescimento “intelectual e espiritual”.
	Desta forma a noção cientifica de cultura passa a ser aplicada unicamente ao que é humano, assim o dito choque de culturas diferentes leva a resultados constratados, devido às situações de contato ou pela forma de pesquisa ou abordagem utilizada na analise de determinadas culturas.
	Pode-se realizar o exame do conceito cientifico de cultura implica no estudo de sua evolução histórica, ligado na gênese da ideia moderna de cultura, que são dadas por lutas sociais na busca da resolução de questões sociais fundamentais.
Partindo deste ponto, o conceito de cultura, passa a se afirmar cada vez mais, com a contribuição de Taylor, que aborda os fatos culturais apartir de uma perspectiva ou ótica geral e sistemática e com a contribuição de Franz Boas que segundo seu pensamento a diferença e de ordem cultural e não racial, ele substituiu o conceito de raça pelo de cultura, demonstrando desta forma adequadamente conta da diversidade humana.
Sabendo-se que a cultura não se transmite imutavelmente de geração para geração é necessário uma observação minuciosa dos grupos ou sociedades quanto a sua situação sócio histórica que o produz e como ele é ou passa a ser, pois segundo o autor cultura é uma construção, das relações dos grupos sociais, ou seja, uma produção histórica.
Já Durkhein, vinculava a cultura a noção mais ampla de social, não sem adotar certo evolucionismo em suas posições, desenvolvendo a tese de consciência coletiva, assim o conceito de cultura é reconhecido apartir das teses de etnólogos americanos, que ressaltando a dimensão histórica dos fenômenos culturais, com a elaboração de conceito cultural, seja pelas análises funcionalistas de malinowski, defendendo a observação direta das culturas em seu estado presente, visto que todas as culturas sofrem mudanças do meio exterior, ou seja, através dos contatos.
Através da contribuição antropológica de Levi Strauss, com a proposição da ideia de invariabilidade da cultura ou com a metáfora da bricolagem definida por ele como colagem, construção, conserto e caracterizando o modelo de criatividade próprio das culturas ditas populares e das culturas imigradas, de mesma maneira como o sincretismo das sociedades ocidentais e também das culturas negras, preencheu os espaços da memória coletiva brutalizada e perturbada pela escravidão ou transferência de seu habitat natural, seja também pelo trabalho forçado e o anseio de liberdade.
Explana o autor que a cultura é um produto histórico, que reproduz relações sociais, que geralmente, se assentam numa situação de hierarquia, desta forma necessária se faz o estudo ou análise do contexto histórico, dos quais nascem de relações sociais que são sempre desiguais, pois deles resultam as hierarquias sociais.
Sabemos que todas as culturas merecem atenção igual, mas isso não pode significar que elas sejam reconhecidas de maneira igual ou semelhante ou possuindo o mesmo valor, nas disputas culturais, não é imperativo que a cultura mais forte, subjugue ou imponha sua ordem cultural à dita cultura dominada.
Ao analisarmos os grupos socialmente dominados, não se pode afirmar que estejam eles desprovidos de recursos culturais próprios e nem sejam capazes de interpretar as produções culturais que lhe são impostas, não podemos afirmar que todos os grupos são iguais e suas culturas equivalentes.
Em um espaço social sempre existira a hierarquia cultural, pois para Marx e Weber a cultura de classes dominantes, é sempre a cultura dominante, mas não pretendem dizer com isso que a cultura da classe dominante, é sempre a dominante, mas não pretendem dizer com isso que a cultura da classe dominante é dotada de superioridade ou de uma força de difusão que lhe viria de sua essência e desta maneira domina-se “naturalmente outras culturas”.
No entanto para eles, a força relativa dos grupos que dá suporte, portanto falar de cultura dominante ou dominada é metáforas na realidade em que existem grupos sociais que mantém relações de dominação ou subordinação, pois uma cultura dominada não é forçosamente uma cultura alienada ou dependente totalmente, apenas que a sua evolução acrescentará grau da cultura dominante, assim como a recíproca é real e verdadeira, somente em menor grau, sendo que a dominação cultural nunca é total e nem definitivamente garantida, havendo que ser sempre acompanhada por um trabalho continuo de inoculação e cujos resultados não sempre os esperados.
Muitas vezes avessos e contrários as expectativas dos dominadores, porque mesmo sofrendo a dominação não significa concordar com ela, como se pode notar a hierarquização das culturas que nascem certos subtipos culturais, como a cultura popular, cultura de massas, cultura operária, e cultura burguesa.
Ao evocar a questão das culturas das sociedades ou grupos dominados ou dominadores é necessário trazer a baila o debate em torno da noção de cultura popular, esta noção sofre desde sua origem, como se podem ver na França as ciências sociais interviram tardiamente neste debate, assim devido a nem todos os autores terem a mesma definição para “cultura” e ou de “popular”, tornando o debate muito mais difícil entre estes autores.
Como existem duas teses unilaterais das ciências sociais com relação à cultura popular, as quais devem ser evitadas, pois não reconhecem as ditas culturas populares como portadoras de qualquer dinâmica própria ou criatividade, acreditando que elas são simples produtos, cópias que derivam da cultura dominante, esta sim única e legitima, acreditando que a verdadeira cultura seria das elites sociais e as ditas populares meras cópias ou culturas marginais que apenas expressam a alienação social das classes populares que contrapõem a cultura de referência, ou seja, a única e verdadeira cultura.
