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GASTROPLASTIAS Profª Renata Oliveira Gastroplastias ou Cirurgias Bariátricas • OBJETIVO: Redução da capacidade gástrica ou absortiva ou ambos. • São 03 os métodos mais conhecidos: 1. Os desabsortivos (Desvio de Intestino); 2. Os redutores (Sleeve e derivados); 3. Os mistos (Fobi/Capella). Tipos de Gastroplastias Cirurgias Mistas • São as mais feitas no mundo, são conhecidas por serem as que apresentam os melhores resultados em relação a saúde e custo. Partindo do princípio de combinar a baixa absorção com a redução do estômago, costumam funcionar muito bem em mais de 80% das operações. • • Prós: Normalmente, esta cirurgia costuma apresentar os resultados mais positivos. • Contra: Por haver o desvio, existe baixa absorção pode causar desnutrição, anemia, déficit de vitaminas e é preciso ser aliada a um acompanhamento pós-cirurgico firme, principalmente nos primeiros meses. Cirurgia Mista Cirurgias Desabsortivas • Voltada principalmente às funções de absorção do organismo, este método cirúrgico é conhecido por ser mais liberal, normalmente, focada como uma cirurgia mista, com a combinação de scopinaro com o Duodenal Switch, tem como principal diferencial a forma como o paciente lidará com o alimento, diminuindo consideravelmente o caminho percorrido por este em seu organismo. Prós: Apresentam resultados maiores em menor prazo no sentido da perda de peso, além da ingestão de alimentos que terão sua absorção no organismo minimamente reduzida. • Contra: É preciso um acompanhamento intenso por parte da equipe nutricional após a cirurgia pois devido a baixa absorção, a reposição de nutrientes no organismo também é prejudicada. Muito conhecida por seus famosos casos de desnutrição e os diversos problemas ocasionados por má reposição metabólica. Cirurgia Desabsortiva Neste método, não há desvio no intestino, sendo reduzido apenas a quantidade de comida ingerida devido a uma limitação por parte da redução do estômago, em quase que uma ligação direta ao intestino. Prós: Não é preciso um acompanhamento tão firme após o pós- cirúrgico, apenas as indicações para a dieta balanceada e controle de peso, além disso, não há prejuízo na absorção dos alimentos. Contra: A perda por este método costuma ser mais vagarosa e menor que os demais, e em caso de abusos, pode não haver perda alguma, principalmente se não houver o acompanhamento da dieta e o controle nutricional. Cirurgias Redutoras Gastrectomia Vertical Grampeamento Gástrico Balão Intragástrico Anel Gástrico DIETOTERAPIA Prescrição Dietoterápica De acordo com o Nutricionista Evolução de consistência: Prescrição Dietoterápica Pós-operatório Imediato Entre 12 e 24 horas após a cirurgia são introduzidos líquidos em pequenas quantidade: Água de coco, chás claros, suco de lima e água 50 ml Devem ser ingeridos em pequenos goles Dieta Líquida 05 dias após a cirurgia 150 a 300ml leite desnatado, chás, iogurte light, caldos, sucos Prescrição Dietoterápica Dieta Pastosa 15 a 20 dias após a cirurgia, dependente do tipo Purês ou papas de frutas + sucos e chás. O alimento pastoso também deve ser fracionado em porções de 100 a 150 g, perfazendo um total de + 600 g por dia. Essa dieta irá perdurar até haver um conforto que permita a adição de alimentos sólidos, o que leva cerca de 45 dias na banda e 60 no bypass. Prescrição Dietoterápica Período 3 – Alimentos de Fácil Mastigação Refeições de consistência normal já podem ser introduzidas na dieta. As porções devem, contudo, ser mantidas pequenas, e os líquidos tomados apenas nos intervalos das refeições. É extremamente importante mastigar os alimentos até que estes se encontrem completamente triturados, quando então podem ser engolidos. As refeições devem ser feitas em 3 a 5 horários diferentes, mantendo-se variantes de baixo teor calórico e alto teor protéico. Devido a sua consistência muito dura deve-se evitar alimentos grelhados e assados, preferência aos cozidos. Recomenda-se cortar as carnes em pequenos pedaços, e deve-se reservar um tempo longo para que as refeições sejam feitas sem pressa, permitindo uma boa mastigação e uma ingesta de pequenos bolos a cada deglutição. Verduras e legumes cozidos são melhor tolerados que os crus. Prescrição Dietoterápica Período 4 – Comer com calma e mastigar bem os alimentos Nesta fase cada um pode fazer seu próprio