Buscar

ANÁLISE DO VIDEOCLIPE DE “O HOMEM QUE NÃO TINHA NADA” - PROJOTA.

Prévia do material em texto

LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS
ESTUDOS DISCIPLINARES – V 
TRABALHO EM GRUPO – TG
ANÁLISE DO VIDEOCLIPE DE “O HOMEM QUE NÃO TINHA NADA” - PROJOTA.
Aluno:
Adalberto Vieira de Souza Junior RA: 1609185
Polo Capão Redondo
2017
Trabalho apresentado à Universidade Paulista – UNIP INTERATIVA, 
referente ao curso de graduação em Artes Visuais, como um 
dos requisitos para a avaliação na disciplina Estudos Disciplinares-V
 
 
 
 
Análise do videoclipe de O Homem Que Não Tinha Nada”.
 “O Homem Que Não Tinha Nada”, dirigido pela paranaense Lua Voigt, é o típico videoclipe socialmente consciente e nos trás, ao longo de quase 4 minutos, a crítica social, motor maior do Rap brasileiro. Neste dueto entre Projota e Negra Li, que de certa forma, com sua voz suaviza a música, destacam-se problemas do cotidiano nacional urbano, como violência gerada pelo tráfico de drogas, favelas, transporte público e toda precariedade de grande parte da população de baixa renda. 
O protagonista, é o faxineiro Josué, um típico trabalhador assalariado, que vive num bairro pobre, que tem de trabalhar e enfrentar situações difíceis, para garantir o sustento e sobreviver em condições ainda precárias. Em algumas cenas, Josué é retratado de forma romântica em sua relação com sua família. 
É destacado o otimismo da personagem central, que apesar do trem lotado e das provocações das pessoas durante seu dia de trabalho, leva sempre a fé numa vida melhor e o sorriso estampado no rosto. Talvez, seja uma referência ao estereótipo do brasileiro médio, que apesar de todas as dificuldades, tem alegria e esprerança na vida.
Também acaba nos remetendo, ainda que de forma indireta, ao título do debut-album de José Pereira Tiago Sabino, o Projota, "Foco, Força e Fé", que veio como consolidação de seus objetivos, após uma vivência de 10 anos do rapper em batalhas de mc's na cena hip-hop paulistana e outra referência aparente, surge ainda, no ano em que se passa a estória – 2005 – conforme se vê na lápide da personagem Josué, quando sua família vai visitá-la.
A narrativa ocorre de forma coesa entre a parte lírica e o vídeo. A imagens dos intérpretes da faixa, aparecem em preto e branco intercaladas com as cenas da vida de Josué, destacando-os totalmente da estória, apenas como narradores passivos diante dos fatos. A fotografia e a expressão dos mesmos, adicionam ainda mais melancolia e drama ao filme. 
De forma emotiva, melodiosa e de certa forma melancólica, a música dá a tônica da trágica estória de Josué, o homem que não tinha nada e acabou não tendo mais a própria vida, tirada por outro homem que também não tinha nada, mas tinha uma faca. Nesse momento, o clima pesado do videoclipe atinge seu ápice, quando justamente a faca ensanguentada caindo da mão do assassino de Josué, assume-se como signo da violência.
O vídeoclipe, de certa maneira, nos faz pensar que a população de baixa renda, além de ter muitos de seus direitos cerceados como saúde, educação e transporte de qualidade, ainda não têm direito à segurança.
A imagem do desespero da família de Josué, causa mal-estar e leva o espectador a imaginar possíveis desdobramentos para estas personagens, sobretudo os filhos:
"O homem que não tinha nada, agora já não tinha vida
Deixou pra trás três filhos e sua mulher". (PROJOTA; PROJOTA, 2015)
Referências:
VOIGT, Lua. PROJOTA. O homem que não tinha nada. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7m0kmGKX8o8>. Acesso em: 04/04/2017.
FAGUNDES, Ariel. Noize. entrevista| Projota leva mensagem do Rap ao mainstream, disponível em: <<http://noize.com.br/entrevista-projota-leva-o-rap-de-mensagem-ao-mainstream/#1>>. Acesso em 04/04/2017.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes