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RESPONSABILIDADE CIVIL

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RESPONSABILIDADE CIVIL
Noções Introdutórias de Responsabilidade Civil
Breve noções históricas
As noções básicas da responsabilidade civil começam com o Código Civil de 1916 em seu artigo 159 (muito parecido com o art. 186 do CC/02). Tinha apenas um artigo e não falava sobre responsabilidade extracontratual, objetiva. 
Código de Hamurabi: Foi um dos primeiros que já trazia uma responsabilidade, que era de responsabilizar os agentes por pratica de atos danosos a outrem. Ex.: 200º - Se alguém parte os dentes de um outro, de igual condição, deverá ter partidos os seus dentes.
Velho testamento – “Lei de Talião”: Olho por olho, dente por dente - deu-se início a ideia de proporcionalidade. Foi um grande avanço para época, porém, sob os olhos modernos, é considerada um absurdo, pois caso uma pessoa quebre meu barco, eu tenho o direito de queimar o barco dela. O que buscava com a lei do Talião era a satisfação da vingança privada.
Evolução da sociedade com a “Lex Aquila”: É uma responsabilidade com culpa + indenização pecuniária (dinheiro). A responsabilidade extracontratual surge a partir da Lei Aquilia. O dano deveria ser através de uma ação ou omissão do próprio agressor. Não havia responsabilidade de terceiros.
Constituição: a partir da CR/88 traz a pacificação do dano moral na responsabilidade civil (art. 5º, V, X, CR); fixação da responsabilidade objetiva do Estado ou de seus prestadores de serviço, ex. Cemig (art. 67, §6º); responsabilidade por ato jurídico (art. 5º, LXXV) resp. por dano nuclear (art. 21, XXIII, CR); resp. por dano ambiental (art. 225, §3º, CR).
Promulgação do Código de Defesa do Consumidor: traz um conjunto de regras e princípios da resp. civil; resp. objetivo do fato do produto ou serviço. 
Conceito e distinções:
Conceito: É a obrigação de uma pessoa de reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por fato de pessoas ou coisas que dela dependam. As hipóteses de dano (a obrigação de reparar) podem ser material, dano estético ou dano moral. 
Elementos: 
Conduta: dolo ou culpa
Dano
Nexo de causalidade
Sem excludentes de ilicitude (caso fortuito, força maior)
Posição da responsabilidade civil no direito privado
Dever jurídico é uma conduta que impõem a pessoas determinadas. Não existe responsabilidade civil sem que haja uma obrigação jurídica anterior, seja direta ou indiretamente. É um dever que surge da lei, ou seja, é um dever primário. Já o dever secundário irá surgir caso a obrigação (dever primário) não seja cumprida. Portanto, a responsabilidade civil é um dever secundário, isto é, caso eu não cumpra a obrigação respondo civilmente. 
Teoria dualista do vínculo: A relação obrigacional baseia-se em dois conceitos: Débito – dever jurídico obrigacional. Debitum (latim), Schuld (alemão); Responsabilidade – obligatio (latim), Haftung (alemão); se a obrigação for cumprida nos exatos termos do pactuado, somente tem-se o Schuld, sem a responsabilidade. A responsabilidade civil ou contratual só surge no momento em que o débito não é atendido ou cumprido pelo devedor.
A responsabilidade civil decorre dos atos ilícitos, segundo Cavalieri. Ato ilícito em sentido estrito (responsabilidade civil subjetiva) Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Em sentido amplo (objetivo), é toda e qualquer conduta humana contaria ao direito, que é justamente o conceito de ato ilícito. 
Funções da responsabilidade civil
A função principal da responsabilidade civil é restaurar o equilíbrio jurídico-econômico anteriormente existente entre o agente e a vítima. Isto é, restabelecer o status quo ante, pelo princípio da restitutio in integrum, buscando uma indenização, reparação (dano material) ou uma compensação (dano moral).
Princípio da reparação integral. A responsabilidade civil deve sempre reparar o dano integral que foi causado, decorrente do ato ilícito. Como por exemplo: no caso em que um homem embriagado bate no carro do taxista. 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.
Espécies de responsabilidade 
5.1 – Responsabilidade civil e penal
	Penal
	Civil
	Regra obrigatória 
	Facultativa 
	Pessoal
	Patrimonial 
	Intransmissível 
	Transmissível 
	Menores de 18 anos
	Responsabilidade subsidiaria 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Se ficar provado algo no penal é levado para o civil, sem precisar começa do início do processo. 
Nunca se ingressa no civil e é levado para o penal. 
Exceções: são decisões no penal que geram obrigações no civil, como por exemplo: 
- no caso de absolvição por inexistência do fato, ou seja, não houve crime. 
- absolvição no crime por negativa de autoria, a prova é levado ao civil.
- as excludentes de antijuricidades: legítima defesa; estrito cumprimento do dever legal; e exercício regular do direito. 
5.2 – Responsabilidade contratual e extracontratual 
Responsabilidade contratual: inadimplemento da obrigação prevista no contrato, violação de norma contratual anteriormente fixada pelas partes. Decorre dos direitos das obrigações.
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Responsabilidade extracontratual / aquiliana: é uma violação direta de uma normal legal. Assim, se o prejuízo decorre diretamente da violação de um mandamento legal, por força da atuação ilícita do agente infrator. Ex.: caso do sujeito que bate em um carro.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. (Regra – a resp. ocorre somente com a pratica de um ato ilícito)
Exceção: 
Art. 188, II (cabe reparação), 929
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Ex.: A tenta salvar a vida de B, mas A acaba estragando, gerando um dano a C. C pode pedi indenização a A, e depois A entra com uma ação de regresso contra B para ressarcir da indenização que pagou a C.
Art. 188, I (não cabe reparação) – excludente de ilicitude 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
Ex.: A dá um soco no rosto de B, para se defender B dá outro soco em A, que cabe criando um ferimento em B, não cabe responsabilidade civil por um dano estético nesse caso. 
5.3 – Responsabilidade subjetiva e objetiva
Responsabilidade Subjetiva: é a derivada do dolo ou culpa, só surge a obrigação de indenizar se o dano tiver sido causado de forma dolosa ou culposa. Esta culpa, por ter natureza civil, se caracterizará quando o agente causador do dano atuar com negligencia ou imprudência. 
Negligencia: deixar de tomar atitude ou apresentar conduta que ora esperada para a situação.
Imprudência: pressupõe uma ação precitada e sem cautela. É uma ação diversa da esperada.