cardápio, dentro dos princípios básicos de ingerir alimentos de baixo teor calórico. A mastigação lenta, e a tomada de pequenos bolos a cada vez, devem se transformar em uma rotina para evitar vômitos e regurgitação (golfadas). Deve-se evitar fazer outras coisas como ler ou ver televisão enquanto se come. As refeições devem conter adequadas quantidades de proteínas, carboidratos e vitaminas, e devem ser divididas ao longo do dia. Deve-se evitar deitar-se após as refeições, bem como ingerir líquidos enquanto se come. Os pacientes ocasionalmente podem vomitar ou sentir algum desconforto após as refeições. Isto pode ser causado por maus hábitos alimentares, ou por uma insuflação excessiva da banda. À medida que começa a comer lentamente e a mastigar adequadamente os alimentos, o paciente vai aprendendo a conhecer os limites de seu novo estômago. Prescrição Dietoterápica Período 4 – Comer com calma e mastigas bem os alimentos Observa-se que alguns pacientes tentam "driblar o efeito da cirurgia" ingerindo alimentos pastosos e líquidos em grande quantidade. É bom lembrar que a saciedade será maior com alimentos sólidos e, como o que pretende-se é diminuir a ingesta para perder peso, as refeições devem basear-se em alimentos "mastigáveis". Cabe ainda salientar que o açúcar é o grande inimigo da perda de peso. Para promovermos grandes resultados é importante que sejam utilizados alimentos sem açúcar, principalmente durante o primeiro ano. Prescrição Dietoterápica Período 4 – Comer com calma e mastigas bem os alimentos Certos alimentos não são facilmente tolerados no pós-operatório e devem ser ingeridos com mais cuidado ou então triturados para que possam ser mais facilmente digeridos. São alimentos que podem ficar impactados na passagem entre o pequeno reservatório gástrico e o restante do estômago, possibilitando a obstrução e a ocorrência de vômitos. Os alimentos que devem ser utilizados com mais cuidado são vegetais fibrosos como abacaxi, laranja, tangerina, brócolis, etc; sementes do tipo da castanha, amendoim, avelãs, etc. Muitos pacientes referem grande dificuldade para ingerir carne vermelha, peito de frango, pão e outros alimentos que tendem a formar massas mais compactas, exceto quando mastigadas muito cuidadosamente e em pequenos pedaços. O álcool é uma grande fonte energética devendo sempre ser evitado. Após a fase de adaptação, o paciente vai aprendendo a interpretar os sinais de seu estômago e a conhecer aqueles alimentos mais toleráveis. COMPLICAÇÕES Complicações pós-gastroplastias Síndrome Dumping A síndrome de dumping é uma resposta fisiológica devida à presença de grandes quantidades de alimentos sólidos ou líquidos na porção proximal do intestino delgado. A causa dessa síndrome é o rápido esvaziamento gástrico que pode se seguir à gastrectomia total ou subtotal, a manipulação pilórica, resultando em perda da regulação normal do esvaziamento gástrico e das respostas gastrointestinais e sistêmicas diante de uma refeição. Síndrome Dumping Esse rápido esvaziamento gástrico pode refletir em liberação inapropriada de hormônios intestinais, que propiciam os sintomas gastrointestinais, como plenitude edistensão gástrica, dor abdominal, diarréia, sudorese, taquicardia, dentre outros. Esses sintomas podem aparecer rapidamente, dentro de 10 a 30 minutos após a refeição (precoce), ou cerca de duas a três horas depois (tardio). Síndrome Dumping O rápido esvaziamento gástrico leva a maior oferta de carboidratos ao intestino delgado proximal, pois a glicose (forma simples do carboidrato) é rapidamente absorvida. Por isso, os pacientes predispostos devem ter alguns cuidados, como: reduzir o consumo de carboidratos na dieta; realizar pequenas refeições; evitar a ingestão de líquidos durante as refeições, dentre outros. A suplementação de fibras pode retardar a absorção de carboidratos e reduzir a carga glicêmica e, consequentemente, reduzir a resposta insulínica. Caso Clínico Paciente do sexo feminino, 30 anos de idade, encontra-se em POI (12 horas após) após gastroplastia do tipo BY PASS GÁSTRICO. Antes da cirurgia, tinha 180kg e hoje pesa 175kg. Não apresenta sintomas ou complicações pós-operatórias. Diante do caso clínico acima, elabore um plano nutricional para este primeiro momento pós-operatório e para os próximos 03 meses. Justifique.
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