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TRABALHO DE FARMACOGNOSIA II

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BELADONA
Atropa belladonna
COMO É O ALCALÓIDE?
Composto orgânico que possui base nitrogenada, geralmente com sabor amargo e muito ativo. Alguns são venenosos, outros são usados na medicina (atropina, ácido atrópico, beladonina, escopolamina, hiosciamina)
		
Atropina
IMPORTÂNCIA
- extratos e tinturas obtidas pela indústria farmacêutica, bem como remédios feitos à base de alcalóides isolados, servem para relaxar os músculos lisos, reduzir dores de cólicas urinárias e da vesícula biliar, aliviar crises de asma e reduzir os suores noturnos dos tuberculosos, epilepsia, palpitações nervosas do coração, tosses, asma, hidrofobia;
- em uso externo, emprega-se para dilatar a pupila, durante os exames oftalmológicos, e para curar as inflamações da gota e do reumatismo, as dores gástricas, as cólicas hepáticas, nefríticas, uterinas e intestinais, as nevragias profundas e superficiais, as dores de erupções cutâneas de origem cancerosas.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Antiespasmódico, relaxante muscular, diurética, diaforética. 
- cigarros de beladona: abrandar os acessos de asma, bronquite e coqueluche;
- pomadas ajudam a diminuir a dor dos pacientes com caxumba, reumatismos e outras nevralgias;
- internamente: cólicas intestinais e renais - tintura (dose máxima diária: 50 gotas); extrato fluido (dose máxima diária: 5 gotas);
- externamente: pomadas e cataplasmas;
PROPRIEDADES TOXICOLÓGICAS
Extremamente tóxica, todas as partes da planta contém alcalóides. As bagas possuem perigo maior devido serem atrativas, negras, brilhantes e terem sabor adocicado. 
A ingestão de quantidades superiores a 5 bagas pode ser mortal.
TRATAMENTO
Os sintomas de envenenamento de beladona são os mesmos que os da atropina, e incluem pupilas dilatadas, taquicardia, alucinação, visão borrada, garganta seca, constipação e retenção urinária. 
A pele pode secar completamente e os casos fatais mostram pulsos rápidos. 
Seu antídoto é a pilocarpina.
A ingestão de qualquer parte desta planta pode provocar os seguintes sintomas:
- Pele seca, quente e vermelha, principalmente no rosto
- Boca seca, dificultando a deglutição e articulação das palavras
- Sede intensa
- Febre
- Aumento da freqüência cardíaca
- Dilatação das pupilas
- Movimentos incoordenados, agitação
- Alternância de comportamento, podendo ficar agressivo
- Confusão mental e alucinações
HISTÓRIA OU FATOS INTERESSANTES
O nome popular, que em italiano significa "bela mulher", vem do fato de que atrizes italianas utilizavam gotas de extrato de belladonna nos olhos para dilatar as pupilas, o que as deixava mais atraentes.
Atualmente se sabe que a dilatação da pupila é um indicador de excitação sexual que é inconscientemente percebido pelos homens.
ESTRAMÔNIO
Datura stramonium
COMO É O ALCALÓIDE?
Seus princípios ativos são os alcalóides tropânicos atropina, hiosciamina e escopolamina, que são classificados como anticolinérgicos.
IMPORTÂNCIA
É muito utilizada nas indústrias farmacêuticas para fabricação de medicamentos.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Anestésica, espasmolítico, expectorante. 
PROPRIEDADES TOXICOLÓGICAS
Vertigens, espasmos, delírio, alucinações, midríase, insônia, vômitos, problemas cardiológicos. 
TRATAMENTO
Pronto atendimento com lavagem gástrica precoce e energética, utilizando-se de sonda de calibre suficiente para passagem de restos do vegetal. A lavagem pode ser feita com água ou de preferencia com soluções de permanganato de potássio ou de ácido tânico 4%. A hipertemia deve ser tratada com medidas físicas (bolsas de gelo, compressas úmidas) pois os analgésicos são geralmente ineficazes. Sedativos diazepínicos ou barbitúricos podem ser utilizados no controle da agitação psicomotora muito intensa. Seu emprego deve ser cauteloso, pois podem potencializar o estado depressivo que segue a agitação psicomotora. Fenotiazinas são contra-indicados devido suas propriedades anticolinérigicas. A fisiostigmina é um antídoto eficaz, porém é necessária muita cautela na sua administração. 
MEIMENDRO
Hyoscyamus niger
COMO É O ALCALÓIDE?
Alcalóides Tropânicos (0,05-0,10%): escopolamina (mais de 50%), hiosciamina, apoatropina, escopina, escopolina, tropina e cuscohigrina; Flavonóides: rutosídeo; Colina; Matérias Tânicas.
IMPORTÂNCIA
O meimendro foi muito usado pelos sentenciados de morte, para aliviar a dor, e na época medieval, eram deixados ramos da planta nos banheiros e sobre os bancos de praças públicas, para causar um efeito narcótico na população, que desta maneira era saqueada.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 
Tanto o Meimendro quanto a beladona são indicados no tratamento da bradicardia sinusal; na dilatação pupilar no Parkinsonismo; na prevenção de cinetose; como pré-medicação anestésica para ressecar secreções; em doenças espásticas do trato biliar, cólico-ureteral e renal, entre outras indicações.
Os efeitos produzidos por seus alcalóides são discutidos na ação farmacológica da Beladona. É muito semelhante à Beladona e ao Estramônio em sua ação, porém mais tênue devido ao menor teor de alcalóides tropânicos.
Os alcalóides presentes nas folhas do Meimendro, assim como a Beladona, apresentam uma ação anticolinérgica, atuando como antiespasmódico, midriático, antisecretor, broncodilatador leve, coadjuvante no tratamento da doença de Parkinson devido ao seu efeito sedativo sobre o sistema nervoso central e analgésico local. A atividade predominante corresponde em grande parte pela escopolamina, cuja ação parasimpatomimética é menos marcante que a atropina ou a hiosciamina. Não obstante, ao nível central provoca depressão central, sonolência, amnésia, transtornos motores, potencializando a ação dos hipnóticos e neurolépticos.
Extratos de Meimendro têm demonstrado, in vitro, possuir atividade bactericida, fungicida e antiamebiana, frente ao Bacillus subtilis, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Priteus vulgaris e Entamoeba histolytica
PROPRIEDADES TOXICOLÓGICAS
Alguns casos de intoxicação relatados se deram pelo consumo acidental de suas folhas, as quais foram confundidas com as de Dente de Leão (Taraxacum officinalis). Casos excepcionais relatam intoxicação pelo consumo do leite ou da carne de animais herbívoros que não são sensíveis aos alcalóides desta planta. Pode-se observar num intoxicação acidental confusão mental, enxaqueca, taquicardia, delírio, miose e nos casos mais graves, estados convulsivos (Forsyth A., 1968).
Antes do aparecimento dos sinais de intoxicação, precede-se uma lavagem gástrica com solução de ácido tânico a 4%. Como antídoto: cafeína ou morfina com muita precaução.
HISTÓRIA OU FATOS INTERESSANTES
Esta planta foi utilizada desde os tempos remotos, aparecendo no Papiro de Ebers como remédio para dor de dente. Foi um veneno famoso, sendo citado na obra de Shakespeare, que fez o pai de Hamlet morrer com o suco de Meimendro deitado no ouvido. 
COCA
Erythroxylum coca
COMO É O ALCALÓIDE?
Folhas e casca encerram 14 alcalóides, mas apenas um deles se popularizou através do mercado ilegal: a cocaína.
Cocaína, benzoilmetilecgonina ou éster do ácido benzoico é um alcaloide usado como droga, derivada do arbusto Erythroxylum coca, com efeitos anestésicos e cujo uso contínuo pode causar outros efeitos indesejados, como dependência, hipertensão arterial e distúrbios psiquiátricos. A produção da droga é realizada através de extração, utilizando como solventes álcalis, ácido sulfúrico, querosene e outros.
IMPORTÂNCIA
As propriedades analgésicas da coca foram descobertas pelos Incas e até hoje as suas folhas são comumente mascadas na região dos Andes. 
Entre outros benefícios ao organismo, a coca forma células musculares, previne úlceras e gastrites, é analgésica, afina o sangue, evita o mal estar causado pela altitude, melhora o funcionamento do fígado, da vesícula, é diurética, acelera a digestão, regula a melanina da pele e evita cáries.
