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O HOMEM DOS RATOS

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Prévia do material em texto

Amanda Munique Reichert
Kaway Morgana
Maiara da Rosa
Paulo Gustavo Maria
Viviane Ritter
“O homem dos Ratos”
Psicoterapia Psicanalítica
Professora Laíza Bortolini
Dezembro, 2016.
Introdução
Freud tratou um jovem cujo trabalho foi publicado com o título o “Homem dos Ratos” (1909, Volume X da Coleção das Obras Completas de Freud da Editora Imago). Com este estudo, Freud procurou formular uma explicação sobre a neurose obsessivo-compulsiva. Segundo a sua teoria, a neurose obsessiva tem origem nos conflitos inconsciente não resolvidos situados na fase anal-sádica do desenvolvimento psicossexual. 
É preciso admitir que a neurose obsessiva não é fácil de compreender. A linguagem de uma neurose obsessiva, ou seja, os meios pelos quais ela expressa seus pensamentos secretos, presume-se ser apenas um dialeto da linguagem da histeria.
O caso é considerado relativamente sério. O tratamento durou cerca de um ano e reestabeleceu completamente a personalidade do sujeito, bem como, extinguiu-se as inibições do paciente.
História Clínica: “O Homem dos Ratos”
Um jovem de formação universitária apresentou-se a Freud com a asserção de que sempre havia sofrido de obsessões desde a infância, mas com intensidade especial nos últimos quatro anos. Os aspectos principais de seus distúrbios eram medos de que algo pudesse acontecer a duas pessoas de quem ele gostava muito: seu pai e uma dama a quem admirava. Além disso, ele estava consciente de impulsos compulsivos, tais como, por exemplo: um impulso de cortar a garganta com uma lâmina; posteriormente criou proibições, às vezes em conexão com coisas um tanto sem importância. Contou que gastou anos lutando contra essas ideias, e desse modo, acabou perdendo muito tempo durante sua vida. Experimentou vários tratamentos, mas nenhum o ajudou, exceto o tratamento por hidroterapia em um sanatório próximo, pois, para ele, provavelmente fora possível apenas porque lá travara conhecimentos com alguém, o que o levara a manter relações sexuais regulares. Sentia repulsa por prostitutas. Ao mesmo tempo, segundo ele, sua vida tinha sido obstruída; a masturbação desempenhara apenas um pequenos papel nela, quando tinha dezesseis ou dezessete anos de idade. Sua potência era normal; a primeira vez que teve relações sexuais tinha vinte e seis anos. O jovem senhor passou a impressão de ser uma pessoa de mente clara e sagaz.
O início do Tratamento
No dia seguinte, Freud o fez comprometer-se a submeter-se à única condição do tratamento: dizer tudo que lhe viesse à cabeça, ainda que fosse desagradável ou que lhe parecesse sem importância, irrelevante ou sem sentido. O assunto foi iniciado.
Contou que tinha um amigo sobre o qual possuía uma opinião extraordinariamente elevada. Costumava procurá-lo sempre que estava atormentado por algum impulso criminoso, e perguntar-lhe se ele o desprezava, como se despreza um criminoso. Seu amigo, costumava, então, dar-lhe apoio moral, assegurando-lhe que ele era um homem de conduta irrepreensível e que provavelmente tinha tido o hábito, a partir de sua juventude, de encarar obscuramente sua própria vida. Prosseguindo sua fala, contou que em uma época anterior, outra pessoa havia exercido uma influência semelhante sobre ele: era um estudante de 19 anos que passara a ter amizade por ele, e que levara sua autoestima a um grau extraordinário, de tal forma que ele, para si mesmo, pareceu ser um gênio. Este estudante tornou-se seu professor, e de repente modificou seu comportamento e começou a tratá-lo como se fosse um idiota. Só assim, notou que o estudante estava interessado em uma de suas irmãs e compreendeu que ele apenas o aceitou para conseguir adentrar sua casa. Este foi o primeiro golpe de sua vida.
