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Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 1 DIETOTERAPIA DAS PRINCIPAIS ENFERMIDADES DO ESÔFAGO Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 2 O ESÔFAGO DEFINIÇÃO: O esôfago é um tubo muscular oco e que chega a medir 25 cm de comprimento em um adulto. FUNÇÃO: é de conduzir alimentos e líquidos da faringe para o estômago, assim como prevenir o refluxo do conteúdo gástrico para dentro do esôfago. Por se tratar de um tubo, muitas vezes é acometido por traumatismos ou perfurações de corpos estranhos, pois se sabe que o esôfago se distende durante a passagem do bolo alimentar, podendo levar ao aparecimento de algumas patologias como: Acalasia, Esofagite, Hérnia de Hiato e Câncer. Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 3 O ESÔFAGO FUNÇÃO: A luz do esôfago aumenta durante a passagem do bolo alimentar, o qual é impulsionado por contrações da musculatura da parede. Estes movimentos que são próprios de todo o restante do canal alimentar, são denominados peristálticos e a capacidade de realizá- los dá-se o nome de peristaltismo Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 4 PATOLOGIAS DO ESÔFAGO - ACALÁSIA A acalasia antigamente denominada de cardioespasmo e, portanto é uma doença caracterizada pela incapacidade de relaxamento do esfíncter esofágico inferior em resposta á deglutição e ausência de peristalte no corpo do esôfago. Em virtude desses defeitos no trato de saída e nos mecanismos de bombeamento do esôfago, o alimento fica retirado no esôfago, e o órgão sofre hipertrofia e dilatações visíveis. A falha do relaxamento normal, se deve à ausência ou a doença das células ganglionares dos plexos mientéricos do músculo liso. Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 5 • Sintomas: Clinicamente, o paciente com acalasia não tratada irá desenvolver uma dilatação progressiva do esôfago. Nos estágios mais avançados, o acumulo e a regurgitação de alimentos e líquidos se tornam mais freqüentes e extensos, levando a graves conseqüências da aspiração. Não são incomuns freqüentes crises de broncopneumonia, e o paciente pode vir a apresentar ocasionalmente um abscesso pulmonar. Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 6 • Diagnóstico: EDA com biópsia e exame anátomo-patológico, e em geral quando já existem sintomas; O raio X do esôfago demonstra a ausência de contrações peristálticas progressivas durante a deglutição; A esofagoscopia revela dilatação, porém com ausência de lesão obstrutiva; Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 7 Fatores de risco: Álcool, Tabagismo, Nitrosaminas e Aflotoxinas, Infecções locais por fungos, Deficiência de Riboflavina e Vitamina A, Ingestão excessiva de carne; Tratamento: O objetivo do tratamento é reduzir a pressão e assim a obstrução no esfíncter esofágico. Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 8 Tratamento: A perda progressiva de peso e recuperação das deficiências nutricionais de diversos tipos, secundárias à diminuída ingestão de alimentos particularmente de proteínas e vitaminas solúveis em água, são inevitáveis no paciente não tratado. O tratamento clínico é feito por dilatação ou miotomia cirúrgica, que pode provocar refluxo gastroesofágico. Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 9 A esofagite de refluxo refere-se à lesão causada pela regurgitação do conteúdo gástrico para a porção inferior do esôfago. Sem dúvida, o tipo mais comum de esofagite é encontrado em conjunto com uma hérnia hiatal por deslizamento, embora possa ocorrer através de um esfíncter esofágico inferior incompetente sem qualquer lesão anatômica demonstrável. PATOLOGIAS DO ESÔFAGO – ESOFAGITE DE REFLUXO Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 10 Causas A principal barreira ao refluxo do conteúdo gástrico esofágico é o esfíncter inferior. O refluxo transitório é um evento normal, sobretudo após uma refeição. Quando esses episódios tornam-se mais freqüentes e são prolongados, ocorre esofagite. Além de hérnia hiatal, os agentes que causam diminuição da pressão do esfíncter esofágico inferior (ex. álcool, chocolate, alimentos gordurosos, tabagismo) estão associados a refluxo. Alguns depressores do sistema nervoso central exemplo (morfina, diazepam, gravidez, tratamento com estrogênio e a resistência de um tubo nasogástrico) também causam esofagite de refluxo. Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 11 Importante: Embora o ácido cause lesão da mucosa esofágica, a combinação de ácido e a pepsina podem ser particularmente lesivas. Além disso, o líquido gástrico com freqüência contém bile refluída do duodeno, que é prejudicial para a mucosa esofágica. O álcool, bebidas quentes e alimentos condimentados também podem lesar a mucosa diretamente. Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 12 Sintomas: Ardor / queimor Pirose Refluxo do conteúdo gástrico até a boca, provocando a sensação de um líquido amargo na boca Quando a esofagite é severa e as úlceras estarem presentes, o ato de engolir provoca dor, quando o alimento atinge esta parte do esôfago Hemorragia Disfagia Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 13 Diagnóstico: Monometria (mede o Ph gástrico e esofágico) Esofagoscopia Cuidados Principais: volume das refeições e fracionamento / dia; Evitar alimento 2 horas antes de ir dormir; Se for obeso, perder peso; a obesidade favorece o refluxo; Eliminar ou reduzir significativamente cigarros, álcool, alimentos gordurosos, café e chocolate; Elevar a cabeceira da cama em mais ou menos 15 graus, para gravidade ajudar a evitar o refluxo gastresofágico durante o sono; Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 14 É uma doença na qual há uma mudança anormal (metaplasia) nas células da porção inferior do esôfago. Acredita-se que seja causada por uma exposição prolongada ao conteúdo ácido proveniente do estômago (esofagite de refluxo). O esôfago de Barrett é encontrado em cerca de 10% dos pacientes que procuram tratamento médico para a DRGE. PATOLOGIAS DO ESÔFAGO – ESÔFAGO DE BARRET Figura 4 – Esôfago de Barret Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 15 O esôfago de Barrett ocorre em pacientes com doença do refluxo gastroesofágico de longa duração (vários anos). Representa uma resposta adaptativa da mucosa esofágica à agressão causada pelo conteúdo estomacal, que segue sentido contrário ao normal, que é descendente. Há formação de células metaplásicas (gástricas ou intestinais) capazes de suportar mais o ácido gástrico. Têm importância clínica por ser considerado uma estrutura pré-cancerosa. Causas: Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 16 Os sintomas de pacientes com esôfago de Barrett são, em geral, os mesmos dos pacientes com doença do refluxo gastroesofágica não-complicada. Pode ser identificado também em portadores de sintomas atípicos e dispépticos. O quadro clínico que mais sugere seu diagnóstico, é história de refluxo de longa duração e episódios de pirose noturna, em geral, acima de 5 anos. Sintomas: Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 17 A dieta dos pacientes com EB é a mesma recomendada para os pacientes com a DRGE. Evitar alimentos fritos e gordurosos, chocolate, álcool, café, frutas ou sucos cítricos (se houver incômodo), molho de tomate, ketchup, mostarda; Evitar também aspirina ou outras drogas anti- inflamatóriasnão-esteróides, entre outros cuidados. Dietoterapia e Tratamento clínico: Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 18 Hérnia hiatal é um distúrbio da junção gastresofagiana que resulta em dilatação saciforme do estômago que faz protrução acima do diafragma. Padrões anatômicos: Hérnia por deslizamento = A hérnia supradiafragmática do estômago é acentuada pela contração muscular do esôfago durante o ato da deglutição Hérnia hiatal paraesofagiana = Parte da extremidade cárdica do estômago disseca ao longo do esôfago através de um defeito no hiato diafragmático. Em geral é pequeno e encontrado ao longo da extremidade inferior do esôfago posicionada normalmente. PATOLOGIAS DO ESÔFAGO – HÉRNIA DE HIATO Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 19 PATOLOGIAS DO ESÔFAGO – HÉRNIA DE HIATO Figura 5. Tipos Hérnia Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 20 Sintomas Pirose, regurgitação, asma não alérgica. Entretanto, esses sintomas são em decorrência da esofagite de refluxo, isso porque as esofagites mais intensas geralmente são acompanhadas de hérnia de hiato, mas o inverso nem sempre é verdadeiro. A hérnia hiatal é extremamente comum e nem