Os efeitos do alcalóide que forma a cocaína podem aplacar a fome e a fadiga, sendo que igual efeito é conseguido através da inalaçãode gasolina ou cola de sapateiro, fato esse que levou as autoridades internacionais a adulterar a fórmula dos combustíveis com álcool e ao mesmo tempo proibir a venda de colas industriais.
Existe ainda a espécie Erytroxylum novogranatensis que contém um menor teor de cocaína. Essa variedadeda planta é hoje refinada e comercializada, legalmente diluida em refrigerantes, principalmente a Coca-cola.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
- Analgésica 
- Anestésica
- Previne úlceras e gastrites
- Afina o sangue
- Regula a melanina da pele
- Diurética e acelera a digestão
PROPRIEDADES TOXICOLÓGICAS
Irritabilidade e distúrbios do humor, Alucinação, Delírio, Hostilidade, Ansiedade, Medo, paranoia, Abstinência, Extrema energia ou exaustão, Compulsão motora estereotipada, Diminuição do desejo sexual, Violência extrema, Anorexia, Tolerância e dependência.
TRATAMENTO
O tratamento é de suporte com o uso de benzodiazepínicos. A morte freqüentemente ocorre devido à insuficiência cardíaca ou respiratória. Metade das mortes por overdose de cocaína, envolvem cocaína usada com outra droga.
HISTÓRIA OU FATOS INTERESSANTES
O ato de mascar coca se chama picchar, e a llipt´a é como uma pasta de cor escura, feita com cinza de plantas como a kañiwa(Chenopodium pallidicaule aellen), planta do altiplano boliviano e peruano, que usada junto com as folhas da coca extrai melhor suas propriedades nutrientes e curativas.
A coca para os andinos é sagrada, e é oferecida à Mãe Terra Pachamama, bem como às divindades tutelares. Geralmente são oferecidos conjuntos de três folhas, chamado k´intu, representando a Pachamam, a humanidade e os espíritos tutelares. 
Os efeitos medicinais da folha da coca são estimulantes, melhoram o metabolismo, a orxigenação do sangue, a freqüência respiratória, o mal de altura (mal de puna ou soroche), diarréias, dores de cabeça, anemias, tira a fome e ajuda em problemas estomacais. 
São mastigadas pelos camponeses com o propósito de recarga das energias no duro trabalho empreendido nos campos e nas grandes altitudes. 
CONFREI
Symphytum officinale
COMO É O ALCALÓIDE?
Possui alcalóide pirrolizidínico, que é uma substância química do tipo alcalóide, hidrossolúvel, não atropínica, com efeitos hepatotóxico, pneumotóxico, carcinogênico e mutagênico.
IMPORTÂNCIA
Possui alto teor de proteína, cálcio, ferro, simpetina, sais minerais, vitaminas, colina, consolidina, fósforo e ácido fólico. A raiz de confrei contêm mais mucilagem do que o malvarisco. Também contém alantoína, um pouco de amido e tanino. O conteúdo de alantoína de uma solução aquosa reforça poderosamente as formações epiteliais e protege qualquer tecido ferido, externamente. Promove a formação de células saudáveis que curam ferimentos externos.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Suas folhas e raízes, usadas para uso externo, agem como cicatrizantes nas contusões, ferimentos, reumatismos e tromboflebites. Pode ser usada como forrageira, pelo alto teor de proteína e pela excelente produção de massa verde. Combate males específicos como artrite, pé de atleta e escaras por permanência no leito e feridas abertas por picadas de abelhas.
O confrei é um excelente tratamento caseiro para gripes e bronquites. Faça um concentrado comum com duas partes de confrei, uma de mil-folhas, uma de eupatório e alguns bagos de zimbro.
PROPRIEDADES TOXICOLÓGICAS
Evitar o uso interno, pois produz irritação no fígado e estômago e problemas hepáticos. Seu uso prolongado é cancerígeno. Há referências que tratam da presença de alcaloides cancerígenos no confrei, principalmente em folhas e raízes. O uso externo sobre feridas pode promover rápida cicatrização externa, mas o processo inflamatório pode continuar internamente. A absorvição dérmica das substâncias tóxicas parece não ser significativa.
TRATAMENTO
- Alcoolatura: misturar 1 parte de sumo das folhas em 5 partes de álcool. Aplicar sobre as partes afetadas.
- Cataplasma de 6 g de folhas amassadas ao ponto de pasta e aplicar sobre o ferimento, varias vezes ao dia. Pode-se adicionar glicerina à pasta.
- Emplastro: esmagar as folhas em água morna e aplicar sobre o ferimento 2 vezes ao dia. No caso de contusões e inchaços, colocar o emplastro dentro de um pano antes de aplicar.
- Infusão ou Tisana: . 30 g de folhas por litro de água; . 2 folhas velhas em 2 copos de água quente. Tomar 3 vezes ao dia;
- Compressa: usar o decocto das folhas sobre feridas e queimaduras, várias vezes ao dia;
- Alcoolatura de 1 parte do sumo em 5 partes de álcool;
- Decocto: 4-5 g de chá em 250 ml de água, para lavar feridas; - Infuso a 5%: para gargarejos 2 a 3 vezes ao dia;
- Suco fresco: psoríase;
- Extrato: utilizar 10-15% em cremes.
Úlceras varicosas; feridas; cortes; queimaduras; hematomas ; em um pilão, coloque 1 colher de sopa de folhas frescas fatiadas ou do rizoma, e 1/2 copo de água. Amasse bem e coe em um pano. Aplique em compressas no local afetado, durante uma semana. É essencial que o local das úlceras varicosas, feridas, cortes, e limpo com mel, antes da aplicação da compressa.
Úlceras duodenal e estomacal : em 1 xícara de chá, coloque 1 colher de sopa do rizoma picado e adicione água fervente. Deixe em repouso por 10 minutos e coe. Tome 1 xícara de chá, 2 vezes ao dia, 10 minutos antes das principais refeições.
Gastrites; úlceras duodenal e estomacal : coloque 5 colheres de sopa de rizoma picado em 1 garrafa de vinho branco. Deixe em maceração durante 30 dias, em local escuro, agitando de vez em quando e coe. Tome 1 cálice, 2 vezes ao dia, de preferência, 10 minutos antes das principais refeições.
Fissuras anal e da mama ; coloque 3 colheres de sopa de folhas frescas e 3 colheres de sopa de quiabo verde, tudo bem picado, em 1/2 litro de água potável. Deixe me maceração durante 1 noite e coe. No caso de fissuras da mama, aplique nas mamas, com um chumaço de algodão.
HISTÓRIA OU FATOS INTERESSANTES
Seu nome cientifico, Symphytum, é derivado da palavra grega que significa "crescer junto", e se refere à raiz mucilaginosa que faz exatamente isso - une e cicatriza a carne e os ossos.
ROMÃ
Nome científico: Punica granatum L.
Família: Punicaceae
Outros nomes populares: romeira, romeira-da-granada, romanzeira, pomegranate, grenadier e chiendent (francês), granado, mangrano e granado (espanhol), melograno (italiano), zakuro (japonês), witch grass (inglês). 
Constituintes químicos: alcalóides (peretierina, isoperetierina, metil-isoperetierina, pseudo-peretierina), taninos, Vitamina B1 (tiamina), Vitamina B2 (riboflavina), sais minerais (fósforo, potássio, sódio, cálcio, ferro). 
-Casca do fruto: taninos, resina, açucares, pigmentos (antocianinas). 
-Flores: taninos, pigmentos (antocianinas). 
-Sementes: ácidos orgânicos (cítrico, málico e tartárico), vitamina C, água, açucares. 
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Adstringente, antidiarréica, antidisentérica, antiinflamatório, antisséptico, antitérmica, antivirótica, diurético, eupéptica, mineralizante, tônico, vermífuga, blenorréia, chagas na boca, cólica intestinal, diarréia, difteria, disenteria amebiana, dispepsia, doenças gastrintestinais, doenças do aparelho genito-urinário, dores de garganta, espasmo, desinfetar ferida, febre, fortalece as gengivas, garganta, gases, gengiva, hemorragia do útero, hemorróidas, inflamação, lavagem dos olhos, lavagem vaginal, leucorréia, tênia (vermes), metrorragia, prolapso do útero, solitária (teníase), verminoses, úlceras da boca. 
Parte utilizada: sementes, casca do fruto e do tronco, casca da raiz. 
Indicações: aftas, amigdalite, angina da garganta.
