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REFORMA TRABALHISTA Por Chríssia Pereira Introdução Em 11 de Novembro de 2017, entra em vigor a Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467 de 13 de julho de 2017). Pensando nos colegas advogados, convidamos nossa colunista Chríssia Pereira, especialista em Direito do Trabalho, para preparar uma série de artigos sobre o tema. Foram preparados cinco artigos, para que de forma sucinta, seja conhecido ponto a ponto de todas as alterações em Processo do Trabalho, e como isso irá lhe afetar a rotina dos advogados e toda a população do país. Os 5 temas serão: 1. Aspectos práticos do processo do trabalho; 2. Custas e Honorários; 3. Peticionamento e Provas; 4. Responsabilidade, execução e desconsideração; 5. Arquivamento e Revelia, Recursos e Súmulas Apesar de ser uma matéria polêmica, nossa intenção aqui é trazer a discussão à tona, sem tomar partido, estimulando o debate saudável e o enriquecimento do tema. Esperamos que a leitura seja agradável e traga os esclarecimentos que você desejou a fazer o download desse material. Módulo I: Contagem de Prazos em Dias Úteis, Prescrição e Prescrição Intercorrente presentes na Reforma Trabalhista. Contagem dos Prazos em Dias Úteis Os prazos processuais serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento: “Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I - quando o juízo entender necessário; II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e altera Vale lembrar, que antes os prazos eram contados de forma contínua, a mudança acompanha o Novo CPC. O artigo é bem recepcionado pelos advogados, porém em fase de transição é sempre importante manter a atenção. Índice > Módulo I Prescrição Importante esclarecer que, para o trabalhador, continua igual o fato de que este somente poderá reclamar direitos dos cinco anos anteriores, e no prazo de 2 anos após o término do contrato de trabalho. Vejamos então, o caput do art. 11 da Lei 13.467: “A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. ” Índice > Módulo I Prescrição Intercorrente Prescrição Intercorrente é aquela que ocorre, quando o processo fica parado por um prazo determinado, e ao final deste tempo o processo é extinto. A súmula 327 do STF, traz o entendimento de aplicabilidade quanto à créditos trabalhistas “O direito trabalhista admite prescrição intercorrente”. No entanto, o TST através da Súmula 114, entendeu que não é aplicável à Justiça do Trabalho tal instituto. Admitindo-a excepcionalmente apenas para multas administrativas impostas pela fiscalização do trabalho (Lei de Execuções Fiscais (Lei 6.830/80 – usada para cobrança de créditos inscritos na dívida ativa da União) nos termos do artigo 642 da CLT “A cobrança judicial das multas impostas pelas autoridades administrativas do trabalho obedecerá ao disposto na legislação aplicável à cobrança da dívida ativa da União, (…).” Ainda que o entendimento já estivesse consolidado, a reforma trabalhista traz a prescrição intercorrente para a justiça do trabalho em seu texto: Art. 11 - A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos. 1º - A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. 2º - A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição Assim, se durante à execução trabalhista, houver determinação para o exequente e este se manter inerte, por mais de dois anos o juiz poderá reconhecer de ofício a prescrição intercorrente do crédito trabalhista, em qualquer grau de jurisdição. De forma que, em concordância com o Novo CPC incidirá sobre o processo trabalhista também o seguinte artigo: “art. 924, V, do Novo CPC: Art. 924. Extingue-se a execução quando: V – ocorrer a prescrição intercorrente. ” Índice > Módulo I Módulo II: Regime de Custas, Gratuidade da justiça, honorários advocatícios de sucumbência e Honorários periciais na Reforma Trabalhista. Regime de Custas Vejamos o que dispõe a redação do art. 789 da CLT: Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017) I - quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor; II - quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa; III - no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor da causa; (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) IV - quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar. Como vimos acima, fica estabelecido o limite máximo do valor das custas processuais em 4 vezes o limite dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Na redação anterior, não havia limite máximo para as custas, apenas se estipulava o mínimo em discordância com a Súmula 667 do STF “ Viola a garantia Constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa. ” Atualmente o teto previdenciário tem o limite de R$ 22.125,24. O percentual de custas permanece em alíquota de 2%. Índice > Módulo II Justiça Gratuita Justiça Gratuita O benefício da justiça gratuita será concedido apenas aos que receberem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social, ou à parte que comprovar sua hipossuficiência de recursos para pagamento das custas do processo, vejamos texto de lei: “Art. 790. 