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A Adolescência e a Criminalidade

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A Adolescência e a Criminalidade: Crime Passional
1. Introdução
O presente trabalho visa abordar aspectos relacionados com a problemática da criminalidade na adolescência, concretamente sobre crime passional. Neste caso, ela aborda toda uma visão entre os aspectos ligados a personalidade da vítima e a do agressor.
Neste trabalho, abordaremos situações que envolvem toda uma dinâmica da conduta dos adolescentes e a sua manifestação criminal. E abordaremos os aspectos ligados aos distúrbios de personalidade.
Para este ensaio traçamos os seguintes objetivos: compreender as influências do comportamento do adolescente na manifestação de uma conduta criminal e identificar os aspectos relacionados com a conduta criminal numa relação amorosa.  
No desenvolvimento do nosso ensaio, falamos da adolescência e a criminalidade, aqui apresentamos os aspectos ligados a adolescência, sua conduta e com parecer de alguns psicanalistas. Apresentamos também a conduta criminal dos adolescentes, onde mencionamos até que ponto um adolescente poderá manifestar uma conduta criminal.
Apresentamos em seguida um caso que envolve uma relação amorosa de dois adolescentes apaixonados e que culmina com um assassinato. Este caso, é semelhante a um dos casos que realmente aconteceu no mês de setembro em Luanda, em que um jovem foi vítima de um espancamento brutal até a morte.
Cientes de que estamos sujeitos a erro, quer de digitação, quer de atualização de dados científicos. Desde já pedimos a máxima atenção e colaboração, quer em críticas e em sugestões.
Sabendo que todo o trabalho científico requer maior cautela e dedicação e acima de tudo maior empenho. Este trabalho, realizou-se com a finalidade de cumprir com todas as orientações.
2. A adolescência e a criminalidade
Através dos meios de comunicação, podemos verificar que muitos são os casos que inflamam a nossa sociedade relativamente ao ato criminal perpetrada pelos adolescentes.
Crimes bárbaros em que chocam grandemente a sociedade. Situação está que nos leva a interrogar a natureza dos crimes. Jovem assassina a namorada, jovem violenta brutalmente a namorada, filho assassina a sua própria mãe, pai é brutalmente espancado pelos seus filhos, jovem paga para assassinar o namorado, entre outros crimes que com muita intensidade chocam com a sociedade.
Diante desta situação, verificamos que os crimes com maior relevância são apresentados em jovens com envolvimento amoroso. A relação amorosa é tão intensa que poderá se desencadear num ato criminal: ciúmes ou obsessão. As violências no relacionamento amoroso constituem uma das premissas para o fim de um longo período de paixão ou então para a intensificação do laço amoroso. Tudo começa com uma bofetada carinhosa e termina com espancamento e até ate utilização de armas brancas e de fogo em alguns casos.
A adolescência abrange não apenas alterações físicas de um corpo em amadurecimento, como também muitas mudanças cognitivas e socioemocionais. Essas mudanças fisiológicas irão se desencadear no comportamento que o mesmo apresentará ao longo desse período. As frustrações e os conflitos interpessoais serão a mola impulsionadora para um determinado tipo de comportamento agressivo.
A insatisfação em relação ao sexo oposto, a má inserção nos grupos de pares, a baixa autoestima, os insucessos no alcance de seus objetivos amorosos conduzirão o adolescente a enveredar em certas práticas inadequadas.
Segundo Erikson, na adolescência, o indivíduo abandonará alguns aspectos das suas identificações anteriores, fortalecerás outros e, finalmente, deverá encontrar-se, descobrir quem é e ser capaz de responder à pergunta central. Ao conseguir definir a sua identidade, o adolescente começa a considerar-se uma pessoa coerente, íntegra, única. Se não poder «encontrar-se», se não tiver um objetivo na vida, diremos que ele sofrerá a difusão da identidade.
Esta difusão da identidade, constitui num aspecto fundamental para o surgimento de comportamentos desviantes. Nesse caso, a fuga da identidade caracteriza-se pela abstração de si mesma e aquisição de atitudes antissocial, mesmo em convivência com os grupos de pares.