Sexualidade Infantil
“Minha vida sexual começou muito cedo. Posso lembrar-me de uma cena durante meu quarto ou quinto ano de idade. Essa cena veio-me à cabeça um pouco distintamente, anos depois. Tínhamos uma governanta, muito jovem e bonita, chamada Fräulein Peter. Certa noite, ela estava deitada no sofá, ligeiramente vestida, lendo. Eu estava deitado ao seu lado e pedi-lhe para arrastar-me para debaixo de sua saia. Ela me disse que podia, desde que eu nada dissesse sobre isso a ninguém. Ela tinha muito pouca roupa por cima, e manipulei com os dedos seus genitais e a parte inferior do seu corpo, o que me chocou como algo muito extravagante. Depois disso, fiquei com um curiosidade ardente e atormentadora de ver o corpo feminino. Ainda posso lembrar a intensa excitação com que eu, nos banhos (aos quais ainda me permitiam ir com a governanta e com minhas irmãs), esperava a governanta despir-se e entrar na água. Posso lembrar-me de mais coisas a partir dos seis anos de idade. Àquela época tínhamos outra governanta, também jovem e de boa aparência. Ela tinha abcessos nas nádegas, os quais tinha hábito de espremer à noite. Eu costumava esperar avidamente por aquele momento, para apaziguar a minha curiosidade. Ela a mesma coisa, como nos banhos.”
Exemplificou outra cena que ocorrera entre os seus nove anos de idade: estavam sentados - a governanta, a cozinheira, a criada, ele e seu irmão. As jovens conversaram, quando de repente ele prestou atenção na fala de Fräulein Lina: “Poder-se-ia fazê-lo com o pequeno; mas Paul é muito desajeitado, seguramente ia falhar”. Não entendendo sobre o assunto, começou a chorar.
“Quando eu tinha seis anos, já sofria de ereções, e sei que, certa vez, fui até minha mãe queixar-me delas. Também sei que, assim fazendo, eu tinha alguns receios para superar, pois tinha um pressentimento de que havia alguma conexão entre esse assunto e minhas idéias e minhas indagações e naquela época eu costumava ter uma ideia mórbida de que meus pais conheciam meus pensamentos; dei-me a explicação disso supondo que os havia revelado em voz alta, sem haver-me escutado fazê-lo. Encaro esse fato como o começo da doença. Havia determinadas pessoas, moças, que muito me agradavam, e eu tinha um estranho sentimento, como se algo devesse acontecer se eu pensasse em tais coisas, e como se devesse fazer todo tipo de coisas para evita-lo.”
“Os pensamentos a respeito da morte de meu pai ocuparam minha mente desde uma idade muito precoce e por um longo período, deprimindo-me enormemente.” Neste ponto, Freud soube que o pai do paciente, com quem afinal seus temores obsessivos estavam agora ocupados, falecera muitos anos antes.
O Grande Medo Obsessivo
“Acho que hoje começarei com a experiência que constituiu motivo imediato para eu vir visitá-lo. Foi em agosto, durante as manobras em ...... Eu antes estivera padecendo e me atormentando com todas as espécies de pensamentos obsessivos, mas eles passaram rapidamente durante as manobras. Eu estava a fim de mostrar aos oficiais regulares que pessoas como eu não só haviam aprendido bastante, mas também podiam aguentar bastante. Um dia, partimos de ....... em marcha lenta. Durante uma parada, perde meu pince-nez e, embora pudesse encontra-lo facilmente, não queria atrasar nossa partida, de modo que o deixei para lá. Todavia, telegrafei aos meus oculistas em Viena para que me enviassem um par, pelo próximo correio. Durante aquela mesma parada senti-me entre dois oficiais, um dos quais, um capitão de nome tcheco, não iria ter pequena importância para mim. Eu tinha certo terror dele, pois ele obviamente gostava de crueldade. Não digo que era um homem mau, mas no grupo de oficiais ele sempre havia defendido a introdução de castigo corporal, de modo que eu fora obrigado a discordar dele com veemência. Pois bem, durante a parada passamos a conversar, e o capitão contou-me que havia lido sobre um castigo particularmente horrível aplicado no Leste...”
