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2º ADMINISTRAÇÃO - A PROFESSOR: JOSÉ CARLOS PEREIRA JÚNIOR DIREITO TRABALHISTA E LEGISLAÇÃO SOCIAL Aluno(a):_______________________________ DATA: 05/08/2016 2 DIREITO DO TRABALHO 01 – Introdução ao Direito do Trabalho - Evolução Histórica do Direito do Trabalho – Nomenclaturas do Direito do Trabalho – Princípios do Direito do Trabalho. 1.1 - HISTÓRIA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL: Antes de adentrarmos as questões de mérito previstas expressamente na CLT – Consolidações das Leis do Trabalho, esta, fonte formal imediata na prática laboral, pretendemos elucidar a formação do Direito do Trabalho no Brasil a fim de demonstrar as influencias sofridas durante seu processo de criação, por seus diversos fatores externos e internos. Dentre as influências externas que contribuíram para o Brasil elaborar suas leis trabalhistas, destacam-se as transformações nas formas de trabalho e de comércio em todo o mundo desde o escambo e a escravidão, as revoluções europeias, como a Revolução Industrial e Francesa que ascenderam à força dos trabalhadores frente aos desmandos dos empregadores e a crescente elaboração legislativa de proteção ao trabalhador que começava a se manifestar nas diversas cartas magnas dos diferentes Estados Soberanos. De igual forma, destaca-se o compromisso internacional assumido pela República Federativa do Brasil ao ingressar como membro da OIT- Organização Internacional do Trabalho, ao ratificar o Tratado de Versalhes que propunha a observância e respeito às normas trabalhistas. Dentre os fatores internos, destacamos o fim do período de escravidão e a promulgação da Lei Áurea, posteriormente, o movimento operário do qual participaram imigrantes que em solo brasileiro fixaram domicílio, o surto industrial com elevação do número de fábricas e operários impulsionando o êxodo rural e as políticas trabalhistas de Getúlio Vargas (1930) que criaram diversas leis esparsas e que não se 3 comunicavam, esboçando as primeiras ideias para a instituição da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. Assim, em um Brasil onde preponderava o liberalismo, associado ao pacto de descentralização política regional que detinha a República Velha que restringia a possibilidade de surgimento de uma legislação homogênea trabalhista significativa e que propunha a não intervenção estatal na economia, foi-se ganhando espaço os novos pensamentos e princípios de direito trabalhista que hoje se manifestam em uma consolidação única que compila todas as legislações de cunho trabalhista em solo pátrio. Legislações esparsas instituídas durante a evolução trabalhista brasileira: 1- Decreto n.439/1890, que estabelecia as bases para organização da assistência à infância desvalida; 2- Decreto n.843/1890, que concedia vantagens ao Banco dos Operários; 3- Decreto n.1162/1890, que derrogou a tipificação da greve como ilícito penal, mantendo como crime apenas os atos de violência praticados no desenrolar do movimento; 4- Decreto n.221/1890, que estabeleceu a concessão de férias de 15 dias aos ferroviários e ainda suas aposentadorias; 5- Decreto Legislativo n.1150/1904, que concedeu facilidades para o pagamento de dívidas de trabalhadores rurais, benefício estendido posteriormente aos trabalhadores urbanos; 6- Decreto Legislativo n.1637/1907, que facultou a criação de sindicatos profissionais e sociedades cooperativas. 7- Decreto n. 19482/30, estabelecendo um mínimo de 2/3 de trabalhadores nacionais no conjunto de assalariados de cada empresa. 8- A Constituição de 1937, que mencionou em seu texto a Justiça do Trabalho. 9- Decreto n. 1237/39, que efetivamente regulamentou o direito do trabalho no Brasil. 4 Anos após, o modelo justrabalhista foi estruturado e reunido em um único diploma normativo, denominado CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) Decreto n. 5452/43. A Consolidação das Leis do Trabalho é a sistematização das leis esparsas existentes na época, acrescidas de novos institutos criados pelos juristas que a elaboraram. A Consolidação não é um código, segundo Amauri Mascaro Nascimento, pois, sua principal função foi a de reunião das leis já existentes e não a criação de leis novas. Trata-se da primeira lei geral, aplicável a todos os empregados sem distinção da natureza do trabalho técnico, manual ou intelectual. De acordo com a evolução da sociedade brasileira, das formas de interação e cumprimento das prestações trabalhistas e sociais, e efeitos advindos das diversas manifestações de conflito de interesses trabalhistas, fez-se necessário e ainda se faz, a criação de leis posteriores a CLT para amparar os novos anseios apresentados pela sociedade, empregado e empregador. A Lei n. 605/49 que versa sobre repouso semanal, a Lei n. 4090/62 que versa sobre gratificação natalina e 13º salário (ambas em vigor) e outras já alteradas como a Lei de Greve de 1964, a Lei do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço de 1966, deste mesmo modo, como também presenciamos em cenário político atual com a ascensão do direito das domésticas, novo aviso prévio, o novo entendimento a cerca das sentenças normativas, acordo e convenção coletiva de trabalho, são exemplos dessas mutações sofridas pela CLT e que se mostram necessárias e pertinentes de acordo com a época de suas elaborações e que acompanhará todo caminhar da sociedade. 1.2 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO – NOMENCLATURAS DO DIREITO DO TRABALHO: a) Constituição Federal – CF/88: Os direitos dos trabalhadores foram resguardados pela primeira vez em diplomas constitucionais na carta magna de 1934, a partir daí todas as outras versaram sobre o tema, na atual Constituição se encontra disposto nos art. 7 ao 11 da CF/88. 5 Assim, Constituição Federal de 1934 foi a primeira a tratar de normas de Direito do Trabalho. As demais constituições brasileiras sempre se preocuparam em estabelecer alguma norma trabalhista. Na Constituição em vigor, além dos princípios constitucionais aplicáveis às relações de trabalho, encontraremos um rol significativo de direitos assegurados aos trabalhadores. b) Leis: diversas leis infraconstitucionais tratam de temas relacionados a esse ramo especializado. A principal delas é a CLT, consubstanciada no Decreto-lei 5452/43. Encontraremos no ordenamento jurídico brasileiro outros diplomas legais que outorgam direitos aos trabalhadores: RSR, Lei 605/49; 13º salário, Lei 4090/62; FGST, Lei 8036/90; Greve, Lei 7783/89; Leis que tratam de profissões regulamentadas: mãe social, Lei 7644/87; ferroviário, Lei 1652/52; empregado porteiros, zeladores, faxineiros e serventes de apartamentos residenciais, Lei 2757/56: empregado vendedor viajante ou pracista, Lei 3207/57; músico, Lei 3857/60; representante comercial e autônomo, Lei 4886/65; doméstico, lei 5859/72; rural, Lei 5889/73; propagandista e vendedor de produto farmacêutico, lei 6224/75; atleta profissional de futebol, Lei 6354/76; normas gerais sobre o desporto, Lei 9615/98; secretário, Lei 6556/78; comerciante ambulante, Lei 6586/78; aeronauta, lei 7183/84; técnico em radiologia, Lei 7394/85; treinador profissional de futebol, Lei 8650/93; assistente social, Lei 8662/93; advogado, Lei 8906/94; bibliotecário, lei 9674/98; educação física, Lei 9696/98; enólogo, Lei 11476/07; peão de rodeio, Lei 10220/01. c) Justiça do Trabalho (JT) – Vara do Trabalho (VT), Juiz de piso (1º grau) que expede sentença trabalhista, local onde o empregado irá apresentar suas ações trabalhistas, localpara iniciar a dissolução dos conflitos trabalhistas entre empregado e