Imperícia: inaptidão no exercício da atividade técnica ou cientifica (somente no campo profissional). 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Se o agente não cumprir a obrigação de reparar o dano a outrem, responderá por perdas e danos, mais juros com atualização monetária e honorários de advogado. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Responsabilidade Objetiva: é aquela em que a obrigação de indenizar independe de dolo ou culpa, basta o nexo causal entre a conduta e o dano experimentado pela vítima. As teorias objetivistas da responsabilidade civil procuram encará-la como mera questão de reparação de danos, fundado diretamente no risco da atividade exercida pelo agente. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Exemplos:
- Responsabilidade do Estado: Não precisa provar dolo do servidor.
- Acidente de trabalho
- Responsabilidade do dono do animal - Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
- Responsabilidade do dono do prédio em ruina - Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
- Responsabilidade do habitante do imóvel do qual caírem coisas - Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
- Responsabilidade do ato ilícito causado em estado de necessidade
- Responsabilidade do credor que demanda dívida vincenda - Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.
- Responsabilidade do credor que demanda dívida já paga - Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.
- Responsabilidade dos pais, tutor, curador pelos danos causados pelo menor 
- Responsabilidade pelo empregador, por dano causado por empregado. Ex.: produto com defeito que causa dano, empregado que realizou montagem errada. 
- Responsabilidade dos danos de hotéis ou de escola pelos danos causados pelo seus hospedes ou educandos. 
Responsabilidade Extracontratual Subjetiva – CONDUTA CULPÁVEL 
Conceito: 
Entende-se por conduta o comportamento humano voluntário que se exterioriza através de uma ação ou omissão, produzindo consequências jurídicas. A ação ou omissão é o aspecto físico, objetivo, sendo a vontade o seu aspecto psicológico, ou subjetivo. 
– Ação 
A ação é a exteriorização da conduta, em um movimento corpóreo comissivo, positivo, como a destruição de uma coisa alheia, a morte ou lesão corporal causada em alguém. Já a omissão é a inatividade, abstenção de alguma conduta devida. 
– Relevância jurídica da omissão 
Somente é responsabilizado pela omissão, aquele que tiver o dever jurídico de agir, vale dizer, estiver numa situação jurídica que o obrigue a impedir a ocorrência do resultado. Como por exemplo: os pais que respondem civil e penalmente pela omissão alimentar dos filhos ou o médico contratado pelo paciente, ou que está em atendimento, responde pela falta desse atendimento, porque assumiu a posição de garantidor da não ocorrência do fato. 
– Fato próprio, de outrem e da coisa
Em regra, só responde pelo fato aquele que lhe dá causa, por conduta própria. Ou seja, é a responsabilidade direta, por fato próprio. A lei, toda via, algumas vezes recai a responsabilidade do fato de outrem ou de terceiro, a quem o responsável está ligado de algum modo, por um dever de guarda, vigilância e cuidado. 
A imputabilidade 
Conceito: a imputabilidade é pressuposto não só da culpa em sentido lato, mas também da própria responsabilidade. Por isso se diz que não há como responsabilizar quem quer que seja pela prática de um ato danoso se, no momento em que o pratica, não tem capacidade de entender o caráter reprovável de sua conduta e de determinar-se de acordo com esse entendimento. São dois elementos da imputabilidade: a maturidade e sanidade mental. 
2.1 – Menoridade: Os menores de 16 anos não são responsáveis porque são incapazes (art. 3º, CC), por eles respondem os pais se estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. O ECA prevê em seu art. 116, tratando-se de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar que o adolescente (12 a 18 anos) restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima. 
3. A culpa lato sensu 
É a culpa em sentido amplo, abrangente de toda espécie de comportamento contrário ao Direito, seja intencional, como no caso de dolo, ou tencional como na culpa. Para alguns doutrinadores civilista, não existe distinção entre dolo e culpa, sustenta-se que a função da indenização é exclusivamente reparadora dos danos sofridos pelo lesado, não de punição ou sanção da conduta como na responsabilidade penal.
3.1 – Dolo e culpa – distinção
Tanto no dolo como na culpa há uma conduta voluntária do agente. A diferença é que no dolo a conduta já nasce ilícita, porquanto a vontade se dirige à concretização de um resultado antijurídico, e abrange a conduta e o efeito lesivo dele resultante; já a culpa a conduta nasce lícita, tornando-se ilícita na medida em que se desvia dos padrões socialmente adequados. O juízo de desvalor no dolo incide sobre a conduta, ilícita, desde a sua origem; na culpa, incide apenas sobre o resultado. 
3.2 – Dolo – conceito: é a vontade conscientemente dirigida à produção de um resultado ilícito. Elementos: a representação do resultado e a consciência da sua ilicitude. O agente tem a antevisão mental do resultado esperado e devido ao fato que ele age dolosamente, sabe que o ato é ilícito. 
3.3 – Culpa – stricto sensu: Culpa é a violação de dever objetivo de cuidado, que o agente podia conhecer e observar, ou, como querem outros, a omissão de diligência exigível. 
3.4 – Dever de cuidado: A cada homem, na comunidade social, incumbe o dever de praticar os atos da vida com as cautelas necessárias para que o seu atuar não resulte dano a bens jurídicos alheios. Assim, se o agente não observa estes cuidados indispensáveis, causando com isso dano a um bem jurídico alheio, responderá por ele. É a inobservância do cuidado objeto exigível do agente que torna a conduta antijurídica. Em si mesma, a inobservância do dever de cuidado não constitui conduta típica porque é necessário outro elemento do tipo culposo: o resultado. Só haverá ilícito penal culposo se da ação contrária ao cuidado resultar lesão a um bem jurídico. Se, apesar da ação descuidada do agente, não houver resultado lesivo, não haverá crime culposo. 
3.5 – Erro de conduta: 
3.6 – Elementos da conduta culposa: 
a) Conduta voluntária com resultado involuntário 
b) previsão ou previsibilidade: Previsão é mais do que previsibilidade. 
Previsão: O resultado foi antevisto. O resultado foi mentalmente previsto apesar de não ser querido. A culpa consciente é caracterizada pela previsão (prevêo resultado mas crê sinceramente de que ele não irá ocorrer). Ex.: Homem dirige carro com velocidade excessiva. É previsível que se alguém furar o sinal ele irá bater, contudo, ele crê sinceramente poder desviar acaso ocorra. 