Neste momento o paciente interrompeu a fala e pediu a Freud que este não lhe perguntasse mais detalhes. Freud, explicou-lhe sobre a resistência e disse que não tinha gosto nenhum pela crueldade. Freud perguntou: “Será que ele estava pensando em cerca de estacas?” O paciente- “Não, isso não. O criminoso foi amarrado...”, “...um vaso foi virado sobre suas nádegas... alguns ratos foram colocados dentro dele.... e eles...”, “...cavaram caminho no...” – Em seu ânus, Freud completou. Enquanto ele me contava a história sua face assumia uma expressão de horror ao prazer todo seu do qual ele não estava ciente. Ele dizia não ser ele quem estava infligindo o castigo, mas que este estava sendo aplicado como se fosse de forma impessoal. Após essa declaração percebe-se que a pessoa a quem ele se referia era a dama que ele admirava. 
Ele interrompeu a história para me afirmar que esses pensamentos lhe eram totalmente alheios e repulsivos, e que haviam passado por sua cabeça com extraordinária rapidez. 
Ouvimos até então que tal castigo era aplicado somente a dama, porém, a partir de então, ele teve que ser obrigado a admitir que uma segunda ideia lhe ocorrera, e que essa ideia do castigo também se aplicava a seu pai e esse medo obsessivo por parte deste era ainda mais disparado. 
Naquela noite, o capitão lhe entregou um pacote vindo do correio, e lhe disse que o tenente havia pago as despesas, mas que ele deveria lhe reembolsar. O pacote continha seu pince-nez pelo que ele havia telegrafado. Naquele instante uma sanção ocorreu, e ele achou que não deveria devolver o pagamento em dinheiro, ou toda essa fantasia iria ocorrer. Logo após, outra sanção, onde ele mesmo, quase que em voz alta, como um juramento disse “Você deve pagar de volta as 3.80 coroas ao tenente”. Ele tentou de várias maneiras reembolsar o tenente, mas vários fatores externos o impediram. 
Somente quando pela terceira vez, o paciente lhe relatou a história é que Freud conseguiu fazê-lo compreender as obscuridades dela e mostrar os deslocamentos que ele ficara envolvido.
Ele fora um religioso devoto, porém evoluiu gradualmente para o livre-pensador, reconciliou suas crenças e obsessões e começou fazer questionamentos sobre um próximo mundo, e o que os outros sabem a esse respeito, questões essas que pareciam irrepreensíveis para alguém lúcido, dessa forma ele explorou as incertezas da razão. 
Na terceira sessão ele completou a história, dizendo ter passado uma noite terrível, o principal argumento, de que o tenente lhe pagaria o dinheiro provou ser falsa, porém se consolou ao pensar que o negócio ainda não estava concluído, descobrindo mais tarde que quem na verdade havia pago suas dividas fora uma jovem oficial da agencia postal. Devido a isso, ele não devia nada ao tenente. O cruel capitão havia se equivocado ao lhe entregar o pacote e mandar pagar as dívidas ao tenente, e o paciente soube que isso foi um engano, porém, apesar disso, fizera um juramento fundado nesse equívoco, um juramento que seria um tormento para ele. Após isso, seu comportamento se tornou cada vez mais sem sentido e ininteligível do que antes. 
Sua ideia de procurar um médico configurou-se em um delírio engenhoso, ele acreditava que encontraria um médico que lhe certifica-se que para recobrar a saúde era necessário realizar um ato que ele planejara com relação ao tenente e assim, se deixando persuadir, o tenente aceitaria dele as 3.80 coroas.
Iniciação na Natureza do Tratamento
O médico deve deixar a liberdade para que o paciente escolha a ordem que os tópicos sucederão um após o outro durante o tratamento. No quarto encontro, o recebi com a seguinte pergunta “E como o senhor pretende prosseguir hoje?”. Ele decidiu contar a história da última doença de seu pai, que morrera de enfisema, há nove anos atrás. O paciente havia dormido e ficado sabendo através de um médico da morte de seu pai, devido a isso censurou-se por não ter estado com seu pai na hora de sua morte, e a censura se intensificou quando uma enfermeira lhe contou que seu pai dissera seu nome. Por muito tempo essa censura não o atormentava, porém após algum tempo ele começou a se questionar sobre a morte do pai. Passou a pensa no pai a todo momento, ao ouvir algo imaginava que deveria contar ao pai, ao ouvir a sineta tocar, imaginava que seria seu pai, ele passou a desejar ver o pai em uma imagem fantasmagórica. 