Como a tese maximalista na qual vê as culturas populares, aquelas que deveríamos considerar como iguais, por vezes superiores, a cultura das elites, assim os defensores desta corrente acreditam que as culturas populares, seriam autênticas culturas, que nada devem a cultura das elites, desta maneira não seria possível estabelecer hierarquia alguma entre culturas.
Couche entende que a forma de cultura popular, seria uma forma de esquecimento a cultura dos dominadores e não de resistência a dominação, tornando possíveis suas atividades culturais autônomas, residindo ai a aptidão para a alteridade cultural dos fracos, pois neste isolamento onde não há a confrontação se gera uma autonomia de criação cultural, deixando de lado o confronto, o dominado embora o isolamento, representando uma forma de marginalização, pois este não estará em toda parte realizando o confronto com o dominador.
Mesmos marcados pela dependência a cultura dominante, mas independentes em muitos aspectos,pois encontram-se sós, esquecem a dominação e surge sua criatividade social, reagindo à dominação cultural através da provocação, o mau gosto, ironia, tornando-se assim em culturas de contestação, elas não estão em mobilização constante numa atitude de defesa militante, assim não bastão as práticas de atitudes de resistência cultural para fundar autonomia cultural forte o suficiente para fazer emergir uma cultura original. 
O autor ao discorrer sobre a noção de cultura em massa, como um nivelamento cultural entre grupos sociais, provocando de certa forma uma alienação cultural com a aniquilação da capacidade criativa do individuo, sendo que este não teria como escapar da influência da mensagem transmitida, pela generalização desta nos meios de comunicação
A noção de massa ou massificação sofre com a imprecisão, uma vez que este termo remete para o conjunto da população, e ora para sua componente popular, no entanto confunde-se “cultura as massas” e “cultura de massas”, pag.198, não é pelo simples fato de uma massa de indivíduos receberem a mesma mensagem que esta massa passa a constituir um grupo homogêneo, não que dizer que com a uniformização da mensagem midiática que a recepção se dará de modo uniformizado, pois depende-se muito das particularidades culturais de cada grupo.
Embora difunda mensagens em escala mundial, não a transforma em uma cultura mundial, a humanidade sempre produzirá diferença cultural, mas mesmo assim não é uma questão homogênea, pois o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa é voltado para os critérios de rendimento e de rentabilidade em tudo que é referente à produção cultural, havendo nivelamento por baixo da questão cultural.
Como cultura de classe, pode-se analisar que embora vivamos no mesmo ambiente, o sistema de valores, modelos comportamentais, educação, varia de uma classe para outra, mesmo porque temos costumes de vestir, hábitos alimentares, etc. que diferem dos outros, poder de compra, intelectual, dialético, a pratica culinária e outros que são muito reveladores sobre a classe social e de onde vem determinado individuo ou grupo social que ele pertence. 
Mesmo que o autor nos proponha que devido às necessidades que orientam as práticas culturais dos indivíduos estejam vinculadas as relações de trabalho, bem como suas formas de consumo, trazendo de certa forma um conformismo cultural, acentuando que a maneira de vida operária, traga uma retração para o espaço familiar.
Entende-se que o autor queira demonstrar a evolução cultural da classe operária, em torno de uma adaptação das antigas normas, do que uma apropriação de normas do meio exterior, afirmando que o modo de vida e ou a classe operária não reproduz suas representações de si mesma.
Já na contramão desta afirmação ele afirma que o modo cultural burguês, produz inúmeras representações de si mesmo, buscando conservar o domínio de sua própria representação, muito embora os indivíduos não se reconheçam como tal, pois dificilmente as pessoas se orgulham ou reivindicam serem da burguesia.
Em uma das primeiras abordagens etnográficas da cultura burguesa, foi realizada apartir de pesquisa sobre os colégios particulares católicos de paris, em que se analisaram três elementos fundamentais, as vestimentas, controle próprio e os costumes do cotidiano, chegando-se a conclusão que este modo de educação complementa a educação familiar. (pag. 170)
Esta é uma cultura que sempre se defendeu das pesquisas e análises realizadas, buscando maneiras de contextualizar a forma de vida empreendida pela dita classe burguesa, não realizando esta vinculação a uma comunidade de vida elitizada.
Bordieu fundamenta em seus trabalhos que raramente utiliza o termo “cultura”, pois este é utilizado em um sentido clássico e restrito que remete as “obras culturais” (pag.170) ele trata a cultura no sentido antropológico, buscando saber quais os mecanismos usados por esta sociedade tradicional ou não para a criação ou produção de cultura, pois acredita que estas estão intimamente ligadas na estratificação social. (pag. 171)
Ele recorre ao conceito de “habitus” que segundo ele “não é um sistema rígido de disposições que determinariam de maneira mecânica as representações e as ações dos indivíduos e que garantiria a reprodução social pura e simples” (pg. 174)
Os hábitos podem ser modificados de acordo com a situação vivida pelo indivíduo ou grupo, apartir de uma melhora ou queda no nível social, podendo acontecer um abrupto rompimento de sua maneira de viver ou produzir-se culturalmente.

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