CONTRAINDICAÇÕES
Os alcaloides são muito tóxicos e pode provocar náuseas, vômitos e até a morte. A toxicidade em extratos é reduzida pois há a formação de um complexo entre os alcalóides e os taninos. Em alguns países, seu uso é proibido devido à concentração de alcalóides. Há registros de intoxicações seguidos de morte, pela ingestão de 150g de pó da casca da raiz. 
EFEITOS COLATERAIS
Em excesso náuseas, vômitos e até a morte. Dividir em 3doses a serem bebidas em um dia.
Modo de usar: infusão, xarope, decocção. 
- Infusão da casca dos frutos, em gargarejo: aftas e dores de garganta; 
- Infusão das folhas: lavar os olhos; 
- Decocção de 3 colheres de sopa da casca do caule ou da raiz em 1 copo de água. No dia seguinte tomar um laxante. 
- Suco: difteria, inflamações gastrintestinais e afecções gênito-urinários; 
- Xarope do suco: anginas e afecções da garganta; 
-Infusão da polpa da romã: diarréia; 
- Decocção de 40 a 60g do pó da casca do tronco, da raiz ou do fruto em 1 copo de água. Tomar 3 a 4 vezes no espaço de 1 hora; 
- Fruto: mascar no máximo 10 pedaços de casca dos frutos por dia: inflamações da boca e garganta; 
- Decocção de 1/4 da casca de um fruto por 10 minutos em 1 copo de água. 
- Decocção da casca de fruta e do arbusto: desinfetar ferida, inflamação de garganta e boca, gases. Tomar 2 a 3 xícaras de chá ou fazer gargarejo da decocção. 
 CICUTA
Nome científico: Conium maculatum​
Planta da família das Apiaceae, também conhecida como cicuta-verdadeira. Planta glabra verde escura, crescendo até 2m de altura, sua raiz é napiforme, da grossura de um dedo, porém atinge de 20 a 25cm de comprimento, branco amarelada com estrias circulares, caule ereto, forte, cilíndrico, fistuloso, nodoso, ramoso no ápice, estriado, salpicado de manchas vermelho violáceo, mais numerosas na parte inferior. O suco fresco desta planta tem mau cheiro, só comparável ao da urina de rato.
Origem: Originária da Europa, espalhou-se por todo o mundo. No Brasil cresce espontaneamente nas hortas, nos muros e junto às paredes das habitações. É conhecida também como funcho
PRINCÍPIOS ATIVOS
Contém fécula, albumina, goma, sais, resina, metilconicina, conidrina e o alcaloide conicina, sendo que os frutos contêm um óleo volátil, muito perfumado, que se torna escuro e sólido ao contato com o ar. A conicina, também chamada "cicutina", é um líquido oleaginoso, amarelado, mais leve que a água, de gosto acre e mau cheiro, constituindo o veneno enérgico tão conhecido no mundo inteiro.
Propriedades medicinais: Analgésico é empregado na medicina e sua dosagem é feita aos miligramas para combater o tétano
Indicações: Aliviar dores da próstata, de tumor, de afecção nervosas, de nervos sensoriais e muscular de todos os órgãos; asma.
CONTRAINDICAÇÕES
Doses excessivas podem provocar dor de cabeça e até envenenamentos mortais. O envenenamento pela cicutina é tremendo, constituindo-se o mais enérgico veneno que existe depois do ácido cianídrico. Mesmo com uma pequena dose o paciente sente ligeiras vertigens, náuseas, mal-estar, dor de cabeça, desfalecimento, a vista obscurece, a língua embaraça-se, coceira na pele toda a erupção eritematosa, urinas abundantes, diminuição de calorias e das forças musculares, a pupila dilata-se, os membros agitam-se em movimentos convulsivos, paralisia nos membros e nas vias respiratórias; a seguir no coração e a morte sobrevêm por asfixia, precedida de cianose, de estupor e de delírio. Antigamente usavam o vinagre e o suco de limão como contraveneno, sendo que hoje usa-se o tanino e o iodeto de potássio ou então a estricnina ou o ópio. Na Grécia usavam-no como veneno para os condenados à morte.
PEIOTE
 
Peiote: planta alucinógena utilizada em rituais religiosos.
O peiote é o nome dado a um gênero de pequenos e redondos cactos, como o Lopophora williansi, encontrados no sudeste dos Estados Unidos até a região central do México. Contendo diversas substâncias alcaloides, como a loforina e a anhalonina, confere efeitos alucinógenos a quem ingere, tendo como principal componente psicoativo a mescalina. 
Integrante de rituais religiosos destes povos desde o ano 1000 a.C.; também foi usado pelos astecas. Até hoje é considerado um amuleto, a emanação da divindade, um protetor espiritual, por alguns grupos da América Central, como os índios huichols; e integrantes da Igreja Nativo Americana - NAC (Native American Church).
Os efeitos psicoativos se iniciam aproximadamente uma hora após a ingestão do peiote, cru, seco, em pasta ou sua infusão; e duram aproximadamente dez horas. As alucinações envolvem alterações visuais, auditivas, táteis, olfativas e gustativas; sinestesias e percepção distorcida de espaço e do corpo. Estas vêm, geralmente, acompanhadas de dilatação da pupila, suor excessivo, taquicardia e, em alguns casos, náuseas e vômitos. Em pessoas pré-dispostas, há o risco de seu uso desencadear em surtos psicóticos e de pânico. 
Estudos feitos a partir do século XIX apontam que o peiote não causa dependência crônica, nem crise de abstinência; além disso, este cacto possui propriedades contra a cegueira, febre e alcoolismo; podendo também ser utilizado para tratamento de problemas respiratórios, problemas cardíacos, surtos histéricos e infecções bacterianas. 
PAPOULA
A flor vermelha que faz dormir.
A papoula pertence ao gênero botânico Papaver e contém quatro alcalóides de ação semelhante à morfina do ópio, mas sem os seus efeitos indesejáveis. As pétalas e os frutos, ou cápsulas, têm ação sedativa, soporífera e antitússigena suave e segura. Ao mesmo tempo altiva e delicada, a papoula é uma das plantas medicinais mais belas e atraentes.
Os antigos gregos e romanos já a comiam em saladas, costume que se tem mantido em algumas zonas do Mediterrâneo, como na Catalunha. Apesar de sua cor vermelha-escarlate, símbolo da vitalidade, desde os tempos remotos foi associada ao sono. Segundo a mitologia, o deus Morfeu tocava com uma papoula aqueles a quem queria adormecer.
Tem o caule coberto de pequenos pêlos e segrega um látex branco quando cortado. As flores são formadas por quatro pétalas de cor vermelho intenso, com uma mancha negra na base. O fruto tem a forma de uma urna, com uma tampa no alto. É importante atentar para esses pormenores, pois existem algumas espécies muito parecidas, mas destituídas de efeitos medicinais. As pétalas das flores e os frutos são as partes utilizadas para efeitos medicinais.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
O látex da papoula contém quatro alcalóides (readina, reagenina, rearrubina I e II), mas não contém morfina, como antes se havia suposto. A papoula possui ainda antiocianinas e mucilagens. Embora os efeitos dos alcalóides da papoula sejam semelhantes aos da morfina, são isentos de toxicidade. Não há, portanto, risco de dependência. Mességué disse que as papoulas são “o ópio inofensivo da farmácia familiar”.
Sedativa e sonífera: Por ter ação suave e estar livre dos riscos dos psicofármacos, recomenda-se o uso para crianças e idosos. Aos adultos em geral, é útil para eliminar a angústia ou a ansiedade, tão freqüentes em nossos dias.
Antitussígena e expectorante: A papoula é especialmente indicada para vencer a tosse pertinaz da coqueluche, das bronquites secas ou dos ataques de asma. Além disso, provoca abundante sudorese, e por isso é também indicada para pessoas gripadas e que estejam com as vias aéreas inflamadas. A papoula entra na famosa “infusão peitoral das quatro flores”, juntamente com a tussilagem, a antenária e a malva.
Dor de dentes: Os bochechos com infusão das suas pétalas produzem um notável efeito analgésico em muitos casos.
PREPARO E USO
Salada: As pétalas devem ser colhidas, de preferência, nas manhãs de primavera e consumidas cruas, em saladas.
Infusão: Faz-se com seis ou oito pétalas por xícara de água. Tomam-se até três xícaras por dia. as pétalas conservam-se secas à sombra.
Xarope: Prepara-se para as crianças com infusão, durante cinco minutos, de 10g de pétalas secas em 170ml de água quente. Depois de coar a água, acrescentam-se 340g de açúcar mascavo. Administram-se de duas a quatro colheres de sobremesa (segundo a idade), à noite, antes de deitar.