Dezoito meses depois da morte de seu pai, ele começou a se cobrar sobre a morte de tal, passando a se tratar como um criminoso, o momento que isso aconteceu foi na morte de uma tia sua. A partir desse momento ele ampliou a estrutura de seus pensamentos obsessivos de maneira a incluir o outro mundo, a maior consequência disso fora a sua incapacidade para voltar a trabalhar. Ele contou que a única coisa que o fazia seguir em frente era um amigo que afastara sempre suas autocensuras por serem totalmente exageradas. Na realidade, o paciente jamais faria mal algum ao pai, mas como fazê-lo compreender isso? Os derivados de seu inconsciente reprimido eram os responsáveis por seus pensamentos involuntários e que constituíam sua doença. 
Na sessão seguinte, o paciente disse que precisava lhe contar sobre sua infância, onde a partir de seus sete anos, como já havia falado, tinha medo que seus pais soubessem tudo que ele estaria pensando e este medo persistiu por toda a sua vida. Com doze anos gostava de uma menina, irmã de um amigo seu, mas diz, que nunca quis vê-la sozinha, até porque ela era muito pequena. Porém, ela não demonstrava tanta afeição por ele, quanto ele desejava, devido a isso, pensou que no momento que ele passasse por alguma desgraça ela lhe daria atenção, foi então que pensou na morte do pai. Seis meses antes da morte do pai, teve o segundo pensamento acerca da morte deste, neste momento, ele já estava namorando uma dama, porém por dificuldades financeiras ele não poderia comprar uma aliança, devido a isso, pensou que se seu pai morresse ele ficaria rico o suficiente para comprar uma aliança. Agora, ele desejava que seu pai não deixasse absolutamente nada para ele. O pensamento acerca da morte de seu pai lhe surgiu pela terceira vez, um dia antes da morte dele. Porém todos esses pensamentos poderiam ser objetos de seu medo, e não de seu desejo, porém, expliquei que conforme a teoria psicanalítica, todo medo corresponde a um desejo primeiro que agora estaria reprimido. Ele então quis saber como ele que amava tanto seu pai poderia ter pensamentos como aqueles, respondi que esse amor intenso era uma precondição necessária de um ódio reprimido. 
Na sétima sessão, o paciente relata seu convívio com seu irmão mais novo “Meu irmão mais novo... eu agora realmente gosto muito dele, e ele, justamente agora, está me causando bastante preocupação, pois quer fazer o que considero uma união fora de hora; antes pensei em sair e matar a pessoa envolvida, de modo a evitar que ele se casasse com ela – bem, meu irmão mais novo e eu costumávamos brigar um bocado quando éramos criança. Gostávamos muito um do outro, ao mesmo tempo, e éramos inseparáveis; mas eu estava verdadeiramente cheio de ciúmes, uma vez que ele era o mais forte e de melhor aparência entre os dois, e consequentemente o favorito”. Certa vez, enquanto meu paciente e seu irmão brincavam ele o acertou na testa com uma espingarda de brinquedo, ele quase não se machucou, mas a vontade de meu paciente era machucá-lo. Logo após, ele questionou-se como pudera fazer isso, mas já havia feito. Ele admitiu ter sentido vários outros impulsos vingativos, inclusive acerca de sua dama. Mais tarde, tive que explicar a ele que ele não tem culpa por seus comportamentos e traços de caráter. 
Isso seria tudo que Freud poderia descrever sobre o caso clinico e o tratamento, o qual durou cerca de onze meses. 
Algumas ideias obsessivas e sua explicação 
Assim como os sonhos, as ideias obsessivas têm aparência de não possuírem nem motivo nem significação. O primeiro problema é saber como lhe dar essa significação e assim lhe dar sentido. As ideias obsessivas mais excêntricas poderiam ser esclarecidas se investigadas com profundidade, essa solução se dá se levarmos essas ideias obsessivas a uma relação temporal com experiências do paciente, observando quando essa ideia fez a primeira aparição e sob quais circunstâncias essasideias reaparecem. 
Nos impulsos suicidas, uma vez que o paciente estava se preparando para uma prova muito importante, e sua dama não estava ao seu lado, pois estava cuidando de sua avó que estava enferma, lhe ocorreu a ideia de cortar a garganta com uma lâmina, nesse instante, ele já estava indo em direção a lâmina, quando pensou que isso não era tão simples assim, foi então que se jogou ao chão com horror. Ligando-se as experiências do paciente, a ideia lhe surgiu pois se matasse a avó, sua dama voltaria logo para o lado dele.
