Buscar

PROINTER IV (1)

Prévia do material em texto

Universidade Anhanguera – Uniderp
Centro De Educação A Distância
Polo: Pindamonhangaba
Curso: Gestão Publica
PROINTER IV
Gestão Urbana e de Serviços Públicos, Licitações, Contratos e Convênios, Financiamentos Públicos, Políticas Públicas e Estado e Poder Local
RELATÓRIOS: PARCIAL
Luis Alexandre Leite Souza-RA 5059614012
Tutor A Distância: Profª Deisy Franciellen
Tutor Presencial: Alfredo Pires Neto
Pindamonhangaba-SP
25/10/2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO--03
RELATÓRIO PARCIALA--05
FRAGILIDADES DAS POLITICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS QUE TORNAM O SISTEMA BUROCRÁTICO--08
SUGESTÃO DE MELHORIAS QUE MINIMIZEM A BUROCRACIA NOS PROCESSOS--11
RELATÓRIO FINAL--13
CONSIDERAÇÕES FINAIS--17
REFERÊNCIAS--19
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por finalidade fazer uma análise do cenário da Previdência Social no Brasil apontando aspectos positivos e negativos que estão presentes nos processos de concessão de benefícios a sociedade. Primeiramente irá se falar da atuação de políticas públicas no regime previdenciário, depois irá ser abordado os principais benefícios que existem na Previdência Social Brasileira, continuando, irá se falar de um breve histórico da previdência e por fim das sugestões de melhorias que possam ser implementadas no sistema a fim de diminuir a burocracia no atendimento à população, assim possibilitando o acesso mais rápido aos benefícios prestados pelo INSS.
Em meu trabalho venho expor a burocracia, as dificuldades no serviço publico, vamos analisar os procedimentos da Previdência Social, mas também as possibilidades de termos um atendimento menos burocrático.
A Previdência Social:
A Previdência Social é o seguro social para a pessoa que contribui. É uma instituição pública que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus segurados. A renda transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a renda do trabalhador contribuinte, quando ele perde a capacidade de trabalho, seja pela doença, invalidez, idade avançada, morte e desemprego involuntário, ou mesmo a maternidade e a reclusão. 
As deficiências: 
As deficiências tidas como sendo do modelo são devidas, na realidade, às distorções na sua prática: estruturas gigantescas; pluralidade de chefias; encargos repetitivos; muitos níveis hierárquicos; nomeação, para cargos de direção e chefia, de pessoas despreparadas. Diante disso, o vocábulo burocracia passou a ter um novo significado, a configurar um neologismo (palavra antiga com significado novo). Passou a significar, na administração, as exigências, as condições, as classificações, os formulários, as fichas, os procedimentos desnecessários, morosos, inoportunos ou repetitivos, as filas, a sucessão de pareceres, as diligências, os atendentes despreparados, as licenças e autorizações, a falta de informações visuais nos locais de atendimento público, os prazos longos ou sem limite predeterminado e outras barreiras intransponíveis.
Burocracia:
As fontes da burocracia são encontradas nos três Poderes da União, dos Estados e do Distrito Federal, bem assim nos poderes municipais, tanto na administração direta como na indireta (agências, outras autarquias e empresas estatais). Também são encontradas em empresas privadas, como concessionárias de serviços públicos (transportes, telefonia, etc.) e seguradoras de planos de saúde, instituições bancárias e outras. Mesmo nos atos de caráter estritamente legislativo ou jurisdicional, a burocracia se faz presente. Outras grandes fontes situam-se no Sistema Tributário Nacional e na Previdência Social.
Previdência Social Brasileira:
A Previdência Social Brasileira, a partir da segunda metade da década de 1990, passou a enfrentar pressões deficitárias em função da construção do sistema de proteção social (regime de repartição, na qual as gerações atuais financiam as gerações passadas), do crescente número de aposentadorias (aumento do número de idosos na população brasileira), das questões demográficas (diminuição do crescimento vegetativo das famílias) e das recentes alterações no mercado de trabalho (aumento da informalidade), gerou a perda significativa de arrecadação e elevando o déficit previdenciário 3, que n o ano de 2003 atingiu cerca de R$ 31 bilhões.
