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1
2
3
I	–
16
Ação	Declaratória	de	Nulidade	de	Negócio	Jurídico
CABIMENTO
O	Código	Civil	de	1916,	no	seu	art.	81,	conceituava	o	ato	jurídico	como	todo	ato	lícito
de	vontade	que	buscasse	adquirir,	resguardar,	 transferir,	modificar	ou	extinguir	direitos.	Para
expressar	 a	 mesma	 situação,	 o	 Código	 Civil	 vigente	 prefere	 o	 termo	 negócio	 jurídico,
observando	no	 art.	 104	 que	 para	 sua	 validade	 requer-se:	 (I)	 agente	 capaz;	 (II)	 objeto	 lícito,
possível,	determinado	ou	determinável;	(III)	forma	prescrita	ou	não	defesa	em	lei.
Nos	 capítulos	 intitulados	 Dos	 defeitos	 do	 negócio	 jurídico,	 arts.	 138	 a	 165,	 e	 Da
invalidade	 do	 negócio	 jurídico,	 arts.	 166	 a	 184,	 o	 Código	 Civil	 indica	 as	 hipóteses	 que
possibilitam	 a	 anulação	 ou	mesmo	 a	 nulidade	 do	 negócio	 jurídico.	 Sendo	 assim,	 desejando
alguém,	pessoa	física	ou	jurídica,	que	seja	judicialmente	declarada	ou	reconhecida	a	nulidade
de	um	negócio	jurídico,	pode	fazer	uso	da	“ação	declaratória	de	nulidade	de	negócio	jurídico”.
BASE	LEGAL
Com	escopo	de	poder	utilizar-se	da	ação	declaratória	de	nulidade	de	negócio	 jurídico,	o
autor	deve	informar	na	petição	inicial	a	razão	pela	qual	entende	ser	o	negócio	anulável	(arts.
138	a	165,	CC),	ou	nulo	(arts.	166	a	184,	CC).
PROCEDIMENTO
Na	 falta	de	previsão	de	um	procedimento	 especial,	 a	ação	 declaratória	 de	 nulidade	 de
negócio	 jurídico	 segue	 o	 “procedimento	 comum”	 (arts.	 318	 a	 512,	 CPC).	 Forneço	 a	 seguir
pequeno	esboço	do	referido	procedimento:
petição	inicial	(arts.	319	e	320,	CPC):
Obs.:
II	–
III	–
IV	–
V	–
a)	formados	os	autos,	esses	vão	conclusos	para	o	Juiz,	que	poderá:	(1)	determinar	que
o	 autor	 emende	 a	 inicial	 no	 prazo	 de	 15	 (quinze)	 dias	 (art.	 321,	 CPC);	 (2)	 não	 recebê-la,
extinguindo	o	feito	sem	julgamento	de	mérito	(arts.	330	e	485,	CPC);	(3)	recebê-la,	julgando
liminarmente	improcedente	o	mérito	(art.	332,	CPC);	(4)	recebê-la,	designando	audiência	de
conciliação	ou	mediação	e	determinando	a	citação	do	réu	(art.	324,	CPC);
b)	 além	 das	 medidas	 supra	 referidas,	 o	 juiz	 deverá	 apreciar	 eventuais	 pedidos	 de
“tutela	provisória”	(art.	300,	CPC),	como,	por	exemplo,	pedido	de	sustação	de	protesto.
citação	(arts.	238	a	259,	CPC):
Obs.:	a	 citação	deve	 ser	 feita	pelo	correio	 (art.	247,	CPC),	 com	antecedência	mínima
de	 20	 (vinte)	 dias	 da	 audiência	 de	 conciliação	 (art.	 334,	 caput,	 CPC),	 observando-se	 que	 o
prazo	para	oferecimento	de	contestação	só	começa	a	correr	“da	audiência	de	conciliação	ou	de
mediação,	 ou	 da	 última	 sessão	 de	 conciliação,	 quando	 qualquer	 parte	 não	 comparecer	 ou,
comparecendo,	não	houver	autocomposição”	(art.	335,	I,	CPC).
audiência	de	conciliação	ou	de	mediação	(art.	334,	CPC):
Obs.:	esta	audiência	só	não	será	realizada	se	as	partes	manifestarem	o	seu	desinteresse
(art.	 319,	 VII,	 CPC);	 não	 sendo	 este	 o	 caso,	 a	 falta	 injustificada	 será	 considerada	 ato
atentatório	à	dignidade	da	justiça,	sujeitando	o	infrator	a	multa	de	até	2%	(dois	por	cento)	da
vantagem	econômica	pretendida	ou	do	valor	da	causa	(art.	334,	§	8o,	CPC);	comparecendo	as
partes,	 o	 conciliador	 ou	mediador,	 onde	houver,	 tentará	 a	 conciliação	que,	 se	 frutífera,	 será
reduzida	a	termo	e	homologada	por	sentença.
da	contestação	(arts.	335	a	342,	CPC):
Obs.:
a)	o	prazo	para	oferecimento	da	contestação	é	de	15	(quinze)	dias	(art.	335,	CPC);
b)	é	na	contestação	que	o	réu	deve	concentrar	todas	as	questões	da	sua	resposta,	salvo
a	 exceção	 de	 impedimento	 ou	 suspeição,	 que	 devem	 ser	 feitos	 por	 petição	 autônoma	 (art.
146,	 CPC);	 ou	 seja,	 além	 de	 impugnar	 os	 fatos	 e	 os	 pedidos	 do	 autor,	 o	 réu	 pode,	 em
preliminar,	 arguir	 exceção	 de	 incompetência,	 seja	 absoluta	 ou	 relativa	 (art.	 64,	 CPC),
impugnar	 o	 valor	 da	 causa	 (art.	 293,	 CPC),	 impugnar	 os	 benefícios	 da	 justiça	 gratuita
concedida	 ao	 autor	 (art.	 100,	 CPC),	 provocar	 a	 intervenção	 de	 terceiros	 (arts.	 125	 e	 130,
CPC).	Por	fim,	o	réu	pode	na	própria	contestação	reconvir	(art.	343,	CPC).
das	providências	preliminares	(arts.	347	a	353,	CPC):
VI	–
VII	–
VIII	–
IX	–
4
Obs.:	 nesta	 etapa,	 o	 juiz	 manda	 ouvir	 o	 autor	 quanto	 a	 eventuais	 preliminares	 (art.
337)	ou	 fatos	 impeditivos,	modificativos	ou	extintivos	 levantados	pelo	 réu;	na	hipótese	de	o
réu	 não	 apresentar	 contestação,	 o	 juiz	 determinará	 ao	 autor,	 verificando	 a	 inocorrência	 do
efeito	da	revelia	(art.	344,	CPC),	que	especifique	as	provas	que	pretenda	produzir.
do	julgamento	conforme	o	estado	do	processo	(arts.	354	a	356,	CPC):
Obs.:	 o	 juiz	 deve	 verificar	 se	 ocorre	 qualquer	 das	 hipóteses	 que	 possibilitam	 o
julgamento	 do	 feito	 no	 estado	 (arts.	 354,	 355,	 485,	 487,	 II	 e	 III,	 CPC),	 podendo	 sentenciar
total	ou	parcialmente	os	pedidos	formulados	(art.	356,	CPC).
do	saneamento	e	da	organização	do	processo	(art.	357,	CPC):
Obs.:	não	sendo	o	caso	de	julgamento	conforme	o	estado	do	processo,	o	juiz	proferirá
decisão	de	saneamento	e	organização	do	processo,	resolvendo	questões	processuais	pendentes
e	 delimitando	 as	 questões	 controvertidas,	 assim	 como	 distribuindo	 o	 ônus	 da	 prova.	 Se	 a
causa	 apresentar	 complexidade	 em	 matéria	 de	 fato	 ou	 de	 direito,	 o	 juiz	 pode	 designar
audiência	 para	 o	 saneamento	 do	 feito.	 No	 caso	 de	 ser	 necessária	 a	 produção	 de	 prova
testemunhal,	o	juiz	designará	audiência	de	instrução	e	julgamento,	fixando	prazo	para	que	as
partes	apresentem	rol	de	testemunhas.