Em outro momento, durante o verão, lhe surgiu a ideia de que ele estaria muito gordo, então no momento que seria servido a sobremesa, o paciente se retirou da mesa e começou a caminha, com a ideia obsessiva de que teria que emagrecer. Após isso várias situações de obsessão ocorreram, mas em grande parte havia a necessidade de tentar proteger a sua dama. 
A causa precipitadora da doença
Certo dia, o paciente relatou algo que imediatamente mês fez acreditar ser o causador de sua doença, porém, ele não conseguia ver isto. 
Sua mãe fora educada em um ambiente saudável com a qual ela se relacionava com certa distância. Essa família administrava uma grande empresa industrial. Seu pai, quando casou-se com sua mãe, ficou em uma posição relativamente confortável. O paciente então, soube que uma vez seus pais, que tinham um casamento muito feliz, brigaram, pois se pai havia cortejado uma moça humilde sem recursos financeiros. Após a morte do pai, a mãe diz que havia discutido com alguns primos, onde um deles havia permitido que ele, o paciente, se casasse com uma de suas filhas o futuro apenas pelos negócios da família. Esse plano familiar lhe causou um conflito, onde questionava-se se deveria casar-se com aquela que ele amava, ou então com a menina linda e rica, como fizera seu pai. Resolveu este conflito entre seu amor e a influência do desejo de seu pai ficando doente.
A princípio, o paciente não pode acreditar que esse fato lhe causara tudo isto, pois naquela época não havia lhe causado toda essa impressão, porém, foi forçado a acreditar, quando certo dia, encontrou uma moça nas escadarias da casa de Freud, a qual pensou ser filha dele, devido a isso, acreditou que Freud era tão agradável para ele pois queria-o tornar genro, certo dia sonhou com a filha de Freud, porém, no lugar dos olhos dela haviam dois pedaços de estrumes, para quem compreender a linguagem dos sonhos seria fácil dizer que ele se casava com minha filha, não por causa de seus “beaux yeux”, mas sim pelo seu dinheiro.
O complexo paterno e a solução da Ideia do rato
Partindo da causa precipitadora da doença do paciente em sua idade adulta, existe um fio que reconduz a sua infância. O conflito nas raízes de sua doença era uma luta entre a persiste influência dos desejos de seu pai e suas próprias inclinações amorosas. Levando em consideração o que o paciente relatou no início do tratamento, não poderemos evitar a suspeita de que essa luta era uma luta antiga e se originara na infância do paciente.
Conforme as informações o pai de nosso paciente era um homem de excelentes qualidades. Antes de seu casamento fora um suboficial e devido à isto trouxe para sua vida pessoal uma linguagem correta. Possuía senso de humor e amável tolerância para seus companheiros. No entanto castigava severamente os filhos quando estes eram novos e travessos. Quando ficaram crescidos, sua atitude era diferente: compartilhava com eles um conhecimento das pequenas falhas e infortúnios de sua vida com sinceridade. Para nosso paciente, sua relação com seu pai sempre foi amigável tanto que considerava como um bom amigo. No entanto os pensamentos sobre a morte de seu pai, ocuparam sua mente de forma inabitual e indevida quando ele era menino, surgindo na trama das ideias obsessivas de sua infância.
Não existe dúvida de que existia algo, no âmbito da sexualidade que permanecia entre pai e filho e de que o pai assumiria alguma espécie de oposição à vida erótica do filho. Anos depois, após a morte de seu pai, quando experimentou as sensações prazerosas do ato, irrompeu em sua mente uma ideia: “Que maravilha! Por uma coisa assim alguém é até capaz de matar o pai!”. Isto foi, ao mesmo tempo, um eco e uma elucidação das ideias obsessivas de sua infância.
Teremos mais elementos à acrescentar, se voltarmos à fase de masturbação do nosso paciente. A masturbação da puberdade, nada mais é do que um revivescimento da masturbação da tenra infância. A masturbação infantil atinge uma espécie de clímax, via de regra, entre as idades de três e quatro ou cinco anos; e constituí a mais evidente expressão da constituição sexual de uma criança, na qual se deve buscar a etiologia das neuroses subsequentes. O problema da masturbação torna-se insolúvel se tentarmos tratá-lo como uma unidade clínica e esquecermos que pode representar a descarga de toda a variedade de componente sexual e de toda espécie de fantasia à qual tais componentes possam dar origem. Os efeitos prejudiciais da masturbação são determinados por sua própria natureza.