empregador. d) TRT – Tribunal Regional do Trabalho – Desembargadores do Trabalho (2º grau) que expedem acórdãos trabalhistas para decidirem em sede de recurso as sentenças proferidas pelos juízes do trabalho. e) TST – Tribunal Superior do Trabalho – Ministros do Trabalho que expedem decisões trabalhistas, resolvendo em ultima instancia os conflitos trabalhistas que não foram solucionados pelas Varas do Trabalho nem pelos Tribunais Regionais do trabalho, é a 6 Corte Superior da justiça do trabalho, aqui são criadas as súmulas do direito do trabalho. f) OJ – Orientações Jurisprudenciais, entendimento mais atual daquilo que está sendo pensado pelos tribunais do trabalho, expressam um parecer mais dinâmico daquilo que está sendo levado a cabo da justiça do trabalho naquele determinado momento, instrumento que apenas existe no direito do trabalho. As orientações jurisprudenciais, ainda não são súmulas, pois necessitam de maior maturação acerca da matéria debatida. Elas se originam de decisões anteriores de precedentes recolhidos a respeito do tema, demonstrando apenas uma inclinação do Tribunal naquele sentido. Se o entendimento for mantido, a OJ se transformará em súmula. (Vólia, 2009, p. 58) g) Jurisprudências Trabalhistas: a jurisprudência não se forma por decisões isoladas, mas sim após uma série de decisões no mesmo sentido. São diversas decisões no mesmo sentido. h) Súmulas do TST – A súmula, por sua vez, é o resultado decorrente do procedimento de uniformização de jurisprudência, pelo qual se condensa uma série de acórdãos (decisões de tribunais), que adotem idêntica decisão. Assim, súmula nada mais é do que a condensação de série de acórdãos, do mesmo tribunal, que adotem idêntica interpretação de preceito jurídico em tese, sem caráter obrigatório, mas persuasivo. i) Convenção Coletiva – é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos estipulam condições de trabalho aplicáveis no âmbito das respectivas representações, vide Art. 611, caput, da CLT. Art. 611. Convenções coletivas de trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais do trabalho. 7 J) Acordo Coletivo de Trabalho – é o ajustamento entre Sindicatos e uma ou mais empresas, vide § 1º, art. 611, da CLT. § 1º- É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas acordantes às respectivas relações de trabalho. Delgado explica que a partir do próprio texto da Consolidação, poder-se-ia definir acordo coletivo de trabalho como o pacto de caráter normativo pelo qual um sindicato representativo de certa categoria profissional e uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas empresas, às relações individuais de trabalho (DELGADO, 2014). O Ilustre Doutrinador citado distingue as duas figuras jurídicas acima examinadas: A Convenção Coletiva de Trabalho tem em seus polos subjetivos, necessariamente, entidades sindicais, representativas de empregados e empregadores, respectivamente. É pacto subscrito por sindicatos representativos de certa categoria profissional e sindicatos representativos da correspondente categoria econômica. O Acordo Coletivo de Trabalho, ao revés, tem em um de seus polos subjetivos empregadores não necessariamente representados pelo respectivo sindicato. As empresas, individualmente ou em grupo, podem subscrever, sozinhas, acordos coletivos com o correspondente sindicato representativo de seus empregados. A presença sindical somente é obrigatória quanto ao sindicato representativo dos trabalhadores vinculados à(s) empresa(s) que assina(m) o acordo coletivo de trabalho. *SÚMULA 277 TST nova redação (14/09/2012): “CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE. 8 As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho”. k) Dissídio Coletivo: Poderá ser ajuizada ação de Dissídio Coletivo, quando frustrada a autocomposição de interesses coletivos em negociação promovida diretamente pelos interessados, ou mediante intermediação administrativa do órgão competente do Ministério do Trabalho. Segundo o Dicionário Aurélio, dissídio significa dissensão, discórdia, oposição. No Direito, é o conflito de interesses entre empregado e empregador (dissídio individual) ou entre uma categoria de empregados e uma categoria de empresas (dissídio coletivo), da competência da Justiça do Trabalho. Nos dissídios coletivos estão em jogo, imediatamente, interesses abstratos de um grupo social ou de uma categoria; reivindica-se a criação de novas condições de trabalho ou a interpretação de norma preexistente. O conflito diz respeita a uma comunidade de interesses e as decisões se aplicam a pessoas indeterminados que pertencem ou venham a pertencer à coletividade, cujos interesses abstratos estão em jogo (BARROS, 2013). A competência para julgar os dissídios coletivos é dos Tribunais Regionais (Pleno) ou da Seção Especializada nesse assunto, conforme disposição regimental, quando a base territorial do sindicato restringe-se a um Estado (art. 678, da CLT, I, “a” e do TST, quando a base territorial do sindicato abranger mais de um Estado da Federação (art. 896, “b”, da CLT) (BARROS, 2013). Art. 678. Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete: I - ao Tribunal Pleno, especialmente: a) processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos; 9 Art. 896. Cabe recurso de revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: (…) b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente na forma da alínea "a"; (Modificado pela L- 009.756-1998). L) Sentença Normativa – regramento jurídico decorrente de decisão judicial em processos de dissídios coletivos do TRT ou TST que tem força de lei, distingui-se das “sentenças clássicas” porque criam normas jurídicas, cuja vigência será fixada e determinada pelo órgão prolator da decisão, tendo como prazo máximo 04 (quatro) anos ou até que outra sentença normativa, acordo, convenção coletiva de trabalho posterior produza a sua revogação, vide art. 868, § único, da CLT combinado com o novo entendimento do TST no precedente normativo nº 120. Art. 868. Em caso de dissídio coletivo que tenha por motivo novas condições de trabalho e no qual figure como parte apenas uma fração de empregados de uma empresa, poderá o Tribunal competente, na própria decisão, estender tais condições de trabalho, se julgar justo e conveniente, aos demais empregados da empresa que forem da mesma profissão dos dissidentes. Parágrafo único. O Tribunal fixará a data em que a decisão deve entrar em execução, bem comoo prazo de sua vigência, o qual não poderá ser superior a 4 (quatro) anos. TST - precedente normativo nº 120: A sentença normativa vigora, desde seu termo inicial até que sentença normativa, convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho superveniente produza sua revogação, expressa ou tácita, respeitado, porém, o prazo máximo legal de quatro anos de vigência. PN-120 SENTENÇA NORMATIVA. DURAÇÃO. POSSIBILIDADE E LIMITES (positivo) - (Res. 176/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011). SENTENÇA NORMATIVA – PODERES E LIMITES. No dissídio coletivo de natureza econômica a Justiça do Trabalho pode decidir o conflito, respeitadas as disposições 10 mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente (artigo 114, § 2º, in fine, CF/88). Nesse quadro, são inválidas cláusulas normativas que flexibilizam vantagem ou proteção jurídicas fixadas pela ordem jurídica heterônoma estatal. Recurso ordinário em dissídio coletivo a que se dá provimento. (TST – RO- 3564-05.2010.5.04.0000 – SDC – Relator Min. Mauricio Godinho Delgado, DJ em 17.05.2011, p. 38.) Em suma, Sentença Normativa é a decisão proferida pelo TRT ou TST em processo