Previsibilidade: É menos do que a representação mental. O fato era previsível, apesar de que não de forma clara como na previsão. A previsibilidade não pode ser entendida de forma genérica (Ex.: um dia todos nós morreremos), mas de forma atual, presente. Ex.: Se José joga bola na frente da casa de seu vizinho que tem grandes vidraças, é previsível que a bola pode escapar e quebrar uma delas. * O juiz analisará se era previsível ou previsto, determinando a falta de cuidado. 
c) falta de cuidado, cautela, diligência ou atenção
3.7 – Negligência, Imprudência e Imperícia 
Negligência - É a falta de cuidado pela omissão (é o dever de agir descumprido). A negligência possui aspecto negativo, caracterizando uma conduta omissiva (não fazer) imprópria do agente. Tem-se, portanto, que a falta de cuidado somada a omissão gera a negligência prevista no art. 186 do CC. 
Imprudência: - É a falta de cuidado pela comissão. A imprudência possui aspecto positivo, caracterizando uma ação do agente, desconforme com o dever jurídico de cuidado. Tem-se, portanto, que a falta de cuidado somada a uma comissão gera a imprudência, igualmente prevista no art. 186. 
Imperícia - É a falta de cuidado pela inabilidade no exercício de atividade, oficio ou profissão. O agente aqui se encontra inapto ao ofício que exerce. A imperícia, apesar de o estar no art. 951 do CC, não está expressamente prevista no artigo 186, CC. Contudo, observa-se que ela o está de forma implícita. 
* Nem sempre o fato que aparentemente configura uma imperícia o é, implicando em uma conduta negligente ou imprudente. Ex: Médico de renome e conhecidas habilidades profissionais esquece tesoura dentro de barriga de paciente após cirurgia. O médico estava apto a realizar a cirurgia, mas terá de indenizar por ter sido negligente no exercício de seu ofício.
4. Espécies de culpa 
4.1 – Culpa grave, leve e levíssima 
- O Código de 16 se inspirou no Código Civil Francês para definir que, para fins de indenização, não importava o grau da culpa, mas somente a extensão do dano. Isto, contudo, de modificou com o código de 2002, ganhando os graus de culpa importância na definição da indenização. 
O Art. 944 em seu caput define que a indenização, em regra, se mede pela extensão do dano. Seu parágrafo único, contudo, define que o juiz poderá reduzir, equitativamente, a indenização conforme a gravidade da culpa. 
a) Culpa Grave: É a culpa grosseira. É um descuidado injustificado para um homem normal. É a culpa indesculpável. Na culpa grave há a representação do fato danoso com antecedência, apesar de não haver vontade de produzi-lo, crendo firmemente o agente de que não ocasionará o dano. Culpa lato dolo equiparatur = A culpa grave equivale ao dolo para fins de indenização. 
b) Culpa Leve: É a ausência de cuidado. É o desrespeito ao pater boné família (homem médio). É a culpa própria do homem mediano, na qual eventualmente incorremos. Ex.: Não parar no pare por desatenção. 
c) Culpa Levíssima: É aquela que foge ao homem comum. Aqui, para não incorrer em culpa, dever-se-á ter uma atenção muito grande, incomum ao homem normal. Somente uma atenção além do comum impede que o agente aja em culpa levíssima, tanto que para fins de pena, ela não será considerada para o Direito Penal. Para a responsabilidade civil, contudo, ela o será para o Direito Civil. 
Quando há um artigo de lei em que em sua cabeça defina uma regra e em seu parágrafo único traga uma disposição contrária, temos que o caput é a regra geral e o parágrafo único a exceção. Podemos, portanto, pela análise do 944 deduzir que a regra geral é a de que a indenização se mede pela extensão do dano. Em exceção, contudo, o juiz poderá determinar a redução da indenização proporcionalmente a gravidade da culpa do agente. 
Embora o termo usado no parágrafo único do 944 demonstre uma possibilidade, a determinação legal é cogente, ficando o juiz obrigado a aplicar a redução equitativa.
Enunciado 46 e 380 dos juízes federais: - o parágrafo único trouxe interpretação equivocada por parte dos juízes federais que, em seu enunciado 46, determinaram que o dispositivo deveria ser interpretado restritivamente, sendo que nos casos de responsabilidade objetiva, não caberia a redução do valor indenizatório a ser pago proporcional ao grau de culpa do agente. Contudo, o artigo 738 trata da redução do valor a ser pago na indenização referente a transporte quando houver culpa concorrente da vítima, estabelecendo o próprio Código que a redução do pú do 944 é aplicável, de igual forma, aos casos de responsabilidade civil objetiva. Para resolver tal questão, os juízes federais lançaram o enunciado número 380, pelo qual se retrataram, estendendo, em sua interpretação do dispositivo legal, a aplicabilidade nos casos de responsabilidade civil objetiva. 
 Na responsabilidade civil subjetiva, o valor indenizatório será reduzido a proporção da culpa do agente. Já na responsabilidade civil objetiva, o valor indenizatório será reduzido a proporção da culpa da vítima (se for concorrente reduz, se for exclusiva isenta o agente de indenizar). (Ex: art. 945 do CC e 12§3º e 14 §3º do CDC).
4.2 – Culpa contratual e extracontratual 
Contratual se esse dever tiver por fonte uma relação jurídica obrigacional preexistente, ou seja, um dever oriundo de contrato. Extracontratual ou aquiliana se o dever tiver por causa geradora a lei ou preceito geral do Direito.
4.3 – Culpa presumida e culpa contra a legalidade 
- Breve historio da responsabilidade civil: A responsabilidade civil nasce objetiva (Lei de Talião – olho por olho, dente por dente), independendo de culpa do agente causador do dano. Os jurisconsultos romanos, contudo, aplicando a ética entenderam que só pode responder com dever jurídico de indenizar, aquele que agisse com culpa, passando a responsabilidade civil a ser subjetiva. Com o aumento da periculosidade das relações sociais motivado pela tecnologia crescente, a responsabilidade civil subjetiva passou a ser insuficiente, retornando, na França, as idéias objetivistas. É neste ínterim que surge a Teoria da culpa presumida, trabalhando ainda com a responsabilidade subjetiva, com escopo de trazer mais segurança às relações pertinentes as relações sociais, tais quais empregados e empregadores, fornecedores e consumidores, etc. Esta teoria não trabalha com matéria de direito material, mas sim de direito processual, uma vez que determina a inversão do ônus da prova, definida no art. 333 do CPC. Por meio dela, é o agente quem teria de provar que não agiu com culpa e não à vítima provar que este incorreu nesta. Hoje esta teoria perdeu muito da importância que outrora lhe foi atribuída devido a inserção da responsabilidade civil objetiva em nosso ordenamento jurídico, que estabeleceu a responsabilidade de indenizar, independente de culpa, dos agentes que antes eram atingidos por ela.