O nosso paciente não praticava a masturbação na puberdade, podendo-se esperar que ele ficasse livre da neurose. No entanto, começou a praticar quando tinha 21 anos, pouco tempo depois da morte de seu pai. A partir daquela época, o ato somente acontecia em ocasiões raras e extraordinárias. Sentia-se provocado quando vivia momentos de beleza ou quando lia algumas passagens. Levamos em consideração, também, o seu curioso comportamento quando estava estudando e brincava que seu pai ainda estava vivo. Seus estudos eram sempre no horário mais tardio possível. Entre a meia noite e uma hora da madrugada, ele interrompia seus estudos e abria a porta da frente, como se seu pai estivesse para o lado de fora; em seguida, regressaria ao hall e retiraria o pênis para fora e olharia para ele no espelho. Esse comportamento torna-se inteligível se presumirmos que ele agia como se esperasse a visita do seu pai à hora em que os fantasmas estão circulando. Era preguiçoso para ao estudos enquanto seu pai era vivo. Agora ele retornava como um fantasma, devida ficar muito feliz ao encontrar seu filho estudando arduamente. Mas não gostava da outra parte de seu comportamento, então nosso paciente estava desafiando-o.
Obviamente, o primeiro problema a resolver era saber por que as duas falas do capitão tcheco tinham exercido um tal efeito de agitação sobre ele e provocado reações tão violentamente patológicas. A suposição era que se tratava de uma questão de ‘sensibilidade complexiva’ e que as falas tivessem um efeito desagradável em determinados pontos hiperestáticos em seu inconsciente. Como sempre acontecia com o paciente, no que concernia a assuntos militares, ele estivera em um estado de identificação inconsciente com seu pai que enfrentara um serviço militar de muitos anos e retivera muitas história do seu tempo de soldado. Agora, acontecia, por casualidade, que uma das pequenas aventuras de seu pai tinha um importante elemento em comum com o pedido do capitão. Seu pai, na qualidade de suboficial, controlava uma pequena soma de dinheiro, e, certa vez, perdera num jogo de cartas. Teria ficado em má situação se um de seus camaradas não lhe tivesse adiantado a importância; após sair do exército, tentou reencontrar esse amigo, mas sua busca foi sem sucesso. O paciente estava inseguro quanto a saber se ele, alguma vez, conseguira devolver o dinheiro. As palavras do capitão, “você deverá reembolsar ao Tenente A, os 3,80 kronen”, soaram aos seus ouvidos como uma alusão a essa dívida não liquidada de seu pai.
Na elucidação dos efeitos produzidos pela história do rato, narrada pelo capitão, é preciso acompanhar mais de perto o curso da análise. O paciente começou a elaborar grande volume de material associativo, o qual, contudo, não esclareceu as circunstâncias nas quais se havia dado a formação de sua obsessão. A ideia da punição realizada por meio de ratos atuara como um estímulo a muitos de seus instintos e evocara um conjunto de recordações;de sorte que, no curto intervalo entre a história do capitão e seu pedido para reembolsar o dinheiro, os ratos tomaram uma série de significados simbólicos aos quais outros, recentes, se foram acrescentando, durante o período que se seguiu. Aquilo que a punição com ratos nele incitou, foi o seu erotismo anal, que desempenhara importante papel em sua infância e se mantivera ativo por via de uma constante irritação sentida por vermes. Desse modo, os ratos passaram a adquirir o significado de “dinheiro”.
O paciente, estava também familiarizado com o fato de que os ratos são portadores de perigosas doenças contagiosas; portanto, ele podia emprega-los como símbolos de seus pavor de uma infecção sifilítica. Esse pavor ocultava todas as espécies de dúvidas relativamente ao tipo de vida que seu pai levara durante o tempo de seus serviço militar. Por outro lado, em um sentido diferente, o próprio pênis é um portador de infecção sifilítica; dessa forma, ele podia considerar o rato como um órgão sexual masculino. Havia uma outra designação a ser encarada desse modo, de vez que um pênis (pênis de uma criança) pode ser facilmente comparado com um verme, e a história do capitão fora a respeito de ratos que se enfiavam no ânus de alguém exatamente como as grandes lombrigas lhe fizeram quando era criança. Assim, a significação de ratos como pênis, baseava-se, uma vez mais, em erotismo anal.