da	audiência	de	instrução	e	julgamento	(arts.	358	a	368,	CPC):
Obs.:	 nesta	 audiência,	 o	 juiz,	 após	 tentar	 novamente	 a	 conciliação,	 deverá	 colher	 o
depoimento	 do	 perito	 e	 dos	 assistentes	 técnicos,	 se	 houverem,	 depois,	 se	 requerido,	 o
depoimento	 pessoal	 das	 partes	 (autor	 primeiro,	 depois	 o	 réu),	 e	 proceder	 com	 a	 oitiva	 das
testemunhas	eventualmente	arroladas	(primeiro	ouvindo	as	 testemunhas	do	autor,	depois	do
réu),	 abrindo,	 em	 seguida,	 oportunidade	 às	 partes	 (autor	 e	 réu)	 para	 apresentação	 das
alegações	 finais	 pelo	 prazo	 de	 20	 (vinte)	minutos,	 prorrogáveis	 por	mais	 10	 (dez)	minutos.
Quando	a	causa	apresentar	questões	complexas	de	fato	ou	de	direito,	o	debate	oral	poderá	ser
substituído	por	razões	finais	escritas,	com	prazo	de	15	(quinze)	dias	para	cada	parte.
sentença	(art.	366,	e	arts.	485	a	495,	CPC):
Obs.:	o	juiz	poderá	proferir	a	sentença	na	própria	audiência	de	instrução	e	julgamento
ou	no	prazo	de	30	(trinta)	dias.
FORO	COMPETENTE
Não	havendo	foro	de	eleição,	a	ação	declaratória	de	nulidade	de	negócio	jurídico	deve	ser
•
•
•
•
•
•
•
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•
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•
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•
•
•
5
6
7
ajuizada	no	foro	do	domicílio	do	réu	(art.	46,	CPC);	não	se	deve	olvidar,	ademais,	que	em	se
tratando	de	 relação	de	 consumo,	o	 autor	pode	ajuizar	 a	 ação	no	 foro	de	 seu	domicílio	 (art.
101,	I,	CDC).
QUESTÕES	A	SEREM	RESPONDIDAS	PELO	AUTOR
Com	escopo	de	viabilizar	o	melhor	resultado	possível	para	o	constituinte,	o	Advogado
deve	 conversar	 demoradamente	 com	 ele	 sobre	 o	 caso,	 procurando	 obter	 resposta	 para	 as
seguintes	questões,	entre	outras:
qual	a	natureza,	o	tipo	de	negócio	jurídico	firmado	entre	as	partes?
quando	e	onde	foi	firmado?
qual	é	o	objeto	ou	obrigação	assumida	pelas	partes?
por	que	o	autor	entende	que	o	negócio	é	nulo	ou	anulável?
como	o	autor	tomou	ciência	do	vício?
quais	foram	os	gastos	até	o	momento?
há	possibilidade	de	conciliação?
DOCUMENTOS
O	autor	 deve	 ser	 orientado	 a	 fornecer	 ao	Advogado	 cópia	 dos	 seguintes	 documentos,
entre	outros:
documento	de	identidade	(RG,	certidão	de	nascimento	ou	casamento);
no	caso	de	pessoa	jurídica,	o	contrato	social;
o	contrato	ou	outro	documento,	quando	for	o	caso;
documentos	que	provem	a	nulidade,	quando	for	o	caso;
extrato,	boleto	de	cobrança,quando	for	o	caso;
correspondência	trocada	entre	as	partes;
extratos,	fotos,	quando	cabível;
rol	de	testemunhas	(nome,	endereço,	profissão).
PROVA
O	autor	deverá	provar	o	fundamento	de	seu	pedido,	ou	seja,	o	vício	que	macula	o	ato
jurídico	impugnado.
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9
VALOR	DA	CAUSA
À	 causa	 se	 dará	 o	 valor	 do	 contrato	 ou	 ato	 que	 se	 quer	 anular.	 No	 caso	 de	 a	 ação
envolver	apenas	um	aspecto	do	contrato	ou	ato,	uma	cláusula	específica,	por	exemplo,	o	valor
da	causa	deve	restringir-se	à	referida	questão	(art.	292,	II,	CPC).1
DESPESAS
Não	constando	da	petição	inicial	requerimento	de	justiça	gratuita2	(art.	99,	CPC;	Lei	no
1.060/50),	 o	 autor,	 antes	 de	 ajuizar	 a	 ação,	 deve	 proceder	 ao	 reconhecimento	 das	 custas
processuais,	 que,	 de	 regra,	 envolvem	 a	 taxa	 judiciária,	 o	 valor	 devido	 pela	 juntada	 do
mandato	judicial	e	as	despesas	com	diligências	do	Oficial	de	Justiça.	Os	valores	dessas	custas
variam	de	Estado	para	Estado;	o	Advogado	do	Oficial	que	tiver	dúvida	sobre	seu	montante	e
forma	de	recolhimento	deve	consultar	a	subseção	da	OAB	em	sua	comarca.
PRIMEIRO	MODELO	(pedido	de	sustação	de	protesto	e,	no	mérito,
declaração	de	nulidade	de	títulos)
Excelentíssimo	Senhor	Doutor	Juiz	de	Direito	da	__	Vara	Cível	da	Comarca	de
Mogi	das	Cruzes,	São	Paulo.
M.	 M.	 L.	 P.	 LTDA.,	 inscrita	 no	 CNPJ	 sob	 no	 00.000.000/0000-00,	 titular	 do	 e-mail
mmlp@gsa.com.br,	situada	na	Rua	Antônio	Cavalcanti	da	Silveira,	no	00,	Vila	Nancy,	cidade	de
Mogi	das	Cruzes-SP,	CEP	00000-000,	por	seu	Advogado	que	esta	subscreve	(mandato	incluso),
com	escritório	na	Rua	Francisco	Martins,	no	00,	Centro,	Mogi	das	Cruzes-SP,	CEP	00000-000,
onde	 recebe	 intimações	 (e-mail:	 gediel@gsa.com.br),	 vem	 à	 presença	 de	 Vossa	 Excelência
propor	 ação	 declaratória	 de	 nulidade	 de	 título	 de	 crédito,	 observando-se	 o	 procedimento
comum,	 com	 pedido	 liminar	 (art.	 300,	 CPC),	 em	 face	 de	 B.	 SERVIÇOS	 DE	 TRANSPORTES
LTDA.,	inscrita	no	CNPJ	sob	no	00.000.000/000-00,	titular	do	e-mail	bst@gsa.com.br,	situada
na	Rua	José	Carlos	da	Silva,	no	00,	Jardim	Iporã,	cidade	de	Mogi	das	Cruzes-SP,	CEP	00000-
000,	e	do	BANCO	D.	S.A.,	 inscrito	no	CNPJ	sob	no	00.000.000/000-00,	agência	de	Mogi	das
Cruzes,	situado	na	Avenida	Voluntários	da	Pátria,	no	00,	Centro,	cidade	de	Mogi	das	Cruzes-SP,
CEP	00000-000,	pelos	motivos	de	fato	e	de	direito	que	a	seguir	expõe:
1.	 Em	 00	 de	 abril	 de	 0000,	 a	 ré	 B.	 Serviços	 sacou	 contra	 a	 autora	 três	 duplicatas,
números	 0000,	 0000	 e	 0000,	 com	 vencimento	 para	 00	 de	 junho	 de	 0000,	 sem	 amparo	 em
efetiva	prestação	de	serviços,	buscando,	com	certeza,	enganar	o	corréu	a	quem	apresentou	os
referidos	títulos,	sem	aceite,	para	protesto,	consoante	demonstram	documentos	acostados.