Culpa contra a legalidade: A conduta do agente desrespeita a lei ou o regulamento. Aqui, da mesma forma que na teoria da culpa presumida, inverte-se o ônus da prova, cabendo ao agente provar que não incorreu em culpa. Contudo, tal determinação não se deve à posição do agente, mas sim ao fato de este ter agido de forma contrária às normas jurídicas vigentes. Diz -se que é mais estreita que a culpa presumida, uma vez que, por esta, se pode presumir culpa em uma conduta danosa que não ofendeu a legalidade, enquanto que, por aquela, só quando esta conduta ferir a ordem jurídica. Ex: Carro que bate na traseira de outro que estava parado. Não ob edeceu a distância mínima estipulada por lei, sendo presumidamente culpado. Será o agente (aquele que bateu atrás) quem deverá provar que não teve culpa, e não a vítima (que teve a traseira amassada) que o agente estava errado.
4.4- Culpa concorrente (finaldo art. 944)
Haverá culpa concorrente quando houver mais de um agente causador do dano. Este dispositivo contempla a solidariedade passiva na responsabilidade civil, uma vez que os causadores ficam solidariamente responsáveis pela reparação do dano. A culpa concorrente poderá ser: 1ª- Por meio de conluio prévio entre os agentes. - Responde solidariamente 2ª – Por mero acaso, sendo que os causadores do dano sequer se conheciam. - Responde solidariamente 3ª – A vítima tiver concorrido para o efeito danoso -> Hipótese com previsão no artigo 945 do CC. - A indenização será fixada de acordo com a gravidade da culpa da vítima. * Sempre que houver agravamento do dano por culpa do devedor, o agente não responde pelos agravantes. Ex.: Carro em altíssima velocidade se choca com outro que não obedeceu ao sinal de pare. O dano seria menor se a vítima estivesse dentro do limite permitido por lei.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA – NEXO CAUSAL
1) Conceito:
- É a relação de uma causa a seu efeito. Todo fenômeno possui uma causa, consistindo a problemática toda em relação à descoberta desta causa. 
- O Direito Romano entendia ser o nexo causal uma “questio facti” (questão de fato) e não de direito. Esta visão foi adotada por nosso Código, que não dispõe expressamente sobre o nexo causal. 
- Por vezes a atividade mais difícil no âmbito da Responsabilidade Civil é estabelecer o nexo causal. Para que se proceda a tal atividade pergunta-se: Se a suposta causa não tivesse ocorrido, haveria o dano? 
- Quando há uma única causa que se reduz a um efeito danoso, não há, em regra, dificuldade para se estabelecer o nexo causal. Contudo, se existem causas simultâneas, tal atividade se mostra um pouco mais complicada. 
Solidariedade estabelecida pelo nexo causal: Quando duas ou mais pessoas acordarem para causarem dano a outrem, o 942 do CC determina que a Responsabilidade Civil destas será solidária. Quando duas ou mais pessoas, que sequer se conhecem, concorrerem, com suas condutas independentes, para o mesmo dano, da mesma forma responderão solidariamente. 
Nexo causal nas condutas sucessivas: O problema em regra surge, quando as condutas concorrentes para a consolidação do dano forem sucessivas (uma após a outra), para se definir qual deve ser considerada a causadora do dano. Ex.: Queima de cana em fazenda vicinal à rodovia. Fumaça faz com que motorista, imprudentemente, pare no meio da rodovia, ocasionando acidente com outro motorista que vem logo atrás.
2) Teorias:
– Teoria da equivalência das condições ou conditio sine qua non. 
Esta teoria foi elaborada pelos penalistas e trazida para o âmbito civil. Por ela, todas as causas de que de alguma forma contribuíram para o efeito danoso são equivalentes e levam à responsabilidade civil. 
* Esta teoria sofre duras críticas pois conduz a produção do dano a um número infinito de causas (regressus ad infinitum). Ex.: Acidente de carro. Se o agente não tivesse nascido o acidente não teria acontecido. 
– Teoria da causalidade adequada. 
Por esta teoria, causa é aquela que se mostra mais adequada para a criação do dano. Aqui, define-se qual é a mais adequada pelo critério da experiência humana (na observação dos fatos, nota-se que sempre que acontece determinado evento, seus efeitos são os mesmos) Ex.: esta trovejando. Poder chover e cair raios. Todas as demais causas ficam desprestigiadas. 
* A crítica que se faz a esta teoria é da que o critério da experiência humana não trata de certezas, mas sim, de probabilidades, com as quais não se contenta o direito. 
Embora ambas as teorias se prestem, nem uma nem outra responde adequadamente ao nexo causal.
3) Casos concretos 
4) Mitigação do nexo causal
4.1 – Concorrência de causas 
4.2 – Concausas 
Quando duas ou mais causas concorrem para a produção de um resultado que não teria sido alcançado de forma isolada, por nenhuma delas, ou seja, quando o resultado lesivo é decorrência de fatos diversos que, isoladamente, não teriam eficácia suficiente para causar o dano.
Cavalieri afirma que concausa é outra causa que, juntando-se à principal, concorre para o resultado. Ela não inicia nem interrompe o processo causal, apenas o reforça, tal como um rio menor que deságua em outro maior, aumentando-lhe o caudal. Em outras palavras, são circunstâncias que concorrem para o agravamento do dano, mas que não tem a virtude de excluir o nexo causal desencadeado pela conduta principal, nem de, por si só, produzir o dano. Assim, o agente suporta esses riscos porque, não fosse a sua conduta, a vítima não se encontraria na situação em que o evento danoso a colocou. 
4.2.1 – Preexistentes: Não eliminam a relação causal, considerando-se como tais aquelas que já existiam quando da conduta do agente, que são antecedentes ao próprio desencadear do nexo causal. Assim, as condições pessoais de saúde da vítima, bem como as suas predisposições patológicas, embora agravantes do resultado, em nada diminuem a responsabilidade do agente. Exemplos: lesão leve resulte a morte por ser a vítima hemofílica; que um atropelamento resultem complicações por ser a vítima diabética; que a agressão física ou moral resulte a morte por ser a vítima cardíaca; que um pequeno golpe resulte fratura de crânio em razão da fragilidade deste. Em todos esses casos, o agente responde pelo resultado mais grave, independentemente de ter ou não conhecimento da conduta antecedente que agravou o dano.
4.2.2 – Supervenientes: Ocorre depois do desencadeamento do nexo causal e, embora concorra também para o agravamento do resultado, em nada favorece o agente. Exemplos: Vítima de um atropelamento não é socorrida em tempo, perde muito sangue e vem a falecer”.
4.3 – Coparticipação: uma causalidade comum, mas vários agentes contribuem para aquele resultado. A consequência da coparticipação é a solidariedade passiva. Ex.: torcedores agredindo verbalmente o goleiro Aranha.
4.3.1 – Causalidade alternativa: Quando não é possível definir, com um grau absoluto de certeza, qual dos vários participantes em certo ato causou o dano. Sabe-se que o participante faz parte de um grupo, mas não se consegue identificar qual foi o membro do grupo que causou o dano. Ex.: em um protesto vários agentes produz um dano e não consegue identificar o agente. 
4.3.2 – Solidariedade passiva: 
5) Relação causal por omissão
5.1 – Relevância da omissão
5.2 – Disciplina da omissão no direito positivo 
Ônus da prova
Exclusão do nexo causal 
7.1 – Fato exclusivo da vitima 
Na hipótese de fato da vítima o agente causador do dano o é apenas na aparência, porque efetivamente quem propiciou o evento danoso foi o próprio lesado. Exemplo clássico é o suicida que de inopino se lança sobre a via pública, impossibilitando ao veículo atropelador evitar o resultado dano.
A doutrina corriqueiramente fala em fato exclusivo da vítima, porque mesmo no exemplo acima citado, se o automóvel estivesse em alta velocidade e tal condição fosse a causa para o dano, mesmo havendo fato da vítima, seria possível invocar a responsabilização do agente por excesso de velocidade, ainda que atenuada.
De todo adequada a expressão fato da vítima – mais ampla – e não culpa da vítima, mais estrita. Nesta matéria não se está a perquirir culpabilidade. Caso uma criança infortunadamente se precipite sobre um automóvel que trafega normalmente, não cabe falar-se em culpa, mas em fato da vítima.
Situação mais complexa trata de situação na qual a vítima não usa capacete quando trafega em motocicleta que vem a ser abalroada. A jurisprudência varia o entendimento em tais casos, por vezes reconhecendo a culpa concorrente, outras vezes não reconhecendo o fato da vítima suficiente para ilidir o nexo causal. Contudo, para resolver tais impasses, sempre há que verificar, em caso de vítima que não usasse capacete, se o dano, por sua própria gravidade, redundaria no evento morte, mesmo com o uso da proteção adequada. Casos dessa natureza sempre devem ser analisados não abstrata, mas concretamente.
Situaçãointeressante, narrada por Yussef Said CAHALI, trata de ação movida contra a Administração Pública, por morte de menor em razão de enchente que teria sido causada por falta de obras de responsabilidade do município. No caso em comento, a análise do caso concreto verificou que a vítima, mesmo sendo advertida dos riscos que corria em apanhar uma bola, ainda assim lançou-se nas águas revoltas resultando em sua morte. A imprudência do menor ilidiu o nexo causal e a responsabilidade extracontratual do Estado.
7.2 – Fato de terceiro
Se é a ação de terceiro que causa o dano, é este terceiro que será o único responsável pela reparação do prejuízo. Exemplo: um pedestre é atropelado por um motorista de táxi em função de um ônibus desgovernado, que lança o automóvel sobre o transeunte.
Mas para que o fato de terceiro efetivamente exonere a responsabilidade do suposto causador do dano, alguns requisitos devem ser preenchidos, a saber:
- É preciso que o dano esteja vinculado ao fato do terceiro por uma relação de causa e efeito (nexo de causalidade, portanto). Ou seja: não pode haver nenhum nexo causal entre o aparente responsável e o dano causado à vítima.
- O fato de terceiro não pode ter sido provocado pelo ofensor. Se o ofensor concorre com o terceiro, sua responsabilidade será mantida.
- É preciso que o fato de terceiro seja ilícito.
- O acontecimento deve ser imprevisível e inevitável (normalmente, não absolutamente).
7.3 – Caso fortuito e força maior: 
Fala-se em força maior e caso fortuito quando se trata de acontecimentos que escapa a toda diligência, inteiramente estranho à vontade do devedor da obrigação. A força maior é um acontecimento externo, estranho à vontade humana, imprevisível e inevitável (pode ainda ser previsível, mas inevitável). O caso fortuito é evento imprevisível e, portanto, inevitável. A imprevisibilidade, portanto, é o elemento indispensável para a caracterização do caso fortuito, enquanto a inevitabilidade o é da força maior.
Afirmam-se que tanto o caso fortuito quanto a força maior precisam cumular alguns requisitos, para que possa afastar o liame causal entre a conduta do agente e o resultado danoso. Tais requisitos são apontados tanto pela doutrina estrangeira, quanto pela doutrina nacional, qual seja: (i) inevitabilidade: trata-se de um acontecimento que de nenhuma forma poderia ser resistido; (ii) imprevisibilidade: imprevisível para uma pessoa de discernimento comum – este juízo deve ser feito em abstrato; (iii) atualidade: o agente não pode se valer de elementos futuros; (iv) extraordinariedade: o fato deve fugir do comum, do curso natural das coisas. Sem esses requisitos, que devem ser demonstrados pelo agente, o caso fortuito e a força maior não se configurarão e não poderão afastar o liame causal.
Salienta-se que nem sempre o caso fortuito ou a força maior tem o poder de excluir o nexo de causalidade. Em regra, o agente não responderá pelo dano causado, quando ocorrer o caso fortuito ou a força maior, salvo se, houver convenção prévia nos termos do art. 393, CC, no qual o devedor pode se responsabilizar pelo caso fortuito ou pela força maior; ou nos casos previstos em lei.
“Exemplo: nas obrigações de dar coisa incerta, o devedor, antes da escolha, não se exonera da obrigação por simples alegação da incidência de caso fortuito ou de força maior, conforme art. 246, CC. Dessa forma, mesmo que ocorra um dilúvio e destrua o objeto da obrigação de dar, o devedor não se eximirá de ter que dar a coisa, pois este pode entregar coisa semelhante e não necessariamente aquela que se perdeu.”
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA – DANO
Conceito
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Dano era toda espécie de diminuição do patrimônio alheio, possuindo esta definição, portanto, função unicamente econômica. Hoje, contudo, com a inserção do dano moral em nosso ordenamento jurídico a partir da Constituição de 88, não se pode mais conceituar dano desta forma unicamente econômica. Diz-se, agora, que dano é: 
- “Toda conduta humana positiva (facere) ou negativa (não facere) que produz prejuízos à direitos ou interesses alheios juridicamente protegidos. Conclui-se, portanto, que dano é o mal ou ofensa pessoal ou moral não se circunscrevendo apenas ao patrimônio, mas à pessoa em si. 