Freud considerava o instinto sexual de maneira ampla, como um forte desejo de obter todos os tipos de prazer sensual. Ele denominava a energia gerada pelo instinto sexual de libido.
A crise de identidade na adolescência é também resultado da não satisfação dos desejos sexuais. Para Freud, as experiências libidinais em cada umas dessas fases marcam sua personalidade com tendências que permanecem até sua fase adulta. Sendo assim, o comportamento violento do adolescente centra-se na ausência de afeto e nas respostas de ações afetivas pelo seu parceiro. Quando não encontramos respostas as nossas inquietações e a não satisfação das necessidades fisiológicas, resultam em frustração e consequentemente a frustração desenvolve o conflito/agressão.
Compreendemos como criminalidade, ao conjunto das atividades criminais nas suas diferentes formas. As suas manifestações estão ligadas às estruturas e à cultura de uma sociedade (impacto da urbanização e das condições económicas sobre o nível de criminalidade) que inspira o controle jurídico e também às variantes individuais (de sexo, de idade) ou de pertença a meios que podem influencia-lo na sua natureza e na sua frequência. Ela também se refere ao conjunto ou o grau dos crimes num determinado meio. 
A ação criminal na adolescência pode ser realizada de forma isolada ou em grupos organizados. Muitas vezes, os adolescentes empreendem essas ações criminais a pedido de um mandante que pode ser um jovem ou uma jovem.
Às vezes, essas ações envolvem grupos ligados a marginais que o perpetram em resposta aos acordos não cumpridos, tais como rivalidade entre grupos, tráfico de drogas, adeptos de determinados músicos ou equipes desportivas.
O comportamento criminal nos adolescentes é resultado de diversos fatores neles desencadeados. A não satisfação dos desejos sexuais, o desequilíbrio emocional, a ausência de afeto pelos pais e grupos de pares, uma relação amorosa turbulenta ou desequilibrada, a formação de uma identidade difusa, as disfunções hormonais e a desestruturação social.
De acordo com Freud, o comportamento humano é instintivo, baseia-se nos instintos e tantos ou impulsos inconscientes. E desse impulso que se manifestam o comportamento criminal nos adolescentes. Sendo assim, o comportamento criminal é inato.
a) Crime Passional
Compreende-se como crime passional, toda a ação criminal perpetrada pelos jovens com motivações passionais, ou seja, por paixão.
A paixão é um sentimento intenso e geralmente violento (de afeto, ódio, alegria, etc.) que dificulta o exercício de uma lógica imparcial. Em psicologia, o apaixonado, que designa um temperamento ativo e entusiasmo, tem uma conotação positiva e o passional, que caracteriza certos delírios ou certos crimes, recebe uma denotação negativa.
O delírio passional comporta dois elementos indissociáveis: uma «ideia prevalecente», à qual o doente adere totalmente (segundo T. Ribot, a paixão é para a afetividade o que a ideia fixa é para o pensamento); uma mobilização persistente de energia para atingir o seu fim, e que nenhum insucesso ou desmentido vem abalar. Além disso, o doente não apresenta nem deterioração mental nem desorganização da personalidade. Mais perto de nós, os psicanalistas consideraram sobretudo a paixão amorosa (o seu corolário, o ciúme), a paixão do jogo, a paixão ideológica; a toxicomania, que tem sido por vezes considerada uma paixão [08].
É de fato, essa paixão que muito alimenta o adolescente nas suas experiências amorosas com o fim de considerar que toda a relação possui altos e baixos. E de que o amor que sente pela pessoa amada é mais forte que qualquer circunstância da vida.
Quando os jovens formalizam as promessas de amor, sentem que a relação jamais será abalada, pois coisa nenhuma irá destrui-la. Neste caso, a fantasia de um romance coberto de rosas poderá se desencadear num mar de espinhos, e quando o ciúmetoma conta da situação, a obsessão surge como a forma para manter o relacionamento.
O medo em perder a pessoa amada e deitar abaixo o sonho e as fantasias de um romance paradisíaco, faz com que se sinta impotente em poder reverter o caso. Assim sendo, cria-se, várias formas para manter a relação. Os objetos que nortearam a relação, as locais de encontro, as músicas, as imagens e os vídeos, os presentes, as saídas, as mensagens e poemas que fortaleciam a relação, poderão ser usadas a fim de permitir a manutenção da mesma.