2.	 Nunca	 houve	 entre	 a	 autora	 e	 a	 ré	 B.	 Serviços	 qualquer	 relação	 comercial	 que
pudesse	 justificar	 o	 saque	 das	 duplicatas	 indicadas,	 razão	 pela	 qual	 tão	 logo	 tomou
conhecimento	 dos	 referidos	 títulos	 dirigiu-se	 à	 Delegacia	 de	 Polícia	 local	 com	 escopo	 de
denunciar	 o	 possível	 estelionato	 perpetrado	 pela	 ré,	 conforme	 demonstra	 boletim	 de
ocorrência	anexo.
3.	A	autora	apurou,	ainda,	que	a	ré	B.	Serviços	fechou	suas	portas	e	seus	sócios	estão
desaparecidos,	 havendo	 várias	 denúncias	 pendentes	 contra	 ela,	 o	 que	 configura	 golpe	 na
praça.
4.	A	 apresentação	das	 referidas	duplicatas	para	protesto	pelo	Banco	D.	S.	A.,	mesmo
sem	 o	 regular	 aceite,	 coloca	 em	 risco	 a	 credibilidade	 da	 autora,	 demandando	 a	 expedição
urgente	 de	 liminar	 que	 determine	 a	 suspensão	 do	 referido	 protesto,	 diante	 da	 evidente
impropriedade	dos	referidos	títulos.
Ante	o	exposto,	considerando	que	a	pretensão	da	autora	encontra	arrimo	no	art.	166,
II,	do	Código	Civil,	requer:
a)	 a	 concessão	 de	 liminar	 determinando	 a	 imediata	 suspensão	 do	 protesto	 noticiado,
fls.	00,	dispensando-se,	diante	da	evidente	impropriedade	dos	títulos,	a	prestação	de	caução;
b)	 a	 citação	 dos	 réus,	 na	 pessoa	 de	 seus	 representantes	 legais,	 para	 que,	 querendo,
apresentem	resposta	no	prazo	legal,	sob	pena	de	sujeitarem-se	aos	efeitos	da	revelia;
c)	 seja	declarada	a	nulidade	das	duplicatas	0000,	0000	e	0000,	de	emissão	da	ré,	vez
que	sacadas	sem	amparo	de	efetiva	prestação	de	serviços,	expedindo-se	ofício	ao	Cartório	de
Protestos	de	Títulos	 e	Documentos	 informando	 sobre	 a	nulidade	dos	 títulos	 e	determinando
sua	baixa.
Provará	 o	 que	 for	 necessário,	 usando	 de	 todos	 os	 meios	 permitidos	 em	 direito,	 em
especial	 pela	 juntada	 de	 documentos	 (anexos),	 perícia	 contábil,	 oitiva	 de	 testemunhas	 e
depoimento	pessoal	dos	representantes	dos	réus.
Nos	 termos	 do	 art.	 319,	 VII,	 do	 CPC,	 a	 requerente,	 considerando	 os	 indícios	 da
ocorrência	 de	 crime,	 registra	 que	 “não	 tem	 interesse	 na	 designação	 de	 audiência	 de
conciliação”.
Dá-se	a	causa	o	valor	de	R$	25.000,00	(vinte	e	cinco	mil	reais).
Termos	em	que
p.	deferimento.
Mogi	das	Cruzes,	00	de	junho	de	0000.
11
Gediel	Claudino	de	Araujo	Júnior	OAB/SP	000.000
SEGUNDO	MODELO	(pedido	de	declaração	de	nulidade	de	títulos	emitidos	e
indenização	por	danos	morais)
Excelentíssimo	Senhor	Doutor	Juiz	de	Direito	da	__	Vara	Cível	da	Comarca	de
Mogi	das	Cruzes,	São	Paulo.
N.	 U.	 de	 E.,	 brasileira,	 casada,	 autônoma,	 portadora	 do	 RG	 00.000.0000	 e	 do	 CPF
000.000.000-00,	 titular	 do	 e-mail	 nue@gsa.com.br,	 residente	 e	 domiciliada	 na	 Rua	 Rio
Grande	 do	 Sul,	 no	 00,	 Vila	 Maria,	 cidade	 de	 Mogi	 das	 Cruzes-SP,	 CEP	 00000-000,	 por	 seu
Advogado	que	esta	subscreve	(mandato	incluso),	com	escritório	na	Rua	Francisco	Martins,	no
00,	 Centro,	 Mogi	 das	 Cruzes-SP,	 CEP	 00000-000,	 onde	 recebe	 intimações	 (e-mail:
gediel@gsa.com.br),	 vem	 à	 presença	 de	 Vossa	 Excelência	 propor	 ação	 declaratória	 de
inexistência	de	negócio	jurídico	cumulada	com	indenização	por	danos	morais,	observando-
se	o	procedimento	comum,	com	pedido	 liminar	 (art.	300,	CPC),	em	 face	de	BANCO	D.	S.A.,
situado	na	Rua	General	Francisco	Glicério,	no	00,	Centro,	cidade	de	Mogi	das	Cruzes-SP,	CEP
00000-000,	LOJAS	B.	LTDA.,	inscrita	no	CNPJ	sob	no	00.000.000/0000-00,	situada	na	Rua	24
de	Maio,	no	00,	Vila	Buarque,	cidade	de	São	Paulo-SP,	CEP	00000-000,	COMÉRCIO	W.	LTDA.,
inscrita	no	CNPJ	sob	no	00.000.000/000000,	situada	na	Rua	General	Francisco	Glicério,	no	00,
Centro,	 cidade	 de	 Suzano-SP,	 CEP	 00000-000,	 e	 M.	 R.	 N.-ME,	 inscrita	 no	 CNPJ	 sob	 no
00.000.000/0000-00,	 Avenida	 Vereador	 Narciso	 Yague	 Guimarães,	 no	 00,	 loja	 000/000,
Centro,	cidade	de	Mogi	das	Cruzes-SP,	CEP	00000-000,	pelos	motivos	de	fato	e	de	direito	que
a	seguir	expõe:
1.	 Em	 data	 ignorada	 pela	 autora,	 o	 banco	 réu	 firmou	 com	 a	 Senhora	 C.	 D.	 S.,	 de
qualificação	 ignorada,	 contrato	 de	 prestação	 de	 serviços	 bancários	 (conta-corrente).
Entretanto,	 o	prestador	de	 serviços	não	atentou	para	o	 fato	de	que	o	CPF	apresentado	pela
referida	senhora	pertencia	a	terceira	pessoa,	no	caso	a	requerente.
2.	 De	 posse	 de	 talão	 de	 cheques	 entregue	 pelo	 Banco,	 a	 Senhora	 “C”	 efetuou	 várias
compras	 nas	 lojas	 corrés,	 e	 os	 cheques	 dados	 em	 pagamento	 foram	 devolvidos	 por	 falta	 de
provimento	de	 fundos,	o	que	 levou	os	 comerciantes	 a	negativarem	a	 consumidora	no	SPC	e
SERASA,	 sendo	 feito	 o	 registro	 com	 arrimo	 no	CPF	 da	 autora,	 que	 constava	 indevidamente
nos	cheques.