* O dano poderá atingir tanto os bens corpóreos (bens, incolumidade física da pessoa, etc) quanto os bens incorpóreos.
Dano patrimonial ou material: É o dano de feição econômica, ou seja, aquele que acarreta em diminuição do patrimônio da vítima. É quando atinge os bens integrantes da vítima entendendo-se como um conjunto de relações jurídicas de uma pessoa apreciáveis economicamente. Abrange todos os bens e direitos no conjunto das relações jurídicas, isto é, não abrange coisas corpóreas (casa, automóvel e etc.), mas também coisas incorpóreas (direitos de credito). Este dano se divide em duas espécies distintas, conforme texto do art. 402:
2.1- Dano emergente: é tudo aquilo que se perdeu, importando "efetiva e imediata diminuição no patrimônio da vítima", devendo a indenização "ser suficiente para a restitutio in integrum". Exemplo: em um acidente de veículo no qual houve perda total ou perda parcial (conserto do veículo). 
2.2 – Lucro cessante: o ato ilícito pode produzir não apenas efeitos diretos e imediatos no patrimônio da vítima (dano emergente), mas, também mediatos ou futuros, reduzindo ganhos, impedindo lucros, e assim por diante. Aqui não se aplica a teoria da diferença, se baseando, geralmente, o magistrado, nos lucros dos últimos três meses de trabalho da vítima para estabelecer a compensação. Ex.: Batida de carro. Homem desrespeita sinal de trânsito e bate em taxi, ficando o motorista deste com a mão quebrada. Como danos emergentes temos os estragos do veículo e o tratamento do taxista. Como lucros cessantes, temos a média do que ele ganharia nos dias em que ficará sem trabalhar. 
* O juiz há de observar, no estabelecimento de reparação dos lucros cessantes, as peculiaridades da situação. Ex.: Se o acidente ocorreu o meu de abril, quando o movimento é normal, faz-se a média normalmente. Contudo, se o acidente ocorreu no mês de dezembro, quando os serviços do taxista são mais requeridos, estão deverá o magistrado estipular um “plus” a ser somado à média.
2.3 – Princípio da razoabilidade: 
2.4 – A perda de uma chance: o autor do dano é responsabilizado não por ter causado um prejuízo direto e imediato à vítima; a sua responsabilidade decorre do fato de ter privado alguém da obtenção da oportunidade de chance de um resultado útil ou somente de ter privado esta pessoa de evitar um prejuízo. Assim, o fato em si não ocorreu, por ter sido interrompido pela ação ou omissão do agente. Então, o que se quer indenizar aqui não é a perda da vantagem esperada, mas sim a perda da chance de obter a vantagem ou de evitar o prejuízo. A perda da chance de obter esta vantagem é feita utilizando um critério de probabilidade, tendo em vista que este prejuízo tem caráter de dano emergente e não de lucro cessante.
3. Danos Extrapatrimoniais 
3.1 – Dano Moral:	
Histórico
Os primeiros vestígios do dano moral são encontrados ainda no antigo testamento. A sua época, o pai de família que tinha filha sua, virgem, raptada, tinha direito a indenização. 
Em nosso ordenamento jurídico, a aceitação do dano moral foi lenta.Tal acontecimento se deve ao fato de que nosso sistema copiou o francês em quase tudo que diz respeito à responsabilidade civil. Em primeiro, apregoava-se a tese da impossibilidade de ressarcir ao dano moral, pois se reputava antiética a atribuição de valor ao sentimento, colocando-se preço à dor. 
Em um segundo momento houve a aceitação de indenizar a dano moral desde que não se indenizasse o dano material (ambos resultantes do mesmo fato danoso), ou seja, de forma disfarçada, indenizava-se apenas o dano material. 
Em um terceiro momento surgiu a possibilidade de se indenizar o dano moral, distintamente do dano material, mas nunca os dois de forma cumulativa. 
Em um quarto momento passou a ser possível que se cumulasse, em um mesmo pedido, o dano material e o dano moral, através da súmula 37 do STJ, entendimento esse que, em 1988 passou a ser previsto na Constituição Federal em seu art. 5º, incisos V e X. 
Uma vez expresso na Carta Magna, passou a ser definido em leis ambientais, no Código de Defesa do Consumidor em seu art. 6º, VI, no art. 186 do Código Civil de 2002, etc. E somente então passou a ser aceito pelos Tribunais brasileiros, inclusive pela Corte Suprema que alegava falta de base legislativa no direito brasileiro. 
Conceito - O inciso X do artigo 5º da Constituição Federal trata dos direitos da personalidade, com os quais está intimamente ligado o conceito de dano moral. Para a definição precisa deste conceito, surgiram duas teorias distintas: 
 A – Dano moral é o constrangimento que a vítima experimenta em consequência de lesão a direito personalíssimo, ilicitamente produzida por outrem. Por esta corrente, o dano moral surge em razão da natureza do direito violado (da personalidade). 
B – Dano moral é a dor física (sensação) resultante da violação de bem juridicamente tutelado sem repercussão patrimonial. Por esta corrente, o dano moral surge das consequências do direito violado (dor física ou dor sentimento). Esta segunda corrente é minoritária. 
Sergio Cavalieri Filho buscou consolidar ambas as teorias em uma única explanação: “Dano moral, estrito senso, é a ofensa a dignidade humana. Já o dano moral, lato senso, é a ofensa de direito da personalidade. ” 
Prevalece hoje a primeira corrente, defendida por Orlando Gomes, ficando então estabelecido que o que faz surgir o dano moral é a violação do direito da personalidade. 
Prova – No que se refere à prova necessária para obtenção da indenização referente aos danos morais, fica clara a aplicação da teoria da violação do direito da personalidade, uma vez que, se a prova requerida fosse a mera manifestação do sentimento violado, a vítima estaria apta a simular emoções que não lhe são verdadeiras. Diz-se, portanto que a prova do dano moral é “inreipso” (basta provar a violação do direito da personalidade para que se obtenha direito à indenização). 
* Esta regra, contudo, admite exceções, havendo casos em que, embora, em uma primeira análise, se constate violação a direito da personalidade, a vítima não terá direito a direito moral, uma vez que não foi concretizado o dano. Ex.: Viúva pede indenização por danos morais por morte de marido. Em primeira mão observamos a violação do direito da personalidade, contudo, constatou-se que, no dia da morte de seu cônjuge, a suposta viúva inconsolável foi ao forró e três dias depois já estava morando com outro. Não ficou caracterizado aqui o dano. 