Eles puseram em evidência: o sobre investimento libidinal e narcísico do objeto, a idealização deste, a mobilização da pulsão de posse sobre este objeto, a impossibilidade de renunciar ao desejo por ele (donde, eventualmente, surge o crime passional), o sentimento de ser a vítima de uma possessão, o caractere obsessivo do desejo, a regressão à impotência do recém-nascido numa situação dissimétrica em relação a uma mãe fantasmada toda-poderosa, o prazer de uma viva excitação, que torna ativo, misturado com o intenso sofrimento da insatisfação.
Sendo assim, nada mais poderá impedir que a relação se reconstrua, finalmente, tudo foi a água a baixo. Tudo acabou, nada mais poderá nos unir. Sonhos e ilusões, perdido o amor se transforma em ódio a obsessão fortalece a paixão.
A dor em perder a pessoa amada e não permitir que seja trocada por outra pessoa, faz com que surja sentimento intenso de revolta e desespero, consequentemente, o desejo de querer que ela viva a amargura da vida, transformar-se-á em vingança. Sente-se traído pelas circunstâncias da vida e a pergunta que não se cala “onde foi que eu errei? ”  
b) Caso A
Julieta namorada de Paulo, que já lá vão a mais ou menos 2 anos e 7 meses. Julieta de 17 anos de idade e estudante do Colégio Secundário e Paulo de 19 anos estudante do 1º Ano de engenharia de Computação. Paulo conhecia os pais da Julieta, e que ele estava decidido em pedir a mão da Julieta em casamento, pois o amor falava mais alto que qualquer coisa neste mundo.
Sucedeu de que Paulo apresentava comportamentos estranhos, e quase a Julieta não mais a reconhecia. Começou a envolver-se como outras meninas, colegas da Universidade e como se não bastasse, consumia álcool com frequência. Julieta, a aconselhara, mas Paulo dizia que, ele já era bastante crescido para cuidar de sua vida.
Num belo dia, eles fizeram amor, mas antes Paulo fotografara a Julieta nua, em diversas posições. E culminando, em fazer um vídeo em todo o ato sexual. Filmou todo ato sexual como prova do amor que sentia por ele.
O que mais intrigava é que ela descobriu que Paulo fizera em todas as meninas com que teve relações sexuais. Julieta perturbada, buscou explicação e uma forma de o Paulo eliminar o vídeo e as fotografias, mas ele prometera que não iria fazê-la, pois seria conservada para sempre a fim de recordarem aquele momento de maior prazer.
Paulo exibia os vídeos e as imagens que ele fizera em todas as suas amantes em seus amigos, inclusive os da Julieta. Sendo assim, como este comportamento e com a falta de respeito, Julieta decidiu terminar a relação, mas Paulo não se conteve com a situação. Protestou o pedido de sua amada e decidiu fazer chantagem com aquelas imagens e vídeo eróticos.
Desta feita, o desequilíbrio socioemocional, a falta de afeto e de autoestima comoveu Paulo que prometera se o deixasse, poderia exibir o vídeo e as imagens ao público e nas redes sociais. Pois Julieta estava prestes a ser batizada na Igreja Pentecostal. Esse fato, se finalmente acontecesse Julieta perderia o batismo e como se não bastasse, seria conhecida com fornicadora ou prostituta. Isto jamais ela desejaria. Teria de encontrar uma solução para reverter a situação, pois voltar a namorar o Paulo não seria a solução.
Paulo a pressionara deixando ela entre a espada e a parede, pois ele havia fixado o prazo para que Julieta se pronunciasse, e isso, foi dois dias antes do batismo. Ele sabia que a sua ex-namorada se sentia encurralada e como solução seria; voltar a namorar ou então oferecer uma quantia equivalente a 8 mil USD americanos para a compra do vídeo e das imagens eróticas.
Sem dinheiro suficiente para pagar o resgate das imagens e o vídeo, o prazo aproximando-se cada vez mais, Julieta não teve outra saída senão financiar um grupo de jovens e partir para agressão.   