de dissídio coletivo. As sentenças normativas, à semelhança das convenções coletivas, possuem cláusulas normativas, que instituem benefício individual, como reajuste salarial, por exemplo (BARROS, 2013). Art. 868 - Em caso de dissídio coletivo que tenha por motivo novas condições de trabalho e no qual figure como parte apenas uma fração de empregados de uma empresa, poderá o Tribunal competente, na própria decisão, estender tais condições de trabalho, se julgar justo e conveniente, aos demais empregados da empresa que forem da mesma profissão dos dissidentes. Parágrafo único - O Tribunal fixará a data em que a decisão deve entrar em execução, bem como o prazo de sua vigência, o qual não poderá ser superior a 4 (quatro) anos. Conforme entendimento do art. 869, também da CLT, a decisão sobre novas condições de trabalho poderá também ser estendida a todos os empregados da mesma categoria profissional compreendida na jurisdição do Tribunal: a) por solicitação de 1 (um) ou mais empregadores, ou de qualquer sindicato destes; b) por solicitação de 1 (um) ou mais sindicatos de empregados; c) ex officio, pelo Tribunal que houver proferido a decisão; d) por solicitação da Procuradoria da Justiça do Trabalho. Conforme disposto no art. 870 e 871, da CLT, para que a decisão possa ser estendida, na forma do artigo anterior, torna-se preciso que ¾ (três quartos) dos empregadores e 11 ¾ (três quartos) dos empregados, ou os respectivos sindicatos, concordem com a extensão da decisão. O Tribunal competente marcará prazo, não inferior a 30 (trinta) nem superior a 60 (sessenta) dias, a fim de que se manifestem os interessados. Ouvidos os interessados e a Procuradoria da Justiça do Trabalho, será o processo submetido ao julgamento do Tribunal. Sempre que o Tribunal estender a decisão, marcará a data em que a extensão deva entrar em vigor. M) Sindicatos – O sindicato é uma associação que reúne pessoas de um mesmo segmento econômico ou trabalhista, têm como objetivo principal a defesa dos interesses econômicos, profissionais, sociais e políticos dos seus associados, existem também as chamadas centrais sindicais que reúnem sindicatos de diversas categorias como exemplo a CUT (Central Única dos Trabalhadores). Art. 8º CF/88. - Assembleia Geral: Local onde serão resolvidas e votadas todas as questões inerentes aos sindicatos das categorias. Art. 5º da Lei de Greve nº 7783/89 - O exercício do direito de greve deverá ser autorizado por decisão da assembleia geral da entidade sindical, que representar a categoria profissional dos associados, por 2/3 (dois terços) em primeira convocação, e, por 1/3 (um terço), em segunda convocação, em escrutínio secreto e por maioria de votos. § 1º A Assembleia Geral instalar-se-á e funcionará na sede do Sindicato ou no local designado pela Federação ou Confederação interessada, podendo, entretanto, reunir-se, simultaneamente, na sede das delegacias e seções dos Sindicatos (Consolidação das Leis do Trabalho, art. 517, § 2º), se sua base territorial for intermunicipal, estadual ou nacional. O art. 8.º da Constituição Federal de 1988 trata da associação profissional ou sindical: Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; 12 II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Parágrafo único - As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. N) Superintendência Regional do Trabalho (Delegacia Regional do Trabalho) – É o órgão do Ministério do Trabalho e Emprego responsável pela fiscalização e pelo registro e controle dos trabalhadores formais em todo o estado integrante da República Federativa do Brasil. O) Normas internacionais - as convenções da OIT, ratificadas pelo Brasil, são fontes formais do Direito do Trabalho. Exemplo: convenção 132, que trata sobre férias; convenção 98, que trata sobre sindicalização e negociação coletiva. 13 P) Regulamentos das empresas e disposições contratuais- São em geral normas internas da empresa, que vem determinar e regulamentar todas suas questões internas, estas normas são aplicadas para os atuais funcionários, bem como aqueles que porventura forem admitidos no quadro da empresa, valendo salientar que o art. 444 da CLT. Art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. 1.3 FONTES - PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO: FONTES As fontes do Direito são classificadas em materiais e formais, sendo as materiais os fatores sociais, econômicos, políticos, filosóficos e históricos que deram origem ao Direito, influenciando na criação de normas jurídicas. Já as formais são as formas de manifestação do Direito no sistema jurídico (GARCIA, 2013). Podem ser citados como exemplos de fontes formais a Constituição Federal,as Leis, os atos do Poder Executivo, a Sentença Normativa, a jurisprudência, a sentença arbitral, as convenções e acordos coletivos, os usos e costumes, o regulamento de empresa, o contrato de trabalho e os princípios jurídicos. PRINCÍPIOS Os princípios do direito do trabalho servem como base para criação, e amparo de todas as normas do direito de trabalho e que regulamentam os direitos do trabalhador perante o empregador. São linhas diretrizes que informam algumas normas e inspiram direta ou indiretamente uma série de soluções, pelo que podem servir para promover e 14 embasar a aprovação de normas, orientar a interpretação das já existentes e resolver casos não previstos. A CLT em seu artigo 8º vem consagrar a função integrativa dos Princípios gerais do Direito ao salientar sua aplicação para casos em que há omissão legal, contratual, divergência interpretativa e a necessidade de elaboração de novas legislações para integrar o corpo legislativo consolidado. Art. 8º CLT - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Para Barros os princípios têm como funções informar o legislador, orientar o Juiz na sua atividade interpretativa, e, por fim, integrar o direito, que é sua função normativa. (BARROS, 2013). Segundo a doutrina de Plá Rodriguez, citada por Barros, esses princípios podem ser assim enumerados: princípio da proteção, da primazia da realidade, da irrenunciabilidade, da continuidade, da boa fé e da razoabilidade. (RODRIGUEZ apud BARROS, 2013). São alguns dos princípios do direito do Trabalho: A) Princípio da proteção do trabalhador (IN DUBIO PRO OPERARIO): O princípio da proteção é o mais importante princípio no Direito do Trabalho. Tem por objetivo sanar as desigualdades, criando uma superioridade jurídica ao empregado, por ser ele hipossuficiente. Também conhecido como “in dúbio pro operário”, que pretende legitimar a desigualdade entre as partes através do franco favorecimento ao trabalhador. 