Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Patologias nas edificações Definindo Patologia: São todas as manifestações cuja ocorrência no ciclo de vida da edificação, venha prejudicar o desempenho esperado do edifício e suas partes (subsistemas, elementos e componentes). Assim, a patologia pode ocorrer na estrutura, na vedação, nos componentes de abastecimento (dutos elétricos, hidráulicos). Então a patologia estuda: manifestação, mecanismo de ocorrência, causa, natureza, origens e consequências. Assim se busca peças que tenham durabilidade (aumentando o custo-benefício do produto usado): produto com vida útil acima do esperado, mas com a manutenção recomendada pelo fabricante. Para se ter durabilidade deve-se levar em consideração: a durabilidade dos materiais e componentes utilizados; as condições de exposição a que está submetido (no ambiente); as condições de uso; e as ações de manutenção realizadas. A utilização da estrutura estará naturalmente sujeita ao “desgaste”, devido à ação de cargas e sobrecargas, estáticas, dinâmicas, vibrações, impactos, assim como a recalques diferenciados em pontos da fundação com o decorrer dos anos e erosão e cavitação por ação de agentes sólidos e líquidos em reservatórios, canais, tanques. A utilização da estrutura estará naturalmente sujeita ao “desgaste”, devido à ação de cargas e sobrecargas, estáticas, dinâmicas, vibrações, impactos, assim como a recalques diferenciados em pontos da fundação com o decorrer dos anos e erosão e cavitação por ação de agentes sólidos e líquidos em reservatórios, canais, tanques. Causas de Patologia Mau projeto; Erro de execução; Uso inadequado (usado para fins diferentes dos calculados em projeto); Falta de manutenção. Agentes causadores Mecânicos: Abalos sísmicos, alterações no terreno, sobrecarga na estrutura. Químicos: Ação do sal do mar, poluição do ar, água na estrutura, variação de temperatura, umidade relativa do ar, radiação solar incidente, chuva. Biológicos: Fungos, bactérias. Físicos (do material): escolha errada, incorreto dimensionamento. Como detectar problemas patológicos Etapa de levantamento de subsídios Vistoria do local; Determinação da existência e da gravidade do problema patológico; Caracterização do “objeto” sujeito à manifestação patológica; Definição e comparação com o desempenho esperado; Definição de medidas de segurança; Investigação com pessoas envolvidas (processo produção, vizinhos, usuários); Exames complementares; Ensaios laboratoriais; Ensaios no local (destrutivos ou não). Infiltrações e danos por Umidade Talvez os danos por umidade e infiltrações sejam os mais comuns em edificações nos dias de hoje. A má execução dos projetos, a falta de preparo dos profissionais e o descaso com os fatores naturais são sem dúvidas as principais causas desses problemas. Apesar de serem danos primários, eles podem acarretar em problemas maiores em uma construção. A infiltração, por exemplo, pode resultar em uma corrosão séria da estrutura e do "esqueleto" da edificação Umidade Na construção civil, os defeitos mais comuns são decorrentes da penetração de água ou devido à formação de manchas de umidade. Esses defeitos geram problemas bastante graves e de difíceis soluções, como: Prejuízos de caráter funcional da edificação; Desconforto dos usuários e em casos extremos os mesmos podem afetar a saúde dos moradores; Danos em equipamentos e bens presentes nos interiores das edificações; E diversos prejuízos financeiros. Os problemas de umidade podem se manifestar em diversos elementos das edificações, geralmente eles não estão relacionados a uma única causa. Tipos de danos causados pela umidade relacionados à origem: Infiltrações no telhado: são provocados geralmente pela água da chuva. Isto se deve ao fato das coberturas de telhas apresentarem muitos vazamentos no sistema de escoamento dessas águas pluviais (calhas e tubos de queda) ou no próprio telhado; Vazamentos na rede pluvial: são bastante comuns os vazamentos em calhas, condutores, algerozes e outros aparelhos que são utilizados com a finalidade de se coletar a água vinda de chuvas. Estes vazamentos são manifestados através de manchas nos forros ou paredões que lhe ficam abaixo, assim como por goteiras; Vazamentos em lajes de cobertura e terraços: o grande problema que contribui para vazamentos em lajes de cobertura e terraços é o defeito na impermeabilização. A impermeabilização neste caso é mal feita ou nem se