Paulo foi sequestrado, três dias antes do batismo de Julieta, os sequestradores recuperaram as imagens e o vídeo. E dois dias depois do batismo de Julieta, Paulo foi encontrado morto barbaramente espancado. Ele não resistiu o sofrimento, pois para entregar o vídeo e as imagens foi necessária muita tortura.
As outras amantes de Paulo estavam no mesmo estado, pois ele também fez a mesma proposta; pagar o resgate das imagens e vídeos.
Este facto, envolveu a sociedade que na busca de resposta para o sucedido, estavam diante deste dilema. Quatro jovens encurralados por um jovem, que prometera publicar as imagens e os vídeos nas redes sociais caso não lhe oferecessem a quantia que exigia num prazo recorde.
A quantia era demais para as jovens e dando que cada uma pensou em reverter o quadro. O jovem não passava de um manipulador, sedutor por excelência e como se não bastasse aproveitava a inocência das meninas com o dinheiro que possuía, usava-a para puder conquistar as meninas.
Paulo, frequentava discoteca, festas de fim-de-semana, clubes e restaurantes. Pertencia a um grupo de jovens que na calada da noite vendiam crack e canábis e sendo ele um consumidor.
A sua infância foi dramática, quando aos 5 anos ficara órfão de pai. Sua mãe o protegia e cuidava com muito carinho e mais tarde teve um padrasto. Paulo foi considerado como um menino mimado em tudo quanto ele quisesse a mãe colocara sempre em sua disposição. Rodeados de vídeos games e computadores, Paulo foi um dos adolescentes que atraíra a atenção de todos que o vissem. Pois exibia um charme fascinante e uma beleza fora de serie. Muitos chamavam-lhe de a mister beleza. Sempre usou esse seu potencial para atrair as meninas e leva-las para cama.
A sua primeira paixão foi a Julieta com que ele fizera promessa de um amor eterno e duradouro. Mas para além da Julieta, Paulo tinha outras companheiras sexuais. E até algumas raparigas de programa. Ele era conhecido como o bonitão.   
3. Conclusões
O presente ensaio é de extrema importância, visto que, nos dias de hoje temos deparado com diversas situações do género. Assim, o estudo sobre a adolescência e a criminalidade, concretamente os crimes passionais, levou-nos a compreender quão necessário é a intervenção dos psicólogos em geral e dos psicólogos forense em particular, a fim de definir normas, formas de intervenção, de acompanhamentos e tipo de orientação necessária para moldar este comportamento.
A comunicação social através de jornais, rádios e televisão têm reportado fatos do género, e sendo que muitos deles terminam em mortes. O caso aqui apresentado, constitui um dos muitos casos que tem acontecido na nossa sociedade e no mundo em geral. Fato desta natureza é semelhante ao que ocorreu nos últimos meses em Luanda na cidade capital.
A criminalidade na adolescência não constitui apenas uma questão de segurança nacional, mas deve ser um assunto que deve ser tratado com toda a delicadeza e com a intervenção de outros autores sociais. Assim sendo, não apenas a Polícia e os juristas, mas também, em especial os psicólogos, quer clínicos e quer forense. Pois muitos são os problemas que os adolescentes atravessam e encontram soluções menos agradáveis, tais como o exemplo do nosso caso.
Precisamos de mais espaços, mais abertura para estes fenómenos, a polícia por si só não poderá reverter esse quadro. Sendo assim, deve existir uma cooperação multissetorial, onde os esforços de todos será a garantia de um ambiente saudável.
Vimos que os nossos adolescentes apresentam comportamentos que merecem um acompanhamento direito de um psicólogo, mas esses serviços constitui uma miragem na nossa sociedade. Pois poucos são as famílias quetêm a cultura de consultar os serviços de saúde mental, apenas em casos extremos.
Portanto, podemos compreender que os crimes passionais são motivados por uma conduta antissocial ou por desequilíbrio socioemocional, falta de afeto, de autoestima, o desespero em perder a reputação, e a pessoa amada, faz com que o adolescente busque uma saída para dar volta a situação. Os crimes passionais em adolescente merecem maior atenção das autoridades competente e da intervenção de outros autores sociais.

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