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. ” (NR) Anteriormente, apenas a mera declaração de insuficiência financeira era suficiente para gozar do benefício, e que a pessoa não recebesse salário inferior ao dobro do salário mínimo vigente. Agora, vinculou-se a 40% do RGPS, ou seja 40% de R$ 5.531,31 = R$ 2.212,52. Lembre-se que nos moldes no Novo CPC art. 105, o advogado com poderes específicos pode afirmar o estado de vulnerabilidade de seu cliente. Outro dispositivo do CPC que incidirá supletivamente é o art. 15, que diz queo juiz poderá indeferir a justiça gratuita nos casos em que faltarem pressupostos legais para a concessão de gratuidade. Índice > Módulo II Honorários Periciais na Reforma Trabalhista A parte sucumbente no objeto de perícia será responsável pelo pagamento dos honorários periciais: “Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. 3º O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias. 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no 39 caput, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo. ” (NR) O texto súmula 236 do TST traz o seguinte verbete “A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão do objeto da perícia. ” Inspirou o texto da Reforma Trabalhista. Destaca-se que nos termos do artigo acima citado ainda que beneficiária da justiça gratuita, caso o beneficiário não tenha créditos para suportar a despesa, a União deverá assumir imediatamente. Caso tenha créditos, deverá ser retido do crédito que tenha direito judicialmente. A melhor interpretação, para não cair em flagrante inconstitucionalidade o beneficiário somente deverá suportar caso o crédito promova sua incontestante alteração na condição econômica. (art. 12 da Lei 1.060/1950 Os honorários periciais serão fixados até o limite estabelecido no Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Os valores poderão ser parcelados, proibindo- se o adiantamento de honorários para início da perícia. Impossível falar de tal tópico, sem comentar acerca do receio, medo, que será gerado ao empregado que queira buscar a justiça do trabalho, para reparar uma condição negativa de trabalho, que só poderá ser identificada através de uma perícia judicial, a possibilidade de descontar os honorários periciais de eventual crédito trabalhista existente. Não parece razoável que tal valor, seja descontado de crédito de natureza alimentar, quando for beneficiário da justiça gratuita. Índice > Módulo II Honorários de Sucumbência na Reforma Trabalhista Os honorários sucumbenciais chegam a justiça do trabalho, nos seguintes termos: Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: I – o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 3º. Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários. 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo- se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. ” O artigo em regra é bem recepcionado pela advocacia trabalhista, que há tempos reivindica tal recebimento. A previsão de recebimento de 5% a 15%, é inferior ao previsto no art. 85, § 2º do Novo CPC, e deixou de trazer a aplicação de honorários sucumbenciais recursais. O artigo trouxe a aplicação de sucumbência recíproca, e também a possibilidade de caso a parte for beneficiária da justiça gratuita, o crédito ficará suspenso de exigibilidade, só podendo ser executado, se no prazo de dois anos deixar de existir a situação de insuficiência de recursos, conforme texto do §4º. Diferente do entendimento quanto aos honorários periciais, o STF já reconheceu por meio da Súmula Vinculante 47, o caráter alimentar dos honorários sucumbenciais, portanto, estes devem sim incidir sobre qualquer crédito obtido no processo judicial. Índice > Módulo II Módulo III: Peticionamento (Petição Inicial e Exceção de Incompetência