quer foi realizada. Manchas e bolor: Como efeito secundário das infiltrações podem surgir eflorescências, que são as populares “marcas de bolor”. As manchas são normalmente brancas e se acumulam sobre a superfície danificando a estética dos acabamentos. Para evitar as eflorescências deve-se utilizar cimento CP IV (pozolânico) ou cimento tipo RS (resistente a sulfatos). Outra forma de conter a eflorescência é utilizar rejuntes impermeáveis. Mas, acima de tudo, é preciso detectar a origem do problema, que pode ser vazamento de canos, umidade de terrenos, ou penetração por meio de rejuntes mau aplicados. Vazamentos em pisos e paredes: a umidade em paredes e pisos pode se originar de vazamentos pela ruptura de canalizações de água fria, quente, esgoto pluvial; pela penetração de água da chuva e pela percolação de água oriunda do solo, por ascensão capilar. Nesse caso, um sintoma decorrente também será a eflorescência nas áreas afetadas. O que fazer? A umidade é uma das patologia das edificações mais difíceis de serem corrigidas, pois ela é ocasionada por um fenômeno natural, a chuva, assim, mesmo que seja corrigida ela pode reaparecer. Mas nem tudo está perdido! Hoje existe uma quantidade enorme de produtos para impermeabilização. Contudo é preciso lembrar que não adianta tratar os sintomas da umidade sem resolver o problema na origem, se o caso for um vazamento por exemplo, é preciso estancá-lo. Já se a água for proveniente do solo, uma boa alternativa pode ser fazer a drenagem. A drenagem irá remover a água em excesso contida no solo, devendo coletar, conduzir e posteriormente lançar em local adequado, evitando que a água entre em contato direto com a estrutura. Como prevenir? Para evitar uma dor de cabeça futura é importante fazer o uso de impermeabilizantes, sem seu uso preventivo a umidade sempre aparecerá em uma construção. O impermeabilizante pode ser incorporado à argamassa, outra opção é o uso de manta asfáltica em toda a extensão da alvenaria. Uma coisa é certa, nesse caso é melhor prevenir que remediar, com certeza você poupará tempo e gastos! O meio mais coerente é seguir à risca as exigências de construção. Se executado de forma correta, dificilmente uma construção terá danos e problemas. Porém, se esses problemas surgirem, tais como fissuras e rachaduras, devem ser tratados com urgência por profissionais capacitados e por métodos eficientes. Uma patologia requer um estudo apurado para se obter um resultado satisfatório, do contrário uma sucessão de erros acarretará no aumento de problemas. Fissuras Não é raro construções apresentarem trincas, fissuras, fendas ou rachaduras. Algumas passam despercebidas de quem utiliza o imóvel; outras, não. Mas a questão é: quando elas precisam ser tratadas como patologias estruturais, e necessitam do acompanhamento de um engenheiro civil, e quando estão mais relacionadas à manutenção da edificação, causando apenas desconforto estético? No entender do engenheiro civil Paulo Helene, professor-titular da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e diretor da PhD Engenharia, trincas e rachaduras se enquadram no termo técnico fissura. Destas, as ativas progressivas é que, na maioria das vezes, devem ser qualificadas como graves. A causa, em geral, ocorre por recalques – excesso de carga. Já as fissuras passivas ou mortas e as ativas estacionárias, explica Paulo Helene, são graves quando superam aberturas de 0,3 mm a 0,4 mm (milímetros). “Do ponto de vista prático ou do usuário, grave é qualquer fissura que cause infiltrações ou desconforto estético ou psicológico. Do ponto devista estrutural, 99% das fissuras não causam qualquer redução da capacidade resistente das estruturas, ou seja, poderiam ser desprezadas. No entanto, se não tratadas, no longo prazo podem dar origem à corrosão do aço das armaduras e essa corrosão pode vir a reduzir a capacidade resistente da estrutura, diz o professor, qualificando fissura como sintoma, e não como manifestação patológica. Ele também alerta que nenhuma obra, por melhor construída que seja, está livre de, ao longo de sua vida útil, apresentar fissuras. O consultor sobre patologias em edificações e ex-laboratorista do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) Roberto Massaru Watanabe lembra que intervenções no entorno de uma edificação são grandes causadores de sintomas como trincas e rachaduras. “Construções de novos prédios na vizinhança, obras de infraestrutura