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DIATERMIA AULA 9

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Profa. Carolina Menezes
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Conceito
É a geração terapêutica de calor por ondas eletromagnéticas de alta frequência. 
 
É uma corrente de alta freqüência (acima de 100mil Hz), cerca de 27,12 MHZ (27,33 MHZ[3]), e produz ondas eletromagnéticas (“campos elétricos e magnéticos que se deslocam pelo espaço sem a necessidade de um meio de sustentação”) com um comprimento de 11 metros. Seu funcionamento é como de um pêndulo, pois os elétrons ora se movem para um lado, ora para outro. A polaridade muda de posição tão rapidamente que não chega a estimular os nervos motores. 
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Diatermia
Consiste no desenvolvimento de métodos indutivos e capacitivos de aplicação de correntes de alta frequência, gerando um calor não-superficial.
Diferentes formas de aplicação terapêutica: aquecimento por Ondas Curtas (OC), aquecimento Ultra-sônico (US), e Microondas (MO) (embora não sendo uma forma tão profunda como os anteriores). 
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Biofísica da Diatermia
 Fenômeno D’Arsonval
D’Arsonval pegou várias correntes elétricas, e aplicando num segmento corpóreo, foi aumentando a freqüência seletivamente.
Na baixa freqüência tinha contração muscular, na média tinha um pouco de contração e um pouco de efeito calórico, quando chegava na alta freqüência não aparecia o efeito contrátil e somente se conseguia o efeito calórico.
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Biofísica da Diatermia
Efeito Joule
Geração de calor proporcionado pela passagem da corrente de alta freqüência pelas estruturas orgânicas.
 As moléculas de água, íons e proteínas submetem-se a rotações e oscilações à passagem do campo elétrico gerando calor.
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Biofísica da Diatermia
Experiência de Schiliephake
Schiliephake pegou 3 (A, B, C) reservatórios contendo água e um aparelho de ondas curtas. Em seguida colocou eletrodos de Shiliephake e observou o seguinte:
a) Quando os eletrodos estavam bem próximos ao reservatório, havia o aquecimento maior nos reservatórios da periferia (A e C);
b) Quando ele afastava os eletrodos, havia o aquecimento nos 3 reservatórios (A, B, C)
 Schiliephake concluiu que se quisermos aquecer estruturas localizadas mais profundamente devemos afastar os eletrodos da pele.
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Biofísica da Diatermia
Ausência de fenômenos eletrolíticos
Nas correntes de alta freqüência não é verificado fenômenos eletrolíticos.
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Biofísica da Diatermia
Ação do campo eletromagnético 
 Como sabemos que qualquer corpo condutor ao ser submetido a um campo eletromagnético gera em si uma corrente elétrica, este efeito de indução nos aconselha a evitar, durante o tratamento, a presença de peças metálicas e aparelhos de precisão no espaço de influência das ondas curtas. Em decorrência disso alguns profissionais preconizam que o paciente deverá retirar todos os objetos metálicos do corpo, e mesmo aqueles que não estejam no campo de aplicação (entre as placas). 
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Biofísica da Diatermia
Ação do campo eletromagnético 
Entretanto, outra corrente de profissionais afirma que não deve haver uma atitude de excessivo zelo, ou seja só devemos tirar os objetos metálicos que estão sob a região a ser tratada. Pois a ação do campo eletromagnético fora do campo de aplicação (entre as placas) não seria suficientemente intensa para gerar nas peças metálicas uma corrente elétrica. 
Andrews e col. (2000) orienta o uso de eletroestimuladores somente afastados cerca de 4,5 metros de raio de uma unidade de ondas curtas.
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Ondas Curtas (OC)
As radiações eletromagnéticas por ondas curtas variam, quanto à frequência, de 10 a 100 MHz (conhecidas como ondas de radiofrequência). Não causa despolarização da fibra nervosa, mas transforma-se em energia térmica nos tecidos.
A energia das Ondas Curtas pode ser administrada de modo contínuo (27,12 MHz) ou pulsado (26,95 até 27,28 MHz). 