Territorial) e Distribuição do Ônus da Prova na Reforma Trabalhista. Petição Inicial O antigo texto, tratava exclusivamente da necessidade do pedido e não fazia qualquer referência à determinação ou a indicação de valores, exigência de certeza. Vejamos a nova redação do art. 840: “Art. 840. § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito. ” Quanto ao requisito certeza, este deve seguir os moldes do art. 243 do Código Civil, em resumo, o pedido deve ser expresso, específico e individualizado na petição inicial. Quanto a exigência de determinação em regra ele é mero sinônimo de liquidez. Com o advento do Código de Processo Civil de 2015, este passa a tratar de forma categórica, que o pedido deve ser certo (art. 322), e também determinado (art. 324), sendo tais dispositivos aplicáveis ao processo do trabalho desde então. A novidade mesmo ficou na liquidez dos pedidos, já que somente nas causas inferiores a 40 salários mínimos é que tais pedidos deveriam ser liquidados. Agora em todas as ações, não é necessária uma memória de cálculo, mas deve indicar o valor do pedido. A soma dos valores é importante para determinar valor da causa, que em consequência terá efeitos sobre custas, definição de honorários advocatícios. Cabe ressaltar que tal valor não vinculará o magistrado, que pode deferi-lo em citra petita (dentro do pedido), mas não pode deferir ultra petita, ou seja, acima do pedido, a não ser em hipóteses autorizadas por lei. (art 492 do CPC) Cabe ressaltar que na falta de um ou mais peitos sem liquidação, não obstará o processo quanto aos demais pedidos feitos, com a exceção de conexão entre pedidos. Índice > Módulo III Exceção de Incompetência Territorial na Reforma Trabalhista Muda-se o procedimento da Exceção de Incompetência, o prazo passa a ser de 5 dias a contar da notificação, e não mais da audiência, e em peça apartada: “Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação,antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo. § 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção. § 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. § 3o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente. § 4o Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente. ” (NR) A mudança é vista de forma positiva, vez que evita deslocamentos desnecessários, e tem procedimento mais rápido ao permitir a apresentação remota do incidente. A observação maior fica na preclusão temporal, ou seja, não apresentação da Exceção de Incompetência em cinco dias úteis a partir da notificação, não poderá mais o reclamado arguir, mesmo que em audiência como previsto anteriormente. O prazo para resposta da exceção também é de 5 dia úteis O processo principal fica sobrestado enquanto ocorre o andamento da Exceção de Incompetência, nos termos do art 799 da CLT que permanece com mesma redação, e do art. 340 § 3º do CPC. Caso o Juiz entenda necessidade de prova oral, poderá marcar audiência, não cabe recurso imediato da decisão que indeferir a realização de audiência Quanto a oitiva de testemunhas essa poderá ser feita por carta precatória. Após da decisão da Exceção o Processo retorna o curso normal, não cabe recurso imediato da decisão que acolhe a decisão se forem destinados a outra vara da mesma regional do juízo excepcionado, porém quando houver remessa para tribunal distintos, caberá recurso nos termos da súmula 214 do Colento TST, item C. Índice > Módulo III Inversão do Ônus da prova na Reforma Trabalhista Segue abaixo o novo texto de lei: Art. 818. O ônus da prova incumbe: I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido. § 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. ” (NR) Em síntese, atribuiu-se ao reclamante o ônus da prova constitutivo, e ao reclamado, ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou instintivo. A mudança seguiu a tendência doutrinária de aplicação do art. 15 do CPC. O artigo citado acima admite três critérios, critério tradicional estético (nos termos do CPC revogado), dinâmico- quando este for importo por norma jurídica e o critério facultativamente adotado pelo juiz conforme as peculiaridades de cada processo. O juiz poderá determinar o adiamento de audiência, caso o requerimento de inversão do ônus da prova seja feito em audiência, para que não seja caracterizado o cerceamento de Defesa, ressalte-se que trata de exceção e não regra a sua inversão. Índice > Módulo III Módulo IV: Responsabilidade por Dano Processual, Desconsideração da Personalidade Jurídica e Execução Trabalhista na Reforma Trabalhista. Responsabilidade por Dano Processual na Reforma Trabalhista O art. 793-A abaixo citado, trata-se de uma disposição literal do texto do art 79 do CPC. Reconhecendo assim, a vítima de litigância improba, dando-lhe direito a reparação do dano processual. Importante destacar que o advogado também poderá responder por tal dano: "Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente. ‟ Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que: I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II – alterar a verdade dos fatos; III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal; IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo; V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; VI – provocar incidente manifestamente infundado; VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório." Já o art. 793-B, é disposição literal do art 80 do CPC, O rol citado acima é meramente ilustrativo. O juiz constatado qualquer das hipóteses, poderá aplicar multa de até 20% do valor da causa, que será revertida para União, nos termos do art. 77 do CPC. Já o texto do Art. 793- C citado abaixo, traz a tríplice responsabilização do improbus litigator: em pagar multa, indenizar perdas e danos e arcar com honorários advocatícios e despesas processuais. Aqui o valor das sanções aplicadas ao litigante de má fé serão revertidas ao beneficiário da parte contrária. Observar-se-á também o erro redacional, leia-se que o correto é que no lugar de “juízo” a palavra “juiz”. E a mudança sobre o valor aplicado em valor da causa irrisórios que poderá ser de duas vezes o limite máximo dos benefícios da Previdência Social. Índice > Módulo IV Responsabilidade por Dano Processual na Reforma Trabalhista "Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. § 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. § 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 3º O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.‟ Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa. Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos. ‟ O art. 793-D é a tradução do art. 5 do CPC “aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de Boa-fé. Portanto, aquele que participa como testemunha também tem o dever de colaborar para uma decisão justa. Portanto nasce a multa sancionatória por improbidade testemunhal. Tal multa deverá ser revertida emfavor da parte que for potencialmente prejudicada. E mesmo que tenha a retratação da testemunha, a multa deverá continuar a ser aplicada, será retirada apenas a sanção penal dos autos. Índice > Módulo IV Desconsideração da Personalidade Jurídica na Reforma Trabalhista Quando da vigência do Novo CPC este criou instauração de incidente processual, que garantia ampla defesa, dilação probatória, possibilidade de cabimento de recurso, a instrução Normativa 39/2016 reconheceu tal aplicação com suas ponderações, mesmo com vários doutrinadores contra esta aplicação no Processo do Trabalho. A Reforma Trabalhista, resolve o impasse e passa a ser aplicado a desconsideração da personalidade jurídica, conforme se aplica no CPC (art 133). "Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da personalidade jurídica previsto nos artigos 133 a 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de Processo Civil. § 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: I – na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1º do art. 893 desta Consolidação; II – na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; III – cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no tribunal. § 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).‟ Destaca-se que, não há determinação para que o regramento seja aplicado por inteiro ao Processo do Trabalho, há que se considerar a compatibilidade com o processo do trabalho. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica, terá prazo de 5 dias úteis para se manifestar e requerer provas, o § 1º acolhe regras do processo do trabalho: irrecorribilidade imediata da decisão que acolhe a desconsideração, na fase de execução, quando se tratar de responsabilidade do sócio caberá agravo de petição, independente de garantia do juízo, na fase recursal, em incidente instaurado originalmente pelo relator caberá o agravo interno. A instauração suspenderá o incidente, podendo o juiz deferir medidas cautelares que impeçam o sócio de desfazer do patrimônio. Índice > Módulo IV Execução Trabalhista na Reforma Trabalhista Execução Trabalhista na Reforma Trabalhista Manteve-se a justiça do trabalho a competência para execução de ofício de contribuições previdenciárias, conforme já dispunha a Súmula Vinculante 53 do STF. Segue abaixo o novo texto de lei: “Art. 876. Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que homologar. ” (NR). A alteração pela Reforma Trabalhista no texto abaixo, art. 878, sai na contramão do princípio da celeridade e do princípio do impulso oficial, consagrados na Constituição Federal, além do atrito com o próprio texto constitucional, art 114, VIII. Processualmente, é necessário apurar-se o crédito trabalhista para então liquidar e homologar as contribuições previdenciárias. O texto, retirou a obrigação do juiz de prosseguir de oficio, em processos em que a parte estiver representada por advogado. Mas, a doutrina majoritária tem entendido que não há que se falar em prejuízo se o juiz resolve iniciar o processo de ofício, vejamos o artigo: Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. Parágrafo único. (Revogado). ” (NR) Índice > Módulo IV Execução Trabalhista na Reforma Trabalhista Art. 879. § 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão. § 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991. ” (NR). O art. 879 diminui o prazo de 10 dias para impugnação em 8 (oito) dias, e o transforma em prazo sucessivo, e incumbe ao juiz o dever de abertura do prazo. Lembrando que a perda do prazo provoca preclusão temporal. Na impugnação, a parte deve apresentá-la tempestivamente, delimitando os itens aos quais surgiram insurgências sobre os valores, e fundamentação da crítica dos cálculos. Quanto a aplicação da Taxa Referencial, esta vem sendo alvo de críticas, vez que não é suficiente para corrigir a inflação do período. Quanto ao art. 882, que segue abaixo, a grande novidade está no seguro-garantia judicial, conforme a lei 8.666/1993 é aquele que “garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos”, o Novo CPC já havia trago tal inovação que agora adentra ao Processo do Trabalho: “Art. 882. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das despesas processuais, apresentação de seguro- garantia judicial ou nomeação de bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de Processo Civil. ” (NR) Índice > Módulo IV Execução Trabalhista na Reforma Trabalhista Art. 883-A. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser levada a protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito ou no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo de quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não houver garantia do juízo. Art. 884. § 6º A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições. ” (NR). O prazo para apresentação dos Embargos à Execução prevalece o mesmo: 5 dias, bem como a matéria de defesa. A novidade está na dão exigência de garantia ou penhora das entidades filantrópicas, vale ressaltar que a Constituição Federal já isenta de contribuição social, tais entidades. O dispositivo veio com nomenclatura ultrapassada, deve ser compreendido como Entidades Beneficentes, para tal isenção estas, e seus dirigentes devem exibir o Certificado de Entidades Beneficentes de Assistência Social. Índice > Módulo IV Módulo V: Arquivamento e Revelia, Recursos e Súmulas na Reforma Trabalhista. Arquivamento e Revelia na Reforma Trabalhista O primeiro disposto a ser analisado contraria a súmula 377 do TST: “Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 1°, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006. (ex- OJ n° 99 - Inserida em 30.05.1997) ”, vejamos: Art. 843. 3oO preposto a que se refere o § 1odeste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada.” (NR) A Súmula citada acima deverá ser cancelada pelo TST vez que agora passa a ser contra legem. De todaforma a Súmula era alvo de debate doutrinário vez que o texto do art. 843 nada tratava expressamente sobre a exigência de ser empregado o preposto. Agora adentremos de fato em nosso assunto, O caput do art. 844 manteve-se inalterado, portanto a consequência da ausência do autor segue sendo o arquivamento. Inovação Importante se faz no §2º: Índice > Módulo V Arquivamento e Revelia na Reforma Trabalhista Art. 844. 2o Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2oé condição para a propositura de nova demanda. 