A história da punição com ratos, conforme nos mostrou o próprio relato do paciente acerca do assunto e sua expressão fisionômica quando me repetia a história, inflamara todos os seus impulsos, precocemente suprimidos, de crueldade, tanto egoísta como sexual. Contudo, não ficou esclarecido o significado dessa ideia obsessiva, até que um dia emergiu, em análise a Mulher – Rato de O pequeno Eyolf, de Ibsen, e foi impossível evitar a inferência de que em muitas das formas assumidas pelos seus delírios obsessivos os ratos tinham ainda outro significado, ou seja, o de crianças. Investigando acerca de origem desse novo significado, imediatamente deparei com algumas das suas raízes mais primitivas e importantes (História do túmulo do pai).
Assim, de acordo com as suas mais remotas e importantes experiências, os ratos eram as crianças. E, a essa altura, apresentou uma informação que ele havia mantido longe de seu contexto por bastante tempo. A dama, de quem ele fora admirador, estava condenada à esterilidade em virtude de uma operação ginecológica que envolvera a extirpação dos ovários.
Somente então é que se tornou possível compreender o inexplicável processo pelo qual a sua ideia obsessiva se formara. Na parada que fizeram à tarde (durante a qual ele perdera seu pince-nez), quando o capitão lhe contara sobre a punição com ratos, o paciente, a princípio, apenas se chocara com a crueldade e lascividade da situação que estava sendo descrita. Contudo, logo após verificou-se uma conexão com a cena, vinda de sua infância, na qual ele havia mordido alguém. O capitão tornou-se substituto de seu pai. A ideia que lhe veio por um instante à consciência, com relação ao fato de que algo dessa natureza podia acontecer a alguém de quem ele gostava, pode, ser traduzida como um desejo parecido com ‘É preciso que lhe façam também a mesma coisa!’. Um dia e meio mais tarde, quando o capitão lhe entregara o pacote pelo qual as taxas eram devidas, pedindo para reembolsar os 3.80 kronen ao Tenente A., ele já se fizera ciente de que seu ‘cruel superior’ estava equivocado, e de que única pessoa a quem devia algo era à jovem dama da agência postal. Então, formou-se em sua mente uma resposta parecida com ‘Está bem. Reembolsarei o dinheiro ao Tenente A. quando meu pai e a dama tiverem filho!’, ou ‘Tão certo quanto meu pai e a dama possam ter filhos, eu lhe pagarei!’. Em suma, uma afirmação ridículo ligada a uma absurda condição que jamais se satisfaria.
O crime fora cometido; ele insultara as duas pessoas que lhe eram mais caras: seu pai e a sua dama. Esse feito clamava por punição, e a pena consistia em que ele comprometer com um juramento que lhe fosse impossível cumprir e que impunha total obediência à injustificada exigência de seus superior. O juramento era o seguinte: ‘Agora você deverá realmente reembolsar o dinheiro a A.’
Apenas uma vaga noção desses eventos foi assimilada pela consciência do paciente. Mas a sua revolta contra a ordem do capitão e a súbita transformação daquela revolta em seus oposto estavam, ambas, aqui representadas. Em primeiro lugar, adveio a ideia de que ele não tinha de reembolsar o dinheiro, ou então aquilo (punição com os ratos) iria acontecer; e a seguir adveio a transformação dessa ideia em um juramento do efeito contrário, como punição por sua revolta.