15 Assim, entre vários sentidos possíveis de uma norma, deve-se escolher aquele que seja mais favorável ao trabalhador. Requisitos: Existir dúvida razoável sobre o alcance da norma; não afrontar a vontade do legislador. Esse princípio de subdivide em outros dois, quais sejam: Princípio da aplicação da norma mais favorável: havendo uma ou mais normas aplicáveis, neste, aplica-se, independente da posição hierárquica da norma, a norma mais favorável ao empregado. Flexibilização da pirâmide de Kelsen => Exceção Direito do Trabalho. Princípio da condição mais benéfica: independente da edição de norma superveniente tratando da mesma matéria deverão prevalecer as condições mais vantajosas estipuladas no contrato de trabalho do empregado. O mesmo deverá ser respeitado no regulamento da empresa. Direito adquirido: art. 5º, XXXVI, CF/88 - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; Requisitos: Estabelecimento de forma definitiva (habitual), e não de caráter provisório; a condição de fato deve ser mais benéfica; Art. 468 CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Súmula nº 265 do TST - ADICIONAL NOTURNO. ALTERAÇÃO DE TURNO DE TRABALHO. POSSIBILIDADE DE SUPRESSÃO - A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno. 16 Observa-se que tais princípios devem ser aplicados de forma patente a proteger os interesses do trabalhador, com a finalidade precípua de reduzir as desigualdades entre as partes, uma vez que o trabalhador é notoriamente a parte mais frágil na relação, hipossuficiente. Art. 620 CLT – As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo. Assim, cabe ao legislador no momento da criação das normas objetivar sempre a melhoria da condição social do trabalhador, como também, havendo dúvida, o juiz deverá aplicar a lei de maneira mais benéfica ao trabalhador. A finalidade do Direito do Trabalho é a de alcançar uma verdadeira igualdade substancial entre as partes e, para tanto, necessário é proteger a parte mais frágil desta relação: o empregado. Em face deste desequilíbrio existente na relação travada entre empregado e empregador, por ser o primeiro hipossuficiente em relação ao segundo, consagrou-se o princípio da proteção ao trabalhador, para equilibrar esta relação desigual. O princípio da proteção ao trabalhador está caracterizado pela intensa intervenção estatal brasileira nas relações entre empregado e empregador, o que limita, em muito, a autonomia da vontade das partes. Desta forma, o Estado legisla e impõe regras mínimas que devem ser observadas pelos agentes sociais. Estas formarão a estrutura basilar de todo contrato de emprego. B) Principio da Irrenunciabilidade dos Direitos Trabalhistas Este princípio está ligado à ideia da indisponibilidade dos direitos trabalhistas. Seu objetivo é limitar a autonomia da vontade das partes, pois não seria viável que o ordenamento jurídico, impregnado de normas de tutela do trabalhador, permitisse que o empregado se despojasse desses direitos, considerando a subordinação jurídica. Art. 444 CLT - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições 17 de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. Art. 468 da CLT: Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Art. 9º CLT: Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. Art. 7º CLT - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo. Assim, tem-se como regra que os direitos trabalhistas são irrenunciáveis pelo empregado, se assim fizer, não terá qualquer validade o ato mesmo que expressamente manifestado pelas partes integrantes do contrato de trabalho, princípio que impossibilita o empregado renunciar, voluntariamente, vantagens que lhe são garantidas pela lei trabalhista. Todavia, poderá o trabalhador renunciar a seus direito se estiver em juízo, diante do juiz do trabalho, pois nesse caso não se pode dizer que o empregado esteja sendo forçado a fazê-lo, como também firmar acordo trabalhista homologando judicialmente e também transigir por meio de concessões recíprocas, este ato bilateral. C) Princípio da Primazia da Realidade As relações jurídico-trabalhistas se definem pela situação de fato, isto é, pelaforma como se realizou a prestação de serviços, pouco importando o nome que lhe foi atribuído pelas partes. Informa tal preceito que na análise das questões relativas às relações de trabalho, deve-se observar a realidade dos fatos em detrimento dos aspectos formais que 18 eventualmente os atestem, assim, pode-se afirmar que nas regras do direito do trabalho, os fatos são muito mais importantes do que os documentos. REALIDADE DOCUMENTAL x REALIDADE FÁTICA Durante a relação de trabalho, dada sua condição de subordinação e dependência, o empregado não pode opor-se à formalização de alterações contratuais e práticas que, não raro, lhe são lesivas, também é bastante comum verificar alterações nas condições de trabalho pactuadas (através de contrato escrito) ao longo do tempo, alterações estas que, salvo raras exceções, não são incorporadas formalmente ao contrato de trabalho. Como exemplo: Sumula 338, item III do TST JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003). II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI- 1 - inserida em 20.06.2001). III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003). Assim, são privilegiados, portanto, os fatos, a realidade, sobre a forma ou a estrutura empregada. D) Princípio da Continuidade da Relação de Emprego 19 Principio que visa a preservação do emprego, objetivando dar estabilidade e segurança jurídica ao trabalhador. Deve-se levar em consideração que o contrato de trabalho é de trato sucessivo, logo, a relação de emprego pressupõe uma vinculação que se prolonga. Art. 448 da CLT – A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. SÚMULA 212 TST – O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. Desta forma, presume-se que o contrato de trabalho terá validade por tempo indeterminado, ou seja, haverá a continuidade da relação de emprego, temos assim, como regra os contratos de trabalho por tempo indeterminado, sendo os a prazo determinado a exceção prevista em lei. 02 – Relação de Trabalho/Relação de Emprego – Empregado - Empregador - Equiparados a Empregador – Contrato de Trabalho – Tipos de Contrato de Trabalho - Carteira de Trabalho e Previdência Social – Peculiaridades – Livro ou Ficha de Registro de Empregado. 2.1. RELAÇÃO DE EMPREGO: RELAÇÃO DE TRABALHO x RELAÇÃO DE EMPREGO RELAÇÃO DE TRABALHO pode ser conceituada como todo vínculo jurídico em que há de um lado prestador de serviço e de outro o tomador de serviço mediante pagamento. EX: Estagiário, pessoa jurídica para outra pessoa jurídica. Relação de trabalho é o GÊNERO, que compreende o trabalho autônomo, eventual, avulso, empresário, LOGO, relação de emprego é sua espécie. 20 - Trabalho autônomo é a que não há dependência ou subordinação jurídica entre o prestador de serviços e o tomador de serviços. Segundo o art. 11 da lei 8.213/91, o trabalhador avulso é quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício. - Trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, com a intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou, quando se tratar de atividade portuária, do órgão gestor de mão de obra (OGMO). Como por exemplo: O trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério, o ensacador de café, cacau, sal e similares, o carregador de bagagem em porto, dentre outros. - Trabalho eventual, como o próprio nome diz, é aquele realizado esporadicamente. EX: Diarista x Dono da casa. Alice Monteiro de Barros se filia à corrente segundo a qual o trabalho eventual é aquele que não se insere no âmbito das atividades normais de uma empresa, como é o caso de um técnico chamado momentaneamente para reparar o elevador de um estabelecimento comercial. - Trabalho voluntário é regulado pela Lei 9.608/1998. O art. 1º da citada lei conceitua trabalho voluntário como “a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade”. Segundo o art 1º, parágrafo único, o serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim. Isso não quer dizer que o trabalhador voluntário não possa receber pelo trabalho realizado. Segundo o art. 3º da Lei, o prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias. 21 RELAÇÃO DE EMPREGO, segundo Alice Monteiro de Barros, tem natureza contratual porque é gerada pelo contrato de trabalho (BARROS, 2013). Nos artigos descridos pela CLT pode-se observar a expressão CONTRATO DE TRABALHO como também RELAÇÃO DE EMPREGO, a melhor expressão a se usar é a 2ª, pois não será tratada da relação de qualquer trabalhador, mas do pacto entre EMPREGADO e EMPREGADOR, do TRABALHO SUBORDINADO. A CLT disciplina a RELAÇÃO DE EMPREGADOS, a justiça do trabalho de modo geral julga questões de empregados, entretanto, a denominação corrente é o contrato de trabalho, vide art. 442, 443 CLT: Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. Art. 443 - O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. A relação de emprego deriva da conjugação de certos elementos (elementos fático- juridicos) sem os quais não se configura a mencionada relação. São eles: a) Prestação de trabalho por pessoa física a um tomador qualquer; b) Prestação efetuada com pessoalidade pelo trabalhador; c) Prestação efetuada com não eventualidade; d) Prestação efetuada com subordinação ao tomador dos serviços; e) Prestação de trabalho efetuada com onerosidade. Esses elementos fáticos jurídicos, caracterizadores da relação de emprego, encontram- se nos arts. 3º e 2º da CLT: Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviço de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. 