RELATÓRIO PARCIALA
previdência social é uma política pública que oferece um benefício monetário as pessoas em situação de vulnerabilidade, mediante contribuição, cobre riscos genéricos ou específicos, eventos futuros, imprevisíveis ou incertos, mediante a contribuição financeira, mensal, dos seus beneficiários diretos (diretos) ou indiretos (empresas) e do Estado. As nove contingências clássicas previstas na convenção 102 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) são: idade avançada, invalidez, morte, enfermidade, maternidade, acidente do trabalho, encargos familiares, desemprego e tratamento médico. No Brasil as duas últimas contingências são cobertas pelo Seguro Desemprego e pelo SUS, respectivamente, fora dos regimes previdenciários usuais.
Ao se referir a institucionalidade da previdência social brasileira, considera-se a Lei Eloy Chaves (Decreto-Lei nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923) o ponto de partida do sistema previdenciário brasileiro. Essa lei estabeleceu as bases legais e conceituais da posterior previdência social, e também o precedente do uso da previdência como meio de lidar com a questão social. No decorrer das décadas de 20 e 30, foi incisiva a intervenção do Estado sobre as instituições previdenciárias, no sentido de redirecionar a natureza de seus objetivos, gestão, organização e padrão de financiamento. A administração dos fundos de aposentadorias, porém, era realizada pelos próprios empregadores e empregados, sem a participação do Estado. Como o pequeno número de segurados proporcionava recursos insuficientes para o funcionamento das caixas em moldes estáveis, foi necessário imprimir uma mudança de orientação ao sistema (STEPHANES, 1998). Começou, então, uma nova fase, em que a vinculação passou a ser feita pela categoria profissional. Foram criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP’s) e a cobertura previdenciária estendida à virtual totalidade do s trabalhadores urbanos e a boa parte dos trabalhadores autônomos. O Estado, que até então se mantivera afastado da administração dos sistemas, assumiu mais estreitamente a gestão das novas instituições. A primeira medida correta para diminuir a disparidade existente entre as categorias profissionais e a unificação da previdência foi a promulgação da “Lei Orgânica da Previdência Social” (LOPS), em 26 de agosto de 1960. Sua grande importância residiu no fato de haver uniformizado as contribuições e os planos de benefícios dos diversos institutos. “A Lei Orgânica de 1960 marca o definitivo abandono das soluções diversificadas e da legislação esparsa, excessivamente abundante e algumas vezes contraditória.” (RUSSOMANO, 1983, p. 39). Em 1967, no âmbito das reformas empreendidas pelo regime militar, e decorridos seis anos da promulgação da LOPS, a unificação institucional foi efetivada através da criação do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS). Em 1974, por meio do desdobramento do antigo Ministério do Trabalho e Previdência Social, foi criado o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), que veio a responder pela elaboração e execução das políticas de previdência, assistência médica e social.
Outras informações:
 Tempo exigido para proporcional: o adicional de tempo citado na regra transitória corresponde a 40% do tempo que faltava para o cidadão atingir o tempo mínimo da proporcional que era exigido em 16/12/1998 (30 anos para homem e 25 para mulher). Exemplo: um homem que tinha 20 anos de contribuição nessa data, precisava de 10 para aposentar-se pela proporcional. Logo, para aposentar-se pela proporcional hoje, deverá comprovar 34 anos (30 anos + 40% de 10 anos).Valor da aposentadoria proporcional: a aposentadoria proporcional tem valor reduzido, que vai de 70 a 90% do salário-de-benefício. Confira as regras de cálculo.
Adicional de 25% para beneficiário que precisa de assistência permanente de terceiros: somente o aposentado por invalidez possui este direito.
 Período de carência: para ter direito a este benefício, é necessário que o cidadão tenha efetivamente trabalhado por no mínimo 180 meses. Períodos de auxílio-doença, por exemplo, não são considerados para atender a este requisito (carência);
Fim da aposentadoria proporcional: a aposentadoria proporcional foi extinta em 16/12/1998. Só tem direito a esta modalidade quem já contribuía até esta data;
 Requerimento por terceiros: caso não possa comparecer ao INSS, você tem a opção de nomear um procurador para fazer o requerimento em seu lugar.
Aposentadoria por invalidez
Benefício aos trabalhadores que por doença ou acidente forem considerados pela perícia médica da Previdência social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento.
Auxilio doença
Benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais de 15 dias consecutivos.