Tipos de dano moral – Distingue-se duas espécies de dano moral: 
A – Subjetivo: Quando alguém é ofendido em ambiente privado, sem qualquer repercussão senão em sua auto-estima. (Ofensa não pública) 
 B – Objetivo: Ocorre quando a ofensa repercute no meio social. 
* Há de se lembrar que o dano moral pode ocasionar dano material. Ex.: Correntista que teve sua conta indevidamente cancelada. Seus cheques voltaram e o fornecedor deixou de tratar com ele. 
Conforme súmula 37 do STJ, a cumulação de pedido de indenizações poderá ser feita quando dano moral e material forem oriundos do mesmo fato danoso. 
Dano moral reflexo (ou por ricochete) - Aqui, a pessoa tem seu direito personalíssimo ofendido, fato este que gera igual ofensa aos direitos da personalidade de outrem. Ex.: Pai de família é morto em acidente de trabalho. Violação ao direito à vida. Filhos e cônjuge tem seu direito da personalidade violado pela morte do arrimo de família, cabendo, portanto, indenização por danos morais. 
* Por serem qualidades dos direitos da personalidade e, por estarem estes intimamente ligados ao conceito de dano moral, temos que o bem, ofendido por este, é infungível, intransferível e perpétuo. 
- A imprescritibilidade dos direitos da personalidade, observada sob o escopo do dano moral, gera polêmica doutrinária, uma vez que, os crimes de tortura por exemplo, violadores claros dos direitos personalíssimos, seriam igualmente imprescritíveis dada a característica dos direitos pessoais. 
* Os direitos da personalidade, objeto da violação que faz surgir o dano moral, não são só os enumerados no artigo 5º, X da Constituição Federal, sendo que esta, neste dispositivo, os enumerou de forma unicamente exemplificativa. Tantos outros estão espalhados, ainda pela Carta Magna, em dispositivos distintos. Tal é o caso, por exemplo, do direito à vida, compondo este, o mais importante dos direitos da personalidade. 
Intimidade e Vida privada 
A – Intimidade: É o “relacionamento” do indivíduo consigo mesmo. É o círculo mais íntimo, podendo ser admitido neste, um número restrito de pessoas. Ex.: Família dentro de uma mesma casa. 
B – Vida Privada: É um círculo mais amplo, contudo, ainda timbrado pelas relações pessoais invioláveis do indivíduo. Ex.: Entre amigos, entre colegas de serviço, etc. 
Ex.: Atriz dos anos do guaraná de rolha, Brigite Bardot, aparecia em nu frontal com frequência, diante das câmeras, em seus filmes. Certa vez, em um grupo de amigos mais próximos, ela decidiu ir a uma ilha particular onde fez um topless. Paparazzi tirou uma foto e ela, sentindo que sua vida privada foi violada, ingressou em juízo, derrubando o argumento do fotógrafo de que nos filmes ela se deixava filmar nua dizendo que, nestes, os produtores contavam com sua permissão. 
Honra – Existem duas espécies distintas de honra 
A – Subjetiva: É o conceito que temos de nós mesmos. É a auto estima, o amor próprio. O Dano moral subjetivo, como já foi visto, atinge a honra subjetiva. 
B – Objetiva: É o conceito que o meio social tem a nosso respeito. Ex.: Quando se imputa um crime a alguém que não o cometeu, fere-se tanto a honra subjetiva, quanto a honra objetiva, uma vez que ficará este indivíduo, mal visto perante a sociedade. 
Imagem – Vai além da exposição física. Imagem compreende todos os atributos do indivíduo, inclusive o corpo, a face, a voz, a obra, etc. percebida em sua voz, assim como a imagem de Jorge Amado pode ser percebida em sua obra literária. 
OBS! É importante recordar que, mesmo no dano moral, é necessário, para que este se consolide, que a vítima seja agredida de forma injusta. 
Fixação da compensação por dano moral – É unânime na doutrina e na jurisprudência que, embora a reiterada utilização do termo “indenização”, o pagamento pecuniário relativo ao dano moral é muito mais uma compensação. 
- Há parcela da doutrina que alega ser esta compensação, uma forma de a sociedade de mostrar sua solidariedade para com a dor da vítima. 
- Na definição desta compensação não se busca adequá-la à extensão do dano, uma vez que a dor não se mede. 
Caráter dúplice da compensação – Segundo Antunes Varella, a compensação reveste, nos danos morais, uma natureza mista. Por um lado, visa compensar, mais do que indenizar, de algum modo, os danos sofridos pela vítima. Por outro lado, não lhe é estranha a ideia de sancionar, por meios civilísticos, a conduta do agente. 
Portanto assim se formaria a natureza mista da compensação: 
1º - Compensação da vítima pela dor. 
2º - Sanção ao agente que ocasionou o dano.RT 602/180 
- O grau em que o prejuízo causado tenha influído no sentimento daquele que pleiteia a reparação de ofensa será definido: 
A – Pela intensidade da culpa 
B – Pela violência aplicada pelo agente (física ou oral) 
C – Pelas circunstâncias. 
Dano moral da Pessoa Jurídica:
Com base no conceito restrito de dano moral, não seria possível que a pessoa jurídica o sofresse, uma vez que esta não tem dignidade humana. Contudo, se observarmos no âmbito da teoria que define o dano moral como dano à direito da personalidade, podemos admitir que a pessoa jurídica o sofra, uma vez que, por ter personalidade, ela terá, da mesma forma, os direitos à ela inerentes. Neste caso, deve-se apurar quais destes direitos bafejarão a pessoa jurídica. 
- A honra: A honra subdivide-se em objetiva e subjetiva. A Pessoa Jurídica não goza da subjetiva, mas goza da objetiva (opinião do meio social sobre a PJ). 
- Vida íntima e privacidade são direitos da personalidade que a pessoa jurídica não goza. 
- Imagem: É mais um exemplo de direito da personalidade que a pessoa jurídica possui. 
* Súmula 227 do STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
3.2 – Dano estético: em decorrência de deformidade física que gera indenização. As "deformidades físicas que provocam aleijão e repugnância", desenvolvendo-se no sentido de abarcar também os "casos de marcas e outros defeitos físicos que causem à vítima desgosto ou complexo de inferioridade".