sempre causa sintomas ou problemas. Entretanto, quando há problemas pode ser tratado efetivamente com medicamentos ou mesmo com cirurgia. Figura 6 – Hérnia de Hiato Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 21 Diagnóstico: Manometria e Phmetria Esofágica Prevenção: volume das refeições e fracionamento / dia Evitar se alimentar 2 horas antes de ir dormir; Eliminar fatores que aumentam a pressão intra-abdominal: cintos e roupas apertadas, ou mesmo exercícios abdominais; Se for obeso, perder peso, a obesidade favorece o refluxo; Eliminar ou reduzir significativamente cigarros, álcool, alimentos gordurosos, café e chocolate; Elevar a cabeceira da cama em mais ou menos 15 graus, para gravidade ajudar a evitar o refluxo gastresofágico durante o sono. Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 22 As Varizes Esofagianas, são circulações colaterais, ou seja, as veias do esôfago são convertidas em saída para a estase venosa da Veia Porta. Não existem uma classificação para as varizes. Os seus sintomas só são percebidos quando uma varize é rompida, causando sangramento, o que significa um risco muito alto de vida ao paciente, uma vez que pode causar hemorragia, e levar a um choque hipovolêmico, evoluindo assim com o óbito do paciente. Tratamento: Tratar as causas e evitar conseqüências através das consistências (semi-líquidas a pastosas) e temperaturas (evitar os extremos) dos alimento escolhidos, evitando alimentos picantes e ácidos. PATOLOGIAS DO ESÔFAGO – VARIZES ESOFAGIANAS Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 23 Disfagia: É a desordem ns deglutição e/ou potencial desabilidade em deglutir com prejuízo na segurança e qualidade de comer e beber. Os distúrbios da deglutição podem trazer grande morbidade e mortalidade, por causarem destruição ou aspiração de alimentos com conseqüentes pneumonias aspirativas. PATOLOGIAS DO ESÔFAGO – DISFAGIA OROFAGEANA Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 24 Classificação de disfagia (Saeed, 1995) 0 = Incapaz de deglutir 1 = Ingestão de líquido com dificuldade, não consegue ingerir sólidos 2 = Ingestão de líquidos sem dificuldade, não consegue ingerir sólidos 3 = Dificuldade ocasional, apenas com sólidos 4 = Dificuldade rara, apenas com sólidos 5 = Deglutição normal Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 25 Causas da disfagia Acidente vascular cerebral (AVC) Trauma cranioencefálico (TCE) Parkinson * Medicamentos Mal de Alzheimer * AIDS Distrofia muscular Esclerose lateral amiotrófica (ELA) Paralisia cerebral Câncer de cabeça e pescoço Tumores cerebrais Distúrbios gastroenterológicos Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 26 Sintomas da disfagia Dificuldade em deglutir a saliva Dificuldade no controle da língua na alimentação Tosse frequente durante a ingestão de qualquer alimentos líquido, até a saliva; Apnéia (falta de ar) e a presença de resíduos que foram ingeridos na cavidade nasal são aspectos dificultadores do processo de deglutição Perda de peso ou nutrição inadequada por tempo prolongado Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 27 Diagnóstico da disfagia Nasofaringoscopia Veideodeglutograma oral pHmetria Manometria esofágica Endoscopia digestória alta Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 28 Dietoterapia Fatores que interferem na eficácia da Nutrição: Consistência mais adequada dos alimentos Volume do alimento oferecido Ritmo da oferta Maior fracionamento das refeições Adequação dos utensílios Manobras posturais facilitadoras de deglutição e protetoras das vias aéreas (Fonoaudiólogas) Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 29 Objetivos da Dietoterapia Prevenir a perda ponderal Atingir e manter o peso normal Prevenir aspiração e sufocação Facilitar uma alimentação e deglutição segura e independente (ver consistência) Evitar e tratar efeitos indesejáveis relacionados ao tratamento (perda de fluidos e eletrólitos, diarréia, vômitos) Proporcionar calorias adequadas, ptns, CHO, gorduras, vit, min, e hidratação. Dietoterapia I - Profª Renata Oliveira 30 Estratégias da Dietoterapia Uso de suplementos nutricional via oral ( VET e nutrientes de forma geral) TN via SNE ou Gastrostomia Uso de espessantes (gomas, amidos).
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