3.	 Desconhecendo	 o	 acontecido,	 a	 autora	 tentou	 abrir	 uma	 conta-corrente	 na	 Caixa
Econômica	Federal,	agência	de	Mogi	das	Cruzes,	sendo	impedida	em	razão	de	seu	nome	estar
negativado	no	Serasa	e	SPC,	devido,	segundo	lhe	informaram,	à	devolução	de	cheques	de	uma
conta-corrente	mantida	no	banco	réu.	Naquele	momento,	seu	embaraço	foi	muito	grande,	vez
que	 se	viu	 impedida	de	 realizar	 seu	desiderato	e	aindaviu	questionada	a	 sua	boa	 fama,	vez
que	ninguém	acreditou	quando	afirmou	que	não	possuía	a	referida	conta-corrente.
4.	Com	escopo	de	descobrir	o	que	estava	ocorrendo,	a	requerente	pediu	certidão	junto
ao	SERASA	e	SPC,	anexas,	assim	como	procurou	a	agência	do	Banco	D.	em	Mogi	das	Cruzes,
onde	foi	informada	de	que	nada	poderia	ser	feito.
Diante	deste	fato,	lavrou	boletim	de	ocorrência	(anexo).
5.	A	negativação	no	Serasa	e	no	SPC	teve	um	efeito	devastador	na	vida	da	autora,	vez
que	 além	 dos	 prejuízos	 à	 sua	 boa	 honra,	 teve	 como	 consequência	 impedir	 o	 seu	 acesso	 a
crédito,	fato	que	vem	tornando	sua	vida	pessoal	muito	mais	difícil.
Ante	o	exposto,	considerando	que	a	pretensão	da	autora	encontra	arrimo	nos	arts.	6o,
VI,	14	e	17	da	Lei	no	8.078/90,	requer:
a)	os	benefícios	da	justiça	gratuita,	uma	vez	que	se	declara	pobre	no	sentido	jurídico	do
termo,	conforme	declaração	anexa;
b)	seja	concedido	liminar	no	sentido	de	determinar	ao	Serasa	e	SPC	que	“suspendam”
os	 registros	 de	 inadimplência	 do	 CPF	 000.000.000-00,	 lançados	 no	 nome	 de	C.	D.	 S.,	 mas
pertencente	 à	 requerente,	 fato	 que	 encontra-se	 provado	 nos	 documentos	 juntados	 a	 esta
petição,	em	especial:	ofício	da	Receita	Federal	que	confirma	a	quem	pertence	o	referido	CPF;
certidão	expedida	pelo	SPC	que	mostra	ser	devedora	a	pessoa	da	C.	D.	S.,	mencionando,	no
entanto,	 o	 número	 de	 CPF	 da	 autora;	 ofícios	 expedidos	 pelas	 corrés	 que	 indicam	 como
devedora	a	pessoa	de	C.	D.	S.;
c)	 a	 citação	 dos	 réus,	 na	 pessoa	 de	 seus	 representantes	 legais,	 para	 que,	 querendo,
apresentem	resposta	no	prazo	legal,	sob	pena	de	sujeitarem-se	aos	efeitos	da	revelia;
d)	seja	declarada	a	inexistência	de	qualquer	negócio	jurídico	pendente	entre	a	autora	e
as	corrés,	determinando-se	que	procedam	com	as	devidas	retificações	em	seus	registros	e	em
qualquer	 outro	 órgão	 onde	 tenham	 porventura	 feito	 registro	 de	 inadimplência	 do	 CPF
000.000.000-00,	pertencente	à	autora,	em	especial	o	Serasa	e	SPC;
e)	seja	o	Banco	D.	S.A.,	que	abriu	conta-corrente	de	uma	pessoa	que	estava	usando	CPF
de	outra	e	lhe	entregou	talão	de	cheques,	condenado	a	pagar	indenização	por	danos	morais	no
valor	 total	 de	 R$	 100.000,00	 (cem	 mil	 reais).	 Tal	 valor	 se	 justifica	 em	 razão	 do	 poder
econômico	 do	 banco,	 bem	 como	 pelo	 tamanho	 dos	 problemas	 e	 transtornos	 causados	 à
autora,	 dificuldades	 que,	 registre-se,	 podem	 ainda	 não	 ter	 terminado	 em	 razão	 do	 grande
número	de	cheques	emitidos;	foram	dois	talões.
12
Provará	 o	 que	 for	 necessário,	 usando	 de	 todos	 os	 meios	 permitidos	 em	 direito,	 em
especial	 pela	 juntada	 de	 documentos	 (anexos),	 oitiva	 de	 testemunhas	 e	 depoimento	 pessoal
dos	representantes	dos	réus.
Nos	 termos	 do	 art.	 319,	 VII,	 do	 CPC,	 a	 requerente	 registra	 que	 “tem	 interesse	 na
designação	de	audiência	de	conciliação”.
Dá-se	ao	feito	o	valor	de	R$	150.000,00	(cem	e	cinquenta	mil	reais).
Termos	em	que
p.	deferimento.
Mogi	das	Cruzes,	00	de	agosto	de	0000.
Gediel	Claudino	de	Araujo	Júnior	OAB/SP	000.000
TERCEIRO	MODELO	(ação	buscando	declaração	de	nulidade	de	cláusula	em
convênio	médico,	com	pedido	liminar	de	autorização	para	realização	de
transplante	de	medula)
Excelentíssimo	Senhor	Doutor	Juiz	de	Direito	da	__	Vara	Cível	da	Comarca	de
Mogi	das	Cruzes,	São	Paulo.
S.	F.	S.,	brasileiro,	menor	impúbere,	portador	do	RG	00.000.000-0SSP/SP,	representado
por	 sua	 genitora	M.	 L.	 F.,	 brasileira,	 casada,	 desempregada,	 portadora	 do	 RG	 00.000.000-
SSP/SP	e	do	CPF	000.000.000.00,	titular	do	e-mail	mlf@gsa.com.br,	residente	e	domiciliada
na	Rua	Tenente	Alcides	Machado,	no	00,	Mogilar,	 cidade	de	Mogi	das	Cruzes-SP,	CEP	00000-
000,	por	seu	Advogado	que	esta	subscreve	(mandato	incluso),	com	escritório	na	Rua	Francisco
Martins,	no	 00,	 Centro,	Mogi	 das	 Cruzes-SP,	 CEP	 00000-000,	 onde	 recebe	 intimações	 (e-mail:
gediel@gsa.com.br),	 vem	 à	 presença	 de	 Vossa	 Excelência	 propor	 ação	 declaratória	 de
nulidade	 de	 cláusula	 contratual,	 observando-se	 o	 procedimento	 comum,	 “com	 pedido	 de
liminar”	(art.	300,	CPC),	em	face	de	A.	A.	M.	I.	LTDA.,	inscrita	no	CNPJ	00.000.000/0000-00,
situada	na	Avenida	Nove	de	Julho,	no	00,	bairro	Jardim	Paulista,	cidade	de	São	Paulo-SP,	CEP
00000-000,	pelos	motivos	de	fato	e	de	direito	a	seguir	expostos:
Dos	fatos:
O	autor	S.	F.	S.,	hoje	com	12	anos	de	idade,	é	vítima	desde	seus	tenros	2	(dois)	anos	de
“CÂNCER	INFANTIL”,	ou	mais	precisamente	LLA	–	Leucemia	Linfoblástica	Aguda.	Para	maior
clareza	deste	douto	Juízo,	pede-se	vênia	para	repetir	as	palavras	da	pediatra	E.	C.	S.	sobre	a
natureza	deste	tipo	de	câncer:	“leucemia	é	o	câncer	dos	glóbulos	brancos	que	são	produzidos	na
medula	óssea.	Por	alguma	razão,	algo	acontece	de	errado	(uma	mutação)	que	o	organismo	não
consegue	 corrigir	 e	 a	 célula	 alterada,	 chamada	 de	 blasto,	 começa	 a	 se	 multiplicar	 dentro	 da
medula	óssea	substituindo	o	tecido	normal	que	produz	sangue	e	elementos	para	coagulação.	Estes
blastos	começam	a	sair	para	a	circulação	sanguínea,	onde	são	detectados”.