Principais requisitos
 Possuir a carência de 12 contribuições (isenta em caso de acidente de trabalho ou doenças previstas em lei);
 Possuir qualidade de segurado (caso tenha perdido, deverá cumprir toda a carência novamente);
 Comprovar doença que torne o cidadão temporariamente incapaz de trabalhar;
 Caso perca a qualidade de segurado, deverá cumprir toda a carência novamente; Para o empregado em empresa: estar afastado do trabalho há pelo menos 15 dias (corridos ou intercalados dentro do prazo de 60 dias).
Auxilio reclusão
É um benefício devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, durante o período em que estiver preso ou regime semi - aberto.
Pensão por morte
Benefício pago a família do trabalhador quando ele morre
Salário Maternidade
O salário-maternidade é um benefício pago às seguradas que acabaram de ter um filho, seja por parto ou adoção, ou aos segurados que adotem uma criança.
FRAGILIDADES DAS POLITICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS QUE TORNAM O SISTEMA BUROCRÁTICO
A temática em questão está presente em diversas fontes, seja em jornais, notícias televisivas, discussão na Câmara, entre especialistas da área e na academia. Os principais enfoques a cerca desta questão se referem às reformas, à sustentabilidade da previdência, às questões demográficas, econômicas e fiscais. Além disso, o assunto compreende um regime de repartição simples com características de capitalização escritural, na qual as contribuições arrecadadas servem para pagamento de benefícios e obrigações quanto aos seus inativos. Dessa forma, o modelo pressupõe que existirão contribuições que arcarão com as despesas.
Somente a partir de 1993 foi que os servidores públicos, vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), começaram a contribuir para a previdência, mesmo sem haver vínculo entre sua contribuição e benefício futuro.
Até 1995 este equilíbrio predominava nas contas do INSS, diferentemente dos servidores atrelados ao RPPS. De 1995 a 2006, este resultado negativo cresce a cada ano, chegando a 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do total dos dois regimes. Antes a preocupação era com a desproporcionalidade do RPPS. Hoje, a atenção se volta de maneira geral para os dois, em virtude do déficit crescente do RGPS, enquanto que no RPPS, neste intervalo de tempo, permaneceu quase que constante tanto em despesas quanto receitas. Os dados do Ministério da Previdência Social (2010) mostram que o saldo previdenciário em 2009 chegou a R$ 42,9 bilhões, o que correspondeu a um aumento do déficit de 15,5%, se comparado com o ano anterior. A diferença entre o valor da arrecadação líquida e o total de benefícios foi de R$ 62,9 bilhões; cerca de 15,3% maior que o déficit de 2008.
Quando da elaboração de propostas para a previdência, diversos especialistas chegaram a uma visão sistêmica do modelo previdenciário vigente. O modelo brasileiro é portador de uma doença endêmica que, com crescente intensidade, está consumindo sua saúde financeira e, com ela, a própria capacidade de geração de recursos públicos. Para tornar esse quadro mais preocupante, basta dizer que a despesa previdenciária caminha para a porcentagem de 16% do PIB, caso não seja feito nada substancialmente consistente e capaz de reduzir progressivamente os riscos prevideniários. Esses 16% compreenderiam mais de 12% do PIB no INSS e outros 4% dos regimes dos servidores públicos (BM&FBOVESPA, 2007).
Outro fator preponderante é a queda da relação entre contribuintes e inativos. De acordo com Santos (2009), existiam em 2009, 1,7 contribuintes para cada 1 beneficiário, enquanto que em 1950 esta relação era de 8 para 1. Isto se deveu principalmente à migração para os centros urbanos e o não acesso à previdência para grande parte da população. O crescimento da base contributiva tem crescido em índices menores que a base beneficiária.
Assim, em um sistema onde a geração atual de contribuintes paga os benefícios de uma geração anterior, dependente de recursos provenientes das contribuições para financiar as aposentadorias no presente (que é a divisão entre o número de pessoas com idade entre 20 e 59 anos pelos que tem mais de 60 anos), pode sinalizar, no futuro, um desequilíbrio financeiro das contas previdenciárias. Projeções do IBGE apresentadas pelo MPS (2010) demonstram que em 2027 esta razão deverá ser de 3,4, enquanto que em 2008, para cada pessoa com mais de 60 anos havia 5,8 pessoas com idade entre 20 e 59 anos. Essa dinâmica sinaliza uma queda dos potenciais contribuintes para a previdência social em comparação ao incremento na população de idosos ou potenciais beneficiários.
