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MAPA MENTAL RELAXAMENTO DE PRISÃO

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RELAXAMENTO DE PRISÃO 
Quando do recebimento do Auto de Flagrante, o juiz deve apreciar a peça flagrancial e checar a existência 
dos indícios de autoria e materialidade a fim de homologar o flagrante e, nos termos da mudança recente na 
lei, decretar a Prisão Preventiva do acusado. Caso entenda existir alguma ilegalidade ou desatendimento à 
exigência legal, pode relaxar a prisao. Ou seja, o relaxamento da prisao em flagrante ocorre quando há 
ilegalidade ou vício insanável no Flagrante, resumidamente falando. 
 
Ressalta-se que, caso o juiz homologue o flagrante e decrete a prisão preventiva e a defesa entenda pela 
existência de ilegalidade, após pedido fundamentado, o juiz pode rever a decisão homologatória e 
reconhecer a ilegalidade, relaxando a prisão. E nesse caso não há a exigencia de assinar Termo de 
Compromisso, afinal, se a prisão for reconhecidamente ilegal, qual seria a justificativa para obrigar o 
acusado a assumir obrigações? 
 
Modelo de pedido de relaxamento de prisão: 
 
0.143.482.005-7EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DA CAPITAL, ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
Processo nº. ______/_____ 
 
 
 
 
 
 
 
 PEDRO PAULO, (nacionalidade) ________________, (estado civil) 
___________, (profissão)_______________, portador da cédula de identidade, Registro Geral 
nº._________________, inserido no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda 
nº.____________________, residente e domiciliado na (endereço) Rua _____________________, 
nº.______, Bairro _________________, Código de Endereçamento Postal ___________, na cidade de 
______________________, Estado de _______________, por seu advogado e procurador que a esta 
subscreve (procuração anexa), vem respeitosamente á presença de Vossa Excelência requerer 
o RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, com fundamento no artigo 5º da Constituição 
Federal, inciso LXV e sua combinação com o artigo 302 do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 DOS FATOS 
 
 
 
 Consta dos autos que o requerente e Marconi estavam sendo investigados pela 
autoridade policial da comarca de São Paulo em razão da pratica do delito de tentativa de furto qualificado 
pelo concurso de pessoas, ocorrido em 09/10/2009, por volta das 22h00minh. 
 
 Ao registrar ocorrência policial, a vitima, Maria Helena, narrou ter visto dois 
indivíduos de estatura mediana, com cabelos escuros e utilizando bonés, no estacionamento do shopping 
Iguatemi, tentando subtrair o veiculo Corsa/GM, de cor verde, placa IFU 6643/SP, que lhe pertencia. Disse 
ainda, que eles só não alcançaram êxito na empreitada criminosa por motivos alheios às suas vontades, visto 
que foram impedidos de concluí-la pelos policiais militares que estavam em patrulhamento na região. 
 No dia 30/10/2009, o requerente foi convidado para que se fizesse presente 
naquela delegacia de policia e assim o fez, imediata e espontaneamente, a fim de se submeter a 
reconhecimento formal. Na ocasião, negou a autoria do delito, relatando que, no horário do crime, estava em 
casa dormindo. 
 
 A vitima Maria Helena, e a testemunha Agnes, que, no dia do crime, iria 
pegar uma carona com a vitima não reconheceram, inicialmente, Pedro Paulo como autor do delito. 
 
 Em seguida, o requerente foi posto em uma sala, junto com Marconi, para 
reconhecimento, havendo insistência, por parte dos policiais, para que a vitima confirmasse que os 
indiciados eram os autores do crime. 
 
 Então, a vitima assinou o auto de reconhecimento, declarando que Pedro 
Paulo era a pessoa que, no dia 09/10/2009 havia tentado furtar o seu veiculo, conforme orientação dos 
agentes de policia. 
 
 Diante disso, o delegado autuou o requerente em flagrante delito e recolheu-o 
à prisão. Foi entregue ao requerente a nota de culpa, e, em seguida, foram feitas as comunicações de praxe. 
 
 
 
 DO DIREITO 
 
 
 
 No tocante ao reconhecimento não podemos chamar de reconhecimento 
formal, pois o reconhecimento foi forjado pelos policiais que após a vitima e a testemunha optarem pela 
negativa os mesmos insistiram no expediente forçando para que as mesmas assinassem o reconhecimento 
formalmente, conforme nos ensina Fernando da Costa Tourinho Filho: 
 
“Havendo necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, 
proceder-se-á da seguinte maneira: a pessoa que tiver de fazer o 
reconhecimento será convidada a descrever a que deva ser reconhecida. 
Em seguida, a autoridade colocará a pessoa cujo reconhecimento se 
pretender ao lado de outras. Se possível, ao lado de pessoas que com ela 
tiverem alguma semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o 
reconhecimento a apontá-lo.” 
(Tourinho Filho, Fernando da Costa, Manual de Process Penal, 13ª 
Edição, São Paulo, Saraiva, 2010.) 
 
 Entretanto a prisão “em flagrante” efetuada vinte e um dias após os fatos, é 
ilegal, dispõe o artigo 5º da Constituição Federal, inciso LXV: 
 
“ A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.” 
 
 A respeito dos requisitos para se efetuar legalmente a prisão em flagrante 
destacamos o artigo 302 do Código de Processo Penal: 
 
“Art. 302 – Considera-se em flagrante delito quem: 
I – está cometendo a infração penal, 
 II – acaba de cometê-la, 
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por 
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração. 
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou 
papéis que façam presumir ser ele autor da infração.” 
 
 
 A prisão do requerente é ilegal vez que não preenche os requisitos do artigo 
acima citado, ademais o reconhecimento foi obtido de forma ilegal, com abuso de autoridade, não obstante 
o requerente se apresentou como o próprio inquérito relata “ imediata e espontaneamente”, o que via de 
conseqüência impede a prisão em flagrante, podendo se fosse o caso dar origem à prisão preventiva a qual 
não encontra para a suposta conduta qualquer respaldo legal. 
 
 Seguindo este entendimento temos: 
 
"Prisão em flagrante - Inocorrência - Inteligência dos arts. 302 e 317 do 
CPP - O caráter de flagrante não se coaduna com a apresentação 
espontânea do acusado à autoridade policial. Inexiste prisão em tais 
circunstâncias." (TJSP _ Câm. Crim. h.c. nº 126351, em 22.7.75, Rel. Des. 
Márcio Bonilha - RT 82/296) 
 
 Fica então evidente que o Requerente merece ser posto em liberdade, pois não 
há motivo para manter sua prisão, devido à todos os motivos já expostos anteriormente e ressaltando que o 
mesmo possui residência fixa. 
 
 Outro detalhe muito importante é o fato de o Requerente estar trabalhando na 
firma __________________, e sendo assim a empresa precisa do mesmo com urgência, pois está com falta 
de funcionários e o mesmo esta deixando de prover sua família, vez que, o mesmo ajudana manutenção de 
sua casa, sem levar em consideração que poderá perder o emprego se ficar mais tempo preso. 
 
 REQUERIMENTO 
 
 
 
Diante do exposto, o suplicante requer a Vossa Excelência: 
 
- o beneficio de se defender solto da acusação que lhe é imputada, 
relaxar o flagrante, 
 
- proceda a expedição de ALVARÁ DE SOLTURA, encaminhando 
imediatamente para a autoridade policial coatora. 
 
 
 
 Termos em que 
 Com os documentos inclusos 
 Pede Deferimento, 
 
 
 
 São Paulo, ______de ___________ de ____ 
 
 
 _____________________________________ 
 Advogado 
 OAB/SP nº.

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