Decocção: Os frutos da papoula têm o mesmo efeito das pétalas, embora contenham maior proporção de princípios ativos. Colhem-se quando estão ainda verdes, antes do verão. A decocção deve ser preparada com 2 ou 3 cápsulas em 100ml de água. Tomam-se várias colheres de sopa, antes de deitar.BOLDO DO CHILE
Peumus boldus 
É uma planta medicinal utilizada principalmente por seu efeito espasmolítico, contra os distúrbios digestivos, podendo ser encontrada em infusão ou cápsula. 
Empregado em casos de desconforto digestivo e do fígado, o seu princípio ativo é a boldina, um alcaloide, principal responsável pelas suas propriedades hepatoprotetoras e coleréticas.
O boldo traz benefícios principalmente para o fígado. Ajuda-o a trabalhar melhor e é ótimo para quem tem problemas frequentes ligados ao fígado, como dor de cabeça, suores frios e mal estar. O boldo, tomado antes das refeições ajuda na digestão e nas funções do aparelho digestor. É ótimo para quem tem intestino preso e ajuda a digerir gorduras. Esta planta não deve ser consumuda por que tem problemas inflamatórios nas vias biliares e no pâncreas, cálculos biliares e hepatite. O seu uso é contra indicado nos casos de gestação também, pois o boldo pode gerar problemas na formação do bebê, principalmente nos primeiros três meses
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Anestésica, anódina, anti-helmíntica, anti-séptica, antibacteriana, antifúngica, antiinflamatória, antimicrobiana, antioxidante, calmante da pele, carminativa, clareador do cabelo, colagogo, colerética, demulcente, depurativa, desintoxicante, digestiva, diurética, estimulante, estimulante biliar, estomáquica, hepática, hepatoprotetora , hepatotônico, hipnótica, sedativa, sonífero suave, tônica, vermífuga. 
afecções do fígado e da vesícula, cálculo biliar, cólica, diarréia, digestão, dispepsia, febre, fraqueza orgânica, gota, hepatite, insônia, má-flatulência, previr icterícia, prisão de ventre, problemas diuréticos, reumatismo, uréia. 
Parte utilizada: folhas, frutos, óleo essencial. 
CONTRAINDICAÇÕES
Não utilizar na gravidez. 
Efeitos colaterais: em altas doses pode provocar vômitos, diarréias e alterações do sistema nervoso (efeito narcótico). Pode ser abortivo e provocar hemorragias internas. Segundo Steinegger & Hansel (1988) podem ocorrer, com o uso prolongado ou de altas doses: hepatotoxicidade, hiperemia da mucosa gastrointestinal, que pode levar a inflamações, distúrbios da coordenação, alterações psíquicas e convulsões. 
MODO DE USAR: 
O macerado de 2 folhas de boldo em 1 copo de água (por 6 a 10 horas), à noite e pela manhã, durante uma semana acaba com o cansaço da pele, dando-lhe viço e realce; 
Maceração: 5 folhas em um copo d'água, tomar 2 a 3 vezes ao dia (ressaca alcoólica), recomenda-se tomar antes e após ingestão de bebidas alcoólicas; 
Infusão: 5 folhas por litro d'água, tomar pela manhã (para o fígado) ou após as refeições (contra diarréia); 
Infusão: 2 gramas de folha em 100 ml de água fervente por 20 minutos. Tomar três vezes ao dia, antes das refeições. 
Tintura: (aperiente) colocar 1 colher de folhas picadas em 1 xíc. de álcool neutro 70º GL, deixar macerar por 3 dias, tomar 1 colher dissolvida em água antes das refeições. 
Infusão ou decocção a 5% dose máxima diária: 200 ml; 
Extrato fluido, dose máxima diária: 5 ml; 
Tintura, dose máxima diária: 25 ml.  
BERBÉRIS
Berberis vulgaris
O Berberis é uma planta usada tradicionalmente na homeopatia, contra males do estômago, devido a presença de alcaloides em sua composição.
Também denominada uva-espim, a bérberis é uma planta da família das Berberiáceas, e deve seu nome à forma de suas pétalas que se assemelham a conchas pequenas, e tem o nome de uva-espim porque os seus frutos são dispostos em cachos como os da videira, mas de bagas menores.
Antigamente era usada na formação de cercas vivas, mas logo se verificou que prejudicava os cereais, motivo por que se destruíram quase todas as cercas constituídas com essa planta, através da qual se transmitia a ferrugem às outras plantas.
Sua folhagem é de cor clara e possui flores amarelas, com três sépalas, 3 pétalas também amarelas e seis estames. O ovário é unicelular e contém poucos óvulos.
Os estames são dotados de uma grande sensibilidade. Ao menor toque os estames se unem aos estigmas.
A madeira da bérberis, quando nova a planta, é de cor amarelada, tornando-se verde depois do 25.° ano, segundo informa Garnier em seu trabalho sobre os recursos medicinais da flora francesa.
A planta cresce bem nos terrenos calcários.
Parte utilizada: cascas das raízes, folhas, frutos.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS  
Antimicrobiano, antipirético, aperiente, colagogo, colerético, diurética, eupéptico, espasmolítico, gástrica, hipotensora, laxante (frutos), oxitócico, protozoocida, refrescante (frutos), tônico amargo.
Em medicina homeopática é utilizado o seu fruto, que são bagas e encerram diversos alcaloides.
Tem propriedades estimulantes das funções digestivas, além de febrífuga e bactericidas.
Origem : Europa, Espanha e França.
Princípios Ativos: toda a planta, exceto os frutos, contêm alcaloides (2-3 %) (berberina, magnoflorina, berbamina, berberrubina e bervulcina). Os frutos contêm: dextrosa, levulosa, ácido cítrico, tartárico e málico; goma, pectosa.
Afecção do fígado, cálculos urinários, diarreia, dispepsias hiposecretoras, disquinesia, espasmos gastrointestinais, estômago, falta de apetite, febre, febre malárica, hipertensão, icterícia, inflamação da boca, intestino, litíase biliar, perturbações circulatórias, perturbações renais, vesícula.
Na Inglaterra, a berberina, extraída da planta, é indicada como estomáquica amarga, contra a diarreia, os vômitos da gravidez e na cura do hábito da morfina (desmorfinização). Também é utilizado como tônico, para o que se recomenda a seguinte receita: extrato fluido de bérberis, 2g; extrato fluido de cuprésseas elixir de gárria (garrus, do francês); xarope simples. Tomar uma colherada de sopa do produto de duas em duas horas, durante várias semanas.
HIDRASTE
Hydrastis canadensis
Planta conhecida como um poderoso agente anti-inflamatório, com amplos estudos realizados sobre suas propriedades.
Planta da família das Ranunculaceae, também conhecida como goldenseal, hidrastis, hydraste du Canada, hidraste .
A hidraste, uma planta medicinal potente, merece a fama de ser um remédio que elimina infecções crônicas e cura membranas mucosas fragilizadas ou congestionadas.
E usada sobretudo para tratar infecções crônicas nas membranas mucosas do corpo, quer sejam bacterianas, fúngicas quer sejam virais.
Origem: América do Norte. 
Parte utilizada: Rizoma.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Infecções gastrointestinais, gastrite e distúrbios hepáticos: Muito amarga e desintoxicante, a hidraste é benéfica para o estômago, os intestinos e o fígado, ajudando em problemas tão variados como úlcera péptica, disbiose, candidíase, gastroenterite crônica e hepatite.
Infecções crônicas: A hidraste conjugada com equinácea (Echinacea purpúrea), pode melhorar significativamente a capacidade do corpo para resistir e se libertar de infecções persistentes, quer seja uma infecção fúngica localizada ou febre glandular.
Problemas crônicos: A hidraste melhora a saúde das membranas mucosas. É útil na congestão dos seios nasais e do ouvido médio, sobretudo se ligadas a infecções crônicas; em infecções vaginais, pode aplicar-se uma decocção.
H. pylori : Um alcalóide extraído do hidraste, a berberina se mostrou eficaz na inibição da bactéria H. pylori.
Princípios Ativos: Ácido opiânico, alcaloides, ácido clorogênico, amido, benzil-isoquinoleínico, berberastina, berberina(D`Adamo,181), canadina, esteróides, hidrastina, hidrastinina (ELDIN,64), óleo essencial, resinas, sais minerais.
Antiviral(PEET,287), adstringente, antidiarreica, anti-inflamatória, antimicrobiana, antiulcerogênica, colagoga, digestiva, emenagoga, estimulante, expectorante, febrífuga, hemostática, hipertensora, tônica, vasoconstritora, vermífuga.