Para	 se	 entender	o	 efeito	de	 tal	 doença	 sobre	uma	 criança	de	2	 (dois)	 anos,	 basta	 se
lembrar	que	o	tratamento	tradicional	para	leucemia	é	à	base	de	quimioterapia.
Após	ser	diagnosticado,	o	autor	S.	iniciou	longo,	difícil	e	doloroso	tratamento,	que,	na
verdade,	dura	até	hoje;	ou	seja,	o	menor	vive	a	“sua	rotina”	de	portador	de	câncer	há	mais	de
10	(dez)	anos.
Neste	 período	 foram	 inúmeras	 internações,	 várias	 operações	 e	 longos	 períodos	 de
quimioterapia,	que	o	paciente	tem	suportado	com	grandeza	só	mesmo	existente	em	crianças
tão	especiais,	portadoras	de	CORAGEM	ímpar.
Entretanto	toda	esta	“enorme”	luta	pela	vida	pode	estar	chegando	ao	fim.	Com	efeito,	não
obstante	 todo	o	 esforço	pessoal	do	paciente	 e	de	 sua	 equipe	médica,	 a	doença	 evoluiu	para
uma	situação	crítica,	onde	o	transplante	de	medula	óssea	se	mostra	como	única	possibilidade
de	sobrevivência.
Pede-se	 vênia	 para	 citarem-se	 textualmente	 as	 palavras	 da	 médica	 C.	 M.	 L.	 C.,
oncologista	 responsável	 pelo	 caso,	 in	 verbis:	 “devido	 a	 evolução	 do	 paciente	 com	 sucessivas
recaídas,	sendo	a	última	em	medula	óssea,	está	formalmente	indicado	transplante	de	medula	óssea
alogênico	 como	 a	 ÚNICA	 ALTERNATIVA	 DE	 TRATAMENTO	 CURATIVO	 para	 o	 paciente.	 Caso	 o
procedimento	não	seja	realizado	a	chance	de	cura	do	paciente	é	nula,	não	tendo	sentido	manter	a
quimioterapia”.
Em	 casos	 dramáticos	 como	 o	 do	 autor,	 muitas	 vezes	 o	 paciente	 morre	 por	 falta	 de
doador,	porém	este	tem	mais	sorte,	por	assim	dizer,	vez	que	sua	mãe,	que	o	representa	neste
feito,	é	compatível;	ou	seja,	pode	ser	a	sua	doadora.
Consultada,	 a	 ré	 A.,	 que	 assumiu	 a	 administração	 da	 carteira	 do	 grupo	 onde	 está
inserido	 o	 autor	 a	 partir	 de	 abril	 de	 0000	 (ASFER	 –	 Associação	 dos	 Ferroviários	 CPTM),
procurou	 primeiro	 colocar	 todo	 tipo	 de	 embaraço,	 inclusive	 negando-se	 a	 dar	 uma	 resposta
formal	 ao	 pedido	 de	 autorização	 para	 o	 transplante,	 contudo	 acabou	 anotando	 num	 pedido
formal	 do	Hospital	 do	 Câncer,	 onde	 o	menor	 faz	 o	 tratamento,	 que	 o	 procedimento	 estava
“indeferido	por	exclusão	contratual”.
Esse	o	breve	resumo	dos	fatos.
Da	relação	de	consumo:
Ab	 initio,	 é	 prudente	 registrar-se	 que	 a	 relação	 que	 existe	 entre	 o	 autor	 e	 a	 ré	 tem
natureza	 consumerista,	 a	 teor	 dos	 arts.	 2o	 e	 3o	 da	 Lei	 no	 8.078/90	 (Código	 de	 Defesa	 do
Consumidor),	haja	vista	que	a	 ré	prestou,	 e	presta,	 serviços	médicos	mediante	 remuneração
(contrato	de	adesão).
Não	havendo	dúvidas	quanto	à	natureza	da	relação	jurídica	que	existe	entre	as	partes,	é
oportuno,	por	cautela,	mormente	ao	se	considerar	a	situação	delicada	em	que	se	encontra	o
menor	 S.	 F.,	 ressaltarem-se	 as	 palavras	 do	mestre	 Nelson	 Nerysobre	 o	 caráter	 das	 normas
estabelecidas	no	CDC,	in	verbis:
“As	normas	do	CDC	são	ex	vi	legis	de	ordem	pública,	de	sorte	que	o	juiz	deve	apreciar
de	ofício	qualquer	questão	relativa	às	relações	de	consumo,	 já	que	não	incide	nesta
matéria	o	princípio	do	dispositivo.	Sobre	elas	não	se	opera	a	preclusão	e	as	questões
que	 dela	 surgem	 podem	 ser	 decididas	 e	 revistas	 a	 qualquer	 tempo	 e	 grau	 de
jurisdição.	V.	Nery,	DC	3/51”	 (Código	 Civil	 anotado	 e	 legislação	 extravagante,	 Nelson
Nery	e	Rosa	Maria	de	Andrade	Nery,	Revista	dos	Tribunais,	2a	edição,	p.	906).
Da	nulidade	da	cláusula	contratual:
Como	já	se	disse,	a	ré	A.	indeferiu	o	procedimento	requerido	pelo	médico	responsável
pelo	 tratamento	 do	 autor,	 envolvendo	 o	 transplante	 de	 medula	 óssea,	 sob	 o	 argumento	 de
“exclusão	 contratual”.	 Com	 efeito,	 segundo	 contrato	 de	 adesão	 fornecido	 “nesta	 última
semana”	 para	 a	 representante	 do	 paciente,	 cláusula	 quinta,	 art.	 5.1,	 inciso	 V,	 o	 plano	 A.
EMPRESA	 não	 cobre,	 exclui,	 “qualquer	 outro	 tipo	 de	 transplante,	 que	 não	 o	 de	 córnea	 ou	 de
rim”.
Douto	Magistrado,	a	referida	cláusula	é	NULA	e	não	tem	qualquer	valor	legal.
Primeiro,	 há	 que	 se	 considerar	 que	 a	 ré	 A.	 assumiu	 apenas	 em	 abril	 de	 0000	 a
administração	 da	 carteira	 onde	 está	 inserido	 o	 menor,	 ligado	 à	 ASFER	 –	 Associação	 dos
Ferroviários	 CPTM,	 sendo	 que	 a	 administradora	 anterior,	 S.	 A.,	 dava	 plena	 e	 completa
cobertura	ao	tipo	de	transplante	necessário	ao	tratamento	do	autor.
O	autor	desconhece	os	termos	em	que	ocorreu	a	alienação	da	carteira	da	S.	A.	para	a
ré	 A.,	 contudo	 quaisquer	 que	 tenham	 sido	 estes,	 não	 podem	 em	 quaisquer	 hipóteses
representar	 prejuízo	 para	 o	 paciente,	 principalmente,	 como	 ocorre	 no	 presente	 caso,	 já
estando	ele	há	longa	data	em	tratamento.
A	Resolução	RDC	82,	de	16.08.2001,	da	ANS	é	explícita	sobre	o	tema:
“Art.	 10.	 A	 alienação	 da	 carteira	 se	 dará	 sempre	 a	 título	 gratuito	 ou	 por	 valor
simbólico,	 devendo	 a	 disputa	 ocorrer	 em	 função	 de	 condições	 econômico-
financeiras	 mais	 vantajosas	 para	 os	 consumidores	 vinculados	 à	 carteira”	 (grifo
nosso).