22 Conjugados esses elementos fático-juridicos em uma determinada relação socioeconômica,surge a relação de emprego, juridicamente caracterizada. 2.2 - EMPREGADO: A CLT, em seu Art. 3º, dispõe que: considera-se empregado toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. A doutrina acrescenta a essa definição outro requisito: a prestação pessoal (pessoalidade) do serviço. REQUISITOS IMPRESCINDÍVEIS PARA A CARACTERIZAÇÃO DO EMPREGADO: a) Pessoa física: empregado é sempre pessoa física ou natural. Não é possível dada a natureza personalíssima das obrigações que ele assume, admitir-se a hipótese de um empregado pessoa jurídica, neste caso tal negócio será regulado pelo CC/02. b) Habitualidade: não eventualidade ou continuidade. Empregado é um trabalhador não eventual, que presta continuamente (permanente) seus serviços, não de maneira esporádica. Deve haver habitualidade na prestação laboral, já que o contrato de trabalho é de prestação sucessiva, que não se exaure numa única prestação. Para configurar a relação de emprego é necessário que o trabalho prestado tenha caráter de permanência (ainda que por um curto período determinado) – não pode ser um trabalho esporádico. OBS: A prestação laboral doméstica realizada até duas vezes por semana não enseja configuração do vínculo empregatício, por ausente o requisito da continuidade previsto no art. 1º da Lei Complementar nº 150 de junho de 2015. Art. 1o Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade 23 não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei. c) Subordinação ou dependência: empregado é um trabalhador cuja atividade é exercida sob dependência de outrem, sob suas ordens. Isso significa que a atividade do empregado é dirigida por outrem, uma vez que a subordinação o coloca na condição de sujeição em relação ao empregador. *Subordinação econômica, técnica e jurídica (poder de direção comando, hierárquico e disciplinar). Se os serviços executados não são subordinados, o trabalhador não será empregado, mas sim trabalhador autônomo, não regido pela CLT. Segundo Alice Monteiro de Barros, citando Paul Colin, a subordinação jurídica é vista tradicionalmente como o “estado de dependência real criado por um direito”, e mostrar- se atenuada no tocante a certos empregados, como os que executam trabalhos intelectuais (COLIN apud BARROS, 2013). Delgado explica que, de fato, a subordinação é que marcou a diferença específica da relação de emprego perante as tradicionais modalidades de relação de produção que já foram hegemônicas na história dos sistemas socioeconômicos ocidentais (servidão e escravidão). (DELGADO, 2013, p. 292) d) Onerosidade ou salário: empregado é um trabalhador assalariado, portanto, alguém que, pelo serviço que presta, recebe uma retribuição. Tem o empregado a obrigação de prestar o serviço para receber seu salário, e o empregador paga os salários depois de receber a prestação do serviço. Lei nº 9608/98– trabalho voluntário não gera vinculo de emprego. e) Pessoalidade: empregado é um trabalhador que presta pessoalmente os serviços ao empregador (intuitu personae). No contrato de trabalho, a tarefa deve ser exercida pela pessoa que firmou o contrato, não pode ser atribuído para um terceiro. Exceto no caso de consentimento do empregador. 24 2.3 - EMPREGADOR: É conceito essencialmente relacional à noção de empregado. Quem se beneficia da prestação de serviço de uma pessoa física, de forma não eventual, com pessoalidade, subordinação jurídica e mediante salário é empregador. Maurício Godinho Delgado define empregador como “a pessoa física, jurídica ou ente despersonificado que contrata com uma pessoa física a prestação de serviços, efetuados com pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e sob sua subordinação (DELGADO, 2013). A CLT, art. 2º dispõe que: Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. a) Empresa individual ou coletiva: em suma empregador é aquele que tem empregado, um conceito que vai além do conceito de empresa previsto no direito comercial, quer seja, a visão de lucro, que não se restringe a personalidade jurídica, podendo ser individual ou coletiva como também as demais previstas no parágrafo primeiro do referido artigo. b) Assumir os riscos da atividade econômica: principal característica é a de assumir os riscos do empreendimento, tanto os resultados positivos como negativos. Vide Art. 462 CLT e Art. 7º CF/88. Art. 462. Ao empregador é vetado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de Lei ou de contrato coletivo. § 1º Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. 25 § 2º É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou serviços destinados a proporcionar-lhe prestações in natura exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços. § 3º Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não mantidos pela empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício dos empregados. § 4º Observando o disposto neste Capítulo, é vetado às empresas limitar, por qualquer forma, a liberdade, dos empregados de dispor do seu salário. c) Admite: é o empregador que contrata a prestação de serviço, da acesso a ele na empresa, por isso de todas as obrigações do empregador para com a carteira de trabalho do empregado e demais regularizações trabalhistas, pois todo o risco da ilegalidade será suportado por ele e por ele deverá ser provado o contrário. DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. d) Assalaria: completa o requisito da onerosidade para se ter uma relação de emprego, o empregado dispõe de seus serviços em prol do empregador, e este, paga pelos serviços prestados. e) Dirige: poder de direção e de comando; estabelece as normas disciplinares no âmbito da empresa, o empregador dirige a atividade e não a pessoa. Não pode o empregador discriminar o empregado por sexo, religião, raça, cor, etc., não pode também deixar de proporcionar trabalho ao empregado na vigência do contrato de 26 trabalho. Deve atuar com boa-fé, observar as normas de segurança e medicina do trabalho. 2.4 EQUIPARADOS A EMPREGADOR: Enquanto o caput do art. 2º da CLT define empregador, o seu parágrafo primeiro trata das pessoas equiparadas a empregador. Consoante este dispositivo: Art. 2º, § 1º CLT: equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas e outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. O Legislador optou por estabelecer essa dicotomia - empregador e equiparadoa empregador - em razão de as pessoas enumeradas no § 1º do art. 2º da CLT, acima transcrito, não poderem ser enquadradas no conceito econômico de empresa. Entretanto, no intuito de assegurar aos trabalhadores contratados como empregados por essas pessoas (princípio da proteção ao trabalhador) a proteção jurídica conferida aos empregados em geral, o legislador embora reconhecendo não serem elas empresas, equiparou-as ao empregador, para o fim de aplicação das leis trabalhistas. Assim, basta ter empregado nos moldes do artigo 3º da CLT para se enquadrar ao conceito de empregador. 