Sua libido tinha sido aumentada por um longo período de abstinência acoplado com a amável receptividade com a qual um jovem oficial pode contar quando está entre mulheres. Ademais disso, na época em que ele estava iniciando as manobras se instalara entre ele e a dama uma certa frieza nas relações. A intensificação de sua libido levou-o a renovar sua luta antiga contra a autoridade de seu pai, e ele ousara pensar em manter relações sexuais com outras mulheres. Sua lealdade à lembrança que guardava de seu pai fora-se debilitando, e aumentaram suas dúvidas a respeito dos méritos de sua dama; com essa disposição de espírito ele se deixou arrebatar a um perjúrio contra os dois, e assim se punira por havê-lo feito. Com esse ato, copiara, pois, um antigo modelo. E quando, no final das manobras, hesitara por tanto tempo para saber se viajaria a Viena ou se ficaria e cumpriria seu juramento, representara num só quadro os dois conflitos que desde o princípio o haviam afetado: se deveria, ou não, manter obediência a seu pai, e se deveria, ou não manter-se fiel a sua amada. Quando achamos a solução, o delírio do paciente sobre os ratos desapareceu.
Sobre a Neurose Obsessiva
De acordo com Moura (2008, s.p), essa neurose é caracterizada por
[...]uma ambivalência que se estende por todos os aspetos de sua vida. Acarreta sofrimento pessoal e social. O indivíduo reconhece que as obsessões ou compulsões são excessivas e irracionais, mas é atormentado por esmagadora descarga de ansiedade se não obedece aos desígnios da doença. 
Assim o mesmo autor busca explica que “o termo “obsessivo” etimologicamente deriva dos étimos latinos “ob” (que quer dizer: contra, a despeito de...) mais “stinere” (que significa: uma posição própria, tal como parece em “des-tino”, luta-se contra si mesmo)” (Moura, 2008, s.d). De acordo com Chachamorich e Fetter (2005), citado em Moura (2008), o TOC é caracterizado pelos rituais, que ocorrem de forma compulsiva.
É importante salientar que a neurose obsessiva compulsiva, causa prejuízos a vida social e familiar do sujeito. Moura (2008, s.p), descreve que 
Os sintomas obsessivos e compulsivos compostos por dúvidas ruminativas, pensamentos cavilatórios, controle onipotente, frugalidade, obstinação, rituais e cerimônias, atos que são feitos e desfeitos continuamente sem nunca acabar, podem atingir um alto grau de incapacidade total do sujeito, para uma vida livre, gerando uma gravíssima neurose, se aproximando da psicose (Moura, 2008, s.p).
No caso Homem dos Ratos, é que Freud (1909), reconhece o conflito entre amor e ódio como uma possível base para a neurose. No caso já citado, Freud apresentou “uma organização primitiva pré-genital da libido, caracterizada por uma preponderância de componentes pulsionais anais-sádicos, apreendendo que os sintomas da obsessão eram resultado da regressão da libido a esse estágio anal como forma de evitação à angústia de castração” (Moura, 2008, s.p).
Assim Freud (1909), citado em Moura (2008, s.p), “a real significação atos obsessivos-compulsivos reside no fato de serem representantes de um conflito entre dois impulsos opostos de força aproximadamente igual. Eles nos mostram uma nova modalidade de método de construção de sintomas”. Neste caso Freud aponta que a história “punição comos ratos inflamara todos os seus impulsos, precocemente reprimidos, de crueldade, tanto egoístas como sexual. Ele podia ver nos ratos uma imagem viva de si mesmo”.
Freud (1925), argumenta que no obsessivo-compulsivo
[...] a agressividade parece ao ego não como uma impulsão, mas, como os próprios pacientes dizem, apenas um pensamento que não desperta qualquer sentimento. O que acontece é que o afeto deixado de fora quando a ideia obsessiva é percebida aparece em um ponto diferente.
Ainda de acordo com Moura (2008, s.p), nos indivíduos obsessivos a escolha objetal se faz a partir dos seguintes tipos: “dominador x dominado; ativo x passivo; sádico x masoquista, etc. preferencialmente encaram a sexualidade do ponto de vista da analidade (cuidados de limpeza, assepsia, sentimento de ser proprietário ou propriedade do parceiro, controle do orgasmo e exagerado escrúpulos)”
Referências
Freud, S. (1996). Duas histórias clínicas (o “pequenos Hans” e o “Homem dos Ratos”). Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: edição standard brasileira. Rio de Janeiro: Imago
Moura, J., (2008). Transtorno Obsessivo-Compulsivo: Visão Psicanalítica. Psicologado Artigos. Disponível em https://psicologado.com/psicopatologia/transtornos psiquicos/transtorno-obsessivo-compulsivo-visao-psicanalitica.

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