CONTRAINDICAÇÕES
Não usar na gravidez, pois estimula contrações uterinas, pessoas com problemas cardíacos (eleva a pressão). Não usar em doses elevadas. 
 
COLCHICO
Colchicum autumnale L. 	
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Gota (reduzir as febres, dores e o inchaço, eliminaro ácido úrico), câncer (leucemia, porque inibe a divisão celular), homeopatia (dores em geral, reumatismo, desordens gastrintestinais, diarréia e náusea), erupções da pele (uso externo). 
Parte utilizada: flores, bulbo, sementes. 
TOXICIDADE
Veneno mitótico, bloqueia a divisão celular. O envenenamento por sementes ou flores é mortal. Só usado na homeopatia (dor em geral, diarréia, náusea, gota). O excesso causa dores gástricas, diarréia e danos renais. Pode causar anormalidades fetais; não deve ser dado às mulheres grávidas ou pacientes com doença renais. O uso prolongado pode causar perda de cabelo, desordens do sangue, dores musculares, fraqueza e formigamento nas mãos e pés. O envenenamento por consumo das sementes ou das flores é freqüentemente mortal. O contraveneno é a tanina. 
O envenenamento manifesta-se por: salivação, vômitos, diarréia sangrenta, cãibras, paralisia geral, dor gástricas, danos renais, anormalidades fetais, perda de cabelo, desordens do sangue, dor muscular, fraqueza, formigando nas mãos e pés. 
EFEDRA
Ephedra sinica
EFEITOS FARMACOLÓGICOS E TOXICOLÓGICOS
Sob o ponto de vista farmacológico, a efedrina pode atuar como vasopressora, broncodilatadora, descongestionante nasal e descongestionante oftálmico.
A ação vasopressora da efedrina está em aumentar a resistência periférica e, consequentemente, o débito cardíaco. Com isto, tem aplicação em quadros de hipotensão e choque. Quando a pressão arterial sistêmica fica abaixo de 80 mm Hg é considerada como uma hipotensão. Esta situação associada a sintomas de baixa perfusão tecidual, como dispneia, taquicardia, pele pálida, fria e úmida, deve ser tratada com drogas vasopressoras. O choque ocorre devido à baixa perfusão tecidual, podendo ser administrado a efedrina juntamente com outros fármacos, dependendo do quadro clínico.
Como broncodilatadora, a efedrina atua na musculatura lisa dos bronquíolos, estimulando os receptores beta-adrenérgicos e promovendo o relaxamento. Graças a este efeito, pode ser utilizada no tratamento de doenças como a asma, bronquite e demais doenças obstrutivas pulmonares, em associação a outros fármacos.
Por atuar em receptores conhecidos como alfa-adrenérgicos, localizados na musculatura lisa vascular e promoverem uma vasoconstrição, a efedrina também é utilizada como descongestionante nasal. Acontece que durante quadros alérgicos e gripais, as arteríolas presentes dentro da mucosa se encontram dilatadas e a área em edema. A ação vasoconstritora reduz o diâmetro das arteríolas e diminuem o fluxo sanguíneo local, facilitando a passagem de ar.
Os descongestionantes nasais que atuam como adrenomiméticos, podem provocar como efeito adverso uma sensação de queimadura ou de mucosa seca quando aplicados topicamente. Além disso, se usados por tempo prolongado, podem fazer com que a mucosa congestionada passe a ficar inchada, por provocar uma hipertrofia (aumento do tamanho) do tecido.
A efedrina ainda tem ação descongestionante oftálmica, que quando aplicada de forma tópica, irá promover vasoconstrição, aumento das pupilas (midríase) e diminuição da pressão intraocular. É utilizada no tratamento de glaucoma e algumas doenças oculares, e também em cirurgias oculares e oftalmoscopia.
Quanto ao mecanismo de ação, a efedrina é classificada como simpaticomimético de ação direta, atuando em receptores específicos, do tipo alfa e beta. Quando administrada por via oral, pode provocar excitabilidade e insônia, devido ação no sistema nervoso central. Em superdosagem, os efeitos incluem hipertensão arterial, taquiarritmias e infarto do miocárdio. Além da via oral e tópica, pode ser administrada pela via intravenosa e intramuscular.
Atualmente tem sido relatado seu uso para emagrecer e também por fisiculturistas (doping), em associação a outros fármacos para aumentar a taxa de queima calórica. Contudo, estudos mostram que essa redução é modesta, além de o efeito se estabelecer por curto período de tempo.
TRATAMENTO
A efedrina é principalmente utilizada como um broncodilatador e descongestionante, no entanto, também é incluída em suplementos de perda de peso, uma vez que contém efeitos estimulantes. Tais efeitos provocam um aumento na taxa metabólica basal, o que contribui para a perda de peso, mas que podem causar sérios problemas à saúde do indivíduo.
Devido às suas propriedades, a efedra é indicada para o tratamento de bronquite, asma, congestão nasal, sinusite crônica, gripe e rinite vasomotora.
HISTÓRIAS OU FATOS INTERESSANTES
Trata-se de uma planta originária da China e que possui variedade que são cultivadas também em outras regiões do mundo, como Europa, América do Norte, Índia, Austrália e Afeganistão. A efedra é conhecida por proporcionar uma dose extra de energia ao organismo, mas pode causar insônia.
CAAPI
Banisteriopsis caapi
EFEITOS FARMACOLÓGICOS E TOXICOLÓGICOS
Caapi é composto pelas cascas e caules da Banisteriopsis caapi e, geralmente, pelas folhas de Psycotria viridis. Sendo a Banisteriopsis caapi um alcalóide do grupo β- carbolinas, dentre elas a harmina, a tetrahidroharmina (THH) e a harmalina (Figura 2). E a Psycotria viridis é composta por uma triptamina, N,N-dimetiltriptamina (DMT), possui ação alucinógena de curto período. A monoaminooxidase (MAO) é inibida, reversivelmente, pela harmina e harmalina. Já a tetrahidroharmalina inibe MAO e a recaptação da serotonina. Neste contexto, esses elementos, quando em conjunto, tem a capacidade de elevar os níveis e disponibilidade de noradrenalina, serotonina e de dopamina na fenda sináptica.
 O chá de Santo Daime é um alucinógeno. Tal propriedade se deve à presença nas folhas da chacrona de uma substância alucinógena denominada N,N-dimetiltriptamina (DMT). O DMT é destruído pelo organismo por meio da enzima monoaminaoxidase (MAO). No entanto, o caapi possui uma substância capaz de bloquear os efeitos da MAO: a harmalina. Desse modo, o DMT tem sua ação alucinógena intensificada e prolongada.
TRATAMENTO E IMPORTÂNCIA
Estudos clínicos mostram que os inibidores da MAO da Banisteriopsis caapi, tem efeito neuroprotetor podendo auxiliar no tratamento de Parkinson, Alzheimer e demais doenças degenerativas. Alguns testes em ratos a ayahuasca demonstrou, na gravidez e lactação, reduzir sintomas como ansiedade e motivação social da prole. Já em outros estudos a harmina mostrou atividade contra o Trypanossoma lewissi e contra o Trypanossoma cruzi, o que pode justificar o uso medicinal indígena do chá contra malária e outros parasitas.
HISTÓRIAS OU FATOS INTERESSANTES
 As origens do uso da Ayahuasca na bacia Amazônica remontam à Pré-história. Não é possível afirmar quando tal prática teve origem, no entanto, há evidências arqueológicas através de potes, desenhos que levam a crer que o uso de plantas alucinógenas ocorra desde 2.000 a.C.
 O uso destas plantas foi condenado pela Santa Inquisição em 1616, o cerimonial persistiu de forma escondida dos dominadores Europeus. Os padres jesuítas descreveram o uso de “poções diabólicas” pelos nativos do Peru no século XVII.
 A história moderna da Ayahuasca começa em 1851 quando o botânico inglês R. Spruce noticia o uso de bebidas que intoxicam entre os índios Tukanoan, no Brasil. Estes convidaram-no a participar de uma cerimônia que incluía a infusão que eles chamavam “caapi”. Spruce apenas tomou uma pequena quantidade daquela “nauseous beverage”, mas não se deu conta dos profundos efeitos que ela teve sobre seus amigos. Os Tukanoans mostraram a Spruce a planta da qual caapi derivava, e ele coletou espécies da planta e das flores. Spruce chamou-a de Banisteria caapi, e estudo posteriores levaram-no a concluir que caapi, yage e ayahuasca eram nomes indígenas para a mesma poção feita daquela videira.A Banisteria caapi de Spruce foi reclassificada como Banisteriopsis caapi pelo taxonomista Morton em 1931.