“Art.	 21.	 O	 novo	 contrato	 não	 poderá	 impor	 carências	 ou	 cobertura	 parcial
temporária	aos	beneficiários	da	carteira	alienada,	exceto	com	relação	às	carências
ainda	não	cumpridas	e	coberturas	não	previstas	no	contrato	anterior,	quando	tal
informação	estiver	disponível.”
Em	outras	palavras,	a	ré	A.	é	responsável	pelos	custos	do	tratamento	do	paciente	S.	F.,
inclusive	e,	agora,	principalmente	o	transplante	de	medula	óssea,	porque	tal	direito	já	lhe	era
garantido	anteriormente.
Segundo,	a	 referida	cláusula	que	exclui	a	cobertura	é	nula	porque	contraria	preceitos
expressos	do	CDC.
Ab	 initio	 deve-se	 lembrar	 do	 princípio	 consumerista	 da	 “vulnerabilidade”	 do
consumidor,	 que,	 lato	 sensu,	 justifica	 toda	 a	 proteção	 a	 ele	 dispensada.	 Sobre	 o	 tema,
merecem	menção	as	palavras	da	professora	Roberta	Densa,	no	seu	livro	Direito	do	consumidor,
da	Editora	Atlas,	2005,	in	verbis:
“Tendo	em	vista	haver	desequilíbrio	nas	 relações	 entre	 consumidor	 e	 fornecedor,
pretende	o	legislador	igualar	esta	equação,	deixando	claro	que	a	parte	mais	fraca	é
o	 consumidor	 e	 que	 este	 deve	 ser	 protegido.	 A	 presunção	 de	 vulnerabilidade	 do
consumidor	 é	 decorrente	 de	 lei	 e	 não	 admite	 prova	 em	 contrário.	 A	 doutrina
aponta	para	 três	 tipos	de	 vulnerabilidade	do	 consumidor	quais	 sejam:	 técnica,	 o
consumidor	 não	 possui	 conhecimentos	 específicos	 sobre	 o	 objeto	 que	 está
adquirindo,	tanto	no	que	diz	respeito	às	características	do	produto	quanto	no	que
diz	respeito	à	utilidade	do	produto	ou	serviço;	jurídica,	reconhece	o	legislador	que
o	 consumidor	 não	 possui	 conhecimentos	 jurídicos,	 de	 contabilidade	 ou	 de
economia	para	esclarecimentos,	por	exemplo,	do	contrato	que	está	assinando	ou
se	 os	 juros	 cobrados	 estão	 em	 consonância	 com	 o	 combinado;	 fática	 (ou
socioeconômica),	baseia-se	no	reconhecimento	de	que	o	consumidor	é	o	elo	fraco
da	 corrente,	 e	que	o	 fornecedor	 encontra-se	 em	posição	de	 supremacia,	 sendo	o
detentor	do	poder	econômico.”
Ora,	 sabendo-se	 da	 vulnerabilidade	 do	 consumidor,	 seja	 técnica,	 jurídica	 ou	 fática,
NECESSÁRIO	 que	 ele	 seja	 EFETIVAMENTE	 protegido	 contra	 práticas	 e	 cláusulas	 abusivas
impostas	no	fornecimento	de	produtos	ou	serviços.	Neste	sentido,	pede-se	vênia	para	citar-se,
uma	vez	mais,	o	CDC,	in	verbis:
“Art.	51.	São	nulas	de	pleno	direito,	entre	outras,	as	cláusulas	contratuais	relativas
ao	fornecimento	de	produtos	e	serviços	que:
IV	 –	 estabeleçam	 obrigações	 consideradas	 iníquas,	 abusivas,	 que	 coloquem	 o
consumidor	em	desvantagem	exagerada,	ou	sejam	incompatíveis	com	a	boa-fé	ou
equidade;
§	1o	Presume-se	exagerada,	entre	outros	casos,	a	vantagem	que:
II	 –	 restringe	 direitos	 ou	 obrigações	 fundamentais	 inerentes	 à	 natureza	 do
contrato,	de	tal	modo	a	ameaçar	seu	objeto	ou	o	equilíbrio	contratual;”
Quem	 adere	 ao	 um	 plano	 de	 saúde	 procura,	 basicamente,	 fugir	 da	 precariedade	 do
serviço	 público	 oferecido	 pelo	 Estado,	 onde	 infelizmente	 se	 vê	 pessoas	morrendo	 “na	 fila”,
aguardando	 por	 uma	 consulta,	 por	 um	 exame,	 por	 uma	 internação	 etc.	 Procura,	 ademais,
atendimento	 integral	 e	 de	 “qualidade”	 num	 caso	 eventual	 de	 doença.	 Veja-se	 bem,	 o
consumidor	ao	contratar	os	serviços	de	saúde	não	sabe	que	doença	eventualmente	 terá,	mas
quer,	busca,	paga,	para	ter	um	atendimento	integral	contra	qualquer	tipo	de	doença.
Neste	 sentido,	 vejam-se	 as	 sábias	 palavras	 do	 Juiz	Núncio	Theophilo	Neto,	 proferidas
recentemente	em	caso	semelhante	a	este	e	publicado	no	CONJUR	em	00-00-0000,	in	verbis:	“a
verdade	 é	 que	 se	 adere	 a	 um	 plano	 de	 saúde	 visando	 a	 obtenção	 de	 assistência	 à	 saúde
negligenciada	pelo	estado	e	fora	do	sistema	gerido	por	ele;	busca-se	uma	alternativa	custeada	pelo
esforço	 individual	 (não	 bastasse	 o	 pagamento	 dos	 tributos),	 exatamente	 para	 que	 em	 caso	 de
doença	não	se	tenha	de	buscar	socorro	num	sistema	que	é,	no	mínimo,	ineficiente,	e	que	submete
diariamente	 milhões	 de	 infelizes	 à	 ausência	 de	 praticamente	 tudo	 (leitos,	 equipamentos,
medicamentos,	profissionais	etc.)”.
O	consumidor	pode	entender	e	negociar	se	o	atendimento	será	em	“enfermaria”	ou	em
“quarto	particular”,	mas	não	tem	como	prever,	discutir,	contratar	os	“tipos”	de	tratamento	que
precisará;	 o	 consumidor	 quer	 é	 ser	 “atendido”	 quando	 o	 momento	 chegar,	 todo	 o	 resto	 é
conversa	que	ele	não	entende.	Por	esta	razão,	a	Justiça	 já	declarou	dezenas	de	vezes	“nulas”
cláusulas	 impostas	 pelas	 operadoras	 de	 plano	 de	 saúde,	 que,	 sabedoras	 dos	 custos	 que
envolvem	certos	tratamentos,	ESPERTAMENTE,	maliciosamente,	inserem	em	seus	contratos	–
contratos	de	adesão,	registre-se	–	cláusulas	que	afastam	a	cobertura	para	estes	tratamentos.
O	consumidor	NÃO	SABE,	nem	tem	como	saber,	mas	muitas	vezes	já	está	condenado	à
morte	no	exato	momento	em	que	firma	o	contrato	buscando	justamente	a	vida,	a	saúde.
Como	se	vê,	a	cláusula	que	afasta	a	cobertura	do	 transplante	de	medula	óssea	é	SOB
TODOS	OS	ASPECTOS	abusiva	e,	portanto,	nos	termos	do	CDC,	“nula”.
Deve,	 ademais,	 ser	 reconhecida	 e	 declarada	 a	 nulidade	 da	 cláusula	 de	 exclusão	 de
cobertura,	 porque	 o	 pretendido	 transplante	 hoje	 já	 é	 considerado	 procedimento	 de	 pouca
complexidade,	 fazendo	 parte	 natural	 dos	 procedimentos	 que	 envolvem	 o	 tratamento	 da
leucemia.