2.5 CTPS – CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL - IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL: LIVRO OU FICHA DE REGISTRO DE EMPREGADOS E A CTPS. Dispõe a CLT em seu art. 13 que: Art. 13 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por conta própria de atividade profissional remunerada. 27 § 2º - A Carteira de Trabalho e Previdência Social e respectiva Ficha de Declaração obedecerão aos modelos que o Ministério do Trabalho e Previdência Social adotar. Art. 55 - Incorrerá na multa de valor igual a 1 (um) salário-mínimo regional a empresa que infringir o art. 13 e seus parágrafos. CTPS - é o principal documento de identificação profissional do trabalhador. Nela são anotados os elementos mais importantes concernentes às relações de emprego passadas e presentes do trabalhador e as alterações relevantes havidas em seus contratos de trabalho, bem como informações do interesse da Previdência Social, instrumento de prova em favor do empregado, não só no que tange à existência do contrato de trabalho, mas também quanto às condições estabelecidas no pacto, como valor e composição do salário, condições especiais, férias, etc. O trabalhador rural (art. 13 CLT), os empregados domésticos e os atletas do futebol também tem que ter a CTPS (parágrafo 1º, art. 28 da Lei nº 9615/98). Art. 30 - Os acidentes do trabalho serão obrigatoriamente anotados pelo Instituto Nacional de Previdência Social na carteira do acidentado. Art. 16. A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), além do número, série, data de emissão e folhas destinadas às anotações pertinentes ao contrato de trabalho e as de interesse da Previdência Social, conterá: I - fotografia, de frente, modelo 3 X 4; II - nome, filiação, data e lugar de nascimento e assinatura; III - nome, idade e estado civil dos dependentes; IV - número do documento de naturalização ou data da chegada ao Brasil, e demais elementos constantes da identidade de estrangeiro, quando for o caso; Parágrafo único - A Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS será fornecida mediante a apresentação de: Duas fotografias com as características mencionadas no inciso I; b) qualquer documento oficial de identificação pessoal do interessado, no qual possam ser colhidos dados referentes ao nome completo, filiação, data e lugar de nascimento; 28 - EMISSÃO DA CTPS Art. 14 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social será emitida pelas Delegacias Regionais do Trabalho ou, mediante convênio, pelos órgãos federais, estaduais e municipais da administração direta ou indireta. Parágrafo único - Inexistindo convênio com os órgãos indicados ou na inexistência destes, poderá ser admitido convênio com sindicatos para o mesmo fim. Art. 26 - Os sindicatos poderão, mediante solicitação das respectivas diretorias incumbir-se da entrega das Carteiras de Trabalho e Previdência Social pedidas por seus associados e pelos demais profissionais da mesma classe. Parágrafo único - Não poderão os sindicatos, sob pena das sanções previstas neste Capítulo cobrar remuneração pela entrega das Carteiras de Trabalho e Previdência Social, cujo serviço nas respectivas sedes será fiscalizado pelas Delegacias Regionais ou órgãos autorizados. Em se tratando de menor de 18 anos, as declarações serão feitas por seu representante legal, e no caso de não sabendo o interessado assinar a CTPS ou não o podendo, será ela fornecida mediante impressão digital ou assinatura a rogo. - APRESENTAÇÃO E DEVOLUÇÃO DA CTPS Nenhum empregado pode ser admitido sem apresentar a Carteira, e o empregador tem o prazo legal de 48 horas para proceder às anotações da data de admissão, da remuneração e das condições especiais se houver, devolvendo-a em seguida ao empregado (CLT, art. 29). Art. 29 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente apresentada, contra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de quarenta e oito horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, sendo facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho. 29 Art. 34 - Tratando-se de serviço de profissionais de qualquer atividade, exercido por empreitada individual ou coletiva, com ou sem fiscalização da outra parte contratante, a carteira será anotada pelo respectivo sindicato profissional ou pelo representante legal de sua cooperativa. OBS: Caso o empregado exerça seu labor em um grupo de empresas, a anotação na CTPS será feita na empresa em que o obreiro prestar os serviços, nada impedindo, de o empregado ser registrado no holding, já que o empregador é o grupo. Na prática registra-se na empresa em que o empregado preste serviço. Recusando- se a empresa a fazer as anotações na CTPS do empregado, este, pessoalmente, ou por seu sindicato, poderá comparecer perante a DRT ou órgão autorizado, para apresentar reclamação. Pode o empregador se recusar a fazer a anotação da CTPS do obreiro, onde terá prazo de 48 horas para apresentar sua defesa, onde o delegado regional do trabalho, caso entenda, remeterá os autos para a Justiça do Trabalho, que é competente para decidir quanto à existência ou não do vínculo empregatício. A autoridade administrativa, em nenhuma hipótese poderá decidir a respeito da existência ou não da relação de emprego, pois não tem competência para tanto, a competência nesse caso é da Justiça do Trabalho. Art. 114 CF/88. - LOCALIDADE EM QUE INEXISTA ÓRGÃO EMISSOR DA CTPS - EXCEÇÃO: (CLT, art. 13, §§ 3º e 4º). Nas localidades em que não exista posto de emissão de CTPS pode o empregado ser admitido sem a sua apresentação, desde que assuma o compromisso de regularizar a situação em 30 dias, ficando a empresa obrigada a permitir o comparecimento do empregado ao posto de emissão mais próximo. § 3º - Nas localidades onde não for emitida a Carteira de Trabalho e Previdência Social poderá ser admitido, até 30 (trinta) dias, o exercício de emprego ou atividade remunerada por quem não a possua, ficando a empresa obrigada a permitir o comparecimento do empregado ao posto de emissão mais próximo. 30 § 4º - Na hipótese do § 3º: I - o empregador fornecerá ao empregado, no ato da admissão, documento do qual constem a data da admissão, a natureza do trabalho, o salário e a forma de seu pagamento; II - se o empregado ainda não possuir a carteira na data em que for dispensado, o empregador Ihe fornecerá atestado de que conste o histórico da relação empregatícia. (vide §2º). - VEDAÇÃO A ANOTAÇÕES DESABONADORAS: É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CLT, art. 29,§ 4º). § 4º- É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua Carteirade Trabalho e Previdência Social. - LIVRO OU FICHA DE REGISTRO DE EMPREGADOS: Além das anotações na CTPS, o empregador está obrigado, relativamente a cada trabalhador, a efetuar o registro de empregados em fichas, livros ou sistemas eletrônicos, conforme instruções do Ministério do Trabalho (CLT, art. 41). A Lei não mais exige que as fichas ou livros de registro de empregados sejam previamente autenticados por órgãos governamentais. Art. 41. Em todas as atividades será obrigatório para o empregador o registro dos respectivos trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho. Parágrafo único. Além da qualificação civil ou profissional de cada trabalhador, deverão ser anotados todos os dados relativos à sua admissão no emprego, duração e efetividade do trabalho, a férias, acidentes e demais circunstância que interessem à proteção do trabalhador. 