Levando em consideração a queda dos potenciais contribuintes no futuro e o aumento dos prováveis beneficiários, restam duas alternativas para um bom funcionamento do regime de repartição: aumentar os encargos sobre os mais jovens ou diminuir os benefícios concedidos aos idosos. Esse desequilíbrio estrutural causado nas contas públicas, oriundo dos déficits da previdência social, põe em dúvida os modelos atualmente vigentes no país, gerando incertezas quanto a sua sustentabilidade hoje e, sobretudo, no futuro (BERTUSSI; TEJADA, 2003).
Por conta da elevada despesa previdenciária vista no tópico anterior, recursos deixam de ser repassados para áreas como saúde, educação, segurança e infra-estrutura, todas estas essenciais à sustentação do crescimento da economia. Para Rocha e Caetano (2008) surge então a necessidade de aumentar impostos e contribuições para fazer face ao aumento de gastos, o que reduz a abertura de novos negócios e impõe elevado ônus ao setor produtivo, com potencial efeito inibidor sobre o crescimento econômico.
A despesa com benefícios previdenciários cresceu 12,7% em 2009, totalizando R$ 224,9 bilhões. Isso aconteceu devido aos seguintes fatores: reajuste do salário mínimo acima da inflação em fevereiro de 2009, fazendo com que o piso previdenciário aumentasse significativamente; aumento dos benefícios pagos e reajuste em fevereiro de 2009 dos benefícios com valores acima de um salário mínimo.
3.2 Fragilidades que dão Margem A Burocracia, de Acordo com a Realidade Atual da Previdência Social Brasileira
Déficit de servidores, sistemas lentos e inoperantes, não há um programa eficiente de conscientização dos segurados em relação da importância de manter-se com as contribuições em dia para o sistema previdenciário, hoje não temos mas fila na porta das Agências do INSS, contudo há uma fila virtual, onde o segurado tem que esperar até mais de trinta dias para realizar uma perícia médica. Falta de planejamento na gestão do órgão e de implementação de políticas de melhorias e reestruturação.
SUGESTÃO DE MELHORIAS QUE MINIMIZEM A BUROCRACIA NOS PROCESSOS
Melhorias na gestão do sistema previdenciário causam efeitos benéficos para a Previdênciae todo o seu sistema. De acordo com os resultados apresentados pelo MPAS (2010), em comparação a dezembro de 2008 e 2009 vê-se que os auxílios de doença acidentário e previdenciário apresentam redução de 5,3% e 5,8% respectivamente na emissão de novos auxílios, o que equivale a aproximadamente 75 mil benefícios a menos. E quando a comparação é feita de 2005 a 2009, esta redução chega a 25,6%.
Podem ser incluídos no rol de melhorias em gestão: o censo de beneficiários; a legislação do SIMPLES - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas; a unificação da receita previdenciária com a federal, permitindo ganhos de escala administrativos; o leilão da folha do INSS, onde os bancos passaram a pagar ao governo para ter os aposentados e pensionistas como seus clientes, em vez de o governo pagar aos bancos para efetuar o depósito mensal dos benefícios; assim como o ainda novo e incipiente modelo das alíquotas do seguro acidente do trabalho.
Peliano (2006, p. 26), além de fomentar a idéia de uma boa gestão previdenciária, propõe novas práticas: Todas essas providências são coerentes com melhoria geral na eficiência do atendimento e do gasto previdenciário. Essas medidas, com o auxílio de uma política mais estável de administração do salário mínimo, relacionada ao incremento do PIB, contribuiriam com grande eficácia para equacionar o perfil de longo prazo da necessidade de financiamento do sistema. Observe-se que a taxa de incremento real do salário mínimo é variável-chave para a gestão fiscal do sistema e, como demonstrado, este poderia crescer no entorno do incremento do PIB, sem provocar problemas de financiamento.
Sugerimos concurso público para a contratação de servidores, um sistema onde as pessoas mais carentes tivessem condições de contribuir para a previdência social com valores diferenciados conforme sua comprovação de renda, governo fazer programas de conscientização e orientação previdenciária em escolas, centros comunitários demonstrando a importância de contribuir para o INSS.