de porte, como galerias de águas pluviais e de metrô, são geradores de vibrações, trepidações e modificações no lençol freático. Isso, normalmente, afeta os prédios existentes”, diz. Já o professor Paulo Helene completa que as casas são, geralmente, as mais prejudicadas. “Às vezes, até ações dinâmicas causadas por quem frequenta uma residência pode causar esses sintomas. Um exemplo: uma casa transformada em escola de dança ou academia de musculação tem muitas chances de apresentar fissuras, afirma. Por isso, explica Watanabe, é sempre recomendável consultar um engenheiro civil ou de manutenção antes de submeter a obra a “esforços extras”. “Simples atividades rotineiras, como lavar um piso com produto inadequado, pode resultar em problemas, como o descolamento da argamassa de assentamento do piso. Com o tempo, a argamassa não segura mais a placa de revestimento que começa a soltar”, frisa, completando que se o comprador de um imóvel novo detectar esses sintomas no empreendimento, o construtor tem a obrigação, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, de consertar. “Durante os primeiros cinco anos, o construtor é responsável pela correção desses problemas, que, em 99% das vezes, não são estruturais”, complementa Paulo Helene. Definições para fissura, trinca, rachadura e fenda Fissura Estado em que um determinado objeto ou parte dele apresenta aberturas finas e alongadas na sua superfície. Exemplo: a aplicação de uma argamassa rica em cimento apresentou, após a cura, muitas fissuras em direções aleatórias. As fissuras são, geralmente, superficiais e não implicam, necessariamente, em diminuição da segurança de componentes estruturais. Trinca Estado em que um determinado objeto ou parte dele se apresenta partido, separado em partes. Exemplo: a parede está trincada, isto é, está separada em duas partes. Em muitas situações, a trinca é tão fina que é necessário o emprego de aparelho ou instrumento para visualizá-la. As trincas, por representar a ruptura dos elementos, podem diminuir a segurança de componentes estruturais de um edifício, de modo que mesmo que seja muito pequena e quase imperceptível deve ter a causa ou as causas minuciosamente pesquisadas. Rachadura Estado em que um determinado objeto ou parte dele apresenta uma abertura de tal tamanho que ocasiona interferências indesejáveis. Exemplo: pela rachadura da parede entra vento e água da chuva. As rachaduras, por proporcionarem a manifestação de diversos tipos de interferências, devem ser analisadas caso a caso e serem tratadas antes do seu fechamento. Fenda Estado em que um determinado objeto ou parte dele apresenta uma abertura de tal tamanho que pode ocasionar acidentes. Exemplo: um veículo caiu dentro da fenda aberta no asfalto. As fendas, por terem causas geralmente não visíveis (como solapamento do subsolo) podem ficar incubando por longo período e manifestar-se de forma instantânea, causando acidentes graves. Conclusão Após esse estudo, pode-se concluir que as patologias nas edificações podem ser evitadas se os profissionais que executam determinada obra forem mais preparados, e possuírem responsabilidade para executarem o projeto corretamente. Tanto as infiltrações quanto as fissuras devem ser tratadas no início do problema, para que a patologia não evolua a ponto de propiciar a corrosão do material estrutural. A utilização de impermeabilizantes é muito importante na prevenção da infiltração, pois impedirá que a umidade adentre a estrutura causando estragos. É de suma importância consultar o engenheiro civil antes de submeter a edificação a mudanças ou esforços extras, para que se possam evitar as fissuras. Fazendo as coisas corretamente, o imóvel dificilmente apresentara trincas, resguardando-se de problemas advindos disso. Referências bibliográficas SPERANZA. Patologias nas edificações. Disponível em: <http://speranzaengenharia.ning.com/page/patologias-das-edificacoes>. Acesso em 04 de nov. de 2017. PET ENGENHARIA CIVIL UFJF. Patologias nas edificações. Disponível em: <https://blogdopetcivil.com/2014/04/11/patologias-em-edificacoes/>. Acesso em 04 de nov. de 2017. IBDA. Disponível em: < http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=17&Cod=1339>. Acesso em 04 de nov. de 2017. SANTOS, Altair. Trincas, fissuras, rachaduras e fendas exigem cuidado. Disponível em: < http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=17&Cod=1579>. Acesso em 04 de set. de 2017.
Compartilhar