31 - MOMENTO PARA O EMPREGADOR PROCEDER AO REGISTRO DO EMPREGADO: Ao contrário do que ocorre com a CTPS, o registro do empregado nos livros ou fichas deverá ser efetuado imediatamente, antes do início da prestação de serviços, sob pena de multa administrativa (CLT, art. 47). Art. 47. A empresa que mantiver empregado não registrado nos termos do Artigo 41 e seu parágrafo único incorrerá na multa de valor igual a 30 vezes o valor de referência, por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência. Parágrafo único. As demais infrações referentes ao registro de empregados sujeitarão a empresa à multa de valor igual a 15 vezes o valor de referência regional, dobrada na reincidência. 3 - Jornada de Trabalho – Limitação da Jornada de Trabalho – Formas de Prorrogação da Jornada de Trabalho – Hora Extra – Banco de Horas. 3.1 JORNADA DE TRABALHO É a quantidade de labor diário do empregado, é o número de horas diárias de trabalho que o empregado prestou ao empregador. A Constituição Federal de 1988 fixou a jornada de trabalho diária em 8 (oito) horas, e a semanal em 44 (quarenta e quatro) horas, facultando a compensação de horários ou a redução da jornada de trabalho, mediante acordo ou convenção coletiva. Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 32 XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; OBS: AC ou CC pode estabelecer jornada específica para uma categoria. 3.2 FUNDAMENTO A limitação do tempo de duração do trabalho tem como fundamento três aspectos (24h): a) Biológico: o excesso de trabalho traz fadiga, estresse, cansaço ao trabalhador, atingindo sua saúde. b) Sociais: o trabalhador que executa seus serviços em extensas jornadas tem pouco tempo para a família e amigos (tornando-se excluído). c) Econômico: um trabalhador cansado, estressado e sem diversões produz pouco e, portanto, não tem vantagens econômicas para o patrão. 3.3 DIFERENÇA ENTRE JORNADA E HORÁRIO DE TRABALHO Jornada: duração do trabalho diário (número de horas diárias de trabalho que o trabalhador presta à empresa). Art. 58 CLT - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. Em regra, a lei brasileira considera a jornada de trabalho como tempo à disposição 33 do empregador no centro de trabalho (art. 4º, CLT). É necessário que o empregado esteja à disposição do empregador. Computa-se o tempo a partir do momento em que o empregado chega à empresa até o instante em que dela se retira. Não precisa estar efetivamente trabalhando, basta a presunção de que o empregado está aguardando ordens ou executando ordens. Horário de trabalho: a hora de entrada e de saída do trabalhador no emprego. É a fixação dos momentos em que deve ter início e fim a jornada normal de trabalho e, se for o caso, do intervalo para descanso ou refeição (Arnaldo Sussekind, 2000). Súmula nº 366 do TST - Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal. 3.4 - TIPOS DE JORNADA: Quanto ao período do dia em que é prestada, a jornada será: diurna: quando entre 5 e 22 horas, nos centros urbanos; noturna: quando entre 22 e 5 horas do dia seguinte, e suas prorrogações, nos centros urbanos; Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. mista: quando transcorre tanto no período diurno quanto no noturno (uma jornada das 18 h às 24 h, por exemplo); em revezamento: quando num período há trabalho durante o dia, em outro o trabalho é prestado à noite. 34 OBS: TRABALHADOR RURAL - Considera-se trabalho noturno o executado entre as 21 horas de um dia e as 5 h do outro, na lavoura; e, entre as 20 horas de um dia e as 4 h do dia seguinte, na pecuária. O adicional noturno devido ao empregado rural é de 25%. 3.5 JORNADAS ESPECIAIS Bancário: Art. 224. A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 horas contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de trinta horas de trabalho por semana. Art. 225. A duração normal de trabalho dos bancários poderá ser excepcionalmente prorrogada até oito horas diárias, não excedendo de quarenta horas semanais, observados os preceitos gerais sobre duração de trabalho. Telefonista: Nas empresas que explorem o serviço de telefonia, telegrafia submarina ou subfluvial, de radiotelegrafia ou de radiotelefonia, fica estabelecida para os respectivos operadores a duração máxima de seis horas contínuas de trabalho por dia ou trinta e seis horas semanais. Cabineiro de elevador: Art. 1º (Lei 3.270/57) É fixado em seis (6) o número de horas de trabalho diário dos cabineiros de elevador. Parágrafo único. É vedado a empregador e empregado qualquer acordo visando ao aumento das horas de trabalho fixadas no art. 1º desta lei. Menor aprendiz: Art. 432 CLT - A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, 35 sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada. 1º O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. Turno ininterrupto de revezamento: A Constituição Federal fixa a duração máxima da jornada normal em turnos ininterruptos de revezamento em 6 horas, salvo acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando outra duração(art. 7º, XIV). Súmula nº 423 do TST TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 169 da SBDI-1) Res. 139/2006 – DJ 10, 11 e 13.10.2006). Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras. O revezamento ocorre quando equipes de trabalhadores se sucedem na mesma empresa, no mesmo local de serviço, cada trabalhador cumprindo individualmente diferentes períodos de trabalho (manhã, tarde e noite), em forma de rodízio, que permitem o funcionamento ininterrupto da empresa. 3. 6 PRONTIDÃO E SOBREAVISO (Art. 244 CLT) O tempo de prontidão: § 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas dependências da Estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de doze horas. O tempo de sobreaviso: 36 § 2º Considera-se de "sobreaviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de "sobreaviso" será no mínimo, de 24 (vinte e quatro) horas. Súmula nº 428 do TST - SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso. II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso. Logo, todo empregado que, em período de descanso, for escalado para aguardar ser chamado por celular, a qualquer momento, para trabalhar, está em regime de sobreaviso. OBS: Art. 74 CLT - O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma. § 1º - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados com a indicação de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados. § 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso. Art. 62 CLT - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: 37 I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. 