 Em 1858, Spruce encontrou a mesma planta sendo usada na tribo Guahibo, na margem superior do rio Orinoco, na Colômbia e Venezuela, e, no mesmo ano, entre os Záparos dos Andes Peruanos, quedenominavam-na Ayahuasca.
Simson’s, em 1886 foi quem primeiro observou a mistura das plantas na confecção da Ayahuasca.
Apesar da coleta e identificação da Ayahuasca datar de 1851, os alcalóides já eram conhecidos desde a primeira metade do século XIX, o que se deve à facilidade de extração dos mesmos, bem como aos possíveis usos clínicos: logo, a Harmalina foi isolada da Peganum harmala em 1840. Sete anos depois, a Harmina foi identificada. A “telepatina” – harmina- foi identificada na “yajé” em 1905 (Zerda e Bayon).
 O começo do século vinte foi marcado por mais confusão do que esclarecimentos acerca da Ayahuasca, muitos identificaram- na, equivocadamente, do ponto de vista da botânica. Até que, em 1939, Chen & Chen descobriu que tanto a caapi, yagé e ayahuasca eram a mesma bebida. Foram estes mesmos pesquisadores que confirmaram que a harmina, telepatina e banisterina eram a mesma substância.
  
ESPORÃO DO CENTEIO
Claviceps purpúrea
EFEITOS FARMACOLÓGICOS E TOXICOLÓGICOS
          Os principais efeitos farmacológicos de alcalóides da cravagem do centeio são a estimulação do músculo liso, actividade simpaticolítica central e atuam também como bloqueadores α1- adrenérgicos periféricos. A estimulação do músculo liso é a atividade mais evidente, bem como a vasoconstrição e contração uterina.
           
  Os alcalóides da cravagem do centeio tal como a ergotamina são metabolizados pela isoforma CYP3A4 do citocromo P450, e por este motivo os seus efeitos toxicológicos / farmacológicas podem ser alterados quando à uma administração simultânea  com outros agentes terapêuticos que são também substratos de CYP3A4 (por exemplo, antifúngicos, antibacterianos macrolidos, tais como eritromicina e claritromicina, inibidores da protease do VIH, incluindo indinavir e ritonavir), ou quando à co-administração com inibidores desta isoforma.  Como consequêcia haverá uma maior concentração do alcalóide podendo provocar efeitos tóxicos. 
               Estes alcalóides interagem também com os agonistas de serotonina, resultando num risco acrescido de reações de vasoespasmo [14].Para além disso os efeitos vasoconstritores destes alcalóides são reforçadas por simpatomiméticos tais como a adrenalina, aumentando o risco de vasoconstrição periférica quando há a utilização desta com bloqueadores beta [15].
TRATAMENTO E IMPORTÂNCIA
Uma vez que os alcalóides de cravagem são agonistas do recetor de dopamina, alguns deles (bromocriptina, cabergolina, pergolida) podem ser utilizados como inibidores da libertação da prolactina e utilizados na doença de Parkinson. No entanto, eles não são recomendados como um medicamento antiparkinsoniano de primeira linha, devido ao risco de reação fibrótica. Os efeitos anti-enxaqueca de muitos alcalóides de cravagem são facilitados pela interação com recetores de serotonina, 5-HTs [6].
HISTÓRIAS OU FATOS INTERESSANTES
 Os alcalóides da cravagem do centeio faram inicialmente encontrados em esclerócios negros produzidos após uma infeção no centeio pelo fungo parasitarios do género Claviceps [4].
Estes alcalóides tiveram um grande impacto durante a idade média na Europa Central, visto que foram responsáveis por um envenenamento em massa de humanos e animais alimentados com grãos contaminados por alcalóides da cravagem do centeio [5]. Surtos massivos de gangrena, convulsões e alucinações são o resultado da intoxicação por cravagem do centeio. Estes surtos foram designados por "St. Anthony's Fire" também conhecido por "ergotismo". O ergotismo foi finalmente correlacionado com o cvonsumo de centeio infetado durante a parte final do séc. XVII permitindo tomar medidas para diminuir as intoxições causadas por estes compostos [4].
No séc. XIX emergiu o uso clínico destes compostos para a hemorragia pós-parto. Em 1938, após pesquisas posteriores para a atividade ocitócica destes alcalóides, surgiu o LSD. Este composto trata-se de um alucinógeno que ficou famoso por ser utilizado como uma droga ilícita.
Atualmente os alcalóides da cravagem de centeio são a base de numerosos derivados semi-sintéticos que têm sido utilizados para uma grande variedade de compostos com fins medicinais para o tratamento de enxaquecas, Parkinson e alguns tumores.
 
QUINA
Cinchona officinalis
EFEITOS FARMACOLÓGICOS E TOXICOLÓGICOS
O uso de quina-quina é contraindicado em caso de gravidez por conter agentes abortivos. A quinina, presente na erva, é excretada no leite materno, mas as quantidades foram levadas como insignificantes quando consumidas pelo bebê. Altas doses dessa mesma substância podem causar a estimulação uterina em mulheres grávidas, e a surdez e hipoplasia do nervo ótico em crianças. O consumo desta erva concomitante a outros remédios deve ser acompanhado por um médico, pois ela contém substâncias reagentes com determinados princípios de outros medicamentos.
CONTRAINDICAÇÕES
Os efeitos colaterais da quina são diretamente relacionados à dose ingerida. Em caso de excesso, a erva foi associada a algumas desordens hematológicas como anemia aguda, além de problemas cardíacos, cinchoismo, dores de cabeça, dores abdominais, convulsões, distúrbios auditivos, paralisia, distúrbios e cegueira visual, colapso e em dois casos de morte, foram atribuídas a trombocitopenia induzida pela quinina. É importante observar quantidade de ingestão e ter acompanhamento médico.
TRATAMENTO E IMPORTÂNCIA
A quina-quina é indicada para casos de anemia, convalescência, febres, inflamações, infecções urinárias e age como protetor hepático e antidiabético. Além disso, externamente, pode ser usado quando há queda de cabelos.
Suas propriedades terapêuticas estimulam as funções intestinais, gástricas e hepáticas. Seus princípios ativos são alcaloides, taninos, essências e princípios amargos, quininos, e suas propriedades são febrífugas, antimaláricas, tonificantes, adstringentes e cicatrizantes.
HISTÓRIAS OU FATOS INTERESSANTES
A quina-quina, também conhecida pelo nome de murta-do-mato, é uma árvore que pode chegar aos 30 metros de altura. Sua inflorescência rósea e seu fruto a transformam em uma planta ornamental, muito usada no paisagismo. A árvore, atualmente rara, já foi muito usada na medicina alternativa.
JABORANDI
Pilocarpus microphyllus 
Nomes Populares: Jaborandi, Jaborandi Pilocarpus, Jaborandi-do-maranhão, Jaborandi-legítimo, Jaburandi, Jaborandi-da-folha-pequena
 Família Botânica: Rutaceae
 Parte Utilizada: Folhas 
Descrição: É um pequeno arbusto, ereto, ramificado, de cerca de 1,2m de altura, nativo do Norte e Nordeste do Brasil, onde ocorre principalmente na vegetação do carrasco, em encostas pedregosas, desde o estado do Piauí até a Amazônia. As folhas são compostas imparipinadas, comumente com sete pequenos folíolos, quase sésseis, exceto o apical, com limbo de ápice emarginado e nervuras salientes nos bordos da face dorsal. Flores amarelo-esverdeadas, que dão origem a frutos do tipo cápsula deiscente. A parte usada constitui-se dos folíolos recentemente dessecados. Parte da produção de folhas, para fins industriais é conseguida hoje por grandes campos de cultivo no Pará e no Maranhão. É uma das mais destacadas espécies medicinais brasileiras, constando de farmacopéias de todo o mundo, devido ao uso de seu principio ativo, a pilocarpina, um alcalóide imidazólico usado no tratamento de alguns tipos de glaucomas primários. Entretanto, o processo extrativista de suas folhas vem causando uma redução significativa das populações nativas, tendo sido incluída na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção.
Constituintes Químicos Principais: Alcalóides, Pilocarpina, pilosina, pilocarpidina, neopilocarpina, isopilocarpina, isopilocarpidina, isoneopilocarpina, pilosinina, anidropilosina, pseudopilocarpina, pseudojaborina, epiisopilosina (II), hidrocarbonetos terpênicos (2-tridecadona e b-cariofileno), matérias resinosas e pécticas, taninos.