Veja-se	a	seguinte	jurisprudência	do	TJSC,	in	verbis:
“A	3a	Câmara	de	Direito	Civil	do	TJ	reformou	sentença	da	Comarca	de	Joinville	e
condenou	 a	 Unimed	 Cooperativa	 Médica	 a	 reembolsar	 R$	 64,2	 mil	 à	 Z.C.M.F.,
correspondente	 aos	 serviços	médicos	 a	 que	 foi	 submetido	 seu	 esposoN.F.B.F.	 O
marido	 da	 autora	 sofria	 de	 leucemia,	 e,	 mesmo	 após	 o	 tratamento	 indicado,
inclusive	 com	 transplante	 de	medula	 óssea,	 veio	 a	 falecer.	 Segundo	 a	 esposa,	 a
Unimed	não	autorizou	o	procedimento	 (transplante	de	medula	óssea),	 e	ela	 teve
de	arcar	com	o	ônus	de	todo	o	procedimento.	Para	a	operadora	de	plano	de	saúde,
o	 contrato	 de	 prestação	 de	 serviços	 não	 previa	 a	 cobertura	 de	 transplante	 de
medula	 óssea	 alogênico	 (quando	 a	 medula	 ou	 as	 células	 provêm	 de	 um	 outro
indivíduo).	 Segundo	 o	 relator	 do	 processo,	 desembargador	 substituto	 Sérgio
Izidoro	Heil,	o	 transplante	a	que	 foi	submetido	N.	é	procedimento	composto	por
punção	e	transfusão,	não	podendo	ser	considerado	tecnicamente	um	transplante,	e
sim	 tratamento	 e,	 além	 do	 que,	 o	 plano	 de	 saúde	 contratado,	 com	 cobertura
hospitalar,	deve	oferecer	cobertura	de	transplante,	porquanto	previsto	em	lei.	Além
disso,	 o	 magistrado	 lembrou	 que	 a	 relação	 negocial	 das	 partes	 é	 regida	 pelo
Código	 de	 Defesa	 do	 Consumidor,	 e,	 por	 se	 tratar	 de	 um	 contrato	 de	 adesão,
interpretam-se	as	disposições	 contratuais	 em	 favor	do	 consumidor.	A	decisão	 foi
unânime”	(AC	no	2005.019146-1,	TJSC).
Com	efeito,	o	tratamento	do	paciente	NÃO	PODE	PARAR	em	razão	de	aspectos	técnicos
e	 formais	ESCONDIDOS	em	um	contrato	de	adesão.	A	médica	Jussara	Mangini	comenta,	em
artigo	publicado	no	site	da	UNIFESP,	que	“não	pode	haver	um	plano	que	trate	apenas	da	parte
ambulatorial	 do	 indivíduo.	 Um	 país	 sério	 não	 pode	 aceitar	 uma	 coisa	 dessas.	 Não	 se	 pode
programar	meio	conserto	do	pneu	do	carro”.
Com	 efeito,	 INDISCUTÍVEL	 a	 responsabilidade	 da	 ré	 A.	 pelo	 pagamento	 de	 todos	 os
custos	 que	 envolvam,	 ou	 venham	 a	 envolver,	 o	 tratamento	 do	 paciente.	 Neste	 sentido	 a
jurisprudência,	in	verbis:
“O	plano	de	saúde	pode	estabelecer	quais	doenças	estão	sendo	cobertas,	mas	não
que	tipo	de	tratamento	está	alcançado	para	a	respectiva	cura.	Se	a	patologia	está
coberta,	no	caso,	o	câncer,	é	 inviável	vedar	a	quimioterapia	pelo	simples	 fato	de
ser	 esta	uma	das	alternativas	possíveis	para	a	 cura	da	doença.	A	abusividade	da
cláusula	reside	exatamente	nesse	preciso	aspecto,	qual	seja,	não	pode	o	paciente,
em	razão	de	cláusula	limitativa,	ser	impedido	de	receber	tratamento	com	o	método
mais	moderno	disponível	no	momento	em	que	 instalada	a	doença	coberta”	 (STJ,
REsp	668216-SP,	Min.	Carlos	Alberto	Menezes	Direito,	T3,	DJ	2-4-2007,	p.	254).
O	tratamento	do	câncer	do	qual	o	autor	é	vítima	há	longa	data	prevê	o	transplante	de
medula	 óssea,	 não	 sendo	 mais	 considerado	 tratamento	 experimental	 ou	 de	 extrema
complexidade.	 Na	 verdade,	 como	 afirma	 a	 equipe	 médica,	 o	 transplante	 hoje	 faz	 parte	 do
protocolo	da	doença,	não	sendo	 legal,	ou	mesmo	 justo	com	o	paciente,	que	este	 tratamento
seja	interrompido.
Nula,	por	fim,	a	disposição	contratual,	vez	que	afronta	direito	fundamental	do	paciente,
qual	seja:	o	direito	 constitucional	à	 vida.	O	 relatório	médico	 juntado	a	estes	autos,	 fornecido
pela	 já	citada	Doutora	Cecília	é	claro,	evidente,	ALARMENTE,	 in	verbis:	 “caso	o	procedimento
não	seja	realizado	a	chance	de	cura	do	paciente	é	nula”.
Veja-se	a	seguinte	jurisprudência	que	trata	de	caso	semelhante,	in	verbis:
“A	3a	Câmara	de	Direito	Civil	do	Tribunal	de	Justiça	reformou	sentença	da	comarca
da	 Capital	 e	 determinou	 que	 a	 Fundação	 Eletrosul	 de	 Previdência	 e	 Assistência
Social	–	ELOS	libere	as	guias	e	os	demais	procedimentos	necessários	à	realização
do	transplante	de	medula	óssea	em	Hugo	Leonardo	Kirsh,	sob	pena	do	pagamento
de	 multa	 diária	 de	 R$	 500,00	 pelo	 descumprimento	 da	 decisão.	 Em	 1993,	 o
paciente	contratou	com	a	ELOS	o	plano	de	saúde	da	categoria	‘Plano	A’	por	ser	o
mais	 completo.	Kirsch	 é	 portador	 de	 leucemia	mioloide	 aguda,	 cujo	 transplante,
conforme	 relatório	 médico	 hematológico	 e	 oncológico	 presente	 nos	 autos,
constitui-se	 como	 única	 alternativa	 de	 potencial	 curativo.	 Para	 o	 relator	 do
processo,	 desembargador	 Fernando	Carioni,	 o	 transplante	 da	medula	 óssea	 deve
ser	 classificado	 como	 UM	 TRATAMENTO	 IMPRESCINDÍVEL,	 por	 ser	 um
procedimento	através	do	qual	pequena	quantidade	de	medula	óssea	do	doador	é
retirada,	 por	 meio	 de	 punção,	 e	 injetada	 na	 corrente	 sanguínea	 do	 receptor,
visando	ao	combate	a	um	tipo	de	câncer	que	ocorre	no	sangue.	‘Frisa-se	que	a	não
cobertura	 do	 procedimento	 prescrito	 por	 certo	 importará	 na	 piora	 do	 estado	 de
saúde	do	recorrente	e,	consequentemente,	em	risco	de	morte,	diante	da	gravidade
da	 moléstia’,	 completou	 o	 magistrado	 ao	 destacar	 que	 o	 direito	 fundamental	 à
vida,	 previsto	 na	 Constituição	 Federal,	 deve	 ser	 preponderante	 aos	 de	 ordem
patrimonial”	(Agravo	de	Instrumento	no	2006;	037004-6,	TJSC).