* RT 683/79 * O dano estético, apesar de ser categoria autônoma de dano e sem prejuízo da indenização referente a ele, pode gerar indenização a título de dano moral e dano material, por participar de aspectos de um e de outro. Ex.: Comerciante que era conhecido por seu grande nariz sofre um acidente de carro, recebe dano estético e tem de se submeter a cirurgias plásticas para corrigir as deformidades decorrentes do acidente. Acontece que, após esta cirurgia, mulher o larga dizendo este estar mais feio e seus clientes não mais o reconhecem, deixando do comprar dele. 
Pode-se atribuir graduação ao dano estético, considerando-se mais grave aquele dano que é evidente, aparente e exposto, e menos grave aquele de menor escala, escondido pelas vestimentas. 
Há quem pense ser o dano estético muito mais relevante na mulher do que no homem, uma vez que, na visão destes, a sociedade exige um padrão de beleza mais rígido com relação ao sexo feminino. 
Não será só a desigualdade sexual que diferirá a gravidade do dano estético, mas, da mesma forma a diferença profissional. Ex: Ator, que trabalha com sua imagem física, se sofre dano estético, este será mais grave do que um dano nas mesmas proporções materiais sofrido por um dentista. 
O dano estético não diz respeito somente à imagem física. Este pode resultar igualmente de um atentado à voz, ao dom de se mover com graça, etc. Ex.: Acidente de carro onde sofrem danos um radialista, que não mais terá sua voz reconhecida no ar por danos às suas cordas vocais, e uma modelo, que não mais poderá desfilar pois ficou manca devido aos ferimentos sofridos. 
RT 612/44 – Somente danos diretos e efetivos terão suporte de ressarcimento no dano estético. Ex: Homem sofre acidente, fica com danos estéticos, imediatos, pelos quais responde o agente causador do dano. Acontece que, no hospital, apura-se a hipótese de que em momento futuro os danos possam se agravar. O agente não deverá indenizar por estes danos supostos.
3.3 – Danos difusos e coletivos: É aquele que burla os direitos difusos, ou seja, atinge uma comunidade indeterminada de pessoas, não se sabendo ao certo quantas pessoas sofreram as suas consequências.
Indenização do dano coletivo 
- A indenização referente ao dano coletivo será pedida por meio de ação coletiva, sendo que os valores obtidos serão para a recuperação do meio ambiente. Aqui, diferentemente dos demais casos de indenização, esta poderá ter caráter sancionatório (acréscimo na indenização a ser recebida como forma de sancionar o agente causador do dano) uma vez que o dano ofende os direitos da coletividade. 
- Nada impede que nos casos em que há dano coletivo, ocorra uma individualização de algumas pessoas que sofreram diretamente o dano para que se peçam indenizações, referentes à responsabilidade civil, em apartado, distintas da devida à coletividade.
Liquidação de dano
Para pensar: pai de família, com 27 anos, com mulher de 25 anos e dois filhos, um com 5 anos de idade, outro com 7 anos de idade, cujo salário é de R$ 4.500,00, mensais e líquidos, emprego formal registrado em carteira, é atropelado por imprudência de condutor de veículo. Calcular as verbas que compõem a indenização devida.
“Liquidar” é tornar líquido. Líquida é a dívida cujo valor seja conhecido.
O processo civil prevê três formas de liquidação das dívidas: a) cálculo; b) arbitramento e c) artigos (onde se alega e prova fato novo).
O Código Civil traça parâmetros sobre quais as verbas compõem a indenização a ser paga à vítima, conforme o caso.
No dano moral, a indenização é fixada por arbitramento.
Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Despesas de funeral: na falta de prova concreta, arbitra-se valor de até cinco salários mínimos (despesa inevitável);
Pensão: utiliza-se os ganhos da vítima, mensais, multiplicados pela sobrevida estimada (até 65 ou 70, conforme a jurisprudência); não provados os ganhos da vítima, trabalha-se com a presunção de que ao menos um salário mínimo mensal ela ganhava.
Constituição Federal, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; (proibição do uso do salário mínimo como parâmetro de correção monetária).
"SEGURO OBRIGATÓRIO. AÇÃO PROPOSTA PELA MULHER DA VÍTIMA. LEGITIMIDADE DE PARTE. PRESCRIÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. (...)
- A indenização correspondente a 40 salários-mínimos deve levar em conta o salário-mínimo vigente à época do evento, computando-se daí por diante a correção monetária na conformidade com os índices oficiais. Recurso especial não conhecido." (REsp 222.642/SP, Relator o Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, DJ de 9.4.2001)
 "AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. INDENIZAÇÃO. FIXAÇÃO EM SALÁRIOS MÍNIMOS. POSSIBILIDADE. DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO EM CADASTROS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO EM 50 (CINQÜENTA) SALÁRIOS MÍNIMOS. 1. É inadmitida a utilização do salário mínimo como fator de correção monetária; todavia, não há nenhuma vedação legal a que se fixe o valor de indenização por danos morais tomando como referência tal parâmetro. (...) 4. Agravo regimental desprovido." (AgRg no REsp 971.113/SP, Relator o Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, DJe de 8/3/2010) (STJ, in AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº 1.068.425 – SC)
Filho menor que não trabalhava: “É indenizável o acidente que cause a morte do filho menor, ainda que não exerça o trabalho remunerado” (Súmula 491 do STF). Não seria mais razoável arbitrar a indenização com base no dano moral?
Morte de filho que trabalhava: Indenização até 25 anos, quando formaria outra família, ou até os 65 anos (quando presumivelmente o filho morreria naturalmente, exceto se os pais morressem antes)?
Pensão devida ao filho menor pela morte do pai: finda quando o filho completar 25 anos de idade, presunção de que,nesse momento, teria finalizado seus estudos e se sustentaria sozinho.
Indenização previdenciária não se compensa com indenização comum; desconta-se da indenização comum o valor recebido do DPVAT (seguro obrigatório) (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre )
Pensão devida ao filho menor pela morte do pai: finda quando o filho completar 25 anos de idade, presunção de que, nesse momento, teria finalizado seus estudos e se sustentaria sozinho.
Indenização previdenciária não se compensa com indenização comum; desconta-se da indenização comum o valor recebido do DPVAT (seguro obrigatório) (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre )
Direitos da viúva pela morte do marido ou companheiro que era quem sustentava a casa: a) pagamento até quando a vítima fizesse 65 anos; b) cessação para a viúva se tornar a se casar; c) cessação para os filhos após certa idade (25 anos); c) admissão de sobrevida de cinco anos se a vítima contava com 65 por ocasião do acidente; d) reconhecimento do direito de acrescer aos beneficiários (a parcela que deixou de ser paga a um acresce à indenização do outro).

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