Sugerimos também desenvolvimento de um sistema integrado entre o INSS, M T E, Empresas, Receita Federal e demais órgãos que são responsáveis por receber os dados de empregados e empregadores diminuindo essa busca por informações em diversas instituições.
RELATÓRIO FINAL
Análise da Inter-Relação entre Burocracia, Políticas Públicas e Financiamentos Públicos com foco na crise da Previdência Social
Partindo da premissa do artigo 194 da Constituição Federal de 1988 que a Seguridade Social é um conjunto de medidas de iniciativa do poder público e da sociedade que tem como objetivo assegurar a saúde, a assistência e a previdência social, verifica-se o tripé formador do sistema protetivo social do Brasil O princípio da tríplice forma de custeio introduzido em nosso ordenamento em 1934, define que a seguridade será financiada por três atores: o governo com aportes de capital nos déficits da previdência, os trabalhadores com o pagamento de contribuições sobre seus rendimentos e a empresa que sobre a folha de salário, lucro, faturamento e receita.
Nota-se que para dar mais sustentabilidade e segurança à seguridade social, as contribuições sociais devem respeitar o princípio da diversidade da base de financiamento, que protege o sistema evitando a sobrecarga em uma só fonte de financiamento. Mesmo com toda proteção constitucional, a prestação de serviços relacionados à saúde, assistência e previdência social é deficiente. Mais especificamente no campo previdenciário, as aposentadorias não representam dignamente uma contrapartida por todas as contribuições vertidas por 35 anos no caso da aposentadoria por tempo de contribuição A forma de contribuição que a maioria dos segurados brasileiros estão vinculados é o de repartição simples, daí aparecer como legítima a preocupação do governo em manter seu orçamento equilibrado, ainda que se deva reconhecer, de imediato, que a corrosão das receitas previdenciárias pelo crescimento do desemprego, da informalidade do trabalho e da sonegação é desdobramento natural da sua própria política econômica. Cresce, paralelamente, um sistema privado complementar de capitalização para aquela minoria que volta do mercado com mais do que o tal troco da cesta básica no bolso.
As políticas públicas são resultados de forças sociais que se opõem, o que faz com que a forma e o conteúdo das mesmas estejam diretamente associados a conjugação de fatores estruturais e conjunturais do processo histórico de um país. No Brasil, a Constituição Federal Brasileira de 1988 estabeleceu novas diretrizes para a efetivação de políticas públicas brasileiras, dentre essas, está o controle social por meio de instrumentos normativos e da criação legal de espaços institucionais que garantem a participação da sociedade civil organizada na fiscalização direta do executivo nas três esferas de governo. Não obstante, as práticas sociais promovidas pelos conselhos de políticas públicas nesses últimos dezoito anos, enquanto órgãos de controle social. Têm produzido efeitos contraditórios em relação a função constitucional a eles atribuída. A identificação dos avanços e dos limites à institucionalização do controle social como exercício regular nas políticas públicas se constitui em objeto de interesse acadêmico, político e social uma vez que pode colaborar na instauração de um Estado efetivamente republicano em solo brasileiro.
Um dos temas mais controvertidos no campo da administração pública é o concernente à relação entre política e administração. Em geral, as abordagens a respeito concentram-se no estudo dos determinantes macroestruturais das políticas públicas, ou bem limitam-se a aspectos descritivos dos processos decisórios e administrativos a que as políticas dão lugar na fase de sua implementação. A dicotomização dos enfoques em torno dessas duas visões, tem levado com frequência a que nos diagnósticos institucionais se relegue a segundo plano o fato de que a administração é um efeito da política e que os problemas administrativos decorrem principalmente da forma como as foram se configurando e concretizando ao longo do tempo.
Nesse sentido, a construção dos aparatos institucionais através dos quais se executam as políticas e programas, nunca segue uma trajetória bem definida. Ao invés disso, as análises institucionais põem reiteradamente de manifesto a existência de inúmeras instâncias de diferente hierarquia, dependência administrativa e tamanho que implementam ações superpostas, descontinuas, erráticas ou até contraditórias em torno da consecução de um mesmo objetivo.