3.7 FORMAS DE PRORROGAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO Jornada Extraordinária: É a jornada cumprida em extrapolação à jornada padrão aplicável à relação empregatícia concreta. Equivaleria àquela prorrogação caracterizada como não ordinária, fora do comum, excepcional, anormal. Tanto a Constituição quanto a CLT admitem prorrogação de jornada, desde que não exceda a 2 (duas) horas diárias, com o pagamento dessas horas extras de serviço de, no mínimo, 50% superior ao da hora normal. Art. 7º, XVI, da CF - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; Art. 59, da CLT - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de duas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. Súmula nº 376 do TST - HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 89 e 117 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador de pagar todas as horas trabalhadas. (ex-OJ nº 117 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997) II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres trabalhistas, independentemente da limitação prevista no "caput" do art. 59 da CLT. (ex-OJ nº 89 da SBDI-1 - inserida em 28.04.1997) 38 Tipos de jornadas extraordinárias: Prorrogação em virtude de força maior (art. 61, caput e § 2º, CLT): A CLT define força maior como o acontecimento inevitável, imprevisível, para o qual o empregador não deu causa, direta ou indiretamente. Ex: incêndios e inundações. 25% - 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite. Prorrogação em virtude de serviços inadiáveis (art. 61, caput e § 2º, CLT): São os que devem ser concluídos na mesma jornada de trabalho, não podendo ficar para o dia seguinte sem acarretar prejuízos ao empregador. As horas trabalhadas em decorrência de serviço inadiável serão remuneradas com adicional de no mínimo 50%, sobre a hora normal. Prorrogação para reposição de paralisações empresariais (art. 61, § 3º, CLT): a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente. Regime de compensação de jornada (art. 59, § 2º, CLT e art. 7º, XIII, CF/88) - Banco de Horas: AC ou CC estabelecendo o banco de horas; vigência do banco de horas; prorrogação de até 2h dia. OBS: o empregador é obrigado a comunicar a prorrogação à Delegacia Regional do Trabalho (DRT) no prazo de 10 dias, ou, antes desse prazo, justificar-se perante a fiscalização do trabalho, sem prejuízo da citada comunicação (art. 61, § 1º da CLT). 4 - Intervalos da Jornada de Trabalho – Descanso Semanal Remunerado - Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho 39 4-1 INTERVALOS INTERJORNADAS E INTRAJORNADAS: Apenas excepcionalmente, em consideração às características próprias da atividade. A anotação do horário de entrada e saída de cada empregado é obrigatória somente para os estabelecimentos com mais de 10 trabalhadores (CLT, art. 74). Art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma. § 1º - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados com a indicação de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados. § 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso. INTERVALOS INTERJORNADAS: art. 66 da CLT. O intervalo interjornada é o intervalo concedido ao trabalhador entre o final de uma jornada diária de trabalho e o início da nova jornada no dia seguinte,para o descanso do obreiro. Entre duas jornadas de trabalho (8h/8h) deve haver um intervalo mínimo de 11 horas, não podendo o empregado assumir o serviço em um dia sem antes ver respeitado esse descanso em relação ao fim do trabalho do dia anterior. Art. 66 CLT - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. INTERVALOS INTRAJORNADA: art. 71 da CLT. 40 O intervalo intrajornada é o intervalo que ocorre dentro da jornada diária de trabalho, objetivando o repouso e a alimentação do trabalhador. A CLT, estabelece em seu art. 71 e §§, que: Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda de seis horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será no mínimo, de uma hora e, salvo acordo ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas. § 1º Não excedendo de seis horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de quinze minutos quando a duração ultrapassar quatro horas. § 2º Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso e refeição poderá ser reduzido por ato do Ministério do Trabalho, quando, ouvido o Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. § 4º Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. A CLT obriga a concessão dos seguintes intervalos intrajornada (art. 71, §1º): § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. sem direito, quanto trabalho é prestado por menos de 4 horas; de 15 minutos, quando o trabalho é prestado por mais de 4 horas e até 6 horas; de 1 a 2 horas, nas jornadas excedentes de 6 horas. OBS: (art. 71, § 3º CLT) - O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do MTE, quando ouvido o Serviço de Alimentação de 41 Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. Em regra os intervalos não são remunerados, salvo naqueles casos expressamente previstos em lei, como os intervalos de 10 minutos a cada 90 minutos de serviço do pessoal que trabalha com mecanografia (CLT, art. 72). Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho, ou seja, são deduzidos da jornada normal de trabalho (art. 71, § 2º CLT). OBS: Sempre que não concedido o intervalo, serão duas as sanções ao empregador: pagamento do período como hora extra, com adicional de, no mínimo, 50%; multa administrativa, aplicada pela fiscalização do trabalho Art. 75 CLT. Súmula nº 437 do TST INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT - I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração. II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva. III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais. IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o 42 período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT. 4-2 DESCANSO SEMANAL REMUNERADO (DSR) a) Conceito: Descanso Semanal Remunerado (DSR) é o período de 24 horas consecutivas na semana em que o empregado, embora percebendo remuneração, deixa de prestar serviços ao empregador. O trabalhador faz jus ao repouso, como o nome explicita, uma vez por semana, de preferência aos domingos. Os feriados, embora evidentemente não sejam semanais, configuram, também, hipóteses de descanso remunerado do trabalhador. Art. 7º CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social. XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. Art. 67 CLT. Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte. Parágrafo único. Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização. O art. 68 e parágrafo único, da CLT estabelece que o trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do Art. 67, será sempre subordinado à permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho. Porém, a permissão será concedida a título permanente nas atividades que, por sua natureza ou pela conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos. Importante destacar sobre o tema, as seguintes orientações jurisprudenciais: 43 394. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO - RSR. INTEGRAÇÃO DAS HORAS EXTRAS. NÃO REPERCUSSÃO NO CÁLCULO DAS FÉRIAS, DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO, DO AVISO PRÉVIO E DOS DEPÓSITOS DO FGTS. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010) A majoração do valor do repouso semanal remunerado, em razão da integração das horas extras habitualmente prestadas, não repercute no cálculo das férias, da gratificação natalina, do aviso prévio e do FGTS, sob pena de caracterização de “bis in idem”. 410. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010) Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu PAGAMENTO EM DOBRO. b) Condições para a manutenção da remuneração do DSR: É condição para a manutenção da remuneração do repouso semanal a frequência integral (assiduidade e pontualidade) do empregado durante a semana, entendida esta como o período de segunda-feira a sábado, anterior à semana em que recair o dia do repouso semanal. Caso o empregado falte durante a semana de trabalho, terá direito ao descanso mais sem a remuneração. c) Substituição do repouso por pagamento:
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