4o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se: I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. 5oAinda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.”(NR) Como visto autor deverá ser condenado em custas caso falta a audiência de conciliação, caso este não seja beneficiário da assistência gratuita não há o que se argumentar. No caso de beneficiário da assistência gratuita, deverá ocorrer a condenação, mas a exigência de seu recolhimento pelo prazo de dois anos, e serão recolhidas caso a situação de miserabilidade da parte reverta sua condição econômica, passado este prazo e a situação se manteve a suspensão temporária da exigibilidade de despesas e honorários torna-se definitiva. Destaca-se que sua ausência deverá ser justificada no prazo de 15 dias para que possa ter a suspensão temporária. Índice > Módulo V Arquivamento e Revelia na Reforma Trabalhista A comprovação de pagamentos das custas para propositura da ação previsto no § 3ª, é condição, e não impedimento para a nova ação. Quanto ao §4º Sobre os efeitos da revelia, este segue o art. 345 do CPC. Já no § 5º introduz uma exceção à regra, porque tecnicamente revelia nada mais é do que a ausência de defesa. Portanto o novo dispositivo supera a súmula 122 do TST. Ressalta que mesmo afastada à revelia, não estará afastado os efeitos da confissão ficta. Quanto à replica da defesa, esta deverá impugnar todos os documentos da contestação, não o fazendo de forma genérica, ou intempestivamente, pois neste caso neutralizará os efeitos da confissão ficta, o fazendo de forma correta ocorrerá a ficta confessio em relação a todos os fatos alegados em sede de inicial. Índice > Módulo V Sistema Recursal na Reforma Trabalhista O art. 896, trata sobre o Recurso de Revista, que tem por função uniformizar a jurisprudência trabalhista, debatendo a disposição legal, constitucional e a divergência jurisprudencial. Com o novo texto a arguição de nulidade por negativa de prestação jurisdicional (que tem por objetivo a anulação do acordão em que não foi examinado provas e fatos, e a determinação de sua omissão), traz um novo pressuposto intrínseco de admissibilidade, qual seja a transcrição no recurso, do trecho dos Embargos de Declaração, em que foi pedido o pronunciamento do Tribunal Regional sobre a questão vinculada em sede de Recurso Ordinário e, a transcrição do trecho que rejeita tais embargos quanto a este pedido. Art. 896. 1o-A. IV - transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão. 3o(Revogado). 4o(Revogado). 5o(Revogado). 6o(Revogado). 14. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade. ” (NR) Índice > Módulo V Sistema Recursal na Reforma Trabalhista O maior objetivo dos dispositivos acima é com certeza a obrigação da uniformização da jurisprudência. Observa-se que há uma lacuna no Incidente de Uniformização Jurisdicional, o § 3º da CLT faz esta previsão, menciona o Processo Civil de 1973, que está revogado, e não houve menção ao texto do Novo CPC, deste modo o incidente deixa de ser aplicado na justiça do Trabalho, e cada Regional deverá unificar a sua jurisprudência com base nos art. 947 e 976 do Novo CPC. Assim, fica inviável a possibilidade de Ministro do TST determinar que o Tribunal Regional uniformize a sua jurisprudência. Nas hipóteses de deserção, intempestividade, irregularidade de representação ou de pressupostos extrínsecos ou intrínsecos o Ministro relator tem a possibilidade de decidi-lo monocraticamente podendo negar ou dar prosseguimento. Aplica-se subsidiariamente o artigo 932 do CPC, que completa as demais possibilidades. Quanto à transcendência (art.896-A), demonstração de relevância do apelo, é preciso que o advogado entenda que esta deve demonstra-la em sede recursal: “Art. 896-A. 1oSão indicadores de transcendência, entre outros: I - econômica, o elevado valor da causa; II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal; III - social, a postulação, por reclamante- recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado; IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista. Índice > Módulo V Sistema Recursal na Reforma Trabalhista 2oPoderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado. 3oEm relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão. 4oMantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. 5oÉ irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a transcendência da matéria. 