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Ondas Curtas (OC)
Tanto os campos elétricos como os magnéticos são produzidos em tecidos humanos sujeitos às OC. Durante a aplicação das OC o paciente torna-se parte do circuito elétrico através do uso de eletrodos do tipo capacitivo ou bobina de indução.
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Aquecimento e o Tecido
O tecido que contém altas proporções de moléculas com carga (íons e proteínas) será, na teoria, o mais aquecido durante o tratamento com OC. Exp. Músculos, sangue e tecidos vascularizados, metal, suor. 
As moléculas dipolares (encontradas nos tecidos vivos consistem principalmente em água e algumas proteínas) também podem ser afetadas pelos campos elétricos encontradas nos tecidos vivos consistem principalmente em água e algumas proteínas.
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Aquecimento e o Tecido
 As moléculas não polares (células adiposas) durante a exposição às OC produzem uma quantidade desprezível de calor.
Se um implante de metal ou uma gota de suor estiverem dentro do campo elétrico, eles criarão uma área de campo com alta densidade e os tecidos adjacentes poderão ser expostos a uma grande carga térmica, o que pode ser suficiente para causar queimaduras. O tecido adiposo, por outro lado, é um mau condutor e, portanto, a magnitude da corrente produzida na gordura será mínima.
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OC: Modos de administração.
Ondas Curtas Pulsantes (DOCP): consiste na aplicação de uma série de breves rajadas (pulsos) de DOC. A única diferença entre a DOC e a DOCP é que a DOCP tende a transmitir uma potência média mais baixa (ocorre menor aquecimento). E alguns autores sugerem um efeito diferente – o “efeito atérmico”. (Controvérsias)
Ondas Curtas Contínuas (DOC) 
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Transferência de energia até o paciente
Pode ser de duas formas:
Capacitiva: a região a ser tratada é colocada entre duas placas capacitivas que atuam como componentes dielétricos. Posicionamento dos eletrodos: transversal, coplanar e longitudinal.
Indutiva: Baseia-se na formação de um campo magnético rapidamente alternado formado pela passagem de corrente alternada de alta frequência por uma bobina.
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OC: Técnicas de aplicação
Técnica Capacitiva: o paciente é conectado ao circuito elétrico do gerador de alta frequência por meio de um eletrodo capacitivo.
Técnica Indutiva: o paciente é conectado ao circuito elétrico do gerador de alta frequência por meio de uma bobina de indução.
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Capacitiva
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OC: Técnica Capacitiva
Existem dois tipos de eletrodos para a aplicação da DOC: 
Placas metálicas flexíveis (eletrodos maleáveis): folhas planas de metal revestidas com uma espessa camada de borracha.
Discos metálicos rígidos (redondos).
(Eletrodos de Schliephake)
 O aparelho de DOC possui braços ajustáveis que posicionam os eletrodos perto da parte do corpo a ser tratada. O posicionamento dos eletrodos influenciam na distribuição do campo. 
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OC: Técnica Indutiva
Eletrodos de bobina
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OC: Técnica Capacitiva. Disposição dos eletrodos:
Aplicação contraplanar (transversal)
Aplicação coplanar
Aplicação longitudinal
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Aplicação contraplanar (transversal)
Transversal: Medial e Lateral, Anterior e Posterior.
Segundo Salgado (1999), os eletrodos não poderão estar muito próximos pois impossibilitaria a criação de um campo eletromagnético.
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Aplicação coplanar
Co-planar: Eletrodos no mesmo plano. Este método promoverá uma terapêutica mais superficial. Deve-se respeitar uma distância mínima de 8 a 10 cm entre as placas, pois se houver redução dessa distância, haverá concentração de ondas curtas nas placas e não no paciente. 
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Aplicação longitudinal
Longitudinal: 
- um eletrodo na parte anterior da coxa e o outro na região plantar (paciente sentado); 
- um eletrodo na parte anterior da coxa e o outro na panturrilha (paciente sentado); ou
- um eletrodo na região lombar e outro na posição plantar.
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OC: Técnica Capacitiva, Discos metálicos, aplicação coplanar. 
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OC: Posologia
TEMPO DE TRATAMENTO
FASE
AGUDA: 10 a 15 min
FASE SUB-AGUDA: 15 a 20 min
FASE CRÔNICA: 20 a 30 min
 
 O tempo de exposição máxima para o fisioterapeuta deve ser de aproximadamente 8 minutos, por dia de trabalho, no campo de maior intensidade.
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OC: Posologia
Se faz necessária a construção do compartimento do ondas curtas com a “Gaiola de Faraday”; também é muito aplicada em equipamentos eletrônicos para evitar interferências eletromagnéticas.
Cuidado com aplicações em locais com proeminência óssea pois podem provocar “efeito ponta” (maior concentração de energia);
Deve-se evitar aplicações de ondas curtas em regiões de epífises férteis, pois podem alterar seu crescimento fisiológico.
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OC: Posologia
FREQUÊNCIA
Segundo Salgado (1999), a eleição da frequência também pode estar relacionada à fase da doença:
Baixa frequência - Fase aguda (0 a 50 MHz)
Média frequência - Fase subaguda (70 a 150 MHz)
Alta frequência - Fase crônica (150 a 300 MHz + contínuo)
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OC: Posologia
Dose Baixa (agudos) Dose Alta (crônicos)
 - Frequência de pulso (F) 		26 Hz				 200 Hz
 - Duração do pulso (DP)					 0,065 ms			 0,4 ms
 - Potência de pico de pulso (PPP)				 100 W	 1000 W
 - Potência média						
 1,7 W			 80 W	
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Microondas
É o grupo de radiações eletromagnéticas que ocupa aquela parte do espectro eletromagnético que se estende de comprimentos de onda de 1 m (freqüência 300 MHz) até 1 mm (300 GHz).
Frequência terapêutica: 2450 MHz.
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Aparelho de Microondas
O miolo do aparelho de microondas, uma válvula de magnetron com múltiplas cavidades, transmite energia de microondas para uma, entre uma variedade de antenas (refletores) circulares ou retangulares (REFLETORES) de diferentes tamanhos através de um cabo coaxial blindado. Por sua vez, a antena irradia microondas para a superfície da região a ser tratada da mesma maneira que uma antena de transmissão comum.
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Refletores das MO
Dispositivo direcionador circular com uma superfície refletora parabólica. Distribuição de calor em forma de “rosquinha”, aquecimento mínimo na área central.
Dispositivos direcionadores retangulares. Distribuição térmica ovalada (maior intensidade no centro).
OBS: A distância da pele e o emissor depende da potência do gerador e da área submetida a tratamento. Normalmente oscila entre 10 e 20 cm.
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Refletores das MO
Aplicadores de contato direto ( projetados para tratamento de pequenas áreas).
-Aplicadores resfriados a ar, operando na frequência de 915 MHz. (Mais eficientes no aquecimento de tecidos profundos)
-Pequenos eletrodos com potência delimitada, comumente de forma retangular. (Tratamento de sinusites).
 OBS: As MO podem ser direcionadas, não há necessidade de contato direto.
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Microondas
As microondas inicialmente radiadas podem ser absorvidas, transmitidas, sofrer refração ou sofrer reflexão de acordo com as leis ópticas das radiações.
Esses comportamentos determinam a distribuição de energia dentro do corpo.
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Aquecimento e o tecido
A energia das microondas tem a predisposição de penetrar os tecidos com baixa condutividade elétrica e ser absorvidas em tecidos com alta condutividade (tipicamente vasos sangüíneos, músculos, pele úmida, órgãos internos e olhos).
 As microondas de 122,5 mm (2450 MHz) aquecem a pele pelo menos na mesma extensão que os tecidos mais profundos.
O músculo contém mais moléculas dipolares do que o tecido adiposo, levando a um maior aumento na temperatura muscular quando a diatermia por microondas é usada (McMeeken e Bell, 1990).
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Aquecimento e o tecido
Nas interfaces entre os tecidos a absorção de energia é maior: pele-ar, músculo-gordura, osso-tecido mole.
A interface pele-ar é a interface que limita de forma mais significante a capacidade de aquecimento profundo das microondas (Schwan e Piersol, 1954, 1955).
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Aquecimento e o tecido
A reflexão pode também aumentar o aquecimento da gordura imediatamente sobre o músculo. Por exemplo, uma camada de gordura subcutânea mais espessa do que 20 mm pode ser aquecida ainda mais do que o músculo subjacente (Lehmann et al. 1962).
Dependendo da quantidade de tecidos adiposos a terapia poderá superficializar-se: espessura superior a 1 cm, o calor não consegue atingir tecidos mais profundos.
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Leis das radiações microondas
Somente as radiações que são absorvidas podem ser consideradas como tendo algum potencial de efeito terapêutico.
A intensidade da radiação que incide sobre a unidade da área de superfície do corpo é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre a fonte de energia e a superfície. (Cuidado com a distância entre a antena e a superfície do corpo).
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Preparo para o tratamento
Objetos metálicos podem funcionar como antenas quando sob a influência de radiações de microondas. Portanto, móveis de metal não devem ser usados durante tratamentos de microondas. 
As microoondas podem também interferir em outros equipamentos eletrônicos nas proximidades, tais como computadores. 
Os móveis de metal e equipamentos eletrônicos devem ficar distantes pelo menos 3 m.
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Dosagem das MO
Como a sensação térmica do paciente é o indicador mais importante da dosagem, essa precisa ser testada na área a ser tratada antes de começar a primeira aplicação. 
A dosagem escolhida, que deve ser baseada na gravidade, tipo e progresso do distúrbio, é determinada do mesmo modo que na diatermia por ondas curtas.
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Diatermia: Efeitos Fisiológicos
Produção de calor;
Vasodilatação;
 Hiperemia;
Aumento do fluxo sangüíneo;
Aumento do oxigênio na área;
Aumento do metabolismo;
Diminuição da pressão sangüínea;
Aumento do débito cardíaco;
Aumento da atividade das glândula sudoríparas;
Diminuição de viscosidade;
Aumento da leucocitose;
Aumento da fagocitose.
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Diatermia: Efeitos Terapêuticos
Antiinflamatório ; 
Espasmolítico;
Descontraturante;
Regenerador; 
Analgésico;
Cicatrização de tecidos moles.
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Indicações
 Afecções traumáticas (entorse)
Afecções musculares (espasmo, estiramento)
Afecções reumatológicas (artrite)
Dentre outras.
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Contra-indicações
Quadro inflamatório agudo
Supurações agudas não drenadas
Patologias com tendências hemorrágicas
Gestantes (O MO até 3 meses de gestação pode ser teratogênico)
Tumores malignos
Marca-passo
“Alterações sensitivas” 
Tromboses/Aterosclerose
Doenças infecciosas
Estado febril
Implantes metálicos no campo de aplicação
Doenças com degeneração de cartilagem articular
Áreas isquêmicas
Tuberculose
Insuficiência cardíaca
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Cuidados: OC
O fisioterapeuta deve permanecer a pelo menos a 1m dos eletrodos e 0,5 m dos cabos (McDowell e Lunt, 1991)
Assegurar que o paciente mantenha a posição correta enquanto durar a aplicação
Assegurar que o paciente não seja deixado sozinho durante o tratamento a menos que tenha um interruptor de mão confiável
Assegurar que o paciente não toque o aparelho
Assegurar que não haja outra pessoa nas proximidades do aparelho.
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Cuidados: MO
O fisioterapeuta que aplica o tratamento não deve ficar na linha direta do feixe ou dentro da área a 2 m da antena. 
Os operadores também devem estar cientes de que a reflexão do paciente pode ser de 50 a 75% e quase 100% do metal do aparelho.
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