 Indicação: Esta planta teve grande importância médica e econômica até o final do século XX, quando seu princípioativo foi substituído na indústria de medicamentos por um sucedâneo sintético. Levantamentos etnobotânicos registram seu uso pouco frequente, nas práticas caseiras da medicina popular, na forma de infusão das folhas, para tratamento de bronquite, pele seca e para baixar a febre; externamente é referido o emprego do seu extrato como tônico capilar contra alopecia. Farmacologicamente, o jaborandi tem propriedades: sudorífica, miótica e febrífuga e apresenta ação estimulante do peristaltismo e da secreção salivar. Na composição química das folhas são encontrados 0,25 a 0,50% de óleo essencial, cujos constituintes principais são o beta-cariofileno e a 2-tridecanona, acompanhados de beta-pineno e outros terpenos. Entre seus componentes fixos se encontram 0,8 a 1,5% de pilocarpina, pilosina e menores quantidades de outros alcaloides parecidos, além de mais um triterpeno do grupo cedrelano. As propriedades medicinais desta planta, tanto por uso interno como externo, são decorrentes da pilocarpina, principal constituinte ativo, como também da pilosina, que na forma de sulfato, tartarato e cloridrato, se mostra eficaz no tratamento da acne, queda de cabelos, seborreia e outras afecções do couro cabeludo, com preparações de uso local. Suas folhas tem sido usadas há mais de meio século principalmente para produção industrial da pilocarpina. Em farmacotécnica tem emprego na preparação de extrato, tintura e pó, usados pela indústria farmacêutica de fitoterápicos e pelas farmácias de manipulação. Os sais da pilocarpina entram na composição de colírios, pomadas e injeções hipodémicas usadosno controle da pressão ocular nos casos de glaucoma e, como miótico em oftalmologia, todos de uso restrito ao receituário médico. Seus extratos e a própria pilocarpina são usados também como antídoto do envenenamento por alcaloides tropânicos de Solanáceas como a zabumba (Datura spp.), Beladona (Atropa beladona) e seus produtos. A pilocarpina é um agente parassimpaticomemético; estimula as glândulas sudoríficas, salivares, lacrimais, gástricas, pancreáticas, intestinais e as da mucosa das vias respiratórias. Tem sido usada para diminuir a pressão intraocular. A pilocarpina pode ser usada para diminuir a secreção da boca e da garganta nos distúrbios provocados pela radioterapia de câncer nesses locais. Em veterinária é usada como estimulante das secreções e dos movimentos do aparelho gastrointestinal especialmente do rúmen. Tem ação miótica e baixa a pressão intraocular, sendo por isso usada em medicina no tratamento do glaucoma. As folhas contêm 0,8% de alcaloides totais, dos quais, cerca de 0,5% correspondem a pilocarpina. A pilocarpina ocorre também nos folíolos de outras espécies do gênero como P. jaborandi Holmes (jaborandi-de-pernambuco) e P. pennatifolius.
NÓZ VÔMICA
Strychnos nux-vomica
Essa árvore originária da Ásia é uma fonte rica dos alcaloides estricnina e brucina, altamente venenosos.
Planta da família das Loganiaceae, também conhecida como fava-de-santo-inácio, noz-vômica, noz-vomitória.
É uma árvore perene. Possui folhas ovaladas e opostas de cor verde acinzentada e brilhante. As flores são dispostas em pequenas cimeiras terminais, de coloração branco esverdeada. O fruto é uma baga de 4-5 centímetros que contém no seu interior 5-6 sementes.
Parte Utilizada: Semente.
Origem : Índia, norte da Austrália e dos bosques tropicais do sudeste asiático
Princípios Ativos:alcaloides (estricnina, brucina, vomicina, colubrina), ácido sulfúrico, taninos .
USOS
Antidispéptica, aperiente, cardiotônica, estomacal, excitante do sistema nervoso central, neurotônica.
Astenia nervosa, ansiedade, depressão, dispepsia, dor de cabeça com perturbação gástrica, enxaqueca, falta de apetite, gastrite crônica com dilatação do estômago, insônia, insuficiência cardíaca, neurastenia, paralisias, problemas gastrointestinais tóxico infecciosas, sintomas de uso abusivo de entorpecentes.
IMPORTÂNCIA
O uso terapêutico da Noz Vômica não se justifica devido aos seus riscos e sua importância está na obtenção da estricnina, muito empregada em estudos laboratoriais da excitabilidade muscular ou em ensaios de anticonvulsivantes e de relaxantes musculares de ação central. Extratos de Noz Vômica já foram empregados em diversos distúrbios, como gastrointestinais e debilidades físicas .
CONTRAINDICAÇÕES
Gestantes e lactantes.
EFEITOS COLATERAIS
Sensação de cansaço, ganho de reflexos, desordens de equilíbrio, dores musculares no pescoço e nas costas, cãibras, espasmos musculares e convulsões dolorosas.
Em grandes quantidades provoca depressão no centro respiratório. Pode levar à morte.
Seu principal alcaloide, a estricnina, é um poderoso excitante do sistema nervoso central, atuando por efeito bloqueador dos impulsos inibitórios que chegam aos neurônios localizados ao nível espinhal, sendo que os estímulos sensitivos produzem efeitos reflexos exacerbados no indivíduo. Entre seus numerosos efeitos, destaca-se o convulsivante, caracterizado por uma excitação tônica do tronco e extremidades, precedida e seguida de impulsos extensores simétricos físicos que podem dar começo a qualquer modalidade de impulso sensitivo. 
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
O uso terapêutico da Noz Vômica não se justifica devido aos seus riscos e sua importância está na obtenção da estricnina, muito empregada em estudos laboratoriais da excitabilidade muscular ou em ensaios de anticonvulsivantes e de relaxantes musculares de ação central. Extratos de Noz Vômica já foram empregados em diversos distúrbios, como gastrointestinais e debilidades físicas . Entretanto em Homeopatia é muito empregada: “Moreno, cabelos pretos, magro, colérico, irritável, impaciente, teimoso, nervoso, melancólico, de hábitos sedentários e preocupações de espírito: tal é o doente de Nux vomica.
Seu principal alcalóide, a estricnina, é um poderoso excitante do sistema nervoso central, atuando por efeito bloqueador dos impulsos inibitórios que chegam aos neurônios localizados ao nível espinhal, sendo que os estímulos sensitivos produzem efeitos reflexos exacerbados no indivíduo. Entre seus numerosos efeitos, destaca-se o convulsivante, caracterizado por uma excitação tônica do tronco e extremidades, precedida e seguida de impulsos extensores simétricos fásicos que podem dar começo a qualquer modalidade de impulso sensitivo .
A atividade convulsivante é devida à interferência pós-sináptica mediada pela glicina. A forma de convulsão provocada pela estricnina difere das produzidas pelos estimulantes neuronais centrais diretos, que proporcionam uma resposta assimétrica e sem coordenação.
Ao nível cardíaco, estimula a força de contração do miocárdio, inclusive a baixas doses . Ao nível gastrintestinal atua como laxante(na prisão de ventre) e estomáquico amargo, por aumento da secreção cloropéptica, e desta forma sua toxicidade não permite emprego de aspecto digestivo .
TOXICIDADE
O quadro tóxico é caracterizado primeiramente por contratura dos músculos faciais e cervicais, seguido de excitabilidade reflexa na qual qualquer estímulo sensitivo pode promover uma abrupta resposta motora. É muito comum o aparecimento de um impulso extensor coordenado seguido de convulsão tetânica completa que deixa o corpo em um arqueamento hiperextensivo conhecido como opistótonos. Os episódios convulsivos podem ser muito repetidos, conforme a quantidade de impulsos sensitivos que cercam o indivíduo (táteis, auditivos, etc...).
O paciente, em estado de consciência, entra numa situação de temor angustiante e pânico entre cada convulsão. Uma segunda ou terceira convulsão pode tirar a vida do indivíduo. Nas etapas terminais todos os músculos voluntários ficam contraídos, comprometendo a vida do indivíduo pela contração dos músculos torácicos e do diafragma, originando uma hipóxia respiratória e intensas contrações musculares, podendo ocasionar acidose respiratória e metabólica severas. A morte decorre de uma paralisia bulbar.
TRATAMENTO
O tratamento da intoxicação deve ser rápido e atender principalmente dois aspectos:que cesse as convulsões e a assistência respiratória. No primeiro caso, o Diazepam (em doses adultas de 10 mg por via endovenosa) é o antagonista das convulsões sem potencializar a depressão comum a alguns barbitúricos ou depressores seletivos do SNC. No segundo caso, promove-se uma assistência respiratória mecânica. Pode-se também retardar a absorção da estricnina no organismo administrando-se bicarbonato de sódio, ácido tânico a 2%, carbono ativado, permanganato de potássio (1:5000) ou tintura de iodo (1:250)
http://ervaseinsumos.blogspot.com.br/2009/03/noz-vomica.html
HISTÓRIA OU FATOS INTERESSANTES
Esta árvore foi introduzida na Europa e em países tropicais pelos Jesuítas.
Curiosidades
É usada pelos índios da Amazônia para paralisar suas presas, levando então ao isolamento do Curare no anos 40.
RAUWOLFIA 
Rauvolfia serpentina
Alcaloides de rauwolfia pertencem a classe geral de medicamentos denominados anti-hipertensivo. Eles são usados para tratar a pressão arterial elevada (hipertensão).
Grupo de Farmacêutico: vasodilatadores
Característica: Soma de alcalóides das raízes de Rauwolfia (reserpina, serpentino, aymalin etc.). O conteúdo alcalóide total em uma substância seca - pelo menos 90%.
Composição química: Rauvolfia serpentina A planta contém 200 alcaloides da família indol. Os alcaloides principais são ajmalina, ajmalicina, ajmalimina, deserpidina, indobina, indobinina, reserpina, reserpilina, rescinnamina, rescinnamidina, serpentina, serpentinina e yohimbina
Ação farmacológica: A droga herbórea possui anti-hipertensivo
e ação antiarrítmico. O efeito calmante é menos pronunciado do que aqueles de reserpina, mas a ação hipotensiva de reserpina quase igual, assim melhor tolerado em alguns casos. O efeito hipotensivo é mais lento do que aquele de reserpina.
CONTRAINDICAÇÕES
Hipersensibilidade, hipotensivo, depressão, fracasso da circulação coronária, enfarte de lesão orgânico, defeitos aórticos, úlcera péptica e 12 úlcera duodenal, nefrosclerose, gravidez (III trimestre), idade 18 anos.
EFEITOS COLATERAIS
Menos comuns: impotência ou diminuição do interesse no sexo, falta de energia ou fraqueza, depressão mental ou dificuldade de concentração, nervosismo ou ansiedade, sonhos ou pesadelos vívidos.
Outros efeitos colaterais que devem ser comunicados ao seu médico:
Mais comum: tonturas, diarreia, boca seca, perda de apetite, náusea ou vômitos.
Menos comuns: pulsação lenta ou irregular, fezes escuras, vomitar sangue, dor no peito, dor de cabeça, falta de ar, dores de estômago ou dor abdominal.
Raros: dificuldade ou dor ao urinar, comichão ou erupção cutânea, rigidez ou tremor das mãos e dedos. Os efeitos colaterais que geralmente não requerem atenção médica: Estes efeitos secundários podem desaparecer durante o tratamento, mas se eles continuam ou são incômodos, verifique com seu médico, enfermeiro ou farmacêutico.
Outros efeitos secundários não mencionados acima podem também ocorrer em alguns doentes. Se notar qualquer outro efeito, verifique com seu médico, enfermeiro ou farmacêutico.
Depois de parar de usar essa medicação, você poderá continuar a ter alguns efeitos colaterais que precisam de atenção.
Consulte o seu médico imediatamente se você desmaiar, tiver impotência ou diminuição de interesse em sexo, pulsação lenta ou batimentos cardíacos irregulares, falta de energia ou fraqueza, depressão mental ou incapacidade de concentração, nervosismo ou ansiedade, sonhos ou pesadelos vívidos.
VINCA
Catharanthus roseus
Alcalóides da vinca: Vincristina, Vinblastina, Vindesina, Vinorelbina, Vinflunina
Bases nitrogenadas naturais ou semisintéticas 
Derivados da pervinca: Catharantus roseus/Vinca rosea 
Usada principalmente em oncologia pediátrica, T. de Wilms ,Neuroblastoma, Medulobastoma,Osteossarcoma , Sarcoma de Ewing, Oligoastrocitoma, Trombocitopénia autoimune refractária, Anemia hemolítica autoimune .
VIMBLASTINA (VBL) Estrutura química mto similar à VCR: Catarantina + vindolina + grupo metil (CHO) 
Atividade anti-tumoral conhecida em: T.cel germinativas (PVB) ,L. Hodgkin (ABVD) ,S. Kaposi,T. bexiga , T. cerebrais , CPNPC ,T. mama.
VINORELBINA (VRL) Derivado semi-sintético da VBL 
Aprovação no tratamento de várias neoplasias malignas: C. mama, C. colo do útero, C .ovário eLinfomas.
VINFLUNINA (VFL) Derivado semi-sintético obtido pela adição de 2 átomos de flúor ao anel de catarantina
 Aprovada pela EMEA no tratamento do carcinoma urotelial após progressão sob platinas Alcalóide com menor afinidade de ligação à tubulina mais com maior índice de sequestração intracelular 
Estudos preliminares mostram efeito anti-tumoral em: C. mama
VINDESINA (VDS) Apesar de comprovada actividade antitumoral, particularmente no CPNPC, nos EUA só está disponível para fins de investigação :CPNPC ,LLA ,C. mama e Melanoma.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Interação do CYP3A (Fenitoina, Carbamazepina, cimetidina) aumento clearance, inibidores CYP3A (macrolidos e imidazois) diminuição clearance, metotrexato: concentração intramolecular é aumento pela presença de vcr ou vbl, epipodofilotoxinas: inibição do influxo celular pela vcr e l- asparaginase: reduz a depuração biliar da vcr.
Efeitos secundários Neurológicos: devido a degenerescência axonal, dimunuição transporte axonal é o principal efeito tóxico da VCR Doses 5 – 6 mg VCR, crianças são menos susceptíveis, neuropatia periférica simétrica mista (parestesias, hipostesia, dor neuropática) , polineuropatia autonómica (dor abdominal, ileus paralítico, retenção urinária disf. Cardíaca),envolvimento raro dos nervos cranianos (diplopia, rouquidão, dor mandibular, paresia do facial), tiamina, vit B12, ac. Folínico, piridoxina, anticovulsivantes e sedativos; vários estudos sem benefício consistente demonstrado, estudos promissores com glutamina e gangliósidos
Efeitos secundários Hematológicos: Normalmente não cumulativo Neutropénia; menos relevante na VCR, principal tefeito tóxico nos demais outros alcaloides da vinca, nadir D7 – D11 , anemia e trombocitpénia menos comuns e menos severos, trombocitose (endoreduplicação de megacariócitos) por vezes observada na VCR
Efeitos secundários Cardiovasculares: Isquémia aguda miocárdio, principalmente se associação a cisplatina e bleomicina e Hipo/hipertensão.
Efeitos secundários gastrointestinais: Nausea, vômitos, diarreia: raramente com vbl, vrl , vds, vfl , disfunção autonómica: distenção abdominal,obstipção, ileus , dor abdominal , uso de laxantes profiláticos recomendado nos doentes sob vcr.
Efeitos secundários Genitourinarios: atonia da bexiga, poliúria, disúria,incontinência, retenção urinaria.
Efeitos secundários Pulmonares: reação subaguda: tosse, dispneia,por vezes infiltrado intersticial, reação aguda com broncospasmo: rhs.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.tudosobreplantas.com.br/asp/plantas/ficha.asp?id_planta=35
http://ervaseinsumos.blogspot.com.br/2009/03/meimendro.html
http://sec.sbq.org.br/cdrom/31ra/resumos/T1046-1.pdf
http://www.tudosobreplantas.com.br/asp/plantas/ficha.asp?id_planta=22336
http://www.ibb.unesp.br/Home/UnidadesAuxiliares/CentrodeAssistenciaToxicologica-CEATOX/cocaina.pdf
http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/confrei.html#.WfTonGhSzC8
http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Punica_granatum. 
http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/cicuta-maior.html
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/drogas/peiote.htm
http://www.portalnatural.com.br/vida-saudavel/plantas-medicinais/papoula/#axzz4xrbTaiWj
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
FARMACOGNOSIA II
Acadêmicas: Larissa Gonçalves Da Silva Lima
	 Vanessa Meuci Nogueira 
	 Barbara Lohaynne
	 Thainara Oliveira
	 Maria Melquiades 
Professora: Yara Maia
Goiânia, 2017.

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