6oO juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas.” (NR) O artigo acima, diz que o juízo de admissibilidade do Recurso de Revista será feito pelo Presidente do Tribunal Regional, em análise aos pressupostos intrínsecos e extrínsecos, não podendo abranger o critério de transcendência. Após distribuído o Recurso o Relator poderá denegar prosseguimento a aqueles que não tiverem demonstrado a transcendência,caberá agravo da decisão do colegiado limitado a este requisito. Mantido o voto do relator, constituirá uma decisão irrecorrível. Índice > Módulo V Sistema Recursal na Reforma Trabalhista O artigo 899 tratará sobre o depósito recursal: “Art. 899. 4oO depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança. 5o(Revogado). 9o O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. 11. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial. ” (NR) Sobre as mudanças trazidas pela Reforma Trabalhista, para as pessoas mencionadas no §9º, as custas são reduzidas pela metade independente de sua condição financeira. Ademais, a isenção do depósito recursal para os beneficiários da justiça gratuita, agora é incontroverso na Justiça do Trabalho, bem como para empresas em recuperação judicial. Também, passa a permitir que o recorrente busque ajuda financeira seja por fiança bancária ou seguro-garantia para garantir o valor do depósito recursal, viabilizando seu preparo. Índice > Módulo V Súmulas e Uniformização de Jurisprudência na Reforma Trabalhista Acerca das Súmulas e Uniformização Jurisprudencial diz o Novo texto de lei: “Art. 702. 1. f ) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de jurisprudência uniforme, pelo voto de pelo menos dois terços de seus membros, caso a mesma matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo, dois terços das turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas, podendo, ainda, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua publicação no Diário Oficial; 3oAs sessões de julgamento sobre estabelecimento ou alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência deverão ser públicas, divulgadas com, no mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão possibilitar a sustentação oral pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, pelo Advogado-Geral da União e por confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional. Índice > Módulo V Súmulas e Uniformização de Jurisprudência na Reforma Trabalhista 4oO estabelecimento ou a alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência pelos Tribunais Regionais do Trabalho deverão observar o disposto na alínea f do inciso I e no § 3odeste artigo, com rol equivalente de legitimados para sustentação oral, observada a abrangência de sua circunscrição judiciária. ” (NR) Em resumo o procedimento agora, com a Reforma Trabalhista, para súmulas e enunciados jurisprudenciais uniformes, devem adotar as seguintes formalidades: quórum qualificado de dois terços dos membros, matéria decidida de forma idêntica por no mínimo dois terços dos membros, ao menos em dez sessões diferentes em cada uma, as sessões para estabelecimento ou alterações dos verbetes deverão ser públicas e divulgadas com trinta dias de antecedência. E devem possibilitar a sustentação oral do Procurador-Geral do Trabalho, do Conselho Federal da OAB, do Advogado-Geral da União e por confederações ou entidades sindicais de âmbito nacional. Há sem dúvidas uma clara intensão do legislador em dificultar a edição de normatização pelo TST. Índice > Módulo V Conclusão A Reforma Trabalhista é uma matéria complexa. Seja qual for o lado em que você tomou parte, a favor, contra ou mesmo concordando e discordando apenas de alguns trechos, havemos de concordar que a Justiça do Trabalho precisa passar por mudanças. Já discutimos em alguns posts no blog do SAJ ADV os pontos positivos e negativos da Reforma Trabalhista. Mas agora chegou a hora de ouvir a opinião de vocês, e quem sabe em breve faremos mais uma série de conteúdos sobre o tema. Mande seu email e nos procure nas redes sociais, estamos dispostos a responder as mais diversas questões. Por fim, queremos agradecer mais uma vez nossa sempre competente colunista Chríssia Pereira. Seu extremo conhecimento em Direito do Trabalho e seu acompanhamento íntimo com a Reforma Trabalhista foi essencial para a construção desse material. Nos vemos nos próximos materiais. E você já sabe, tudo sobre o mercado jurídico você encontra em posts diários no blog do SAJ ADV – Software Jurídico.
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