Embora essa caracterização seja válida para todo o setor público, ela aparece de forma muito mais evidente na área social, pois nela o embate entre as classes dominantes e subordinadas se reflete mais diretamente. De um lado, as políticas sociais, via de regra, são utilizadas pelo regime como forma de legitimação e controle social, e por outro, constituem lugar privilegiado da luta da população pela conquista de seus direitos sociais de cidadania.
Um dos enfoques mais comumente utilizados no estudo das organizações complexas é aquele baseado na versão funcionalista da teoria de max weber. Em geral, a estrutura e o modus operandi das grandes organizações públicas são analisados em termos do “tipo ideal” de organização burocrática desenvolvido por Weber e os problemas detectados são explicados em termos de “disfunções” passiveis racionalização comportamental e gerencial. Nem sempre é dada a devida relevância ao fato de que tais explicações devem ser buscadas fundamentalmente na natureza política das instituições públicas. Omissão essa que leva a atribuir àquelas uma neutralidade que as colocaria acima dos conflitos e contradições particulares a cada formação econômico social especifica. Porém, em lugar de discutir a questão em termos de burocracia como sujeito deveria analisa-la em termo de teoria relacional do poder. Nesta ótica, a autonomia do estado é, portanto de seus aparelhosé relativa na medida que estes constituem a condensação material e especifica de uma relação de forças entre classes e frações de classes. Nesse sentido a burocracia não teria poder político próprio, pois seria, em última instância um sistema especifico de organização e funcionamento interno do aparelho de estado que manifesta o efeito especifico da ideologia burguesa, da natureza do Estado capitalista e, sobretudo, das relações da luta de classes com esse estado.
As políticas públicas visam responder a demandas principalmente dos setores marginalizados da sociedade. Considerados como vulneráveis. Essas demandas são interpretadas por aqueles que ocupam o poder, mas influenciadas por uma agenda que se cria na sociedade civil através da pressão e mobilização social.
Temos assim um processo dinâmico com negociações, pressões, mobilizações, alianças ou coalizões de interesses. Compreende a formação de uma agenda que pode refletir ou não os interesses dos setores majoritários da população a depender do grau de mobilização da sociedade civil para se fazer ouvir e do grau de institucionalização de mecanismos que viabilizem sua participação. É preciso entender composição de classe, mecanismos internos de decisão dos diversos aparelhos, seus conflitos e alianças internos da estrutura de poder que não é monolítica ou impermeável as pressões sociais, já que nela se refletem os conflitos da sociedade.
Os objetivos das políticas têm uma referência valorativa e exprimem as opções e visões de mundo daqueles que controlam o poder, mesmo que, para sua legitimação, necessitem contemplar certos interesses de segmentos sociais dominados, dependendo assim da sua capacidade de organização e negociação.
Em contrapartida mais da metade do gasto Federal social no Brasil é com o regime Geral de Previdência social, segundo dados do Ipea. Em segundo plano, estão os benefícios dos servidores públicos federais e somente depois despesas com saúde, educação e assistência social. Por essa razão todos os dias o tema da reforma da previdência social é debatido, em especial se vislumbram no horizonte crises financeiras mundiais, como está acontecendo atualmente.
Pode-se dizer sem grande radicalismo, que a previdência social nasceu em crise, simplesmente porque nasceu de forma tortuosa, ou seja, ela é filha da própria crise. A previdência social foi mundialmente evoluindo sempre movida por uma crise.
Em todo o mundo, países estão em transição, já há algum tempo, nos seus sistemas de previdência social. Na América Latina a previdência social publica vem sendo paulatinamente reduzida com a substituição por sistemas de capitalização individual administrados pelo setor privado.
Observa-se que ao redor do mundo a maioria dos países está reavaliando seus sistemas de previdência social. Na medida em que a população envelhece e os antigos sistemas de previdência passam a consumir cada vez a maior parte das receitas nacionais, as reformas tornam-se inadiáveis. Equilibrar receita e despesa já está ficando difícil para vários países e o Brasil não é diferente. Devido a grandes evasões de receitas públicas devido aos altos índices de corrupção fez com que nosso país tivesse um desiquilíbrio nas contas públicas apresentando déficit orçamentário e financeiro de bilhões, fazendo com que a cada vez seja necessário reformar a previdência para poder futuramente da conta de cobrir os gastos gerados por ela.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A falência do Estado do Bem Estar Social deu início a uma nova ordem social. O apogeu do Estado mínimo e a ineficiência do Estado em prover o mínimo necessário para garantir os direitos sociais ocasionaram uma paralisação do primeiro setor, que é o próprio Estado.