Em	outras	palavras,	negar	ao	autor	a	continuidade	de	seu	tratamento	é	CONDENÁ-LO
A	MORTE	CERTA.	Obviamente	que	não	se	pode	qualificar	a	“morte”,	afinal	morte	é	morte,	é	o
fim	da	vida.	Mas	também	não	se	pode	ignorar	que	o	câncer	é	um	tipo	de	doença	que	traz	uma
morte	 especialmente	 dolorosa.	 Sendo	 assim,	 negar	 ao	 paciente	 a	 CONTINUIDADE	 do	 seu
tratamento	 –	o	 transplante,	 como	 se	 disse,	 é	 parte	 inerente	 do	 tratamento	 contra	 leucemia	 –	 é
condená-lo	a	uma	morte	lenta	e	com	muita	dor.
Da	medida	liminar:
Deverá	 ser	 concedida,	 com	 fundamento	 no	 §	 3o,	 do	 art.	 84,	 do	 Código	 de	Defesa	 do
Consumidor,	 e	 art.	 300	 do	 Código	 de	 Processo	 Civil,	 medida	 liminar	 que	 imponha	 à	 ré	 A.
obrigação	de	arcar	com	“todos”	os	custos	envolvendo	o	tratamento	do	autor,	em	especial	todo
o	procedimento,	 inclusive	preparatórios,	 de	 transplante	de	medula	 óssea,	 devendo	LIBERAR
IMEDIATAMENTE	 todas	 as	 guias	 pertinentes,	 a	 fim	 de	 que	 o	 Hospital	 do	 Câncer	 A.	 C.
Camargo	possa,	também	imediatamente,	dar	início	aos	procedimentos	finais	para	a	realização
do	denominado	“transplante	de	medula	óssea”.	A	liminar	deve	mencionar	expressamente	que
a	ré	A.	é	a	responsável	por	todos	os	custos	do	“procedimento”,	inclusive	os	necessários	para	a
colheita	do	material	junto	à	doadora	da	medula,	Sra.	M.	L.	F.
Devido	 à	 URGÊNCIA	 da	 medida,	 vez	 que	 a	 cada	 dia,	 a	 cada	 hora,	 a	 cada	 minuto,
diminuem	as	 “chances”	de	 cura	do	paciente,	 seja	 tal	medida	comunicada	à	 ré	VIA	FAX,	bem
como	seja	enviada	à	Fundação	Antônio	Prudente,	mantenedora	do	Hospital	do	Câncer	A.	C.
Camargo,	também	via	FAX,	comunicação	no	sentido	de	que	todos	os	procedimentos	tendentes
a	efetivar	o	transplante	de	medula	no	menor	“S.	F.	S.”	devem	ser	tomados	IMEDIATAMENTE
sob	a	responsabilidade	patrimonial	da	empresa	A.
A	 fumaça	 do	 bom	 direito	 (ou	 verossimilhança	 da	 alegação,	 ou	 relevância	 do
fundamento	da	demanda)	consubstancia-se	no	direito	que	o	autor	S.	F.	tem	à	MANUTENÇÃO
do	longo,	antigo	e,	até	mesmo,	doloroso	tratamento	contra	o	câncer	de	que	é	portador	(LLA),
inclusive	 e	 principalmente	 com	 o	 procedimento	 denominado	 transplante	 de	 medula	 óssea,
conforme	já	se	demonstrou	nos	itens	anteriores.
A	 ineficácia	 do	 provimento	 final	 ou	 a	 possibilidade	 de	 dano	 irreparável	 ou	 de	 difícil
reparação	se	refletem	na	simples	ideia	de	que	a	vida	do	autor	DEPENDE	diretamente	de	que
seja	 iniciado	 IMEDIATAMENTE	o	 referido	procedimento.	Sob	 tal	aspecto,	pede-se	vênia	para
citar-se,	mais	uma	vez,	a	médica	C.	A.	responsável	pelo	tratamento:	“salientamos	que	quanto
mais	precoce	 for	realizado	o	condicionamento	do	transplante,	melhores	serão	as	chances	de	êxito
na	terapêutica”.
Dos	pedidos:
Diante	de	todo	o	exposto,	requer-se:
a)	os	benefícios	da	 justiça	gratuita,	uma	vez	que	se	declara	pobre	na	acepção	 jurídica
do	termo,	conforme	declaração	anexa;
b)	intimação	do	representante	do	Ministério	Público	para	intervir	no	feito;
1
c)	 a	 concessão,	 em	 antecipação	 de	 tutela,	 de	medidaliminar	 a	 fim	 de	 impor	 à	 ré	 A.
obrigação	de	IMEDIATAMENTE	liberar	a	favor	do	autor	todas	as	guias	necessárias	para	que	se
inicie	o	procedimento	denominado	“transplante	de	medula	óssea”,	 incluindo-se	aí	TODOS	os
procedimentos	necessários	à	sua	realização,	comunicando	tal	fato	ao	Hospital	do	Câncer	A.	C.
Camargo,	 responsável	 pelo	 tratamento,	 e	 assumindo	 total	 responsabilidade	 por	 TODOS	 os
custos	envolvidos	no	procedimento,	sob	pena	de	multa	diária	de	R$	10.000,00	(dez	mil	reais),
valor	este	a	ser	sequestrado	das	contas	bancárias	da	ré	A.	a	fim	de	custear	o	tratamento;
d)	no	 caso	 de	 concessão	 da	 liminar,	 seja	 esta	 comunicada	 via	 FAX	 para	 a	 ré	 e	 para	 a
Fundação	 Antônio	 Prudente	 (00-0000-0000),	 mantenedora	 do	 Hospital	 do	 Câncer	 A.	 C.
Camargo;
e)	 a	 citação	 da	 ré	 para	 que,	 querendo,	 ofereça	 defesa	 no	 prazo	 legal,	 sob	 pena	 de
sujeitar-se	aos	efeitos	da	revelia;
f)	seja	declarada	a	nulidade	da	cláusula	contratual	do	plano	de	saúde	que	exclui	de	sua
cobertura	 os	 procedimentos	 envolvendo	 o	 transplante	 de	 medula	 óssea,	 consolidando-se	 a
liminar	 previamente	 concedida	 e	 determinando	 à	 ré	 A.	 que	 assuma	 TODOS	 os	 custos	 do
tratamento	da	doença	do	autor,	enquanto	beneficiário	do	seu	plano	de	saúde.
Requer	a	produção	de	todos	os	meios	de	prova	em	direito	admitidas,	em	especial	pela
juntada	 de	 documentos	 (anexos),	 perícia	 médica	 e	 o	 depoimento	 pessoal	 do	 representante
legal	da	ré.
Nos	 termos	 do	 art.	 319,	 VII,	 do	 CPC,	 a	 requerente,	 considerando	 que	 o	 direito
envolvido	 no	 presente	 feito	 é	 indisponível	 (não	 há	 como	 negociar	 a	 realização	 ou	 não	 do
tratamento,	 a	 vida	 do	 requerente	 depende	 disso),	 registra	 que	 “não	 tem	 interesse	 na
designação	de	audiência	de	conciliação”.
Dá	à	causa	o	valor	de	R$	100.000,00	(cem	mil	reais).
Termos	em	que
p.	deferimento.
Mogi	das	Cruzes,	00	de	julho	de	0000.
Gediel	Claudino	de	Araujo	Júnior	OAB/SP	000.000
“É	pacífica	 a	 jurisprudência	da	Corte	 ao	 considerar	 que	o	 ‘valor	da	 causa’	 deve	 ser	 proporcional	 à	 cláusula	 contratual
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envolvida	na	controvérsia,	e	não	de	todo	o	contrato”	(STJ,	REsp	196670-PB,	DJ	13-9-99,	p.	64,	Rel.	Min.	Carlos	Alberto
Menezes	Direito,	Terceira	Turma,	v.	u.).
Veja-se	nota	no	capítulo	“Declaração	de	Pobreza”.

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