Ao Estado era confiado o papel de provedor e agora, diante das mudanças econômicas globais, o Estado passou a ser o regulador dos serviços sociais. Fatores como os acima apontados, foram os causadores do comprometimento do tripé formador da Seguridade Social: Saúde, Assistência Social e Previdência Social. Dentre os vários fatores do comprometimento dos serviços e benefícios da previdência pública brasileira a má administração é o principal deles. Os recursos destinados ao financiamento da Seguridade Social são frequentemente desviados pela própria União para serem aplicados em áreas que não guardam finalidade com a previdência social. A diminuição da folha de salários causada pelo desemprego e o avanço tecnológico, a crise internacional, a longevidade ou ate mesmo a baixa natalidade são fatores que isoladamente não geram o déficit previdenciário, mas exigem da administração pública medidas que preservem o sistema protetivo nacional. Medidas ou reformas orçamentárias que não violem os direitos sociais nunca foram objeto do poder legislativo o que se criou atualmente foi a inversão dos pilares de sustentação da previdência, pois diante do quadro apresentado, ao invés do Estado realizar aportes de capital para os déficits da previdência, como garante o Princípio da Tríplice Forma de Custeio como é a previdência que vem sustentado o Estado em momentos de crise.
A Previdência Social pública Brasileira há muito era o retrato de tudo que apresenta para o cidadão: a burocracia, com seus processos e estruturas complexas, ineficiência, desrespeito e descasos com direitos e lentidão no atendimento. Contudo o atendimento ao contribuinte está muito além do satisfatório, é necessário a utilização de modernas ferramentas de gestão documental eliminando o gargalo dos documentos físicos e agilizando os processos.
A grande preocupação consiste em saber se futuramente este modelo previdenciário poderá sustentar uma grande massa de beneficiários, já que a principal fonte de capitação de recursos é proveniente do vínculo contributivo de empregados e empregadores. Ainda assim existe um vasto campo para ser explorado, tal como os trabalhadores informais, pois ainda sem nenhuma contribuição poderá ter acesso ao benefício mínimo garantido ao cidadão.
Enfim, deve-se repensar na reestruturação da previdência como um todo a fim de que possa beneficiar não somente o governo mais também aos contribuintes da qual a fazem parte.
REFERÊNCIAS
BAGGIO, Roberta Camineiro. Federalismo no contexto da nova ordem global.Curitiba: Editora Juruá, 2011. (Livro Principal).
DE CARVALHO, J. M. República, Democracia e Federalismo no Brasil, 1870-1891. Varia História, v. 27, n. 45, p. 141-157, jun. 2011. ISSN: 01048775. Disponível em: <http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=foh&AN=69913739&lang=pt-br&site=ehost-live>. Acesso em: 10 dez. 2014.
DE LIMA, D. V.; MATIAS-PEREIRA, J. A dinâmica demográfica e a sustentabilidade do regime geral de previdência social brasileiro. RAP: Revista Brasileira de Administração Pública, v. 48, n. 4, p. 847-868, july 2014. ISSN: 00347612. Disponível em: <http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=a9h&AN=97463285&lang=pt-br&site=ehost-live>. Acesso em: 10 dez. 2014.
GIAMBIAGI, F.; ALÉM, A. Finanças Públicas: Teoria e Prática no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2011. (Livro Principal).
GORGES, Eduardo. A Lei de Murphy no Gerenciamento de Projetos. Rio de Janeiro: Brasport, 2010. (Livro Principal).
LIBERATI, Donizeti W. Políticas públicas no Estado constitucional. 2013. Disponível em: <http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788522477654>. Acesso em: 10 dez. 2014.
MACIEL, P. J. Finanças públicas no Brasil: uma abordagem orientada para políticas públicas. RAP: Revista Brasileira de Administração Pública, v. 47, n. 5, p. 1213-1242, sept. 2013. ISSN: 00347612. Disponível em: <http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=a9h&AN=91904174&lang=pt-br&site=ehost-live>. Acesso em: 10 dez. 2014.
SECCHI, Leonardo. Políticas Públicas. 2. ed. São Paulo: Cengage, 2013. (Livro Principal).

Outros materiais

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes